21/05/2010 – CLIPPING EDUCACIONAL

NOTÍCIAS – FIQUE POR DENTRO

portal uol - 21/05/2010 - 7h
Alunos de ensino médio de SP estudam menos tempo e têm mais matérias que os de Nova York

Rafael Targino
Em São Paulo

Um
levantamento feito por um pesquisador da Secretaria de Educação de Nova York mostrou que os alunos de ensino médio do estado de São Paulo estudam menos horas por semana e mais matérias ao mesmo tempo do que os alunos do mesmo nível da cidade americana. De acordo com a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (19), os professores paulistas também lecionam por mais horas, têm mais estudantes por sala e maior probabilidade de dar aula em mais de uma escola. Ou seja, acabam responsáveis por muito mais alunos do que os docentes nova-iorquinos.

O estudo, feito pelo pesquisador Jesse Margolis, compara o estado de São Paulo com a cidade de Nova York por causa da dinâmica do ensino nos dois locais. O município americano é responsável pela gestão escolar, enquanto que o estado fica com a parte de regulação. No Brasil, os dois quesitos ficam a cargo tanto do estado quanto da cidade.

O número médio de alunos por sala de aula no estado de SP (34,7) é aproximadamente 33% maior do que o total da cidade americana (26,1). Outro dado apontado por Margolis é que mais alunos de ensino médio têm aulas à noite em São Paulo do que na comparação com os de Nova York. Pela pesquisa, 43,6% das pessoas que cursam esse nível em escolas públicas do estado o fazem à noite; nos EUA, o total é de 5,5%.

Além disso, o número de professores que se ausenta da sala de aula –e exige uma substituição temporária– é duas vezes e meia maior em São Paulo do que em Nova York. A pesquisa também mostra que os professores de tempo integral no estado brasileiro passam pelo menos mais 11 horas em sala que seus colegas americanos.

“É muito difícil conseguir o dado exato, mas não me surpreenderia que um professor de ensino médio tivesse duas vezes mais alunos [em São Paulo]. [Mas] Isso seria um dado aproximado”, afirmou Margolis. O pesquisador disse que o que acontece em Nova York não é "necessariamente" melhor do que em SP.

Para ele, um dos problemas é que o professor não consegue acompanhar adequadamente o aluno. “Uma maneira possível, que não necessariamente posso recomendar, seria que o aluno não estudasse tantas matérias ao mesmo tempo. Não é que tem que diminuir o numero de matérias que estuda um aluno de ensino médio. Mas, em Nova York, o que fazemos é que um aluno estuda biologia em um ano, química no segundo, física no terceiro, e tem um só professor de ciências, ao invés de três.”

PORTAL UOL – revista sentidos - 21/05/2010
Pelos olhos dos livros
Universidades e bibliotecas públicas constroem acervos específicos para pessoas com deficiência visual

Por Sibele Oliveira

Uma casa sem livros é como um corpo sem alma", já dizia o pensador romano Marco Túlio Cícero. A prova de que os brasileiros já se conscientizaram dessa ideia é o crescimento contínuo do mercado editorial. Mas o prazer de mergulhar nos enredos de belas histórias ou tecer novos conhecimentos a partir da leitura não é privilégio dos que leem de forma convencional. Se antes os cegos precisavam frequentar bibliotecas especializadas para fazer pesquisas ou apreciar um bom romance, agora também podem recorrer às universidades, que promovem uma inclusão literária de qualidade e algumas dessas instituições investem em tecnologias sofisticadas e buscam meios de tornar o processo de aprendizagem mais acessível e estimulante.

Ao alcance da comunidade 

Cumprindo seu papel social, além de focar na formação dos alunos, grande parte das universidades abrem as portas de suas bibliotecas para a comunidade. Entre os vários exemplos, destaca-se a Biblioteca Digital e Sonora (BDS), da Universidade de Brasília (UnB), que disponibiliza textos em formato digital e sonoro por meio do acesso on-line e empréstimo de CDs. "Os cegos ainda são bastante excluídos da sociedade, e a forma que encontramos para reverter isso é trabalhar a inclusão social por meio da leitura. É necessário ter em mente que todos nós temos direito à informação, direito de ampliarmos nossos horizontes e aprimorarmos nossos conhecimentos. Pensando nisso, oferecemos esse serviço para que todas as pessoas que desejarem tenham acesso a um material de qualidade para uma boa leitura", ressalta Marília de Freitas, bibliotecária da instituição.

