14/05/2010 – CLIPPING EDUCACIONAL

NOTÍCIAS – FIQUE POR DENTRO 

PORTAL IG – 14/05/2010
Novas oportunidades na sala de aula

Projeto oferece cursos técnicos, bolsas de estudo e apoio social para jovens deixarem as ruas e a prostituição

Priscilla Borges, iG Brasília

Em 2008, Cristina Pereira do Nascimento tinha 20 anos e poucos sonhos. Três anos antes, quando a filha nasceu, havia largado a escola na 8ª série do ensino fundamental. Precisava pagar aluguel, ajudar a família e manter a filha, mas não conseguia emprego. Sem opções, escolheu o caminho mais difícil, como ela mesmo descreve: a prostituição. 

“Quando a gente entra na vida, chega ao limite. Uns até gostam, mas muitos fazem por necessidade. As pessoas acham que a gente não é nada. Desisti da escola, que eu gostava muito, mas ou estudava ou trabalhava. Não tinha esperança de mais nada”, admite a jovem, hoje com 22 anos.

A vida de Cristina começou a mudar há dois anos, quando uma associação de enfrentamento à prostituição de Natal, onde mora a jovem, lhe apresentou uma proposta para largar as ruas e voltar à sala de aula. Teria curso grátis e ainda receberia uma bolsa de estudos. “Vi uma luz no fim do túnel”, conta.

O projeto Vira Vida é uma iniciativa do Sesi. Começou em 2008, com projetos-piloto em Fortaleza, Natal, Recife e Belém. Hoje, mais de 600 jovens foram atendidos nessas cidades e em Brasília, Salvador, Teresina e João Pessoa. A meta é atender a 1.600 jovens e adolescentes até o fim de 2010 e em mais estados além desses: Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Maranhão, Acre e Mato Grosso.

Para participar do projeto, os jovens precisam ter entre 16 e 21 anos e voltar a estudar na escola formal. Eles são acompanhados por psicólogos e pedagogos e escolhem o curso que desejam fazer entre o que é oferecido no Sistema S da região. As escolas do Senac e Senai também são parceiras. Cada capacitação dura entre nove meses e um ano.

Durante todo esse período, eles recebem atendimento médico e odontológico no Sesi. A ajuda de custo para cada jovem é de R$ 500 por mês, mas eles só recebem R$ 400. Os outros R$ 100 são guardados em uma poupança e retirados por eles após a formatura. A ideia é ensiná-los a poupar.

Cristina escolheu se tornar cabeleireira. Ela diz que o auxílio foi fundamental para ajudar a família. Mas, perspicaz, começou a adquirir produtos de salão com o dinheiro também. Antes de terminar o curso, ganhou uma casinha de um irmão e montou o pequeno salão em casa. Agora, empregou a própria mãe.

“Minha vida mudou completamente. Vivo com a minha filha e pretendo concluir meus estudos. Consegui montar meu salão, que era meu sonho”, conta. Cristina ainda participou das Olimpíadas do Conhecimento do Senai no ano passado e ficou em segundo lugar no Estado. Para ela, foi um resgata da própria autoestima.

Expansão

Jair Meneguelli, presidente do Conselho Nacional do Sesi e idealizador do projeto, tem ambições para o Vira Vida. “Meu sonho é que ele se torne uma política pública para enfrentamento da exploração sexual de adolescentes. Por isso, busco parcerias com governos, empresas e organizações não-governamentais”, diz.

A seu favor, Jair utiliza os números conquistados com o projeto. Em Fortaleza, onde está a maioria dos jovens formados pelo projeto, por exemplo, 70% estão empregados. Apenas 62 dos 628 participantes desistiram de continuar no projeto. “No próximo mês, iniciaremos no Rio e em São Paulo. Só nesses dois lugares, acredito que abriremos 700 vagas.”

Para Jair, a empolgação dos jovens com o projeto é a maior recompensa. “A gente percebe nitidamente a evolução desses meninos todos os dias. Eles são muito talentosos, o que faltava era oportunidade”, afirma.

Ladjane Maria Pereira Alves da Silva, de 19 anos, não titubeia ao justificar o interesse no projeto. “Minha infância foi muito triste, muito dolorosa. Não queria que meu filho passasse o que passei. Então, a oportunidade surgiu e eu tinha de agarrar”, conta. Mãe de um menino de cinco anos de idade, Ladjane foi abandonada pelos pais com oito.

Vivia em diferentes abrigos no Recife. Foi em um deles que ouviu falar do projeto. “Queria fazer um curso de recepcionista, mas não consegui. Optei pela costura e estou trabalhando em uma fábrica. Meu sonho mesmo é fazer enfermagem, mas o importante é crescer a partir daqui. Não vou desistir”, garante.

Com o emprego, Ladjane conseguiu alugar a própria casa, onde mora com o filho. Ela admite que não esperava conseguir a própria independência tão rápido. “Uma etapa já passei. Foi bem difícil, mas tem de saber lidar. Agora, vou continuar crescendo.”

UOL EDUCAÇÃO - 14/05/2010
Só 17,5% das escolas têm acesso adequado para deficientes 

ANGELA PINHO
da Sucursal de Brasília

Apenas 17,5% das escolas brasileiras têm banheiros e dependências acessíveis --contando salas, corredores e auditórios-- adequados a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Os dados são do Ministério da Educação.

Por decreto federal, desde 2007 todas as escolas deveriam ser adequadas a pessoas com deficiência. Dados do censo escolar de 2009 --fornecidos pelas próprias escolas-- mostram que o índice de acessibilidade na rede pública é de 14,6%; na particular, é de 29,7%.

