26/06/2019 - Câmara aprova substitutivo do governo que mantém política de reajuste de 0,01% para o conjunto do funcionalismo

SINPEEM continuará lutando contra a continuidade desta política absurda e por reajuste não inferior à inflação para todos os servidores municipais

        Apesar de toda a luta e pressão realizadas pelo SINPEEM, pelos servidores e outras entidades sindicais, a Câmara Municipal aprovou em 26 de junho, por 30 votos a favor, 18 contra e duas abstenções, o substitutivo ao Projeto de Lei nº 616/2018, do prefeito Bruno Covas, mantendo a política absurda de aplicação do reajuste pífio de 0,01% para o conjunto do funcionalismo. Aos profissionais de educação (docentes, gestores e Quadro de Apoio) será concedido reajuste dos pisos remuneratórios de 3,03%.

        A lei aprovada também institui a Bonificação por Resultados no âmbito da administração direta, autarquias e fundações; institui abono a ser concedido mensalmente aos integrantes das carreiras dos níveis básico e médio; extingue a incorporação ou permanência da função gratificada, do adicional de função, da gratificação de função, da gratificação de gabinete e da gratificação de comando; institui a Gratificação de Função Federativa; dispõe sobre a requisição de servidores públicos municipais para atuação como assistentes técnicos nas ações judiciais e reabre a opção pelos planos de carreiras dos níveis básico e médio.


3,03% serão aplicados sobre os pisos dos profissionais de educação

        Os pisos dos docentes, gestores e do quadro de apoio serão reajustados em 3,03% retroativamente a Janeiro de 2019 e incorporados aos padrões de vencimentos de todos os profissionais de educação, ativos e aposentados com direito à paridade, em 2020.

        O SINPEEM defendeu reajuste 6,84%, retroativo e incorporado imediatamente para todos os servidores.


Governo desconsidera e ignora negociação com sindicatos

        O substitutivo aprovado simplesmente ignora a negociação e compromissos assumidos pelo governo com os profissionais de educação e demais servidores municipais durante a greve de 33 dias que realizamos no início deste ano. Ao final da greve, foi assinado protocolo de negociação contendo os seguintes itens: 

        a) não encaminhamento de PL para a Câmara instituindo contribuição extraordinária, que poderiam chegar a 22% para a Previdência, de acordo com a proposta de reforma federal;

        b) aplicação do artigo 100 da Lei nº 14.660/2007 para revisão dos pisos dos profissionais de educação;

        c) concessão do abono emergência para o pessoal  dos níveis básico e médio da Prefeitura, até a aprovação dos seus Planos de Cargos Carreiras e Salários (PCCSs);

        d) instalação da mesa negocial para discussão e elaboração dos Planos de Carreiras do pessoal dos níveis básico e médio;

        e) discussão e encaminhamento do PCCS do pessoal de nível universitário;

        f) reconhecimento do direito de greve, nenhuma punição e pagamento dos dias parados.

        Em novembro de 2018, o governo encaminhou à Câmara o PL 616, que dispunha exclusivamente sobre o aumento de 2% para os pisos dos profissionais de educação. 

        No entanto, mesmo após reuniões da Mesa Setorial de Educação, nas quais foram discutidos política salarial, PDE, concursos e remoção, o governo, sem qualquer discussão com o SINPEEM e os demais sindicatos dos servidores, apresentou Substitutivo ao PL nº 616/2018, com os seguintes itens:

        a) instituição de bonificação por resultados para os servidores municipais;

        b) 3,03%, a título de aumento dos valores dos pisos dos profissionais de educação, na forma de abono complementar de piso, retroativo a janeiro de 2019, com incorporação para ativos e aposentados com direito à paridade nos seguintes termos:

        - 1% a partir de maio de 2020;

        - 1% a partir de setembro de 2020;

        - 1% a partir de dezembro de 2020.

        c) revisão geral da remuneração dos demais servidores municipais nos seguintes termos:

        - 0,01% a partir de maio de 2016;

        - 0,01% a partir de maio de 2017;

        - 0,01% a partir de maio de 2018;

        - 0,01% a partir de maio de 2019.

       d) abono emergencial de R$ 200,00/mês para o agente de apoio e R$ 300,00/mês para o AGPP;

        e) extinção de incorporações de função gratificada, gratificação por exercício de funções, chefia e comando, existentes para servidores de outros quadros da Prefeitura;

        f) criação da gratificação federativa para auditores fiscais;

        g) prazo de 60 dias para opção pelo QPNB e QPNM;

        h) requisição, pelo procurador-geral do Município, de servidores para realizarem assessoria técnico-jurídica.

        O PL substitutivo do governo inclui itens que sequer foram discutidos com as entidades e contém a absurda política de aplicação de 0,01% de reajuste geral para os servidores que não são do QPE. Uma política que vem se repetindo em diferentes governos, desde 2003.

        Compare os índices concedidos aos profissionais de educação,graças à luta do SINPEEM, e aos demais servidores entre 2008 e 2020:

ANO         PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO        DEMAIS SERVIDORES MUNICIPAIS
2008                      20% (maio)                                                0,01%
2009                   6,75% (maio)                                                0,01% 
2010                   6,75% (maio)                                                0,01%
2011                 10,19% (maio)                                                0,01% + 0,82%
2012                 10,19% (maio)                                                 0,01%
2013                 10,19% (maio)                                                 0,18%
2014                 13,43% (maio)                                                 0,01%
2015                   5,54% (maio)                                                 0,01%
2016                   3,73% (maio) + 5,39% (nov.)                         0,01%
2017                   5% (maio) + 3,7160% (nov.)                          0,01%
2018                   4,7619% (maio) + 3,7160% (nov.)                 0,01%
2019                   1,8381% (jan.) + 1,8381% (nov.)                   0,01%
2020                   3,03%                                                                ---


SINPEEM mantém posição contrária e quer aumento não inferior à inflação para os todos os servidores

 O SINPEEM mantém sua posição contrária ao substitutivo do governo aprovado pela Câmara e continuará na luta contra a política absurda de aplicação de reajuste de 0,01% que, mais uma vez, coloca os servidores na berlinda. 

Defendemos reajuste nunca inferior à inflação para o conjunto do funcionalismo e o atendimento a todas as reivindicações dos profissionais de educação relativas a questões funcionais, saúde dos trabalhadores, formação, condições de trabalho, entre outras.

Nenhum direito a menos! A luta continua!


A DIRETORIA

CLAUDIO FONSECA
Presidente
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