Com o laudo médico, RG e CPF em mãos, qualquer pessoa com deficiência visual pode se cadastrar e ter acesso ao acervo da UnB. Embora ainda seja pequeno, o número de cadastros tende a aumentar à medida que os próprios frequentadores divulgarem a biblioteca aos conhecidos. "O trabalho ainda está bem no começo, porém, temos tido bastante retorno por parte dos usuários, que acharam a iniciativa fantástica e têm nos dado um retorno muito positivo", atesta Marília. Os benefícios do projeto são comprovados por um aluno da UnB. "A biblioteca tem sido muito importante, principalmente para a minha formação acadêmica, até porque o acervo é formado pelo que a gente apresenta de demanda. Quando preciso de um livro que ainda não tem na biblioteca, demora um tempinho para ser digitalizado, mas isso é um detalhe. No geral, já está bastante bom", comenta Luciano Campos, estudante de biblioteconomia.


Leitura intimista 

Imprescindíveis para textos didáticos, principalmente pela velocidade de conversão das informações, os sintetizadores de voz quebram a literariedade das obras de ficção, por melhor que sejam. Clássicos como "Quincas Borba", de Machado de Assis, "A escrava Isaura", de Bernardo Guimarães ou "Os miseráveis", de Victor Hugo, lidos pelos computadores (arquivo em áudio) perdem um pouco do sabor. E uma das preocupações das bibliotecas é justamente preservar o ritmo e a musicalidade peculiares das narrativas literárias. Este é o caso da UnB, que convocou voluntários para imprimir suas vozes em mais de 20 livros sonoros, número ainda pequeno se comparado às cerca de 700 obras disponíveis em HTML, mas que já tem feito a diferença. "Para a leitura de uma obra literária, acho interessante a voz humana. Fica mais confor- tável de se ouvir. Já para uma leitura técnica, a voz robotizada do computador não é ruim", diz o aluno Luciano Campos, que participou da implantação da iniciativa.

Pegando carona nesse sucesso, a UnB tem planos de esten- der a prática a outras áreas do conhecimento. "Estávamos gravando basicamente livros de literatura, mas, a partir de agora, vamos dar prioridade ao material de apoio às disciplinas cursadas pelos alunos", antecipa Tânia Milca, coordenadora da biblioteca. Já a Universidade Federal de Santa Maria recebe os livros falados da Fundação Dorina Nowill para Cegos, que por enquanto correspondem a menos de 0,5% do acervo. "Acho que o importante nem sempre é uma bonita voz, mas que seja legível e que possa ser compreendida. Particularmente, prefiro livros digi- talizados, pois posso confirmar a ortografia de algumas palavras que não recordo mais, mas, com relação ao som, o livro falado é muito mais agradável", acrescenta a estu- dante Silvana Fagundes.

Ênfase na informação

Quando começou a adaptar sua biblioteca para também aten- der os alunos com deficiência visual, além de adquirir o sistema Virtual Vision (software para a leitura de materiais digitaliza- dos) e CDs de literatura brasileira contendo obras como "A moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo, e "Senhora", de José de Alencar, a Universidade Anhembi Morumbi implantou a base de dados Library PressDisplay, sistema que permite o acesso em áudio ao conteúdo de jornais nacionais e interna- cionais. Assim, estudantes, funcionários e visitantes cadastra- dos podem folhear diários norte-americanos como "The New York Times", "The Washington Post", além de publicações canadenses, chinesas, espanholas, argentinas e italianas. Entre as brasileiras há o "Jornal do Dia", "O Globo" e o "Valor Econômico".

Como a acessibilidade no ensino superior é um conceito que só recentemente começou a sair do papel ou de discursos políticos e acadêmicos para ganhar contornos de realidade, o catálogo desti- nado aos cegos ainda corresponde a um percen- tual menor dos livros das bibliotecas. "O acervo é pequeno, mas está em expansão e vem crescendo de acordo com a demanda interna da universidade. Sabemos que a ampliação desse tipo de serviço forta- lece o papel da biblioteca, pois proporciona maior acesso aos conteúdos disciplinares e ajuda na disseminação da informação para a comunidade acadêmica", expõe Marli Cacciatori, bibliotecária da Anhembi Morumbi (Sisbam), complementando que a missão da universidade é dispo- nibilizar a informação em seus diferentes suportes, con- tribuindo para o desenvolvimento pessoal e profissional dos seus usuários, inclusive as pessoas com deficiência visual. Apesar de ter sido iniciado em 2008, o trabalho já começa a produzir frutos. Só no ano passado, as quatro unidades do Sisbam registraram 471.805 acessos.

De presídio à biblioteca 

Em um local que foi habitado por presidiários durante anos, agora, reside a liberdade sem fronteiras do mundo dos livros. A antiga Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru, cedeu lugar à moderna Biblioteca de São Paulo, com cara de megastore e espaço garantido para cegos e pessoas com baixa visão. Além do projeto arquitetônico acessível, que inclui piso retrátil, elevador para cadeirantes, mesas de leitura adaptáveis e mapa em braile, os cegos contam com equipamentos como leitores autônomos (que convertem o conteúdo em áudio ou linha braile), ampliadores de letras, impressora braile e 10 computadores com softwares especiais de leitura e teclados ampliados com mouses especiais.

