16/04/2010 – CLIPPING EDUCACIONAL

NOTÍCIAS – FIQUE POR DENTRO

CORREIO BRAZILIENSE – 16/04/2010
MEC quer padronizar nome de cursos

Proposta do Ministério reduz de 5 mil para 97 nomes. A ideia é ter parâmetros curriculares comuns

O Ministério da Educação vai padronizar os nomes de cursos de graduação. Hoje existem mais de 5 mil, o que dificulta definição de parâmetros curriculares comuns e, com isso, a avaliação da educação superior. A proposta é reduzir para 97 nomes. Os primeiros cursos a mudarem serão os das engenharias e das ciências da saúde. A padronização pretende definir parâmetros comuns para o aprimoramento dos projetos pedagógicos. “Existe uma preocupação com a avaliação, porque não tem como enquadrar 5 mil cursos no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior”, explica o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Alan Barbiero. Segundo Barbiero, há hoje a possibilidade de instituições burlarem o sistema de avaliação criando nomes diferentes para os cursos.

Nas engenharias serão apenas 28 nomes, em vez dos 258 usados hoje. Os cursos Engenharia Elétrica; Elétrica e Eletrônica; Eletrotécnica; e Elétrica Industrial, por exemplo, passarão a ser denominadas apenas como Engenharia Elétrica.             O vice-presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), José Roberto Geraldine, acredita que a mudança é positiva porque deixa claro para o mercado qual é a formação que o profissional de cada área recebe. Ele conta que o conselho recebe solicitação de registro de engenheiros do plástico, por exemplo, e precisa analisar para ver qual título pode dar ao profissional. “Nesse caso, a formação se aproxima mais à Engenharia Química. Mas em outros casos, como o da Engenheiria da Madeira, por exemplo, precisamos dar um título de engenheiro civil, mas restringindo as áreas em que o bacharel pode atuar”, esclarece. A uniformização dos nomes não impedirá a criação de novos currículos. “A proposta prevê avaliação anual dos referenciais para permitir a inclusão de carreiras inovadoras”, explica Barbiero.

UnB – O MEC colocou em consulta pública os nomes que pretende adotar para as engenharias e para os cursos de saúde. Caso sejam aprovados, alguns cursos da UnB terão que se adaptar. É o caso da Engenharia    Automotiva e da Engenharia de Energia, por exemplo. A decana de Graduação, Márcia Abrahão, defende que a universidade inovou nessas áreas e que não deve mudar a nomenclatura. “Não queremos que o nosso curso de Engenharia de Energia tenha que se enquadrar na Engenharia de Minas, porque não tem nada a ver”, contesta.

A decana acredita que o MEC analisará as demandas das universidades e adaptar sua proposta. “Pelo o que foi apresentado, as universidades federais não devem ter problemas”, conta Márcia Abrahão. O MEC apresentou sua proposta na 89ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e se comprometeu em aguardar posição da associação para assinar a versão final. As universidades serão incentivadas a aderir à mudança, mas ainda não há definição de prazos. Em alguns casos bastará ajustar os nomes, mas em outros será necessário rever os currículos pedagógicos.

FOLHA DE SÃO PAULO 16/04/2010
Educação para jovens e adultos terá idade mínima

Aluno deverá ter 15 anos para cursar antigo supletivo

O CNE (Conselho Nacional de Educação) vai fixar uma idade mínima para a educação de jovens e adultos, curso que corresponde ao antigo supletivo. De acordo com o conselheiro César Callegari, para cursar o equivalente ao ensino fundamental será preciso ter pelo menos 15 anos e, para o ensino médio, 18. A proposta ainda precisa ser homologada pelo ministro Fernando Haddad (Educação). Ele informou, via assessoria, que está examinando o texto final. Para Callegari, no entanto, não deve haver problemas, já que a          secretaria do MEC responsável pela educação de jovens e adultos participou da elaboração do documento.

O objetivo da medida, diz o conselheiro, é assegurar o direito de crianças e adolescentes de até 17 anos a uma educação regular e à convivência com pessoas da mesma idade. O censo educacional mais recente feito pelo Inep, de 2008, mostra que há 135 mil alunos de até 14 anos em cursos de educação de jovens e adultos. A definição é importante devido à alta proporção de jovens que estão em uma idade avançada para a série em que estudam. Na faixa etária de 15 a 17 anos, por exemplo, só 50,4% estão no ensino médio. O novo texto substitui outra proposta, de 2008, que determinava que todos os alunos da educação de jovens e adultos tivessem pelo menos 18 anos. O texto, na ocasião, desagradou o MEC, que considerou que alunos de 15 a 17 anos que estudassem na mesma sala de crianças do ensino fundamental poderiam se sentir desestimuladas.

