10/05/2010 - CLIPPING EDUCACIONAL

NOTÍCIAS – FIQUE POR DENTRO


JORNAL DA TARDE – 10/05/2010
Pais viram gestores de escolas 

Conselhos e associações que ainda resistem em colégios promovem a participação das famílias 

LUCIANA ALVAREZ

Trocar a empresa que cuida da lanchonete, negociar a lista de material escolar, comprar novas coleções para biblioteca são algumas das conquistas dos conselhos e associações de pais e mestres que ainda resistem em colégios particulares. Além de promover a participação das famílias, a existência desses grupos promove uma gestão escolar mais democrática.

Lívia de Três Rios, de 15 anos, entrou no Colégio São Domingos este ano, mas sua mãe, Maria Inês, já foi eleita para o Conselho Escolar, que conta com representantes de pais, alunos, funcionários e direção. “Cada espaço aberto à participação e ao diálogo tem de ser aproveitado”, afirma Maria Inês. “Todo mundo tem compromissos, mas não devemos esperar que alguém decida por nós.”

No São Domingos, o conselho tem poderes administrativos, como definir o aproveitamento de espaços, destino de verbas, aumento de mensalidade. Já houve mudanças promovidas a pedido dos estudantes. “Os alunos não gostavam da cantina terceirizada. Isso foi levado ao conselho e foi aprovada a troca de empresa. Agora está bem melhor”, conta o Luis Scazufca, de 13 anos, em seu segundo mandato no conselho.

Para a representante da mantenedora do colégio, Sônia Igliori, o sistema é vantajoso porque divide as responsabilidades. “As decisões principais são tomadas pela coletividade”, diz Sônia.

Na escola Santa Amália, a Associação de Pais e Mestres (APM) que existe há mais de 40 anos não tem poder de decisão, mas sua força está no diálogo com a direção. “Os pais passam a visão deles. É importante saber como a escola é vista em casa”, afirma Maria Elisa Sperling, diretora pedagógica.

A APM do Santa Amália tem como sede uma sala dentro da escola, a “embaixada dos pais”, segundo João Donizeti Boani, presidente da associação. A entidade, que já teve como objetivo realizar eventos para arrecadar dinheiro e estimular o contato social entre os pais, hoje foca questões práticas. “A escola dá abertura, a diretora é sempre bem receptiva.”

Um dos pedidos atendidos está ajudando os pais a fazer a economia com a compra de material. “Pedimos que os livros não sejam trocados para reaproveitar de um ano para outro”, conta Boani.

Na Organização Educacional Margarida Maria, ainda é a APM a responsável por organizar as festas e passeios pedagógicos. Metade do dinheiro arrecadado vai para projetos sociais; a outra parte é investida na escola. “Investimos em melhorias, como novas coleções para a biblioteca, computadores, ou pagamos cursos para professores”, diz Antonieta de Sá Pinto, que integra a associação há 14 anos. Quem decide onde investir não é a direção, e sim a APM.

Sem APM


Mesmo em escolas que possuem associações, a participação dos pais costuma ser baixa. Em muitos colégios, as APMs nem existem. Para o diretor pedagógico do Colégio Arquidiocesano, Ascânio João Sedrez, as associações perderam força por mudanças na sociedade e na escola. “Somos a sociedade do contato personalizado. Na escola os atendimentos também estão individualizados”, diz. A APM do Arquidiocesano teve utilidade pública declarada em 1960, mas hoje está extinta.

JORNAL DA TARDE – 08/05/2010
Prefeitura sela acordo e reajusta educação 

A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo anunciou no final da noite de ontem acordo com os sindicatos que representam os profissionais da educação municipal para um reajuste salarial de 28,41% nos próximos 3 anos, em parcelas de 8,69%. Acordo semelhante, de aumento gradual, havia sido feito em 2007. Os pisos salariais agora serão de R$ 2.200, por 40 horas semanais de trabalho; R$ 1.650,00, por 30 horas; e R$ 1.100,00, por 20 horas.


O ESTADO DE SÃO PAULO – 10/05/2010
Alunos ganham voz coletiva com representantes de sala

Eleição de líderes para falar em nome da maioria faz estudantes refletirem sobre cidadania e democracia

Ter a chance de experimentar uma posição de liderança, dialogar com os colegas e lançar ideias e projetos para melhorar a rotina escolar são algumas das possibilidades que o cargo de representante de sala oferece ao estudante.

As escolas particulares paulistas que organizam eleições para escolher os estudantes ? em geral, uma sala poder ter de um até três ? que falarão em nome da turma afirmam que a atividade faz os alunos refletirem especialmente sobre cidadania e democracia.