"Temos a missão de atender toda a comunidade e, portanto, não podemos deixar de cuidar das pessoas com deficiência. Queremos dar autonomia para elas, oferecendo uma gama variada de assuntos para que escolham o que quiserem ler. E os equipamentos dão essa possibilidade porque se o título não estiver disponível em áudio ou braile, é possível fazer a leitura por meio dos deles", sintetiza Adriana Ferrari, gestora do projeto.

Localizada no Parque da Juventude, a biblioteca pública recém-inaugurada tem opções para todos os gostos, incluindo mais de mil audiolivros, principalmente literatura nacional e estrangeira, além de uma coletânea de aproximadamente 100 livros em braile, entre eles títulos infanto-juvenis, atlas e outros materiais de referência em braile e tinta. Tanto a coleção em áudio quanto em braile foram adquiridas da Fundação Dorina Nowill para Cegos, mas a biblioteca ainda deve incluir em seu catálogo publicações narradas por personalidades. "O acervo será ampliado a partir da interação com o público, que vai opinar, sugerir aquilo que ele precisa para que o material seja adquirido", assegura Adriana, dizendo que a biblioteca dispõe de uma equipe treinada para atender as pessoas com deficiência.

Levando em consideração a dificuldade de mobilidade, o número de livros e prazo de empréstimo também são maiores para esses usuários, que podem pegar até dez obras emprestadas e permanecer com elas durante um mês. Além dos meios de comunicação, a divulgação da biblioteca para as pessoas com deficiência visual será feita de forma especial. "Estamos em contato com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD), mapeando entidades que beneficiam os cegos com algum tipo de serviço, para apresentar a biblioteca a eles", conclui a gestora.

SERVIÇOS: 

Biblioteca de São Paulo
www.bibliotecadesaopaulo.org.br / (11) 2089-0800

Fundação Dorina Nowill para Cegos
www.fundacaodorina.org.br / (11) 5087-0999

Universidade Anhembi Morumbi
www.anhembi.br / (11) 3847-3085

Universidade de Brasília
www.unb.br / (61) 3107-2688

Universidade Federal de Santa Maria
www.ufsm.br / (55) 3220-8250

PORTAL UOL – 20/05/2010 - 22h36
Adolescentes vão à escola com arma escondida em urso de pelúcia

da Sucursal do Rio 

Dois estudantes foram flagrados nesta quinta-feira com um revólver calibre 32 escondido dentro de um urso de pelúcia em uma escola pública de Visconde de Mauá, distrito de Resende (161 km do Rio).

Segundo a Polícia Militar, uma professora descobriu a arma, que estava com seis munições, após ouvir a dupla de 13 e 14 anos comentar sobre o revólver, durante o intervalo.

Os adolescentes foram encaminhados para a 89ª DP, em Resende. Os pais da dupla também foram chamados, e o caso ainda era registrado nesta noite.

A polícia ainda não sabe onde os adolescentes encontraram a arma nem o que pretendiam fazer com ela. 

PORTAL UOL – 20/05/2010 - 20h12

Metade dos alunos de escolas rurais é das classes e E  

Amanda Cieglinski

Da Agência Brasil, em Brasília 

Mais de 50% dos alunos da escola rural são das classes D e E. Quase um terço dos pais desses alunos nunca estudou ou não chegou a completar a 4ª série do ensino fundamental. Quarenta e nove por cento deles já reprovaram de ano. O índice é ainda mais alto (66%) entre os alunos da classe E.

Os dados são de uma pesquisa apresentada hoje (20) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que avaliou a situação das escolas rurais de dez estados brasileiros. Apesar das condições desfavoráveis, 56% das famílias acreditam que o aluno vai chegar ao ensino superior e 99% dos alunos disseram que seus pais “falavam para ir para a escola e não faltar às aulas."

A maior dificuldade apontada pelos alunos para frequentar a escola é o problema com transporte. Do total dos entrevistados, 44% vai à escola de ônibus e 43% a pé. Quase um terço das crianças trabalham, a maior parte (92%) “ajudando os pais na roça” ou “com o gado."

Os alunos e professores entrevistados avaliam a escola como ótima ou boa (50%) e 24% acreditam que ela seja ruim ou péssima.

Escolas rurais ainda têm estrutura deficiente; 70% não contam com biblioteca

Amanda Cieglinski

Da Agência Brasil, em Brasília

Pesquisa
divulgada hoje (20) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta para uma realidade preocupante nas escolas rurais, especialmente em termos de infraestrutura. Entre as 50 escolas de dez estados que participaram da pesquisa, 70% não tinham biblioteca, 66% não contavam com computador e 92% não tinha acesso à internet. A única ferramenta pedagógica que foi encontrada em todas unidades e em boas condições de uso foi o quadro negro. Mais de 70% ainda utiliza o mimeógrafo para reproduzir materiais como provas e exercícios.