A falta de instalações adequadas é motivo de lembranças traumáticas. Em 2008, no primeiro ano do ensino médio, Sula Albuquerque Silva entrou em uma escola de Brasília sem banheiro adaptado a cadeiras de rodas. Aos 18 anos, teve que usar fraldas geriátricas até que o problema fosse contornado.

Para Shirley Silva, professora da Faculdade de Educação da USP, o baixo índice de acessibilidade nas escolas está ligado ao fato de ser recente o crescimento das matrículas de pessoas com deficiência --no ensino fundamental, elas mais do que dobraram em dez anos.

"Não há ainda uma concepção generalizada desse direito, ele aparece quando a pessoa aparece", diz.

O baixo índice de acessibilidade não poupa nem o Estado mais rico do país. Em São Paulo, ocorre uma situação inusitada: a proporção de escolas acessíveis é maior na rede pública (21%) do que na privada (16%).

Em Osasco, a pesquisadora Denise Crispim procurou 12 colégios particulares que oferecessem educação infantil e ensino fundamental para matricular sua filha Sofia, cadeirante de quatro anos. Em todos, diretores alegaram que o espaço não era adequado para a garota.

"Percebi que eles usavam a questão arquitetônica como desculpa para justificar que, na verdade, não sabiam lidar com a deficiência", diz. "Como mãe, eu lamento ter que escolher uma escola pela estrutura arquitetônica ou só pela boa vontade de funcionários. Eu não tenho o direito de escolher uma escola com a linha pedagógica que me parece mais adequada, ou que ofereça um trabalho diferenciado?", questiona.

Mila Corrêa, 22, cadeirante de Salvador, não nega o incômodo de depender dos outros. "A falta de acessibilidade impedia a autonomia e criava em mim uma aura de 'superproteção', o que para um adolescente é horrível", diz.

Segundo Martinha Clarete Dutra dos Santos, da Secretaria de Educação Especial do MEC, o investimento em acessibilidade passou de R$ 700 mil em 2003 para R$ 78 milhões neste ano, o que deverá aumentar o percentual de escolas públicas adaptadas para 25%. Ela diz, no entanto, que a responsabilidade principal é dos Estados e municípios, que têm a maior parte das escolas do país.

"Barreira humana é pior do que escada", diz mãe

FABIANA REWALD
DA REPORTAGEM LOCAL
 

Foram oito anos de busca até que Patrícia Goloni Lolo, 41, ouvisse de uma dirigente de escola que seu filho seria aceito sem restrições.

Antes disso, ao menos cinco colégios, com mensalidades de até R$ 2.000, usaram as mais diferentes desculpas para dificultar a matrícula de Gabriel, 8, cadeirante. "As barreiras humanas são muito piores do que qualquer escada", diz a mãe.

Hoje, Gabriel está no 3º ano do colégio Maria Imaculada (zona sul de SP).

Mesmo sem estar totalmente adaptado para deficientes, o colégio se dispôs a trabalhar com Patrícia para oferecer boas condições de estudo a Gabriel. "A escola aceitou esse desafio. Nunca vi meu filho tão feliz e tranquilo quanto hoje."

Professora do Bandeirantes, assim como o marido, ela desenvolve no colégio onde trabalha o projeto Vidas (Vivência e Inclusão da Pessoa com Deficiência Através de Atividades e Sensibilização), criado há dois meses, que oferece atividades esportivas para crianças e adolescentes com deficiência física.

Patrícia diz que dará a Gabriel a chance de escolher se quer continuar onde está ou se mudará para o Bandeirantes no 6º ano -quando se inicia o ensino no colégio.

UOL EDUCAÇÃO - 14/05/2010
Em São Paulo, feira do estudante oferece 5 mil vagas de estágio

Da Redação
Em São Paulo 

O CIEE (Centro de Integração Empresa Escola) realizará a 13ª Feira do Estudante Expo-CIEE 2010 a partir desta sexta-feira (14). O evento será realizado até domingo (16), das 10h às 20h, no Pavilhão da Bienal – Parque do Ibirapuera.

A feira é gratuita e tem como foco assuntos relacionados a estágios, carreira, mercado de trabalho e inserção profissional. Os interessados podem efetuar o cadastro pela internet ou no dia do evento.

Segundo os organizadores, estarão abertas 5 mil vagas de estágio, para as quais, os estudantes que comparecerem à feira terão preferência de encaminhamento nos próximos seis meses.

O evento terá 50 expositores entre empresas, órgãos públicos e instituições de ensino. A programação inclui a apresentação de 51 palestras, com especialistas em temas ligados aos mundos do trabalho e do ensino, shows artísticos e oficina de currículo. A programação completa pode ser consultada no site da instituição.

Também serão oferecidas dicas sobre como se comportar em entrevistas de emprego e os participantes poderão realizar simulações de dinâmicas de grupo com monitores do CIEE.

Um terço das palestras será transmitido em tempo real, pela internet, para aqueles que não possam comparecer ao local. O link estará disponível em www.feiradoestudante.ciee.com.br.

JORNAL DA TARDE – 14/05/2010
Bebê morre em creche
 

Mãe encontrou menina morta ao chegar no CEU Butantã. Professoras dizem que foi mal súbito

CRISTIANE BOMFIM, cristiane.bomfim@grupoestado.com.br 

Um bebê de 7 meses morreu na manhã de ontem dentro da creche do Centro Educacional Unificado (CEU) Butantã, zona oeste da capital. Para os pais, a suspeita é que a menina, Thalia de Almeida Máximo Penha, tenha morrido engasgada. A polícia investiga o caso, registrado como suspeito, sem identificar a causa da morte.