FOLHA DE LONDRINA – 16/04/2010
A missão é formar o cidadão

O pedagogo também estabelece e fiscaliza as leis de ensino

A Pedagogia é a área que trabalha com princípios e métodos no ensino, na administração de escolas e na condução de assuntos educacionais. Ao contrário de outras áreas que perdem espaço ou são limitadas pela especialização, o âmbito de trabalho do pedagogo é amplo. Ele pode atuar em diferentes dimensões do ensino como administração, direção, orientação e supervisão em ambientes escolares, empresas, hospitais, dentre outros. A pedagoga Marta Regina Furlan, professora da graduação na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e coordenadora dos cursos de Pedagogia e de pós-graduação infantil e anos inicias do Centro Universitário Filadélfia (Unifil), afirma que existe uma ampla oferta de cursos de capacitação e de formação continuada em instituições de ensino da cidade. Mas a maior dificuldade nesse campo de trabalho, segundo ela, é a aceitação da pedagogia como uma área extremamente importante para a formação humana, isso, considerando tanto o campo da utilidade (mercado de trabalho) quanto o campo da emancipação, formação enquanto pessoa, sujeito, cidadão. O sucesso profissional, como qualquer outra área, exige formação, competências e habilidades necessárias, afirma a professora.

Juliana Garcia Mascarenhas atua como pedagoga há sete anos. Atualmente trabalha em duas escolas particulares, e afirma que Londrina tem muitos profissionais capacitados. ''Mas não vejo isso    como excesso de profissionais, pois há muito campo de trabalho e estamos sempre precisando deles''.

A pedagoga Ana Carolina Frederico, especialista em psicopedagogia e educação especial inclusiva, destaca a disponibilidade de vagas que a cidade oferece. ''Sempre vejo nos editais a disponibilidade de vagas para estagiários ou pedagogos. Por estar em contato com muitos professores, verifico também que estes profissionais buscam constante capacitação em cursos de especialização ou cursos relacionados a áreas específicas em que atuam.'' Ela aponta que as habilidades dos profissionais podem variar de acordo com a função. ''Porém, em aspectos gerais, ressalto que é fundamental que o pedagogo seja comprometido com a educação e assuma sua prática educativa com afetividade, ética e comprometimento acadêmico''.

Atualmente, Ana Carolina Frederico trabalha como professora de 1º ano em uma escola municipal da cidade e como tutora do ensino à distância em uma universidade. ''Na minha família existe uma forte influência por profissões relacionadas à educação. Cresci em contato com professoras, coordenadoras e orientadoras que me estimularam a optar por este trabalho. Outro fator determinante foi minha afinidade com as crianças'', afirma. Juliana Garcia Mascarenhas aponta que, além da afinidade, características como afetividade, dinamismo e autoconfiança são necessárias  para que o professor passe credibilidade aos alunos. ''Devemos ser coerentes, pois somos exemplos - os mais importantes depois dos pais - no meu ponto de vista''. O pedagogo pode atuar também em clínicas psicopedagógicas, na pesquisa e produção de materiais educativos, em secretarias e conselhos de educação, na seleção e treinamento de pessoal em empresas e em programas de terapia ocupacional. Em órgãos do governo, o trabalho desses profissionais consiste em estabelecer e fiscalizar a legislação de ensino, verificar se os currículos estão sendo cumpridos e se condizem com as leis educacionais.

Um gestor pedagógico, por sua vez, deve ter um vasto conhecimento da área na qual atua, para que suas ações sejam consistentes e contribuam para a construção de um processo ensino-aprendizagem de qualidade. ''O trabalho como pedagoga permite trabalhar a interação das crianças com a sociedade. Escolhi a profissão, pois acredito que a educação muda a vida das pessoas. Dá a elas autonomia, e as tornam capazes de mudar a realidade e a sociedade em que vivemos'', complementa Juliana Garcia Mascarenhas. O salário desses profissionais pode variar dependendo das funções e da instituição na qual trabalham. O piso salarial do professor não é padronizado e, de modo geral, a remuneração oferecida é de R$ 510 por 20 horas de trabalho. O valor máximo gira em torno de R$ 2 mil.

A NOTÍCIA - 16/04/2010
O problema que ninguém viu

ELIZETE FELIPONI

O pequeno opositor estava na sala de aula, mas ninguém viu. Seu comportamento agressivo e desafiador confundiu pais, professores e sociedade. Foi considerado “rebeldia de criança, fase que logo iria passar, ciúme de alguma coisa ou que suas necessidades não foram compreendidas”. Com tantas possibilidades, ficou difícil mesmo intervir de forma segura na formação de uma criança que pedia limites, mas lhe foram dadas opções demais.