A pesquisa foi desenvolvida pelo Instituto Paulo Montenegro, braço do Ibope. O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches, defendeu que os resultados apontados pela pesquisa são consequência do descaso com a educação a partir da priorização das escolas urbanas.

“Na década de 90 a educação no campo foi pensada de maneira equivocada. Priorizou-se o transporte escolar dessas crianças para a cidade e muitas escolas foram fechadas”, afirmou. Segundo Sanches, muitos municípios fazem essa opção porque os custos para manter uma escola aberta são altos já que geralmente são unidades com poucos alunos.

“Hoje os municípios têm um gasto enorme com transporte escolar quando esses recursos poderiam ser investidos em capacitação desses professores, equipamentos e infraestrutura”, comparou.

Rosa Neide de Almeida, representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), apontou que a situação precária das escolas do campo é consequência da priorização, por parte dos gestores, das escolas da cidade. "A própria linguagem nessas escolas é distanciada da realidade do campo", disse.

A pesquisa traz também alguns dados sobre a organização da escola. Metade delas não possui diretor e em 44% delas todos os alunos estavam em classes multisseriadas. Nesse formato, alunos de diferentes idades estudam em uma mesma classe, aprendendo conteúdos diferentes de acordo com a série em que estão. Esse modelo é muito comum nas escolas rurais, já que elas contam com poucos alunos e há dificuldade de acesso de professores em grande número.

Dos professores que fazem parte da pesquisa, mais de 60% tinham curso superior. Ao mesmo tempo, 66% deles recebiam de um a dois salários mínimos por mês. Com raras exceções, as redes de ensino declararam que os seus educadores não tinham recebido uma capacitação diferenciada para trabalhar com classes multisseriadas.

Para a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA, os dados são reflexos do descaso do governo com o campo, que atinge todas as áreas. “Se observarmos a execução orçamentária dos principais ministérios nos últimos dez anos, percebemos que, fora o crédito rural, houve uma redução dos investimentos. As dificuldades do campo não são consideradas quando as políticas públicas são formatas e como tem menos gente no campo as políticas públicas se concentram onde há mais eleitores”, afirmou.

A senadora reclamou que apenas em 2009 a Prova Brasil, principal avaliação do Ministério da Educação (MEC), chegou às escolas rurais. É por meio desse exame que o MEC calcula o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de cada escola. “Ainda assim, a Prova Brasil só é aplicada nas classes seriadas, que são a minoria nas escolas”, defendeu.

Segundo o MEC, os critérios técnicos do exame exigem um mínimo de 20 alunos por turma para que a prova seja aplicada. A baixa participação das escolas rurais ocorre porque na maioria delas as turmas têm um número reduzido de estudantes por série.

O diretor de Concepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica do MEC, Carlos Artexes, afirmou, durante o lançamento da pesquisa, que a pasta tem uma estrutura dentro da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) para pensar as questões do campo. “Não existe uma solução pronta para a educação rural”, destacou. Segundo Artexes, o primeiro passo é assumir “o compromisso de chegar no campo” e o papel do MEC é de articulador, garantindo apoio técnico e financeiro às redes de ensino.

PORTAL UOL – 20/05/2010 - 17h58
Estudante reprovado em vestibular no RS recorre ao STF contra sistema de cotas 

Da Redação*
Em São Paulo

Um candidato reprovado no vestibular da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) entrou com pedido de antecipação de tutela no STF (Supremo Tribunal Federal), para conseguir uma vaga na instituição. Ele se diz prejudicado pelo programa de reserva de vagas para estudantes egressos de escola pública. O ministro Ricardo Lewandowski não concedeu a antecipação.

Segundo recurso do estudante Giovane Pasqualito Fialho, ele teria passado no curso de administração não fosse a reserva de cotas. Ele informou que das 160 vagas, 30% foram reservadas a candidatos privilegiados em razão de sua etnia e condição social e 10 vagas a candidatos indígenas. A defesa de Fialho chama o sistema de cotas de “pacto da mediocridade” e declara que a distinção no tratamento dos candidatos com base em critério étnico é crime de racismo.

Na análise do ministro Lewandowski, a tutela não pode ser antecipada para permitir a matrícula de Fialho até que a questão seja resolvida na Justiça. “A antecipação da tutela na jurisdição constitucional possui periculum in mora inverso, uma vez que não apenas atingiria um amplo universo de estudantes como também geraria graves efeitos sobre as políticas de ação afirmativa promovidas por outras universidades”, disse na decisão, cujo mérito ainda será analisado pelo Plenário da Corte.

O periculum in mora é o perigo na demora – situação que justifica a concessão de decisões em caráter liminar, como é o caso da antecipação de tutela.