Em declaração ao SPTV, da TV Globo, a mãe da criança, Joice Almeida Ferreira, contou que recebeu uma ligação da escola às 10h dizendo que a filha estava passando mal. Ao chegar ao CEU, Thalia já estava morta. “Não é fácil para uma mãe. Não é fácil aguentar isso. Está doendo demais dentro de mim. Demais”, disse Joice.

Em depoimento à polícia, duas professoras, uma de 28 e outra de 29 anos, disseram que Thalia chegou às 7h no CEU e brincou com outros bebês. Uma hora depois, tomou leite e continuou brincando. Às 8h30, Thalia foi dormir com outras crianças e, depois de 30 minutos, quando seria acordada, “não demonstrava nenhum movimento” e estava com lábios arroxeados. Segundo a polícia, antes que os bombeiros chegassem ao local, um vigilante de 48 anos percebeu que a criança estava sem pulsação e tentou fazer massagem cardiorrespiratória. O segurança disse à polícia que notou uma secreção avermelhada no nariz de Thalia. O pai da menina, Robson Máximo Penha, de 26 anos, disse que ela estava gripada.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação disse lamentar profundamente o falecimento da criança. Afirmou que iniciou a apuração dos fatos e está prestando completa assistência à família.

No mês passado, um bebê de 5 meses morreu em creche particular do Campo Limpo, zona sul.

PORTAL IG – 13/05/2010
Escola é modelo para socialização de deficientes

iG acompanha a manhã de uma escola municipal do Rio de Janeiro referência em educação inclusiva

Valmir Moratelli, iG Rio de Janeiro

Tamires do Nascimento chega à escola pontualmente às 7h30. Segue pelos amplos corredores, guiando-se pelo corrimão. Para encontrar sua sala, tateia as placas com inscrição em braile localizadas à direita de toda porta. A professora a recebe de prontidão e a encaminha para sua carteira, na segunda fileira em frente ao quadro-negro. Tamires é aluna do oitavo ano da Escola Municipal Orsina da Fonseca, no bairro da Tijuca, zona Norte do Rio. Deficiente visual desde que nasceu, a jovem, de 21 anos, é apenas uma aluna entre os 710 que se distribuem em três turnos de aulas do colégio.

A escola é considerada modelo de integração social e pedagógica para crianças e jovens com algum tipo de necessidade especial. Acaba de ganhar o “Prêmio Experiências Educacionais Inclusivas: A Escola Aprendendo com As Diferenças”, dado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), e vai representar a região Sudeste em congresso em Brasília de 24 a 27 deste mês.

A diretoria, além da oportunidade de fazer intercâmbio com outras escolas adaptadas para alunos com necessidades, concorre a um prêmio de R$ 8 mil oferecido pelo Governo Federal. Mas esta escola não é a única que se destaca no Rio. Segundo o IBGE, o Estado tem a maior porcentagem de instituições municipais adaptadas para a recepção de alunos portadores de deficiências.

Rio é líder em escolas municipais inclusivas 

“Temos baixo número de faltas e de atrasos. Não vou dizer que é fácil para essas crianças acompanharem as aulas com as demais. Mas a superação vem com a ajuda dos outros alunos, da família e dos professores”, afirma Rose Antunes, diretora da Orsina da Fonseca.

Desde 2007, a escola vem passando por melhorias em sua estrutura para acolher melhor os jovens que necessitam de cuidados extras. Além de estarem integrados aos demais alunos, eles podem ter maior independência no ir e vir da sala de aula. “Eles já sofrem muito preconceito por parte da sociedade. Aqui dentro não pode ter este tipo de problema. Graças a Deus nunca houve nada relacionado a isso”, garante Cheng Dannei, mãe de Mariana, outra deficiente visual que frequenta o sexto ano.

Todo mundo é normal

A sala de aula está uma algazarra. A turma do fundão troca bolinhas de papel, alguns cochicham pelos cantos e outros dois desenham no quadro. O professor entra na sala e tudo volta à calmaria. Entre os 30 alunos daquela turma, um deles é a cadeirante Gabriela da Costa, de 14 anos. Portadora de deficiência intelectual e física, Gabi, como é chamada pelos colegas de turma, é tratada como mais uma aluna, sem restrições.

Na hora do recreio, outros amigos de classe a auxiliam com a cadeira para descer as rampas. Não que isso seja necessário. Mas todos parecem gostar de interagir com ela. Um dos alunos brinca com o professor. “Pode repetir? Não estou ouvindo. Acho que estou surdo”, diz, um tanto maroto. “Você sabe que não é assim que deve agir”, orienta o mestre.

Preparo dos professores

Todos os professores passaram por palestras e receberam apostilas para se adequarem às necessidades de alguns dos alunos. Apesar de serem minoria entre as centenas de crianças da escola (cerca de 20 estudantes), eles precisam de atenção redobrada. “Acho que os surdos são os que precisam de maior cuidado. Um sinal malfeito para indicar uma palavra na linguagem braile e você acaba falando um palavrão. Daí ele ri na hora”, adverte a professora de Artes Cênicas Sandra Daleni.

Paulo Renato, de 20 anos, frequenta o nono ano da escola. É o único surdo do turno da manhã. Apesar de conseguir fazer leitura labial com muita agilidade, tem à disposição uma professora auxiliar na sala para traduzir em linguagem de sinais o que a professora titular está ensinando aos demais da turma. “Ele é um ótimo aluno”, diz Marcia Braga, que leciona Biologia.

