16/10/2018 - SINPEEM inicia o 29º Congresso de Educação com a participação de cerca de quatro mil delegados
Começou nesta terça-feira o 29º Congresso do SINPEEM, no Palácio das Convenções do Anhembi, que se estenderá até sexta-feira, dia 19 de outubro.
Com a participação de cerca de quatro mil delegados, entre docentes, gestores e profissionais do Quadro de Apoio, neste ano o evento traz como tema central “Educação: privatização e terceirização”.
Reconhecidamente um dos maiores eventos da área da educação na cidade de São Paulo e no país, o Congresso do SINPEEM, realizado anualmente, além de contribuir para formação dos profissionais de educação, com a realização de um painel e de 32 grupos de interesse, tem como finalidade debater, em duas plenárias, o Texto Referência, que contém todas as deliberações da categoria, ao longo dos anos, sobre conjunturas nacional e internacional, políticas municipal e educacional, questões funcional, salarial, políticas permanentes, Plano de Lutas – que definirá as ações do sindicato na luta por valorização e melhores condições de trabalhos para todos os profissionais de educação, ativos e aposentados –, além das emendas apresentadas por diversos grupos.
ABERTURA OFICIAL
Como sempre, os delegados foram recepcionados no credenciamento pela música ambiente do saxofonista Zico Oliveira.
Iniciando a solenidade de abertura, no Auditório Celso Furtado, os congressistas assistiram à apresentação da harpista Kátia Galasso que, além do Hino Nacional, tocou clássicos nacionais e internacionais. Como experiência, a harpista já tocou na Orquestra Sinfônica Jovem da Escola Municipal de Música de São Paulo, foi integrante da Orquestra Sinfônica Heliópolis e atuou como convidada na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), Orquestra Acadêmica de São Paulo, Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, Orquestra Jovem Tom Jobim e Orquestra Juvenil de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia).
Na sequência, o presidente do SINPEEM, Claudio Fonseca, chamou para compor a mesa Luís Carlos de Meneses, mestre e doutor, membro do Conselho Estadual d Educação de São Paulo e consultor da Unesco; Max Haetinger, mestre em Educação, psicopedagogo e escritor; e Maria Raquel Caetano, mestre e doutora em Educação.
Inicialmente, Fonseca agradeceu a todos os profissionais de educação que elegeram os delegados em seus locais de trabalho e que estão nas escolas, possibilitando a participação dos colegas no 29º Congresso do SINPEEM, que serão multiplicadores do reconhecimento e de todas as informações obtidas no evento.
O presidente destacou que a privatização e a terceirização são propostas inclusive dos candidatos à Presidência e têm relação direta com gastos púbicos e o financiamento da educação. Lembrou o momento político delicado pelo qual o país atravessa, destacou que o SINPEEM, em 30 anos de existência, já vivenciou experiências de diversos governos, e que a categoria tem consciência de que, como sempre, tem e terá de lutar sempre, mantendo sua autonomia e independência. Porém, “ser independente, não significa que tenhamos de ser indiferentes ao momento político. Estivemos presentes nas lutas democráticas e, em março deste ano, colocamos mais de 100 mil vozes nas ruas para dizer não à retirada de direitos”, disse Fonseca.
Continuando seu discurso, acrescentou, que os professores têm de ser propagadores do respeito à diversidade e à igualdade, contra a repressão, contra a ditadura e a favor da democracia. “Temos de usar as diferenças para que todos sejam tratados com igualdade. A escola é um espaço de democracia, por isso, é impossível sermos indiferentes num momento como este, em que ameaçam acabar com o ativismo, com a nossa liberdade democrática. Temos 30 anos de uma Constituição que reconhece a igualdade de direitos entre homens e mulheres e não podemos abrir mão de algo que lutamos tanto para conquistar.”
ATIVIDADES DO DIA
No primeiro dia de congresso, além do painel Privatização e mercantilização da educação no Brasil, foram realizados grupos de interesse com os seguintes temas: Educação pública: currículo e construção de sujeitos transformadores, Intersecção da ação pedagógica e as tecnologias digitais na escola pública; Diálogos sobre a organização do ensino, reflexos e considerações: letramento, alfabetização e domínio da leitura e da escrita; Interações e experiências na educação infantil, Gestão democrática dos sistemas e nas escolas, Educação inclusiva: diálogos necessários entre as culturas; Mulher, identidade e classe; e Como mediar conflitos no interior e fora da escola.
Além de Zico Oliveira e de Kátia Galasso, os delegados assistiram às apresentações da orquestra de viola ConSertão, do grupo de hip hop Identidade em Movimento e da palhaça Dona Gema, que interagiu com os delegados em vários espaços do Anhembi.
O Congresso também conta com a 16ª Mostra de Arte e Cultura, com a exposição de obras de vários artistas, e com as oficinas de lego e de sucatas.
PROGRAMAÇÃO DOS GRUPOS DE INTERESSE
Dia 17 de outubro - das 14h30 às 17h30
1 - PNE: o epicentro das políticas públicas para a educação
2 - Indissociabilidade entre cuidar, brincar e alfabetizar
3 - Projetos e tecnologias na inclusão do aluno com deficiência
4 - As culturas das crianças e das infâncias presentes no currículo escolar
5 - Educação e equidade: base para o respeito às diferenças, com ênfase na busca da igualdade
6 - O fazer pedagógico do agente escolar e do ATE enquanto profissionais de educação
7 - O perfil do professor de bebês e crianças pequenas
8 - Os reflexos da terceirização e da privatização na educação pública
Dia 18 de outubro - das 8h30 às 12h30
1 - Resistência e resiliência: a ação educadora frente às políticas públicas
2 - O atual fluxo migratório e os seus impactos na escola
3 - Qual a educação que liberta, frente ao advento da globalização das redes sociais?
4 - Gestão democrática: o fazer por várias mãos
5 - Educação infantil: a rotina na escola e os tempos da criança
6 - As ciências humanas e sua relação com as transformações da sociedade
7 - Impactos da “economia do conhecimento” na educação
8 - Identidades de gênero e a escola
Dia 19 de outubro - das 8h30 às 12h30
1 - Projeto político-pedagógico como instrumento viabilizador do currículo
2 - A escola e os novos desafios: ensinar e humanizar
3 - Profissão professor: tensão, cenário e perspectiva
4 - Educação, sentidos e desejos
5 - BNCC: avanço ou retrocesso?
6 - Educação protagonizando gestões sustentáveis
7 - Trio gestor - trabalho coletivo: o vínculo entre os fazeres pedagógico e administrativo
8 - Reforma da Previdência: confisco e uma ameaça aos direitos
A DIRETORIA
CLAUDIO FONSECA
Fotos: Fernando Cardozo