Nessa avaliação do Plenário sobre a constitucionalidade da reserva de vagas para minorias e cotas deverão ser incluídas, entre outros processos semelhantes, a Ação Direta de Inconstitucionalidade 3197 – que questiona lei fluminense sobre cotas universitárias – e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186 – que questiona cotas na UnB (Universidade de Brasília).

O tema de fundo do Recurso Extraordinário, cuja repercussão geral foi admitida na Corte por seis ministros, já foi analisado por representantes da sociedade civil e do governo federal numa audiência pública sobre ações afirmativas em universidades. A audiência ocorreu em março. Dessa forma, Lewandowski afirmou na decisão que “enquanto essa Corte não se pronunciar pela inconstitucionalidade desse sistema de admissão, presume-se a sua constitucionalidade”.
*Com informações do STF. 

CORREIO BRAZILIENSE – 21/05/2010
Entidades são contrárias ao ingresso no ensino fundamental aos 5 anos

AGÊNCIA CÂMARA 

A União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação-seção Goiás e o Fórum Paulista de Educação Infantil divulgaram há pouco, durante audiência pública na Comissão de Educação e Cultura, manifestos contrários ao Projeto de Lei 6755/10, do Senado, que torna obrigatória a matrícula no ensino fundamental a partir dos 5 anos de idade, e não mais dos 6, como é hoje. A audiência discute os impactos do projeto. Para as entidades, o ingresso das crianças no ensino fundamental aos 5 anos poder retirar delas experiências lúdicas que teriam na educação infantil (pré-escolar). 

MEC se opõe à redução de idade de entrada no ensino fundamental 

O Ministério da Educação se opõe ao Projeto de Lei 6755/10, do Senado, que reduz de 6 para 5 anos a idade de ingresso no ensino fundamental. O diretor de Concepções e Orientações Curriculares para Educação Básica do ministério, Carlos Artexes Simões, afirmou há pouco que não há argumento pedagógico para a mudança. Ele representa o MEC em audiência pública da Comissão de Educação e Cultura sobre a proposta. Simões argumenta que a obrigatoriedade de matrícula das crianças de 6 anos no ensino fundamental foi instituída há pouco tempo, pela Lei 11.114/05. Conforme o diretor, cerca de 400 municípios brasileiros ainda não se adaptaram à determinação. "Uma nova mudança desmontaria todo o esforço feito até agora pelo governo federal e pelos municípios", disse.

Ele informou ainda que o Conselho Nacional de Educação, para evitar que pais matriculassem crianças muito novas no ensino fundamental, estabeleceu que o ingresso só pode ser para  crianças que completarem 6 anos até 31 de março do ano em curso. "O entendimento é que a criança menor do que isso precisa de ambiente diferenciado e lúdico", disse. Segundo Simões, o PL 6755/10 recebeu várias manifestações contrárias no ministério e apenas uma a favor: um abaixo-assinado de famílias de Juiz de Fora (MG) que pede antecipação da idade para matrícula para 4 anos, e não para 5 anos. O debate prossegue no Plenário 10. Continue acompanhando a cobertura deste evento. 

Relator vai rejeitar redução da idade de matrícula 

O relator do Projeto de Lei nº 6.755/10, do Senado, que reduz de 6 para 5 anos a idade de ingresso no ensino fundamental, deputado Joaquim Beltrão (PMDB-AL), afirmou apresentará substitutivo deixando claro que a idade de matrícula é 6 anos. A declaração foi dada na audiência pública da Comissão de Educação e Cultura sobre a proposta. Embora a Lei 11.114/05 obrigue matrícula das crianças de 6 anos no ensino fundamental, o relator considera que a Emenda Constitucional 53, de 2006, causa confusão. A emenda estabelece    que a educação infantil (creche e pré-escola)vai até os 5 anos. Na audiência, Vital Didonet, representante da Rede Nacional Primeira Infância, afirmou que estudos indicam que a idade de 6 anos é a melhor para ingresso no ensino fundamental.
 

ESTADO DE MINAS – 21/05/2010
Ensino pela metade no país

Perto do prazo final para adoção da entrada na escola aos 6 anos, só Minas e outros 8 estados têm 100% de adesão. Dos 8 últimos do ranking, 4 são administrados pelo PT

GLÓRIA TUPINAMBÁS 

No ano definido como limite para que todos os governos estaduais e prefeituras do país implantem o ensino fundamental de nove anos de duração, dados do Ministério da Educação (MEC) revelam uma realidade preocupante para famílias dos mais de 30 milhões de estudantes matriculados na educação básica do país. Segundo as últimas estatísticas disponíveis, em oito estados a adesão ao novo modelo de ensino não chegava, em dezembro de 2009, à marca dos 90%, deixando meninos e meninas de 6 anos de idade sem acesso às salas de aula. O prazo final aderir à mudança, sob pena inclusive de punição judicial, foi estipulado em lei sancionada em 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O que chama a atenção é o fato de que quatro das oito unidades da federação com os piores índices de matrículas são governadas pelo próprio partido do presidente, o PT, legenda que tem a educação como uma de suas principais bandeiras. 