“Todos nós somos deficientes em alguma coisa. Eles não são mais do que ninguém, como não são menos. É preciso mudar a maneira de enxergá-los para que o tratamento seja igual para todos. Aqui os alunos aprendem a ser solidários e ajudam na socialização dessas crianças”, diz Sandra.

Estrutura física

Um dos banheiros é adaptado para cadeirantes. Uma campainha fica na altura dos joelhos para ser tocada em eventuais emergências e a maçaneta da porta é mais baixa. Tem ainda apoio de mão em todas as laterais e a pia é rebaixada - assim como os bebedouros do corredor. Tudo para que ninguém precise de ajuda extra. O refeitório também recebeu uma rampa de acesso.

“É assim que ensinamos cidadania”, diz Tereza Cupello, uma das professoras de atendimento educacional especializado, que ajuda na orientação aos demais mestres. Assim como Tereza, Paula Fragoso percorre algumas escolas do município para tirar dúvida de professores e até mesmo de pais. “Conheço a vida de cada um dos alunos portadores de algum tipo de deficiência. Me envolvo com a história deles. É incrível como não sofrem nenhum tipo de rejeição por parte dos demais alunos”, afirma Paula.

Toca o sinal. É o que todos esperam para poder ir embora. Mariana Dannei guarda em sua mochila a máquina de escrever em braile, que a acompanha substituindo os tradicionais cadernos, e se levanta rumo à porta. Sua mãe já a aguarda na saída, assim como a dos demais alunos. Para aqueles jovens, uma vida normal - pelo menos dos portões da escola para dentro. 

PORTAL IG - 13/05/2010
A melhor escola do mundo

Bons professores e alto nível de exigência são indicadores de sucesso em educação na Finlândia

Marina Morena Costa, iG São Paulo

A Finlândia tem o sistema educacional considerado o melhor do mundo. Foi três vezes campeã do Programa Internacional de Avaliação por Aluno (Pisa),  a mais abrangente avaliação internacional de educação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Segundo o professor Reijo Laukkanen, do Internacional Education Policy, da Universidade de Tempere, na Finlândia, o segredo do case de sucesso deve-se em grande a formação dos professores finlandeses e as altas expectativas que eles têm de seus alunos.

Durante palestra realizada nesta quinta-feira, no Educador – Congresso Internacional de Educação, em São Paulo, Laukkanen explicou que os professores estão entre os profissionais mais populares da Finlândia. Os salários são bons, mas não o suficiente para atrair os jovens profissionais. A reputação da carreira é o principal fator na escolha. "Não é o salário que torna a carreira tão popular e atraente na Finlândia. Nossos salários estão em desvantagem em relação aos de outros países da Europa. A diferença é que todos os nossos professores têm mestrado em educação e a carreira acadêmica é extremamente respeitada." 

As tecnologias educacionais, forte tendência no Brasil, não influenciam o bom desempenho dos alunos finlandeses e não têm a ver com as melhores notas, de acordo com Laukkanen. "Temos tecnologia nas escolas, mas os professores não a usam. As crianças têm mais acesso à tecnologia em casa do que na escola. Algumas cidades têm lousas interativas, digitais, mas nossa educação não é baseada em tecnologia e sim em professores", conta o professor, que também é conselheiro na Finnish National Board of Education (FNBE).

Não há um segredo da educação finlandesa. Para Laukkanen, o sucesso vem de uma combinação de fatores, além do bom corpo docente. "A educação é nacional, com um currículo unificado e tem como objetivo o país obter um bom desempenho. Tanto faz onde você colocar o seu filho porque em qualquer lugar da Finlândia a educação é a mesma. Nossos profissionais de educação têm autonomia, liberdade, são reconhecidos e respeitados." 

Alem disso, o professor aponta a alta expectativa de desempenho dos alunos e o suporte às crianças que não conseguem acompanhar o ritmo. "Quando sobe a exigência, quando o objetivo é mais alto, o nível de qualidade sobe bastante", analisa. "Na Finlândia, as mentes mais brilhantes se tornam professores. São a chave principal do nosso sucesso. Temos também uma boa estrutura política educacional. Se não tivéssemos essa base de apoio, não adiantaria ter bons profissionais."

Carga horária

A carga horária na Finlândia se aproxima do período integral no Brasil. É mais tranquila nos primeiros anos e aumenta gradativamente. "Nos primeiros anos as crianças passam 19 horas por semana na escola. No quarto ano aumenta para 23 a 24 horas por semana, até chegar a 30 horas, na 7ª e 9ª série. Procuramos poupar os pequenos", brinca Laukkanen.

PORTAL IG - 13/05/2010
Ministro anuncia criação de bolsas para negros

São 250 bolsas de pós-graduação para alunos negros ou pardos e um aumento de 200 bolsas do Programa de Iniciação Científica

Agência Brasil 

No Dia em que se comemora os 122 anos da Lei Áurea, o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Eloi Ferreira, anunciou a criação de 250 bolsas de pós-graduação para alunos negros ou pardos e um aumento de 200 bolsas do Programa de Iniciação Científica (Pibic), que passarão de 600 para 800.

O ministro destacou que, apesar de o sistema de cotas não ser obrigatório no Brasil, 91 universidades públicas adotam a reserva de vagas no vestibular para alunos negros.