O pequeno opositor cresceu, a falta de clareza sobre o que podia ou não fazer lhe confundia demais a cabeça. Então, ele saiu testando várias alternativas, até encontrar alguém ou alguma coisa que lhe parasse. Conheceu as drogas, a violência e os furtos. Mas a história não acabou bem para nenhuma das partes envolvidas, pois uma delas, ou todas, foram negligentes quanto à sua criança. Para tentar entender onde foi a falha, iniciou-se uma busca por possíveis motivos:

a) Muitas vezes, quando a família foi chamada na escola por causa de seu comportamento, os pais apoiaram o pequeno injustiçado e criticaram professores, acusando estes de perseguição;

b) A escola muitas vezes foi omissa, por medo de sofrer represálias ou por ter perdido a autonomia enquanto instituição que     educa;

c) Tanto família quanto escola confundiram “liberdade de expressão com libertinagem” e “trabalho com valores com ensino tradicional”;

d) Na tentativa de estabelecer direitos e deveres para o ser em formação, os direitos foram reforçados e os deveres, esquecidos;

e) Em busca do ibope alto, rádio e televisão começaram a exibir, como se fosse um programa de auditório, denúncias e processos contra professores estressados e desrespeitados por alunos que apenas queriam extravasar ansiedade de adolescente.

Diversas situações apontavam como havia sido o processo educativo da criança, o qual muitas vezes foi falho, pois os adultos não souberam, não quiseram ou não puderam interferir na formação da personalidade sadia. Mas esta condição apenas começou a ser percebida quando os adolescentes se envolveram em furtos; quando assassinatos começaram a ser praticados por estes; quando vimos crianças na calçada usando drogas, ao lado de meninas grávidas; quando professores foram agredidos física e verbalmente. A televisão também nos mostrou importantes imagens: da mãe que arrancou os fios do telefone da escola para que a polícia não fosse chamada; da carteira  escolar que foi usada para bater; a do professor morto como se estivesse num campo de batalha, com a bandeira em cima do caixão.

Isso não é ficção, é vida real. Alguns tentam ajudar com a teoria, dizendo que o atual sistema escolar é falido. Outros se apoderam da situação para ganhar votos. Alguns fazem de conta que o problema é com o vizinho. Outros mudam de escola, até que o filho goste do professor e o professor goste dele. Mas todos pedem socorro. O grito é ouvido por todos, mas poucos atendem. Para não ter complicações, evita-se estudar para ser professor, evita-se impor limites para não responder a processos. Mas uma professora, no meio dessa história toda, tateando possibilidades, resolveu fazer o aluno pintar o muro da escola, que tinha acabado de ser pintado por voluntários (pois o poder público tem coisas mais interessantes para fazer), muro no qual o aluno resolveu “expressar suas ideias”, e foi duramente processada, criticada, afastada, acusada e falida, pois ainda teve que gastar com advogado. Não sei como essa história terminou, fico imaginando se a professora já se recuperou do trauma. Acredito que o aluno e seus pais já tenham se refeito da situação incômoda à qual foram expostos. Imagina, “foi um risquinho de nada no muro...”

CORREIO BRAZILIENSE – 15/04/2010
Haddad diz que Brasil deve erradicar analfabetismo até o fim da década

Agência Brasil

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou hoje (15/4) que o Brasil deve erradicar o analfabetismo até o fim desta década, ao participar de entrevista a emissoras de rádio no programa Bom Dia, Ministro. Atualmente, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2008 (Pnad/IBGE), a taxa de analfabetismo no país é de 10% entre a população com mais de 15 anos. De acordo com o ministro, o país irá cumprir o acordo assinado em 2000 na Conferência Mundial de Educação, em Dacar, que prevê a redução da taxa de analfabetismo em 50% até 2015. “Isso significa levar a taxa para 6,7% até 2015 o que nos permite prever que até o final da década o analfabetismo estará erradicado no Brasil. Por erradicado nós devemos entender uma taxa de menos de 4% [de analfabetos na população maior de 15 anos], o que a Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] considera um indicador aceitável”, disse.

