19/03/2010 - CLIPPING EDUCACIONAL

 

NOTÍCIAS – FIQUE POR DENTRO

O ESTADO DE SÃO PAULO – 19/03/2010
MEC assina acordo com EUA para impulsionar ensino do inglês no País 

Ministro diz que reforço no ensino da língua é 'estratégico' por causa da Copa e Olimpíada

AGÊNCIA BRASIL 

Os governos do Brasil e dos Estados Unidos renovaram nesta sexta-feira, 19, um acordo de cooperação na área de educação que pretende fortalecer o ensino da língua inglesa nas escolas brasileiras. O documento assinado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e pelo o vice-secretário de Educação dos Estados Unidos, Anthony Wilder Miller, trata ainda de parcerias nas áreas de educação profissional e promoção da equidade. 

De acordo com Haddad, é estratégico para o Brasil reforçar o ensino do inglês, já que o país vai receber um grande número de turistas estrangeiros para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Acordo semelhante já foi assinado com o governo da Espanha para apoiar a formação de professores em língua espanhola no Brasil. 

"Os Estados Unidos têm experiência, por exemplo, com o aprendizado da população hispânica que vive no país", comparou Haddad. Na avaliação do ministro, o Brasil pode aprender muito com os EUA sobre as políticas a promover a igualdade de oportunidades na educação. 

"Os Estados Unidos têm experiências antigas de políticas afirmativas e neste momento os dois países discutem o assunto no âmbito dos Poder Judiciário. Nós vamos trocar experiências em torno do que acontece lá e aqui, verificar quais são as políticas efetivas na busca da equidade." 

O documento assinado hoje é uma renovação de acordos que já tinham sido firmados entre os dois países em 1997, 1999 e 2007.
 

O ESTADO DE SÃO PAULO – 19/03/2010
Eventos movimentam biblioteca infantil de SP

Programação cultural dá vida própria à Monteiro Lobato, a primeira do País destinada a crianças 

EDISON VEIGA  

Filmes, cursos, peças de teatro e encontros com escritores movimentam a Biblioteca Municipal Monteiro Lobato, na Vila Buarque, na região central de São Paulo. Essa é uma tendência, aliás. Para atrair leitores, bibliotecas da cidade cada vez mais têm oferecido eventos em seus espaços. Palestras, encontros com escritores, contação de histórias. Vale de tudo para cativar mais frequentadores. 

"Acho importante a biblioteca se transformar em um espaço cultural, não só de consulta a livros. Tem de ser local de lazer e entretenimento", opina o escritor infanto-juvenil Bartolomeu Campos de Queirós. 

Considerada a mais antiga biblioteca infantil em funcionamento no Brasil, a Monteiro Lobato foi inaugurada em 1936. Catorze anos mais tarde, após passar por dois endereços provisórios, mudou-se para a sede definitiva. O prédio abriga 53 mil títulos e conta com uma coleção de 4,5 mil peças que pertenceram ao escritor Monteiro Lobato - são objetos pessoais, documentos, móveis e livros. 

Programação. Uma das atrações que mais faz a alegria da criançada são as sessões de filme, sempre nas tardes de quarta-feira (às 15 horas). Anteontem, por exemplo, o DVD exibido foi O Estranho Mundo de Jack. Já estão programados Os Incríveis (para o dia 24) e O Bicho Vai Pegar (para o dia 31). 

Outro projeto bem recebido pelo público é o Piá, uma série de aulas de música, dança, artes plásticas e teatro. "Funcionam como uma ponte para a leitura", considera a diretora da biblioteca municipal, Rita de Fátima Gonçalves Pisniski. 

As inscrições para este ano já estão abertas - as turmas devem começar em abril. Tudo de graça, para crianças entre 5 e 12 anos de idade. 

Na área de dramaturgia, há duas vertentes. Há 45 anos, a Monteiro Lobato mantém um grupo próprio, que, atualmente, prepara duas montagens, com estreias previstas para o mês de maio. Uma outra trupe também costuma se apresentar na biblioteca - neste ano, devem iniciar a temporada no início do mês de junho. 