"Eles têm que entender que não representam apenas a opinião deles, mas a da maioria", explica uma das coordenadoras do Colégio São Luís, Maria Cristina Mazzocchi. "No dia da eleição, explicamos que aquela é a primeira vez que eles estão votando com seriedade, exercendo um trabalho de cidadão."

Para se candidatar e ser eleito nem sempre é necessário ser o aluno mais "nerd" da classe. "É preciso ter uma boa aceitação no grupo, boas notas e ser um bom exemplo para os demais", afirma Doroteia Bartz, uma das coordenadoras do Colégio Humboldt.

Entre as propostas mais debatidas pelos representantes e a direção das escolas estão a negociação de notas e datas de provas, destinos de viagens e excursões e problemas de relacionamento entre os colegas de classe. Se o eleito não demonstrar a responsabilidade necessária para o cargo, pode ser deposto. "Já tivemos que chamar um aluno para conversar e pedir para ele melhorar a postura", conta Heloisa Silva, professora do Colégio Franciscano Pio XII.

Em vez de estabelecer representantes oficiais, alguns colégios trabalham com o rodízio de ajudantes de classe, que auxiliam diretamente os professores no dia a dia da escola. "O ajudante de sala pode se responsabilizar por recolher canhotos de excursões, entregar livros e organizar a mesa do refeitório", conta a diretora geral do Centro Educacional Pioneiro, Irma Hirai. Para ela, essas atividades criam responsabilidade frente ao grupo.

Tarefas. Para os estudantes que se candidatam e acabam eleitos para representar suas classes, a tarefa não é nada fácil. Eles têm que cumprir as promessas que fizeram durante a "campanha" e, ao mesmo tempo, saber dialogar com as diferenças entre os colegas.

"Quero ajudar minha sala, que está conversando demais", diz a representante, Luísa Marin Cunha, de 11 anos, do São Luís. "Não tenho medo de parecer chata."

Gabriela Uekita, de 14 anos, aluna do Humboldt, também afirma que é preciso exercer um pouco de autoridade. Ela e a colega Luiza Tafner foram eleitas recentemente. "Temos que ser um pouco duras às vezes, especialmente com os meninos", afirma Gabriela. "Mas estou bastante animada com tudo."

O ESTADO DE SÃO PAULO – 10/05/2010
Pais se unem e participam da gestão dos colégios

Conselhos e Associações de Pais e Mestres conseguem influir em decisões das escolas

Luciana Alvarez

Trocar a empresa que cuida da lanchonete, negociar a lista de material escolar, comprar novas coleções para biblioteca são algumas das conquistas dos conselhos e associações de pais e mestres que ainda resistem em colégios particulares. Além de promover a participação das famílias, a existência desses grupos promove uma gestão escolar mais democrática.

Lívia de Três Rios, de 15 anos, entrou no Colégio São Domingos este ano, mas sua mãe, Maria Inês, já foi eleita para o Conselho Escolar, que conta com representantes de pais, alunos, funcionários e direção. "Cada espaço aberto à participação e ao diálogo tem de ser aproveitado", afirma Maria Inês. "Todo mundo tem compromissos, mas não devemos esperar que alguém decida por nós."

No São Domingos, o conselho tem poderes administrativos, como definir o aproveitamento de espaços, destino de verbas, aumento de mensalidade. Já houve mudanças promovidas a pedido dos estudantes. "Os alunos não gostavam da cantina terceirizada. Isso foi levado ao conselho e foi aprovada a troca de empresa. Agora está bem melhor", conta o Luis Scazufca, de 13 anos, em seu segundo mandato no conselho.

Para a representante da mantenedora do colégio, Sônia Igliori, o sistema é vantajoso porque divide as responsabilidades. "As decisões principais são tomadas pela coletividade", diz Sônia.

Na escola Santa Amália, a Associação de Pais e Mestres (APM) que existe há mais de 40 anos não tem poder de decisão, mas sua força está no diálogo constante com a direção. "Os pais passam a visão deles. É muito importante saber como a escola é vista em casa", afirma Maria Elisa Sperling, diretora pedagógica.

A APM do Santa Amália tem como sede uma sala dentro da escola, a "embaixada dos pais", segundo João Donizeti Boani, presidente da associação. A entidade, que já teve como objetivo realizar eventos para arrecadar dinheiro e estimular o contato social entre os pais, hoje se foca em questões mais práticas. "A escola dá abertura, a diretora é sempre bem receptiva", diz Boani.

Um dos pedidos atendidos está ajudando os pais a fazer economia com a compra de material escolar. "Pedimos que os livros não sejam trocados constantemente, para poderem ser reaproveitados de um ano para outro", conta o presidente.