Entre 1992 e 2008, a taxa de analfabetismo na população acima de 15 anos de idade caiu de 17,2% para 10%. Nos últimos anos, a redução tem sido um pouco mais lenta: de 2007 para 2008 o percentual passou de 10,1% para 10%. Em 2006, o índice era de 10,4% e em 2005, de 11,1%. Haddad ressaltou que uma das dificuldades para combater o problema é que ele atinge principalmente a população idosa que vive em cidades pequenas ou no campo. “Na população de 15 a 17 anos o analfabetismo já é de 1,7% apenas, já pode ser considerado erradicado. Na população de 18 a 24 anos,estamos com uma percentual de 2,2% de analfabetos”, comparou.

Uma pesquisa com as turmas do programa Brasil Alfabetizado apontou que 75% dos alunos tinham algum problema de visão. Segundo o ministro, por meio de uma parceria com o Ministério da Saúde, vão ser distribuídos óculos de grau ou será oferecido tratamento para estudantes com alguma deficiência visual. “Você cria a turma, alfabetiza o adulto e depois de um ano ou dois ele regride porque sem o óculos ele não vai ler e não vai reter o conhecimento que adquiriu”, disse Haddad. Hoje 1,9 milhão de jovens e adultos estão matriculados no programa Brasil Alfabetizado. Desse total 1,6 milhão frequentam atualmente as salas de aula.

AGÊNCIA BRASIL – 15/04/2010
Inscrições no Fies devem começar nos próximos dias, prevê Haddad

O ministro da Educação, Fernando Haddad, informou nesta quinta-feira (15/4) que nos próximos dias estará aberto o período de inscrições para o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). O programa permite que os universitários financiem os estudos em curso superior de instituições particulares. “O sistema estará disponível em uma ou duas semanas”, disse Haddad. A partir deste ano, a gestão do programa, que era feita pela Caixa Econômica Federal, passa a ser de           responsabilidade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A demora na transferência do banco de dados da Caixa para o fundo atrasou o início das inscrições.

“Nos estamos consolidando o banco de dados. O problema do Fies é que desde 1999 ele é oferecido depois do início do ano letivo. Nós queremos mudar essa regra. Com todos os dados, é possível oferecer o financiamento ao aluno antes mesmo da            matrícula. Ou seja, se ele passou no vestibular e garantiu sua vaga, pode ter acesso ao financiamento”, explicou. Em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom, Dia, Ministro, Haddad lembrou as mudanças recentes do Fies como a redução da taxa de juros para 3,4% ao ano – menor do que a inflação prevista – e o aumento do tempo de carência para o pagamento da dívida. Outra novidade é que agora, além da Caixa, o Banco do Brasil também será agente financeiro do programa.

O ESTADO DE SÃO PAULO – 15/04/2010
Maioria de casos de bullying ocorre na sala de aula

Sociedade. Estudo com 5.168 alunos de 5ª a 8ª série mostra que 17% são vítimas ou agressores; fenômeno se alastra pela internet

LUCIANA ALVAREZ

Uma pesquisa nacional sobre bullying - agressões físicas ou verbais recorrentes nas escolas - mostrou que a maior parte do problema (21% dos casos) ocorre nas salas de aula, mesmo com os professores presentes. Dos 5.168 alunos de 5.ª a 8.ª séries de escolas públicas e particulares de todas as regiões do País entrevistados, 10% disseram ser vítimas de bullying e 10%, agressores - 3% são ao mesmo tempo vítimas e agressores. O estudo, feito pelo Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (Ceats/FIA) para a ONG Plan Brasil, mostrou o despreparo das escolas e dos professores. "As escolas mostraram uma postura passiva para uma violência que acontece no ambiente escolar", afirmou Gisella Lorenzi, coordenadora da pesquisa. "Em outros países, o lugar preferencial de agressões é o pátio, onde costuma haver mais alunos e menos supervisão", disse Cléo Fante, pesquisadora da Plan, especialista em bullying. Segundo o estudo, 7,9% das agressões são feitas no pátio, 5,3% nos corredores e 1,8% nos portões da escola.

A socióloga Miriam Abramovay, da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), diz que o resultado demonstra que o             estudante não se importa com a supervisão de um adulto, pois há uma banalização da violência nas escolas. "Essas agressões não são vistas como uma violência", diz. "Em geral, os professores dizem que é brincadeira. Falta um olhar perspicaz para perceber os conflitos." A pesquisa indicou também que 28% dos estudantes foram vítimas de algum tipo de violência dentro da escola no último ano e mais de 70% deles presenciaram agressões.