Papo de sábado. Em parceria com a editora Cosac Naify - cuja sede fica a apenas duas quadras da biblioteca - a partir de abril, sábado vai ser o dia de um escritor renomado visitar a Monteiro Lobato. 

A série começa no próximo dia 10, às 10 horas, com a participação de Eva Furnari. "Nesse tipo de encontro o mais importante é conversar com os professores, entender o que está se passando. Até porque, no Brasil, o grande mercado de literatura infantil está na escola", diz Eva. 

Para a sequência, já estão confirmadas as participações de Bartolomeu Campos de Queirós (para o dia 8 de maio) e Ana Maria Machado (para o dia 29 de maio). "Essas coisas são fundamentais para aproximar o leitor do livro", afirma Bartolomeu. 

Em data ainda não confirmada, a escritora Angela-Lago dará sua palestra por meio de videoconferência. 

Novidade. "É a primeira vez que fazemos um trabalho assim com a biblioteca", afirma a editora de livros infanto-juvenis da Cosac Naify, Isabel Lopes Coelho. "Mas nossa parceria começa antes: alimentando a Monteiro Lobato." A editora costuma doar ao acervo da instituição dois exemplares de cada título infanto-juvenil lançado. 

Ao que parece, a administração da biblioteca municipal já aprovou a dobradinha. "Parcerias são um bom caminho. Unidos, podemos mais", avalia a diretora. 

Por mais que a escola se esforce, a criança não criará hábitos saudáveis sem a contribuição dos pais, afirma a endocrinologista Angela Spinola e Castro, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "A escola não pode transferir para si um papel que não é dela. Se a criança vem de uma casa onde as pessoas comem sem restrição, não vai aceitar isso", diz.
 

JORNAL DO COMÉRCIO – 19/03/2010
Desafios da educação

JOÃO BATISTA ARAÚJO E OLIVEIRA 

Cinco políticas poderiam transformar o próximo presidente da República no estadista que a educação jamais teve no Brasil: 1) atrair bons professores, 2) cuidar da primeira infância, 3) corrigir as distorções do ensino fundamental, 4) política de educação, emprego e renda para a juventude e 5) modernizar o ensino superior e o financiamento à C&T. Educação de qualidade se faz com bons professores. Isso requer uma carreira que atraia os jovens mais talentosos para o magistério. Uma possível estratégia consiste em associar um sistema nacional de certificação e/ou mérito com uma complementação salarial, a qual tornaria o salário do magistério compatível com as profissões liberais de maior prestígio, cuja média está em torno de R$ 3 mil. Isso requer um aporte anual de cerca de R$ 30 bilhões, que seria progressivamente implementado ao longo de 10 anos. Um exame de acesso benfeito levaria à imediata reformulação dos currículos das escolas de formação de professores. 

Jim Heckman, prêmio Nobel de Economia comprovou: o investimento mais rentável para desenvolver recursos humanos situa-se nos primeiros anos de vida. A meta: assegurar que toda criança possa desenvolver o seu potencial, independentemente do nível de renda de sua família. Isso significa implementar políticas sociais articuladas que vão do pré-natal até pelo menos os primeiros anos de   vida. Tais políticas, com foco nas famílias, especialmente nas mães, vão além da oferta de creches e requerem uma abordagem intersetorial e um leque de opções para atender às peculiaridades de cada família. Entre outros, a formação de futuros pais seria o melhor uso possível dos recursos do FAT para melhorar a vida e a renda da família do trabalhador. 

Para começar a melhorar o ensino fundamental, precisamos superar três grandes gargalos. Primeiro, reaprender a alfabetizar as crianças no 1º ano escolar. Dados da Prova Brasil mostram que apenas metade das crianças do 5º ano da escola pública é alfabetizada. Garantir a alfabetização no 1º ano requer mudanças radicais: as soluções são conhecidas e estão disponíveis. Segundo, corrigir o fluxo escolar e erradicar, ao mesmo tempo, a pedagogia da repetência. Mais de 5 milhões de alunos do ensino fundamental encontram-se acima da idade de 14 anos, e mais de 10 milhões apresentam atraso escolar significativo. Alterações nos critérios de alocação do Fundeb poderiam induzir essas mudanças. Terceiro, efetivar a municipalização do ensino fundamental, prevista em lei. Esta é condição essencial para iniciar um processo de melhoria da eficiência de gestão educacional. Uma intervenção eficaz nessas três áreas pode significar uma economia anual recorrente superior a R$ 10 bilhões.