Na Organização Educacional Margarida Maria, ainda é a APM a responsável por organizar as festas e passeios pedagógicos. Metade do dinheiro arrecadado vai para projetos sociais; a outra parte é investida na escola. "Investimos em melhorias, como novas coleções para a biblioteca, computadores, ou pagamos cursos para professores", diz Antonieta de Sá Pinto, que integra a associação há 14 anos. Só que quem decide onde investir não é a direção, e sim a APM.

Para Antonieta, os eventos do colégio também ficam com uma cara diferente. "Como a APM é um grupo, uma festa organizada pela associação é diferenciada porque tem mais dedicação que uma festa da direção da escola."

Minoria. Mesmo em escolas que têm associações, a participação dos pais costuma ser baixa. Em muitos colégios, as APMs nem existem. Para o diretor pedagógico do Colégio Arquidiocesano, Ascânio João Sedrez, as associações perderam força por mudanças na sociedade e na escola. "Somos a sociedade do contato personalizado. Na escola os atendimentos também estão individualizados", diz. A APM do Arquidiocesano teve utilidade pública declarada em 1960, mas hoje está extinta.

O ESTADO DE SÃO PAULO – 09/05/2010
Bolsa-Família eleva aprovação escolar

No ensino fundamental, os beneficiários tiveram desempenho igual ao dos demais; já no ensino médio, nível de aprovação até foi maior.

Marta Salomon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Com um menor grau de abandono dos estudos, os alunos do Bolsa-Família tiveram desempenho na educação semelhante à média dos estudantes matriculados nas classes de ensino fundamental das escolas públicas do País. No ensino médio, os beneficiários do programa de transferência de renda registraram índices de aprovação maiores.

Os resultados aparecem no cruzamento feito pelo Ministério da Educação (MEC) do desempenho dos alunos do Bolsa-Família com dados do censo escolar, a que o Estado teve acesso. Trata-se do primeiro retrato do impacto do programa nos resultados da educação. Até então, o acompanhamento se limitava ao registro de frequência às aulas, condição para a permanência das famílias no programa.

Com seis anos de existência, o Bolsa-Família tem em seus cadastros cerca de um terço dos alunos matriculados na rede pública. Atualmente, são 16,8 milhões de alunos de 6 a 17 anos registrados entre os beneficiários. Pela frequência às aulas, suas famílias recebem entre R$ 22 e R$ 200 por mês.

O MEC pesquisou os índices de aprovação escolar dos beneficiários do Bolsa-Família nos dados do censo escolar de 2008. O levantamento mostrou que 80,5% dos beneficiários matriculados no ensino fundamental passaram de ano, enquanto o grupo formado por todos os alunos registrou índice de aprovação ligeiramente maior: 82,3% Foi no ensino médio que o MEC encontrou uma diferença maior no rendimento - e favorável aos beneficiários: 81,1% de aprovação dos alunos com a bolsa contra 72,6% do índice geral.

Os dados mais favoráveis aos alunos do Bolsa-Família estão no Norte e Nordeste. Os beneficiários nessas regiões exibiram desempenho melhor também no ensino fundamental, além de taxas de abandono muito inferiores ao universo de estudantes.

No ensino médio, enquanto quase 20% dos alunos nordestinos abandonam as aulas, apenas 7,4% dos estudantes do Bolsa-Família seguem o mesmo caminho. No Norte e Nordeste, o abandono escolar é muito maior do que no restante do país.

"Não posso dizer que ficamos totalmente satisfeitos com os resultados obtidos, mas eles mostram que o programa contribui para diminuir as desigualdades dos níveis de escolaridade", avalia Daniel Ximenes, diretor de estudos e acompanhamento de vulnerabilidades do MEC.

Contribuição. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) já haviam indicado redução na defasagem entre idade e série por pessoas mais pobres. Mas o porcentual de jovens entre 15 e 17 anos em situação de vulnerabilidade que chega ao ensino médio ainda é bem menor do que os dados gerais da população: 28,2% contra 55,6%.

São considerados vulneráveis os brasileiros com renda no limite de acesso ao programa de transferência de renda. Nesse grupo, a média de anos de estudo é muito maior, e o analfabetismo, maior. "O impacto possível do Bolsa-Família na educação é o aumento da taxa de matrícula e melhoria do fluxo escolar", pondera Lúcia Modesto, responsável pelo programa no Ministério de Desenvolvimento Social. "Essa é a contribuição que o programa pode dar à educação", disse.

Adicional. Os resultados também reforçam no governo a oposição à proposta de pagar um benefício adicional a alunos que exibam desempenho melhor na escola, no modelo do projeto de lei aprovado em março pela comissão de educação do Senado. "Não acredito que se possa transferir para a família a responsabilidade pelo desempenho do aluno, porque isso depende de vários fatores", disse Lúcia.