A primeiro rede de ensino público a implantar o ensino fundamental de nove anos foi a mineira, que desde 2004 recebe crianças a partir dos 6 anos de idade em escolas estaduais e municipais. De acordo com os dados mais recentes, Minas está entre as nove unidades da federação com 100% de adesão ao modelo de ensino. Além dos estudantes mineiros, têm acesso à escola pública a partir dos 6 anos os do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Acre, Tocantins, Ceará e Rio Grande do Norte. Nessa lista, o Acre é o único estado sob administração petista. Já na ponta oposta, com adesão menor que 90% dos municípios, estão Espírito Santo, Maranhão, Roraima, Amapá, Bahia, Sergipe, Piauí e Pará. Das oito administrações estaduais nos últimos lugares do ranking quatro são do PT (BA, SE, PI e PA), duas são do PMDB (ES e MA), uma é do PSDB (RR) e uma do PP (AP). 

Secretários de Educação, prefeitos e governadores que não implantarem o modelo de ensino ao longo deste ano letivo estão sujeitos, segundo o MEC, a responder judicialmente por crimes de responsabilidade e de abandono intelectual. “Como o ensino fundamental é um direito público subjetivo, tanto o município quanto o estado podem ser acionados pela Justiça e pelo Ministério Público”, explica a técnica em Assuntos Educacionais da Coordenadoria Geral do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do ministério, Aricélia Ribeiro do Nascimento. O MEC, embora não disponha de estatísticas relativas a 2010, acredita que a maioria dos municípios tenha sinalizado com a adesão ao longo deste ano. Mas os técnicos do ministério admitem que só será possível apresentar dados concretos a partir de julho, quando está prevista a conclusão da primeira etapa do Censo Escolar. 

GANHOS As vantagens do ensino fundamental de nove anos são comprovadas com números. Desde que o modelo foi adotado, subiu de 45% para 73% o total de crianças mineiras que, com dois anos de escolaridade, têm autonomia absoluta para ler e escrever. “O maior benefício é em relação ao desempenho na fase de alfabetização. Além disso, há ganhos do ponto de vista social. Crianças que antes não tinham condições de frequentar a pré-escola hoje têm contato com o conhecimento desde cedo e desenvolvem aspectos importantes para a socialização e a integração. Essas estratégias são válidas por aumentar o tempo de permanência da criança na escola”, afirma a subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica da Secretaria de Estado de Educação de Minas, Raquel Elizabete de Souza Santos. 

Mãe de três meninas, a funcionária pública Nilce de Jesus, de 42 anos, defende a ampliação do ensino fundamental. Ela se baseia na experiência da própria família e explica que a filha caçula, Thaís Stefany, iniciou os estudos aos 6 anos de idade e tem desempenho escolar melhor que as duas irmãs, que entraram na escola aos 7. “Acredito que a Thaís aprendeu a ler e a fazer as primeiras contas com mais facilidade. Ela também ganhou maturidade, pois a escola exige responsabilidade e disciplina das crianças”, diz Nilce, cujas filhas estão matriculadas na Escola Estadual Leon Renault, no Bairro Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte. Para a gerente financeira Claudete Lúdia Santos, de 39, mãe da pequena Taís Vitória, de 6, outra grande vantagem é a tranquilidade para os pais. “É bom saber que nossos filhos estão na escola e não brincando na rua ou nas mãos de babás. Quanto mais cedo eles começam a estudar, mais se desenvolvem.”
 

FOLHA ON LINE – 20/05/2010
Estudantes fazem passeata para reivindicar recursos do pré-sal para educação

AGÊNCIA BRASIL 

Estudantes fizeram na manhã desta quinta-feira uma passeata na Esplanada dos Ministérios para reivindicar que 50% dos recursos do Fundo Social do Pré-sal sejam destinados à educação. Segundo o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Augusto Chagas, é importante que a sociedade discuta onde será investido o dinheiro do petróleo brasileiro. "É fundamental que o pré-sal sirva de instrumento para melhorar a educação do nosso país. Nosso objetivo é chamar a atenção da sociedade e do Congresso para esse debate e, com isso, garantir que 50% do pré-sal seja encaminhado para a educação", disse.  Segundo o presidente da Ubes (União Brasileira            dos Estudantes Secundaristas), Yann Evanovick, a mobilização tem o objetivo de acelerar a votação da emenda que permitirá a aplicação de 50% do Fundo Social do pré-sal em programas direcionados ao desenvolvimento da educação pública no país. A Ubes espera que o Senado Federal vote a emenda ao projeto de lei 7/2010 até o dia 8 de junho. 