As políticas atuais penalizam os   jovens na educação, formação profissional e emprego. Uma política para a juventude teria como foco o jovem de 15 a 30 anos. Na educação, cumpre diversificar o ensino médio e desatrelar os currículos do vestibular. Na formação profissional urge rever a legislação da aprendizagem, enfatizar habilidades não cognitivas e atrelar o financiamento da oferta à obtenção de emprego. A receita para o sucesso reside na coordenação de esforços com o setor produtivo, o uso racional dos recursos do FAT e a eficaz mobilização dos recursos e da competência gerencial do Sistema S na formação profissional. Acesso dos jovens a estágios e empregos se faz com incentivos ao setor produtivo. 

O ensino superior permanece atado ao bacharelismo do século 19 e ao corporativismo do século 20. O perfil do novo ensino superior adequado ao século 21 está delineado nas orientações do Protocolo de Bologna. O financiamento ao ensino superior público pode ser aprimorado por uma política de financiamento em parte associada aos resultados. Na área da pesquisa permanece como maior desafio oferecer instrumentos financeiros conhecidos e utilizados em outras nações para estimular a participação do setor produtivo no desenvolvimento tecnológico do país e, assim, valer-se, dos talentos das universidades. Resta saber se o próximo presidente tem disposição para tanto. 


GAZETA DE CUIABÁ – 19/03/2010
Qualidade na educação

ELIAS JANUÁRIO 

A sala de aula de uma escola é o espaço por excelência para se verificar os avanços e retrocessos num sistema educacional. É nesse microespaço que as mudanças do ensino avançam para o sucesso ou tornam mais um fracasso registrado na história da educação. Avançar para patamares que superem o sistema tradicional de ensino deve ser um propósito constante no contexto das salas de aula de todo o país. A escola tem uma importância fundamental na formação das novas gerações e consequentemente na consolidação de novos paradigmas.

Rever os modelos educativos existentes significa repensarmos o que ensinamos aos nossos alunos e como ensinamos a eles, para que tenhamos adultos comprometidos com as questões éticas, humanitárias, inclusivas e abertos ao mundo globalizado. Lamentavelmente ainda persiste em muitos estabelecimentos escolares e entre vários educadores e pais a perspectiva conservadora de que uma escola de qualidade é aquela que passa uma quantidade enorme de conteúdos para os alunos na forma           de datas, fórmulas, conceitos e exercícios. Persiste a ideia de um aprendizado baseado na racionalidade, no desenvolvimento do aspecto cognitivo, que considera apenas como parâmetro para avaliação a quantificação. Esse tipo de processo de ensino-aprendizagem valoriza métodos medievais que vão da exposição oral a memorização, os treinamentos e a repetição. 

Uma escola que se diferencia desse modelo, uma escola que ofereça um ensino de qualidade, deve primar por uma perspectiva de formação social e humanitária, buscando a aproximação dos estudantes entre si e das disciplinas como um meio de conhecer e transformar o mundo que o cerca. Podemos definir um ensino como sendo de qualidade a partir das condições do trabalho pedagógico desenvolvido, que entre outras coisas, possibilita a formação de redes de saberes e de relações que se entrelaçam por caminhos imprevisíveis para chegar ao conhecimento. Vamos ter ensino de qualidade quando a prática educativa pautar-se na solidariedade, na ajuda mútua, na troca de  saberes entre todos os envolvidos no processo  educativo. Nesta perspectiva de educação qualitativa, prevalecem os métodos de experimentação, a descoberta, a pesquisa, a criação, a busca do conhecimento. O importante é o que os alunos são capazes de aprender verdadeiramente no momento presente, para que se desenvolvam em um ambiente prazeroso e aberto a oportunidades para novas experimentações e possibilidades. Uma escola de qualidade deve ser também um espaço de construção de personalidade, de civilidade, de solidariedade. Deve-se buscar a consolidação de estudantes como pensadores autônomos e críticos. Nesses ambientes as crianças devem ser estimuladas a valorizar a diferença pela convivência com seus pares, pelo exemplo de seus professores, pelo clima de convivência estabelecido com toda a comunidade escolar. Escolas concebidas dessa forma não excluem nenhum aluno das atividades e do convívio escolar, onde todos têm possibilidades de aprender com qualidade frequentando uma mesma e única escola.