Ele também anunciou o lançamento de um selo para identificar as instituições de ensino que promovem a Lei nº 10.639, de 2003. O texto tornou obrigatória a inclusão da história do povo negro e suas contribuições culturais, econômicas e sociais para o país no currículo de ensino infantil, fundamental e médio. A entrega dos selos ocorrerá em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

Para Eloi Ferreira, as ações divulgadas nesta quinta-feira ajudam a corrigir injustiças e distorções históricas. “A promulgação da Lei Áurea não foi acompanhada de uma inclusão educacional, habitacional e isso faz com que até hoje o negro continue na base da pirâmide social”, afirmou.

O ministro defendeu também a criação do Estatuto de Igualdade Racial, que já foi aprovado pela Câmara e aguarda votação no Senado. “Essa lei será como um segundo artigo da Lei Áurea. Ela garante o respeito às religiões de matriz africana e garante a possibilidade de acesso à terra aos remanescentes quilombolas”, destacou.

UOL EDUCAÇÃO - 13/05/2010
Prorrogadas as inscrições para a Olimpíada de Português


As inscrições para a Olimpíada de Língua Portuguesa – Escrevendo o Futuro, que se encerrariam no dia 14 de maio, foram prorrogadas. Agora, as secretarias estaduais e municipais de educação tem até o dia 07 de junho para que os professores das redes de ensino possam efetivar a inscrição no projeto.

O tema desse ano será "O lugar onde vivo". A proposta é que o aluno resgate histórias, aprofunde o conhecimento da sua realidade e estreite vínculos com a comunidade.

Inscrições

A inscrição é gratuita e o diretor da escola deve estar ciente da participação do docente. O professor poderá se inscrever, em quantas categorias desejar e em mais de uma escola, de acordo com o ano escolar de seus alunos:

·         poemas – 5º e 6º anos/ 4ª e 5ª séries do ensino fundamental;

·         memórias – 7º e 8º anos/ 6ª e 7ª séries do ensino fundamental;

·         crônicas – 9º ano/ 8ª série do ensino fundamental e 1º ano do ensino médio;

·         artigos de opinião – 2º e 3º anos do ensino médio.

Na primeira etapa, todas as escolas públicas receberão a coleção da olimpíada, enviada pelo Ministério da Educação (MEC). Com o material em mãos, os professores deverão desenvolver, em sala de aula, as oficinas propostas. O período de realização das oficinas em sala de aula é de dois meses.

A olimpíada será realizada em cinco etapas: escolar, municipal, estadual, regional e nacional. Veja como funcionará cada uma dessas etapas e as respectivas premiações no regulamento (https://ww2.itau.com.br/itausocial/olimpiadas2010/web/site/imgs/regumelamento/regulamento.pdf)

Os semifinalistas, finalistas e vencedores serão anunciados em eventos que ocorrerão durante o ano de 2010 em datas, locais e horários a ser informados no endereço eletrônico www.escrevendoofuturo.org.br

O programa, criado em 2002 pela Fundação Itaú Social, foi adotado pelo MEC em 2007 e transformado em política pública. Esse ano, a meta do concurso é atingir nove milhões de estudantes de 80 mil escolas públicas de todo o país. A primeira edição, realizada em 2008, conseguiu envolver seis milhões de alunos.

Site para adesão das secretarias e inscrição dos professores: https://ww2.itau.com.br/itausocial/olimpiadas2010/web/site/comopart.htm 

PORTAL APRENDIZ – 13/05/2010
PNE deve chegar ao Congresso este mês

Apesar do ano eleitoral, em que as atividades do Congresso Nacional costumam ficar paradas, os parlamentares brasileiros têm entre suas missões aprovar o novo Plano Nacional de Educação (PNE), que definirá as metas e as estratégias a serem alcançadas nos diferentes níveis de ensino até 2020. O PNE está sendo elaborado pelo Ministério da Educação. O ministro Fernando Haddad afirma que a proposta reunirá os desejos e os anseios da sociedade brasileira expressos durante a Conferência         Nacional de Educação (Conae) em abril e nas etapas estaduais e municipais que a precederam. As diretrizes apontadas na Conae estão sendo reunidas em um documento, que servirá de apoio na elaboração do plano pelo MEC. Em entrevista ao iG, a senadora Fátima Cleide (PT-RO), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, e integrante da comissão organizadora do evento, afirma que o trabalho está em fase de     conclusão. Por isso, a expectativa dela é de que o ministério envie o PNE ao Congresso até o dia 30 deste mês. A senadora teme que a tramitação do projeto seja atrapalhada pelas eleições. Para ela, o plano será alvo de intensas disputas entre os parlamentares. Mas, otimista, acredita que as propostas principais sejam aprovadas, especialmente o orçamento destinado à educação. Leia, a seguir, entrevista com a senadora.

Quando o Plano Nacional de Educação deve chegar ao Congresso Nacional? O MEC estabeleceu prazos para enviar esse documento?

Fátima Cleide: A comissão organizadora fez a primeira avaliação da Conae há poucos dias. Discutimos encaminhamentos e fizemos um balanço do texto final, que está quase pronto. O Ministério da Educação está trabalhando no plano com base na avaliação feita do PNE passado e das proposições da Conae. Acredito que, no máximo até 30 de maio, o MEC envie a proposta ao Congresso Nacional. 

Esse prazo preocupa a senhora? O projeto terá um longo trâmite no Congresso?

Fátima Cleide: Lógico, esse trâmite pode ser prejudicado pelo calendário eleitoral. 

Qual é a data limite para aprovação do PNE? Antes das eleições?

Fátima Cleide: O prazo é 31 de dezembro. Acredito que o plano será enviado como projeto de lei, que possui uma tramitação segura pelas comissões temáticas e depois pelo plenário. Existe um compromisso expresso do Congresso Nacional com o que é deliberado pela sociedade e as propostas da conferência foram aprovadas por 3,5 milhões de pessoas em mais de um ano de discussão. O Congresso vai olhar com muito carinho as proposições da Conae e do MEC porque não podemos perder tempo. 