"Não podemos permitir que o ciclo de mal investimento das riquezas do Brasil continue. Temos que mobilizar a opinião pública para conquistar o direito de que o investimento do pré-sal seja voltado para a educação, porque é bom para o país, investir em educação é investir no futuro", afirmou o presidente da Ubes. A manifestação partiu do museu Nacional e seguiu até o gramado em frente ao Congresso Nacional. Os estudantes aproveitaram a mobilização para se divertir, alguns, inclusive, entraram no espelho d'água na frente ao Congresso. O estudante Paulo Victor da Silva, do CEMTN (Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte), cidade próxima à capital, disse que os estudantes estão empenhados na luta por uma educação de mais qualidade. "Viemos protestar em prol da educação, mas também aproveitamos para trazer um pouco de alegria para esse Congresso", contou o jovem.

GAZETA DO POVO – 20/05/2010
Educação hoje, educação ontem
 

ESTHER CRISTINA PEREIRA
   

Às vezes me questiono sobre o que ganhamos e o que perdemos, tendo como referência o verdadeiro papel do professor. É um questionar constante, pois vivemos uma perda de valores e referências do nosso verdadeiro papel. Perdas levadas pelos anos, por meio das gerações diferentes advindas de um mundo novo, cheio de informações e más formações. Perdas que hoje se alojam no papel do professor, que hoje é mãe, tia, avó, psicólogo, psicoterapeuta, médico e cuidador e, quem sabe, se der tempo, professor! Como construir uma sociedade brasileira com capacidade cognitiva, pedagogicamente bem conceituada e estruturada com os valores sendo perdidos em um dos papéis mais importantes da base da nossa sociedade? Sim, o professor tem o papel mais importante na base da nossa sociedade. É ele quem dá o conhecimento prático e pedagógico a todos os brasileiros. Como resgatar isso de maneira não agressiva, não imposta? Como?

Quando este ser humano será verdadeiramente lembrado? Verdadeiramente será analisado e percebido? Sobrou tudo para ele. Sobrou educar uma sociedade perdida sem referência, sem padrão de conduta, sem educação. Mas na educação de ontem tudo era diferente. O professor era visto como alguém de valor, feito padre e prefeito. Este trio tinha o poder perante a sociedade. Quem sabe alguém um dia reconheça que da infância – da época em que nada sabíamos – até a vida adulta – onde sabemos muito – tivemos vários professores. E foram eles os responsáveis por essas mudanças.

REVISTA GESTÃO UNIVERSITÁRIA – 20/05/2010
De Geração em Geração, sem Solução?

RONEY CESAR SIGNORINI  

Teóricos sociais — sociólogos, antropólogos, psicólogos, pedagogos, etc. — já estão quase de acordo na separação dos grupos das gerações, cujos estudos e discussões vêm ganhando observadores atentos, sobretudo os operadores da educação brasileira, quanto aos perfis estabelecidos. Por oportuno, o SEMESP, em São Paulo, discutirá em suas Jornadas Regionais a temática da Geração Y. De alguns meses para cá a imprensa vem divulgando o assunto como que na tentativa de rastrear, principalmente, o público de hoje na universidade e com isso quase discutir alguns comportamentos dominantes nesse “lócus”. Inclusive, começa a surgir literatura nacional traçando balizas para as quatro gerações: a dos tradicionais, nascidos até 1950; a dos baby boomers, nascidos entre 1951 e 1964, ou seja, os situados hoje entre 59 e 46 anos de idade; os da geração X, nascidos entre 1965 e 1983, hoje situados entre 45 e 27 anos de idade; e ultimando com a geração Y, nascidos entre 1984 e 1990, hoje situados entre 26 e 20 anos de idade. Há quem já esboce a geração C, geração M e a geração Z, (matéria publicada pela revista Veja, recentemente) os nascidos em 1991 para cá. Leia abaixo como a especialista Karla Santana Mamona, da InfoMoney, descreve os tipos:  

Geração dos tradicionais – Nascidos até 1950, são pessoas extremamente dedicadas, que entendem e se conformam com o sacrifício; admitem recompensas tardias; respeitam a hierarquia e são formais: burocratas. O dever vem antes do prazer e são bons em tomar decisões pressionados. Geração dos baby boomers – Nascidos entre 1951 e 1964, são pessoas revolucionárias e moldadas com grande disciplina; céticos em relação à autoridade, independentes; transformadores, buscam reorganizar ou reestruturar suas organizações; foco no curto prazo e mentalidade de trabalhar pressionados; liderança por consenso; tendem a priorizar o trabalho, acreditam num mundo competitivo e compenetrado;          

Geração X – Nascidos entre 1965 e 1983, buscam equilíbrio entre a vida pessoal e profissional; são pessoas auto-centradas, empreendedoras e extremamente independentes: altamente pragmáticas e orientadas às ações; liderança por competência; grupo mais conservador da força de trabalho. Meta de carreira dirigida a novos desafios; gostam de trabalhar num ambiente de equipe e a primeira geração que verdadeiramente domina os computadores - Era da Informação.