FOLHA DE SÃO PAULO - 19/03/2010
Inclusão digital em favelas brasileiras ainda é desafio

MARK GREGORY  

A internet criou novas oportunidades para muitas pessoas enriquecerem ao redor do mundo. Mas será que os benefícios gerados pelo acesso à rede estão chegando aos mais pobres? Uma favela brasileira é um bom lugar para descobrir. Babilônia é uma favela no Rio de Janeiro com cerca de 80 mil moradores, a maioria muito pobre. A comunidade fica próxima da famosa praia de Copacabana e até recentemente era um lugar perigoso para se viver. Até alguns meses atrás, antes da polícia ocupar a área e retomar o controle do local, a favela era comandada por traficantes. No entanto, apesar do ambiente incerto, alguns moradores da favela usam a internet de maneira bastante sofisticada. Usuários da rede, ao contrário do que acontece em outras comunidades pobres ao redor do mundo, não encontram dificuldades técnicas para acessar a internet na favela da Babilônia, localizada próxima do coração do Rio de Janeiro, onde a rede de comunicação é boa. Poucas pessoas, no entanto, têm um computador conectado à rede em casa. O acesso é feito nas chamadas "lan houses". 

Papel da internet - O primeiro lugar que visitei foi uma creche administrada por uma instituição de caridade. Os funcionários do local cuidam das crianças da comunidade enquanto os pais estão no trabalho. E a continuidade do funcionamento da creche só é possível pela arrecadação de fundos feita graças à internet, que tem papel crucial para manter o local aberto. "Nós levantamos 60% dos nossos fundos mandando apelos através de e-mails", explica a administradora da creche, Antonia     Nascimento. Nascimento conta que depende das doações de pessoas que moram fora da favela e de patrocinadores corporativos para pagar os funcionários e manter o prédio que abriga a creche. "Se você for ligar para um diretor de uma grande companhia, você não vai conseguir chegar até ele através do telefone, então você lhe manda um e-mail e, quando ele tiver tempo, ele pode ver o seu pedido", afirma ela. 

"Talvez poderíamos manter a creche sem a internet, mas seria muito difícil", disse. Além do papel importante na manutenção da creche, a internet também é usada para manter contato com os pais das crianças. Em um bar da favela, conheço um homem de aparência dura que administra um negócio para conserto de motocicletas. Morelio, de 28 anos, afirma que pretende anunciar seu serviço na internet para conquistar mais clientes. "Há muita competição. A internet pode realmente aumentar a percepção dos meus serviços", diz Morelio. Ele alega que seu negócio depende muito de recomendações boca a boca de clientes satisfeitos. "Se eu pudesse anunciar estas recomendações na internet isso realmente iria me ajudar a conseguir mais clientes", afirma. 

Apelo tecnológico - A mensagem que estes dois exemplos transmite é que, quando dada a oportunidade, pessoas em comunidades pobres usam a internet para ganhar vantagens econômicas de maneira bem parecida à praticada por qualquer outra pessoa. Babilônia é uma das muitas favelas no Brasil que recebe ajuda do Centro de Inclusão Digital (CDI),           instituição que trabalha com comunidades carentes para aumentar o acesso à tecnologia. "Traficantes representam modelos porque eles têm poder, mulheres e dinheiro. O que precisamos fazer é criar alternativas", afirma o diretor do CDI, Rodrigo Baggio. Ele sustenta que, de maneira geral, as crianças nas favelas veem a internet e a tecnologia como algo "legal" e um passaporte para uma vida melhor, oferecendo chances de conseguir um melhor emprego. 