Como a senadora vê as propostas aprovadas pela Conae? Houve avanços centrais?

Fátima Cleide: Todas as discussões foram importantes, mas o principal avanço é o financiamento. O mundo mudou e isso tem de chegar à sala de aula por meio de profissionais capacitados, qualificados, valorizados. É preciso melhorar a qualidade da educação oferecida e isso não se faz sem dinheiro. Foi muito importante apontar a necessidade de que o PNE esteja vinculado ao PIB. 

A meta de investir 7% do PIB no ano que vem e 10% até 2014 não é muito ousada?

Fátima Cleide: Não. Acredito que, sem definição de metas de recursos, como aconteceu nos últimos dez anos, é que não podemos ficar. Veja o montante de recursos investidos de 2004 para cá e agora estamos em torno de 5%. Se tivéssemos vinculado os investimentos ao PIB antes, a realidade seria diferente. Com certeza, esse tema vai gerar uma grande discussão, mas podemos chegar a 10%. Teremos grandes lutas para convencer parlamentares e autoridades disso. 

A senhora acredita que a falta de investimentos em educação se dá por falta de clareza?

Fátima Cleide: Não é não. Quem não investiu na educação até agora não foi por falta de clareza, porque nas suas famílias prioridade foi educação. É a concepção política que não prioriza inclusão social e que impede os investimentos. 

O esforço feito no plano passado foi para universalizar o ensino fundamental. O grande foco agora será a educação infantil?

Fátima Cleide: Com certeza. Acredito que é preciso ter determinação política. O investimento em creche em um País que está se desenvolvendo economicamente, em que as mulheres estão participando com muita competência no mercado de trabalho, é essencial. Além de garantir que elas ingressem no mercado, assegura o direito de qualidade de ensino desde cedo, que traz benefícios para a idade adulta. É uma questão de investimento. O direito, então, é de 100% das pessoas. Lógico que não vamos atingir a meta do dia para noite. O governo está dando passos significativos para isso em diferentes ações voltadas para a construção de creches. 

E a qualidade de ensino: o que é mais importante para garanti-la?

Fátima Cleide: Temos de nos esforçar para oferecer cursos que melhorem a qualidade da formação e eles têm de caminhar junto com a valorização profissional. Isso passa pela necessidade urgente de o Supremo Tribunal Federal votar o mérito do piso salarial dos professores, questionado por alguns Estados. Também é necessário criarmos um plano de carreira que valorize a profissão. 

Qual é a importância de se criar um plano de metas que tenha um horizonte considerado por muitos longo demais?

Fátima Cleide: O Plano Nacional de Educação ou qualquer outro é importante porque representa um pacto da sociedade sobre onde queremos chegar. Os governos têm de se orientar por esses planos, que vão além de governantes. (IG)

PORTAL IG EDUCAÇÃO – 13/05/2010
Para reduzir evasão escolar, rede municipal vai ter aulas de reforço



Cerca de 7 mil estudantes vão receber atenção especial dos professores. Em 2009, quase 15 mil jovens abandonaram a escola  

Alunos de 116 escolas municipais do Rio de Janeiro começaram a receber, nesta semana, aulas de reforço. A medida é para tentar reduzir a evasão escolar. No início de 2009, 553.411 estudantes estavam matriculados na rede de Ensino Fundamental do município do Rio. Mas 14.831 abandonaram a escola antes do fim do ano letivo. Cerca de um terço dos alunos que largaram os estudos estavam matriculados em escolas que estão em áreas de risco. Mas, segundo a pedagoga Cristina Carvalho, doutora em educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), outros fatores também colaboram para o problema da evasão escolar. “Eu acho que falta também           o acompanhamento dos pais. O mais importante é não culpar nem um lado, nem o outro: os pais têm responsabilidade, as escolas também. As próprias crianças também devem se manifestar quando acharem que algo não está bom”, ressaltou a pedagoga. 

Programa vai reforçar estudo de 7 mil alunos - “Nenhuma criança a menos” é o programa da Secretaria municipal de Educação que pretende melhorar a aprendizagem das crianças. Quase 7 mil estudantes da rede municipal vão receber atenção especial dos professores. São alunos que tiveram desempenho abaixo da média na Prova Rio, aplicada em       2009. Os estudantes terão que fazer provas mensais de Português e Matemática e receberão uma lista de livros para leitura. Além disso, o uso de laboratórios nessas escolas será prioritário para o reforço escolar. “A gente acha que isso é um grande incentivo para a criança, já que ela vai ter a possibilidade de estar acompanhando os demais alunos da turma”, destacou Marcelle Dias, diretora de uma escola. O reforço é tudo que o pequeno Alejanderson precisava. O menino está no 3° ano e, agora, com mais atividades e atenção, o que ele quer mesmo é estudar, cada vez mais. “Quero estudar muito para ser um advogado de sucesso”, finalizou ele.
 