O ESTADO DE SÃO PAULO – 08/05/2010
Professores municipais terão reajuste de 28% em SP

Os professores da rede municipal de São Paulo vão receber um reajuste salarial anual de 8,69% nos próximos três anos (de 2011 a 2013), totalizando um aumento de 28,41%. O valor, oferecido na sexta-feira, é resultado de uma negociação entre o sindicato da categoria, Sinpeem, e a prefeitura paulistana.

A partir deste mês, o piso da para um professor com licenciatura plena em jornada integral passa de R$ 1.950 para R$ 2,2 mil.

A Secretaria Municipal da Educação também assumiu o compromisso de criar 13 centros de formação nas Diretorias Regionais de Educação, para a realização de cursos de formação continuada para docentes, gestores e quadro de apoio.

Na rede estadual, os professores continuam sem um reajuste para toda a classe. Em março, parte dos docentes entrou em greve, reivindicando aumento de 34%. A greve foi encerrada dia 8 de abril, mas os sindicatos da categoria, entre eles a Apeoesp, continuam negociando com o governo.

O ESTADO DE SÃO PAULO – 07/05/2010
MEC define parâmetros para ensino básico

Resolução normatiza os porcentuais anuais do PIB per capita destinados à educação básica

O Conselho Nacional de Educação, órgão vinculado ao Ministério da Educação, aprovou na quarta-feira, 5, uma resolução que propõe padrões mínimos para a qualidade da educação básica. As propostas fazem parte do documento Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi), da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que deu origem a um acordo entre o CNE e o movimento.

A resolução, que ainda precisa ser homologada pelo ministro Fernando Haddad, normatiza os insumos que garantiriam a educação dos alunos e os porcentuais anuais do Produto Interno Bruto (PIB) per capita destinados a cada etapa da educação básica (creche, pré-escola, ensino fundamental urbano e rural e ensino médio).

A ideia do CNE é que o CAQi legitime os padrões mínimos de qualidade de ensino, previstos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e contribua para políticas públicas municipais, estaduais e federais.

FOLHA DE SÃO PAULO – 10/05/2010
Leitura obrigatória 

Estudantes falam sobre como conciliar seus livros preferidos com os pedidos nos vestibulares 

ANA PAULA ANJOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
 

Preparando-se para o vestibular do fim do ano, Júlia Garjulli, 17, coloca prazos para ler certos livros.
"Leio um pouco a cada dia, ou pego um feriado para ler", diz, sobre as obras pedidas pelo concurso da Fuvest. Ler as obras que ela mesma escolhe é mais fácil. "É a mesma coisa que você faz com TV, é para quando tenho tempo livre."
O exemplo de Júlia mostra como conciliar os dois tipos de leituras: as que são feitas por prazer e as "por obrigação".
De um lado, best-sellers com personagens pop. De outro, histórias escritas, geralmente, há mais de cem anos.
Sophia Torres, 17, diz que às vezes dorme lendo esses livros. "Depende da história. Se ela me pegar, eu vou. Se não, fico lutando com o livro", diz a aluna do Bandeirantes,
em São Paulo.
Ma
s por que os vestibulares não colocam livros como "Crepúsculo" em suas listas?

Literatura tem joio e trigo

"É preciso separar o best-seller que você joga num canto depois que leu e aquele que continua para o resto da vida", diz a diretora da Fuvest, Maria Thereza Rocco.
Mas ela revela que o prazer da leitura é levado em conta para montar a lista.
"A gente procura casar o gosto pessoal do aluno com as exigências de uma época na literatura brasileira e portuguesa. Por exemplo, "Memórias de um Sargento de Milícias" é um livro muito querido. Não vamos dar um livro impossível de ser lido", diz Rocco, sobre a lista do concurso que organiza.
De fato, há livros que frequentam as listas de vestibulares e fazem sucesso entre os adolescentes.
"A Cidade e as Serras", de Eça de Queirós, chamou a atenção de Anna Carolina Paz, 17. "Me diverti lendo. Se já acho irônico no século 21, imagine o pessoal que lia esse livro [na época]", diz a aluna da Etesp (Escola Técnica Estadual de São Paulo) sobre a obra de 1901.
Sua colega da Etesp Jordana Löw, 17, foi fisgada por outro clássico: "Dom Casmurro", de Machado de Assis. "Fica sempre aquele ar de mistério. A gente fica elaborando teses. O que teria acontecido se o Bentinho tivesse ido atrás da Capitu?", questiona a estudante.