Quando se trata de agressões recorrentes, os meninos sofrem mais que as meninas: 12,5% deles se disseram vítimas, mas o número cai para 7,6% entre as garotas. O Sudeste é a região com mais vítimas de bullying - 15,5% - e o Nordeste, com a menor ocorrência (5,4%). Rendimento. A principal consequência do bullying para a vida escolar é semelhante tanto para agredidos quanto para os agressores. A perda de "concentração" e "entusiasmo" pelo colégio foram as consequências mais citadas pelos dois lados (16,5% das vítimas e 13,3% dos agressores). "A violência na escola impede a plena realização do potencial das crianças", afirmou Moacyr Bittencourt, presidente da Plan Brasil. Outros dados são que 37% dos entrevistados disseram que "às vezes" sentem             medo no ambiente escolar e 13% afirmaram que nunca se sentem acolhidos. E, com a internet, insultos e ameaças via rede passaram a fazer parte da realidade dos alunos.

PARA ENTENDER - 1. O que é bullying? É qualquer tipo de agressão física ou moral entre pares (como colegas), que ocorre repetidas vezes nas escolas. A pesquisa considerou ao menos três vezes ao ano. 2. Qual a motivação para o bullying? Não há motivos concretos. Dicas para enfrentar o problema: Medo da escola - Uma criança que demonstre desconforto físico ou tristeza antes de ir para escola ou não queira participar de festas de colegas de colégio pode ser uma vítima. Procure conversar com seu filho e com representantes da escola. Novos comportamentos - Crianças que tenham mudança brusca de comportamento - eram falantes e tornam-se quietas, por exemplo - também podem estar sofrendo bullying. Pais devem ficar atentos ainda a comportamentos agressivos Atenção e conversa - "Vítimas" e "agressores" precisam igualmente de atenção. Muitas vezes o comportamento agressivo tem motivações de insegurança e medo. O melhor caminho é mediar uma conversa franca entre os dois lados.

Um novo termo para um velho problema

Aprender sem medo é direito de todas as crianças, disse Cléo Fontes, coordenadora da pesquisa da Plan Brasil. E ninguém contesta essa declaração. O termo "bullying", em compensação, provoca polêmicas. Na pesquisa, ele foi empregado para descrever agressões físicas ou verbais recorrentes e sem motivos - além do preconceito contra alguém diferente - entre colegas de escola. Pela metodologia empregada, "recorrente" significou no mínimo três vezes em um ano letivo. Não entraram na conta agressões contra um professor ou funcionário da escola. Ficam de fora ainda as violências provocadas pordesentendimentos pontuais entre os alunos.

Mesmo com tantas restrições, os números de agressores e agredidos assustam. Por ser um fenômeno de caráter social - o agressor o pratica em geral para ganhar status perante os colegas de escola -, os números de participantes indiretos devem ser bem maiores.

O argumento para se fazer um estudo sobre o bullying é justamente o fato de ser um problema grave, que acarreta prejuízos à aprendizagem e à formação psicológica das crianças, mas ainda pouco estudado. Esta foi          a primeira pesquisa nacional sobre o fenômeno, que teve impulso com a internet - fotos feitas pelo celular e campanhas em sites de relacionamento são novas armas de agressão. Mas por que separar o bullying das outras violências no ambiente escolar? Para Miriam Abramovay, que já fez estudos sobre violência nas escolas para Unesco, Banco Mundial e Unicef e hoje coordena o setor de pesquisas da Ritla, não deveria haver distinção. "Chamar de bullying parece um abrandamento", diz. Na verdade, bullying é um termo novo para um antigo problema das escolas que ainda não foi resolvido.

Governo, prefeitura e escolas atacam problema

Governos e escolas começam a tomar consciência da gravidade do bullying e estão criando medidas para combatê-lo. A Prefeitura de São Paulo publicou em fevereiro um decreto determinando que todas as escolas da rede incluam em seus projetos pedagógicos medidas de conscientização e prevenção ao bullying. Na rede estadual, o governo entregou aos coordenadores pedagógicos material informativo sobre o problema. "Desde 1996 trabalhamos a ideia da cultura da paz, mas no ano passado incluímos o conceito de bullying", disse Edson de Almeida, chefe da Educação Preventiva.

Nas escolas particulares, o diálogo com pais e alunos é a chave para tentar evitar o fenômeno. "Muitas vezes o problema é a afetividade das crianças. A gente trabalha isso em parceria com os pais", disse a diretora do Colégio Catamarã, Vera Anderson. Na escola Itatiaia, as salas com apenas 15 alunos facilitam a supervisão. "Existe um bullying de cutucões e risadas. O professor precisa estar atento", diz a coordenadora Adriana Iassuda.

Observação: as notícias deste clipping são
meramente informativas, publicadas em jornais
diários. Portanto, não expressam a opinião do SINPEEM.


A DIRETORIA

CLAUDIO FONSECA
Presidente

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