CORREIO BRAZILIENSE - 13/05/2010
Senadores discordam sobre projeto que trata da idade de acesso ao ensino fundamental


AGÊNCIA SENADO 

Em audiência na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) sobre projeto que passa a exigir formação superior dos professores do ensino básico (PLC 280/09), nesta quarta-feira (12), a maior polêmica registrou-se em torno de outro projeto já aprovado pelo Senado, agora tramitando na Câmara dos Deputados, que, entre outros objetivos, redefine as idades de entrada no ensino infantil e fundamental. Enquanto as convidadas criticaram o texto, os senadores o defenderam, apontando uma "leitura equivocada". Duas expositoras manifestaram críticas ao PLS 414/08, do senador Flávio Arns (PSDB-PR), classificado por elas como um "Cavalo de Tróia" por supostamente retirar um ano de educação infantil das crianças brasileiras. Para Fúlvia Rosemberg, do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (Mieib), e Maria Machado Malta Campos, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, distorções "semânticas" no texto aprovado por 14 senadores da CE acabam reduzindo a idade de término da educação infantil para quatro anos e introduz a obrigatoriedade do início do ensino fundamental aos cinco. 

Desde a ementa, conforme disseram, o projeto informa como seu objetivo alterar a Lei de Diretrizes e Bases (LDO) para dispor sobre a "educação infantil até os cinco anos de idade e o ensino fundamental a partir dessa idade". Como resultado, afirmaram que as crianças devem entrar com quatro anos na etapa infantil e com cinco no fundamental. O risco é de que seriam "precocemente alfabetizadas", como já estaria ocorrendo, já que promotores também acolhem esse entendimento e estão obtendo liminares em favor dos pais que desejam matricular os filhos nessas bases. - O PL não pretende retirar um ano qualquer da escolaridade, mas um ano de ensino fundamental que tem grande impacto na vida das crianças - afirmou Fúlvia. 

Flávio Arns rebate - O senador Flávio Arns disse que houve uma "leitura equivocada" do texto de seu projeto. Conforme explicou, as adaptações foram necessárias para compatibilizar a LDO à emenda que ampliou o ensino fundamental para nove anos. Segundo ele, a emenda foi feita para garantir a oferta obrigatória de um ano inicial correspondente à pré-escola (antigo Jardim 3) na rede pública, e não para terminar o ensino fundamental um ano mais tarde. Segundo ele, fica claro que a criança fará seis anos no decorrer do 1º ano fundamental, entendimento já firmado em  questionamento ao Supremo  Tribunal Federal (STF). - O grande objetivo não é fazer com que criança fique um ano a mais na escola, mas que, sim, ela tenha a oportunidade de se adaptar ao ambiente escolar e ter conteúdos adequados a essa faixa etária com professores preparados - justificou.

Sérgio Zambiasi (PTB-RS), que foi o relator do projeto na CE, reagiu com firmeza às declarações das palestrantes. Segundo ele, as críticas chegaram "atrasadas" e que nada impedia a apresentação de sugestões enquanto o projeto estava em tramitação na Casa. Na manifestação da professora Fúlvia, em particular, ele apontou "acidez". - Não recebi contribuições nem da senhora nem da base do governo. O próprio Ministério da Educação, com o qual tenho as melhores relações, deixou correr frouxo - comentou. Para Marisa Serrano (PSDB-MS) o projeto está de acordo com o texto constitucional. Se há dúvidas, observou, será necessária uma proposta de emenda à Constituição para possíveis correções. De imediato, sugeriu que se introduza no texto do projeto em debate agora na CE, sobre a formação dos professores, um dispositivo que garanta uma interpretação mais segura quando quanto ao problema apontado no anterior.

Projeto de lei incentiva abertura das escolas públicas aos fins de semana 

Você gostaria que a sua escola oferecesse atividades culturais nos finais de semana? Ia ser bem divertido, não é mesmo?! Ao pensar nisso, o senador Expedito Júnior, do PR de Roraima, apresentou o Projeto de Lei 3917/08 que incentiva a abertura       das escolas públicas nos finais de semana, feriados e períodos de recesso para ofertar cultura, esporte, lazer e reforço escolar. A iniciativa, que vai envolver atividades musicais, culturais e esportivas, pode até tirar muitas crianças da rua e do crime. A         Comissão de Educação e Cultura aprovou, nesta quarta-feira (12) a proposta, mas ainda falta a aprovação das Comissões de Educação e Cultura; Finanças e Tributação e Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

GAZETA DO POVO – 12/05/2010
Sem consenso sobre matrículas


Discussão ocorre há quatro anos e manifesto tardio vai contra projeto que pretende derrubar data de corte no ensino fundamental

TATIANA DUARTE  

Cinco meses depois da implantação definitiva do ensino fundamental de 9 anos em todo o país, ainda não há consenso sobre a data de matrícula para ingresso no 1.º ano. A divergência é se as crianças devem ser matriculadas com 6 anos completos até o dia 31 de dezembro (como é a regra no Paraná) ou 31 de março (como no restante do país). Ontem, quatro anos após a aprovação da lei que criou o ensino de 9 anos, cinco entidades que representam setores ligados à educação fizeram um manifesto na Câmara Municipal de Curitiba pedindo a retirada de um projeto de lei, de autoria do senador Flávio Arns (PSDB-PR), que tramita no Congresso Nacional. O projeto estende para todo o país a regra que vale no Paraná (leia mais no quadro). A Comissão de Educação da Câmara Federal realiza hoje, às 15 horas, uma audiência pública sobre o assunto.  

O projeto de Arns prevê a alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e vai contra uma resolução do Conselho Nacional da Educação (CNE), mas foi aprovado por unanimidade no Senado no ano passado e agora está na Comissão de Educação da Câmara. A professora do departamento de Educação da Univer­sidade Federal do Paraná (UFPR) Andréa Caldas, representante do Fórum Paranaense em Defesa da Escola Pública (uma das entidades responsáveis pelo manifesto, ao lado de três sindicatos e uma associação de escolas), diz que a sociedade não foi ouvida. “O que nos choca é que há implicações pedagógicas. Não dá para admitir crianças com 5 anos de idade no ensino fundamental quando deveriam estar na educação infantil. Isso é acabar com a inância”, diz.  