FOLHA DE SÃO PAULO – 10/05/2010
"HITS" DO VESTIBULAR

Obras e autores que "bombam" nas listas dos concursos

 
"Dom Casmurro" (1899), de Machado de Assis

 
"O Cortiço" (1890), de Aluísio Azevedo

 
"Vidas Secas" (1938), de Graciliano Ramos

 
"O Primo Basílio" (1878), de Eça de Queirós

 
"Iracema" (1865) e "Senhora" (1875), de José de Alencar




FOLHA DE SÃO PAULO – 09/05/2010

Sede de aprender

ASHA-ROSE MIGIRO

A ONU deve lançar, com o governo haitiano e outros parceiros, um movimento pela educação para crianças e adolescentes do país


RARAS SÃO as pessoas que têm um trabalho como o meu, no qual podem conversar, em poucas horas, com um presidente e com uma mãe desabrigada.

E os dois me disseram o mesmo.

Três meses depois do terremoto que devastou o Haiti, o presidente Préval me recebeu em seu escritório em Porto Príncipe -um modesto prédio nos jardins ao fundo do palácio presidencial em ruínas.

A educação -disse ele no logo no começo da conversa- deve ser a pedra angular do esforço internacional de reconstrução do Haiti. Sem educação, não há futuro.

Pouco depois, visitei uma "cidade de tendas", repleta de milhares de famílias deslocadas. Uma mãe empurrou seu filho, de não mais de oito anos, em minha direção. "Ele quer aprender", disse, com calma determinação. "Dê-lhe uma oportunidade."

Duas pessoas ocupando duas posições bem diferentes na vida. No entanto, cada uma me deu uma mensagem que ouvi muitas vezes durante minha estadia. Os haitianos precisam de e querem nossa ajuda.

Mas, quando se trata da reconstrução do Haiti, eles querem fazê-la. E a reconstrução começa pela escola.

A escola é a via que conduz a um trabalho digno, principalmente nesse país, onde a taxa de desemprego é elevada e os empregos são raros. A isso se soma uma realidade mais imediata.

Após a catástrofe, a escola faz mais do que ensinar. Dá às crianças a impressão da volta à normalidade no meio do caos. É um local de paz e refúgio. E, sobretudo, oferece esperança no futuro.

Quando as pessoas vivem à beira do desespero -sem alimentos, medicamentos, abrigo-, isso é mais importante do que nunca. Foi por isso que a missão das Nações Unidas no Haiti, em colaboração com o governo e as organizações humanitárias, se esforçou para reabrir as escolas o mais rápido possível.

Mães e crianças são especialmente vulneráveis. Ao passar uma tarde num campo e ter participado, poucas horas depois, de uma patrulha noturna, compreendo melhor seus medos.

Quando começa a chover, a lama invade tudo. E nas esquinas escuras se escondem a violência e o estupro.

O principal objetivo de minha visita ao Haiti era ver de perto a situação e a nossa resposta. Mas, nesse momento em que nossas atenções se voltam para as ações em longo prazo, voltei com uma noção clara do que é necessário: autossuficiência.

Mais uma vez, foram os haitianos que me deram a resposta. "Nada de esmolas", gritou, extravasando sua frustração, um grupo de jovens desempregados em Leogane, o epicentro do terremoto, quando visitei o acampamento.

Suas famílias tinham perdido quase tudo, mas seu orgulho continuava intacto. "Nos deem escolas! Depois, vamos cuidar do resto!" É um desafio assustador. Mesmo antes do terremoto, a taxa de analfabetismo era uma das mais altas do hemisfério e a taxa de escolaridade era muito baixa. Dois em cada cinco adultos não sabiam ler e menos da metade das crianças ia às aulas. O governo haitiano quase não tem controle dessa situação.

A maioria das escolas são particulares. Só entre 10% e 15% são do Estado. Em última instância, o Haiti só poderá se desenvolver na medida em que o ajudemos a educar as suas crianças. E ninguém está mais ciente disso do que os próprios haitianos.

Compreendo bem isso. Onde nasci, na Tanzânia, nosso presidente fundador era designado pelo título mais honroso que se podia dar: "Mwalimu", "Professor". O presidente Julius "Mwalimu" Nyerere defendia que a educação para as meninas e meninos era fundamental, e foi essa afirmação da igualdade dos sexos que me permitiu ter este cargo.

A ONU deve lançar, com o governo haitiano e outros parceiros, um movimento pela educação. Seu objetivo: matricular todas as crianças e adolescentes nas escolas.

O Haiti precisa de nossa solidariedade. Isso significa muitas coisas: materiais de construção, clínicas, medicamentos, alimentos e combustíveis. Mas significa também coisas que transcendem o imediato e que são o material de que é feito o futuro.