Questões culturais - No entanto, Kathi Kitner, que trabalha como antropóloga para a fabricante de chips Intel, ressalta que não é suficiente simplesmente fornecer a tecnologia. Segundo ela, projetos de inclusão digital de sucesso devem ser acompanhados de medidas que apóiem os esforços das pessoas de criar renda a partir do uso da rede. De acordo com Kitner, é necessário haver uma noção de "sensibilidade cultural". Ela cita, por exemplo, que na Índia, o sistema de castas rurais ainda é muito forte, então é importante saber onde colocar os computadores conectados, pois há lugares é proibida a entrada de pessoas de castas mais baixas. "Há uma tendência de que pessoas de classe média sejam as primeiras a usar a internet, porque elas têm mais conhecimento de como usar um computador. Isso não é algo ruim, mas é normalmente errado assumir que este conhecimento irá chegar aos mais pobres", afirma Kathi Kitner. Potencialmente, a internet é uma ferramenta poderosa para que pessoas na base da pirâmide social melhorem de vida, mas fazer com que isso funcione ainda não é fácil.
 

FOLHA DE SÃO PAULO - 19/03/2010
O valor da educação

País precisa pagar mais e atrair talentos para o ensino público, mas seis Estados descumprem piso salarial do professor

EDITORIAL 

A EDUCAÇÃO básica já ocupa lugar de destaque na agenda nacional. Embora tardia, a prioridade que vem sendo conferida à formação e à qualificação dos 48 milhões de brasileiros em idade escolar se reflete no aumento paulatino da parcela do PIB investida no setor. De 3,9% em 2000, alcançou-se a marca de 4,7% em 2008, ou R$ 140 bilhões, já perto de cumprir a meta simbólica de 5% neste ano. Não basta, contudo, aumentar as verbas da educação para aplicar-lhe essa espécie de choque de compromisso com a qualidade que se faz necessário. É crucial trabalhar com metas mensuráveis, como as cinco lançadas pelo Movimento Todos pela Educação, com prazo para 2022, e endossadas por esta Folha em 2007: todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola; toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; todo aluno com aprendizado adequado à sua série; todo jovem com o ensino médio concluído até os 19 anos; e investimento em educação            ampliado e bem gerido. Por ora, melhorou mais a qualidade das estatísticas do que os indicadores que delas derivam. O país possui hoje 91% de crianças e jovens na escola, uma taxa razoável. Menos de um terço, porém, demonstra ter aprendido o conteúdo esperado na série em que se encontra. 

A situação alcança o limiar da emergência no caso da matemática ao final do ensino médio: só 9,8% dos estudantes sabem o que deveriam saber. A formação secundária, mínimo esperado para as necessidades técnicas do desenvolvimento nacional, só é completada por 45% dos jovens de 19 anos (idade correta para concluir o ensino médio). E não se criou, até o presente, instrumento confiável para aferir a alfabetização efetiva até 8 anos. Além disso, a intenção de dotar todos os professores de diploma universitário está longe de realizar-se. Os percentuais se aproximam do satisfatório apenas no ensino médio (95%) e fundamental 2 (85%). No fundamental 1, há meros 58%.

Países que deram um salto na educação, como Coreia do Sul, assumiram a prioridade de recrutar docentes entre os melhores profissionais formados pelas universidades. Pode-se reformar de tudo no ensino, mas ele jamais será de qualidade sem bons professores. E estes não serão atraídos por salários medíocres. Lei sancionada em 2008 fixou um piso salarial nacional para docentes, hoje no valor de R$ 1.024,67 (inferior até à renda média do Brasil, R$ 1.117,95). No entanto, seis Estados (GO, TO, RO, CE, PE e RS) ainda pagam salários aquém disso. Sobre as escolas municipais não há dados, mas se presume que a situação seja ainda mais grave. A educação brasileira não sairá do buraco em que se encontra enquanto a sociedade e os governantes por ela eleitos não se convencerem de que ser professor não é sacerdócio, mas profissão absolutamente estratégica para o desenvolvimento do país. 

Observação: as notícias deste clipping são
meramente informativas, publicadas em jornais
diários. Portanto, não expressam a opinião do SINPEEM.


A DIRETORIA

CLAUDIO FONSECA
Presidente

http://twitter.com/sinpeem_oficial
http://twitter.com/pclaudiofonseca

 

 

 

 

Voltar Topo Enviar a um amigo Imprimir Home