Para o deputado federal ­­n­gelo Vanhoni (PT-PR), que preside a Comissão de Educação na Câmara, não é possível retirar o projeto em tramitação. “Só compete ao autor. O que nos compete é escutar a sociedade civil e vamos fazer isso a partir de amanhã (hoje). A tramitação seguirá seu curso, inclusive com possibilidade de emenda contrária ao que prevê o projeto”, afirma. Já o senador Flávio Arns (PSDB-PR) ressalta que ouviu diversos setores da sociedade, incluindo promotores do Ministério Público de vários estados, pais e pedagogos. Arns diz que a resolução do CNE é inconstitucional. “Outros estados estão tendo de buscar na Justiça o         direito à matrícula”, afirma. No Paraná, desde 2007 é possível a matrícula no 1.º ano do ensino fundamental com 6 anos incompletos. A possibilidade se deu após algumas decisões judiciais. Em 2009 passou a vigorar uma lei estadual com o mesmo teor.  

De acordo com a promotora de Justiça Hirmínia Dorigan de Matos Diniz, que coordena o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção à Educação do MP-PR, a Consti­tuição Federal não estabelece corte etário e diz que a educação infantil vai até os 5 anos de idade. “No Paraná, a decisão judicial que vigora é uma interpretação da Constituição”, afirmou em nota enviada por e-mail. Já a secretária da Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar Lacerda, entende que o Paraná desobedece o CNE, que tem função deliberativa em âmbito nacional. A secretária ressalta que o MEC vai pedir aos deputados federais a não aprovação do projeto apresentado por Arns. “Com a am­­pliação da obrigatoriedade de ensino da educação básica, dos 4 aos 17 anos de idade, que deve ocorrer até 2016, esta questão deve ser resolvida”, afirma.

CORREIO BRAZILIENSE – 12/05/2010
Filho de empregado poderá ter bolsa de estudo paga por empregador


AGÊNCIA SENADO  

Os senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovaram há pouco projeto do senador Pulo Paim (PT-RS) que prevê incentivos para que empresas concedam bolsas de estudo a filhos de empregados. O texto recebeu voto favorável do relator, Osmar Dias (PDT-PR), com emendas.

REVISTA ISTOÉ – 12/05/2010
Tecnologia na sala de aula


Carteiras com teclado, telas sensíveis ao toque e conteúdo em 3D. As escolas chegaram ao século XXI

VERÔNICA MAMBRINI  

Nada é mais tradicional do que a aula “cuspe e giz”, aquela que só depende da fala do professor para se concretizar. Mas a tecnologia está fornecendo cada vez mais recursos para turbinar o que acontece na escola e deixar o dia a dia dessa geração de crianças tão digitais mais próximo de sua realidade. Aliados poderosos, como a projeção tridimensional, facilitam o ensino de temas intrincados, como reações químicas ou demonstrações de leis da física. Já existem no mercado, por exemplo, diversos softwares que apresentam os conteúdos didáticos do currículo proposto pelo Ministério da Educação. Pode-se desenvolver material para todas as disciplinas com interatividade, usando capacetes e luvas que transmitem o movimento dos alunos. Isso sem falar nas carteiras com teclado, mouse e telas sensíveis ao toque. Tudo para atrair a garotada.

“Quando você percebe que essas crianças entram em uma sala de aula no mesmo formato do século XIX, há cansaço, desentendimento, falta de vontade de aprender”, afirma Jorge Vidal, diretor da Interdidática, feira que aconteceu recentemente em São Paulo e trouxe os lançamentos de ponta do setor para o mercado brasileiro. O Colégio Castanheiras, na capital paulista, abraçou a tecnologia. A partir do segundo ano do ensino fundamental todas as salas têm lousa digital e a tradicional e dois computadores ligados à internet – um para o professor e outro para os alunos. Do oitavo ano em diante, os estudantes também usam notebooks. “As salas têm sempre as duas lousas, porque somos da geração da transição, com giz e mouse, que não brigam”, diz a diretora pedagógica Débora Vaz. Aliadas às lousas digitais, carteiras especiais permitem integrar totalmente as aulas com a apresentação do professor. Fechadas, elas parecem comuns, com tampa de madeira e apoio para canetas e lápis. Sob a tampa, monitor, mouse e teclado.  

Toda a tecnologia disponível, no entanto, não assegura por si só uma revolução educacional. É preciso aprimorar didática e conteúdos. O desafio agora é garantir o bom uso da tecnologia. “O risco é repetir o velho com a ferramenta nova”, diz Nilbo Nogueira, doutor em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Novas mídias, recursos e possibilidades garantem mais chances de aprendizado para toda a sala, afirma o professor. “Há alunos mais visuais, outros que aprendem ouvindo. Mas, na aula tradicional, você atinge menos gente.” Outra boa notícia é que a disponibilidade da tecnologia não está apenas nas escolas de elite. A Sapienti, empresa que desenvolve lousas e salas multimídia, tem nas escolas públicas seu principal cliente. “Na rede pública, 30% dos alunos não tinham computador em casa, mas 60% deles acessavam de um cybercafé”, diz Gonçalo Clapes Margall, diretor da Sapienti. Diante da revolução digital, a rendição parece inevitável.

Observação: as notícias deste clipping são
meramente informativas, publicadas em jornais
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A DIRETORIA

CLAUDIO FONSECA
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