Livros, professores e educação devem estar entre eles, como o presidente Préval e muitas mães me disseram. Eles são a chave para uma vida e um futuro melhor. As pessoas maravilhosas do Haiti merecem.


ASHA-ROSE MIGIRO é vice-secretária-geral da ONU (Organização das Nações Unidas).


FOLHA DE SÃO PAULO – 09/05/2010

Escola de R$ 1.700 aconselha aula particular

Colégios encaminham estudantes para reforço escolar com professores de fora de seu corpo docente com remuneração extra

Conselho Nacional de Educação e Procon dizem que prática é irregular; empresa tem até 900 alunos por ano e cobra R$ 75 por hora de aula

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
 

Ana achou que ao pagar uma mensalidade de R$ 1.700 na escola Móbile, na zona sul de São Paulo, estaria despreocupada com a educação do filho de 12 anos. Mas surpreendeu-se ao ser chamada pela coordenação, no terceiro mês do ano letivo, e ouvir a recomendação de que deveria pagar um professor particular para ensinar o filho as matérias vistas na escola.

A coordenadora já tinha, inclusive, o nome e o telefone de um profissional para indicar. "É uma pessoa que trabalha com a escola há muito tempo, que ajudará no reforço e na organização dele", ouviu. Tudo isso por mais R$ 70 a hora.

Roberta, mãe de duas meninas, uma que estuda e outra que já estudou na Móbile, ouviu o mesmo conselho da coordenação. (Os nomes foram trocados a pedido das famílias).

Se para educadores a prática de indicar professor particular demonstra uma deficiência da escola, o Conselho Nacional de Educação e o Procon vão ainda mais longe: dizem que ela é irregular. Mas as escolas privadas a fazem com frequência.

O fato foi confirmado à Folha por três professores particulares, indicados por escolas caras da cidade. Com mensalidades que superam os R$ 1.000, Santa Maria, Mater Dei e Lourenço Castanho estão na lista.

"A coordenação nos indica e a gente faz uma avaliação do que o aluno precisa. Às vezes, é uma necessidade de aprender a se organizar. Em outras, há uma lacuna de conhecimento", conta Newton Ishimitsu, um dos donos da Aliança Educacional, uma casa na Vila Nova Conceição, zona sul, que oferece reforço escolar. A empresa tem até 900 alunos por ano e cobra R$ 75 a hora de aula.

Outra professora particular indicada por escolas diz que mantém um contato frequente com as instituições. "Vou lá quase toda semana para mostrar o que estou fazendo. É um trabalho de equipe, só que não faço parte do corpo docente da escola", diz Monica Marra, que cobra até R$ 80 a hora de aula.

Roberta decidiu seguir o conselho da coordenação da Móbile. Desembolsa R$ 280 ao mês para que uma professora ajude a filha a sanar as dificuldades em ciências. Raquel tem aulas particulares uma vez por semana durante o ano letivo inteiro.

A irmã mais velha passou pelo mesmo caminho. Mas deixou a escola no meio do 1º ano do ensino médio, com dificuldades de acompanhar o conteúdo.

"Em uma escola super forte, sempre vai parecer uma dificuldade. Se eu quero uma escola boa para minha filha e eu posso pagar uma professora particular para ela ficar melhor, eu pago", diz a mãe.
Ana, no entanto, discorda. "É uma escola muito cara. E eu vou ter que pagar uma outra pessoa para ajudar meu filho a se organizar, a ter uma complementação? É incoerente". Os colégios particulares afirmam que só fazem o encaminhamento em último caso.

Não foi o caso de Ana, entretanto. A recomendação da Móbile foi feita antes mesmo de as primeiras notas do ano saírem. "A sensação que eu tenho é que a escola está nesse momento desistindo dele. Me dizendo: "eu não dou conta, chame uma outra profissional para complementar". Parece que as escolas só estão querendo ficar com os alunos que assegurem a elas um ótimo posicionamento no ranking no Enem".

Frase

"A sensação que eu tenho é que a escola está nesse momento desistindo dele. Parece que as escolas só estão querendo ficar com os alunos que assegurem a elas um ótimo posicionamento no ranking no Enem"
ANA, mãe de aluno


Reforço é dever da escola, dizem educadores

Pedagogos discordam da prática de colégios e dizem que escolas devem dar subsídios para alunos acompanharem grade curricular

Segundo professora de psicologia da educação da USP, programa pedagógico tem de ser ajustado à heterogeneidade do aluno

DA REPORTAGEM LOCAL 

As escolas têm obrigação de oferecer o reforço escolar, diz Cesar Callegari presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. "Elas devem produzir todos os meios para que todos os estudantes ali matriculados possam se desenvolver", diz.

"Recomendar um professor particular e às vezes indicar esse próprio professor, não é correto. Além de ser eticamente condenável", afirma. "Se a escola diz que não pode, ela que desista de ser escola porque ela tem a obrigação de fazer isso".

Silvia Colello, professora de psicologia da educação da Faculdade de Educação da USP, concorda. Para ela, a escola tem que "dar conta" do aprendizado. "O programa pedagógico tem que se ajustar à heterogeneidade do aluno e a possíveis descompassos que possa haver. Não o aluno se ajustar à escola".

Para ela, professores particulares só deveriam ser indicados em casos muito específicos, como o de alunos novos que mudam para uma escola bilíngue e não sabem falar a outra língua. "O problema é que a exceção acaba se tornando a regra".

A professora da USP acredita que o pedido das escolas aos pais pode ser uma "estratégia". Para ela, alunos com notas ruins não são bons para a escola, que se preocupa cada vez mais com o topo de rankings como o do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) -que "se tornou um guia único para os pais" que querem colocar seus filhos em boas escolas.

"Quando vejo essas escolas no topo do ranking penso: "será que elas estão aí pelo trabalho que realizam ou porque fazem uma triagem dos alunos?".

Reclamação

As famílias com filhos em colégios particulares podem recorrer ao código de defesa do consumidor para que o reforço seja disponibilizado pela instituição. "A escola tem que garantir a prestação desse serviço, com qualidade", diz Selma do Amaral, assistente técnica da diretoria de atendimento do Procon-SP.

Indicação é ação extrema, dizem escolas

DA REPORTAGEM LOCAL

Os colégios Móbile, Santa Maria, Mater Dei e Lourenço Castanho afirmam que a coordenação só indica professores particulares em casos extremos.

Cleuza Bourgogne, diretora pedagógica da Móbile, afirmou que alunos do 2º ao 5º ano têm na grade horária semanal duas aulas de estudo pessoal. Ao final de cada trimestre também são oferecidas aulas de recuperação. Para os alunos mais velhos, há ainda plantões de dúvidas.

"Mesmo com toda essa estrutura de apoio que oferecemos, alguns alunos não atingem todos os objetivos, ou porque apresentam dificuldades mais específicas, ou porque vieram de outra escola. Nesses casos, como temos uma orientadora por série, garantimos o diálogo com as famílias e, quando necessário, orientamos a família a contatar psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos e professores particulares", diz ela.

A escola diz ainda que só apresenta nomes de profissionais quando solicitado pelos pais.

"Apresentamos o nome de pelo menos dois ou três profissionais para que a família escolha". Ana, mãe do aluno de 12 anos da escola, diz que recebeu a indicação de apenas um nome.

O Santa Maria também diz que a indicação é o último recurso. Antes, a criança passa por pelo menos três tentativas de recuperação na escola. "Caso não dê nada certo, aí a gente faz a solicitação do professor particular", diz Tiyomi Misawa, orientadora do 4º ano do colégio. "A gente dá uma orientação, caso a família não conheça a gente indica. Mas sempre três, quatro nomes", diz.

O Lourenço Castanho diz que não é um praxe da escola fazer a indicação, já que tem um trabalho de recuperação contínua. "Existe uma possibilidade de sugerir quando o trabalho [da escola] não foi suficiente", diz Alexandre Abbatepaulo, diretor geral.

O Mater Dei diz que não é a favor da aula particular. Indica só quando a criança precisa de "suporte extra". "Não é uma indicação normal", diz a coordenadora Érica Mantovani.

Frase

"Recomendar um professor particular e às vezes indicar esse próprio professor, não é correto. Além de ser eticamente condenável. Se a escola diz que não pode, ela que desista de ser escola porque ela tem a obrigação de fazer isso"
CESAR CALLEGARI, presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação



FOLHA DE SÃO PAULO – 08/05/2010
Vida na rua

RUY CASTRO

RIO DE JANEIRO - Era uma livraria na rua Dias Ferreira, no Leblon. As bancadas dos livros tinham sido recrutadas entre os móveis e utensílios de uma tipografia de 1900, com os tipos de chumbo transbordando dos caixotins, as pilhas de clichês velhos, as amarras, as ramas, os componedores e até uma guilhotina -objetos incompreensíveis para a maioria dos clientes e, ao mesmo tempo, tão a propósito: talvez tivessem ajudado a compor e imprimir os tataravôs dos livros novos, de história, urbanismo e artes gráficas, especialidades da casa.

A dois quarteirões dali, um sebo, o mais charmoso do Rio nos últimos 20 anos, e também cheio de bossa: grande literatura em várias línguas, fotos de craques do passado nas paredes, um gato preto chamado Zulu e sempre alguém interessante folheando alguma coisa. Certa noite, ouvi quando a bonita mulher de um diretor de televisão, olhando intrigada para as estantes, comentou: "Que engraçado! Quanto livro velho!".

Já faz tempo que nenhum dos dois existe mais. A livraria é hoje um laboratório de análises químicas, campeão em biópsias e exames de urina. O sebo tornou-se uma butique ou confecção -uma grife. O inconveniente é que, enquanto a livraria e o sebo ficavam abertos até tarde, acolhendo os livrescos notívagos e solitários, seus sucessores encerram às 6, com dia claro, e condenam boa parte de seus quarteirões ao escuro e ao nada.

O mesmo acontece quando fecha um cinema de rua e, com ele, evaporam-se da calçada o pipoqueiro, a fila, a paquera bem-sucedida, o reencontro de amigos e a oportunidade do convívio social onde ele melhor se realiza: no amplo espaço público. Você dirá que, para cada livraria, cinema ou loja de discos que fecha, abre uma pizzaria, um sushi-viagem ou um yogoberry.

Desculpe, mas não acho que seja a mesma coisa.

FOLHA DE SÃO PAULO – 08/05/2010
Professores da rede municipal terão aumento salarial de 28%

Categoria reivindicava 34%, mas aceitou proposta feita pela administração 

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo) decidiu acatar a contraproposta do governo de 28,41% de reajuste salarial nos próximos três anos para todos os profissionais da área - a entidade representa, além dos professores, todos os servidores que atuam na educação do município.

A categoria reivindicava 34%. A decisão foi tomada em uma reunião com representantes das secretarias municipais de Educação e de Gestão, após uma manifestação realizada na tarde de ontem.

O sindicato diz que, apesar de a categoria ter aceito a contraproposta, a campanha continua. "Em assembleia geral ocorrida após a reunião, a categoria decidiu aceitar as propostas apresentadas pelo governo e manter a luta pelo atendimento às demais reivindicações da categoria."

A Secretaria Municipal da Educação informou que os pisos salariais também serão reajustados, passando de R$ 1.950 para R$ 2.200, por 40 horas semanais de trabalho; de R$ 1.475 para R$ 1.650, por 30 horas; e de R$ 975 para R$ 1.100, por 20 horas semanais.


FOLHA DE SÃO PAULO – 07/05/2010
Tráfico isola escola interditada na Rocinha

Secretaria Municipal de Educação tentou, sob ameaças de traficantes, retirar equipamentos da unidade por duas vezes

Escola integra programa da prefeitura que tem o intuito de melhorar o desempenho acadêmico nas regiões mais carentes e violentas do Rio

DENISE MENCHEN
SERGIO TORRES

DA SUCURSAL DO RIO

Interditada desde os temporais que atingiram o Rio no início de abril, a escola municipal Abelardo Barbosa, na Rocinha (zona sul), foi isolada por criminosos armados que impedem o acesso da Secretaria Municipal de Educação à unidade.

Desde a interdição, funcionários da pasta fizeram ao menos duas tentativas de retirar equipamentos do local, mas foram barrados por traficantes.

A escola fica na comunidade de Laboriaux, cuja remoção foi anunciada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) após a tragédia que deixou 68 mortos na cidade. O Laboriaux registrou duas mortes.
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação não se manifestou sobre a impossibilidade de acessar o local. A Folha apurou que criminosos impedem o órgão de remover computadores, carteiras e outros materiais da escola.

Após a interdição, a primeira tentativa de retirar os equipamentos foi feita com um caminhão. O veículo foi barrado por cerca de 20 homens armados e obrigado a retornar.

Anteontem, duas funcionárias da secretaria também foram ameaçadas no local.

A escola, com 307 alunos, faz parte do programa Escolas do Amanhã, da prefeitura, que visa melhorar o desempenho dos estudantes de áreas carentes e violentas. Em um turno são ministradas as aulas regulares; no outro, oficinas, reforço escolar e atividades esportivas.

Em nota, a secretaria informou que, desde 20 de abril, os alunos frequentam a escola municipal Camilo Castelo Branco, no Horto (zona sul), que não integra o programa.

O órgão disse ainda que a escola do Laboriaux "foi desativada por medida de segurança, após laudo técnico da Geo-Rio [órgão municipal que cuida das encostas] que condenou todas as construções na região".

O laudo, de 12 de abril, diz que "o avanço da favelização tem representado um desequilíbrio nas condições geotécnicas e ambientais da encosta", justificando " a remoção de todas as casas em risco". Os moradores são contra a remoção. 
 

Observação: as notícias deste clipping são
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A DIRETORIA

CLAUDIO FONSECA
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