Geração Y – Nascidos entre 1984 e 1990, são tecnologicamente superiores; tendem a ter entendimento global; necessitam de reconhecimento positivo periódico; desejam crescimento rápido na carreira e são imediatistas. Tecnicamente muito sofisticados; multi-tarefeiros; fiéis aos seus projetos; informais, autônomos e individualistas. Não abrem mão de gerenciar simultaneamente sua vida pessoal e profissional. Precisam se sentir "fazendo parte" do time: liderança por coletividade e inclusão. É possível fazer leituras adicionais nos endereços abaixo ou clicando no pesquisador Google — Geração C, Geração Y, etc.: http//miriamsalles.info/wp/?p=165 contido no YouTube. http://augustocvp.wordpress.com/ 2009/05/06/a-geracao-m

A ter sustentação real e efetiva os perfis contêm muita heterogeneidade de posturas, pretensões, fatores existenciais (com algum conflito entre eles), aspirações pessoais, condutas individuais e grupais que ganham até certa imbricação. Não nos interessa comentar o ensino fundamental e médio, mas atentar para o fato de que na universidade encontram-se representantes dessas quatro gerações. Cabe a primeira pergunta: nossos docentes estão preparados, habilitados e capacitados para esse enorme desafio na proposição e administração dos conteúdos dos planos de aulas? Ao que tudo indica essa preocupação ainda não chegou perto dos muros das escolas embora venha sendo debatida mas é a bola da vez junto aos organismos de RH, que discutem a presença dessas gerações no mundo empresarial.  

Algumas poucas instituições, entretanto, como casos isolados, já tomaram a dianteira no trato de evitar conflito de gerações nas salas de aulas. Uma delas é a Universidade Anhembi-Morumbi, em São Paulo. A iniciativa se deu pelo último Censo, o qual indicou que um em cada quatro estudantes ingressantes em curso superior, em 2008, tinha 30 anos ou mais. De 2000 a 2008 o grupo desses universitários ingressantes aumentou à extraordinária taxa de 206%; os de 24 anos também subiu, mas em 89%. Imbroglios à parte, de eventuais conflitos geracionais sobre o chão das salas de aulas, há muito ainda por se discutir na busca de eficácias programáticas com as novidades tipológicas acima descritas. É desafio e tarefa inadiável da iniciativa privada. Embora outras heterogeneidades persistam na sala de aula como a de alunos egressos de escolas públicas e privadas, as primeiras como responsáveis pelos 15% da população brasileira, com idade entre 15 e 24 anos, considerada analfabeta funcional, isso permite afirmar que a incúria governamental — dos analfabetos educacionais — vem sendo tanta e muita. E o quadro não mostra melhoras em grandezas como desejamos e precisamos: educação de primeira qualidade para o fundamental e médio.  

Mas quem são esses alunos, ora ingressantes com 30 ou mais anos, calouros, transferidos, desistentes do mesmo curso ou de outro, de graduação ou tecnológicos, que já estão no mercado, supostamente capazes economicamente? Tanto melhor se têm autonomia financeira. A depender de crédito e financiamento estudantil melhoramos timidamente, hoje expressos pelas estatísticas de quase 190 mil usufruindo o ProUni integral, com perto de só 150 mil no Fies, outros 67 mil no ProUni parcial e 54 mil (13%)oferecidos pelas próprias IES. É uma gotinha no oceano quando temos perto de 4 milhões de universitários nas instituições privadas.  

PORTAL APRENDIZ – 20/05/2010
População carcerária é invisível quando o tema é educação
 


DESIRÈE LUÍSE
  

 Os jovens e adultos com baixa escolaridade já são deixados de lado quando o tema é educação. Dentro desse grupo, então, as pessoas que estão presas são invisíveis”. O alerta é da socióloga e pesquisadora de educação nos presídios Mariângela Graciano. A população do sistema prisional do país chega a 469 mil, 67% não completaram o ensino fundamental e 10% são analfabetos. Apesar da demanda, apenas 17% deles estudam. Cerca de 80% tem menos de 30 anos. “Percebemos que não há educação, com raras exceções, e quando existe, é de baixa qualidade. Verificamos que há grande confusão do que é considerado educação nos presídios. Curso, palestra ou aula é oferta educativa, mas não é qualquer um que pode prover esse ensino”, diz a pesquisadora.

Segundo o relator especial das Nações Unidas sobre o direito à educação, Vernor Muñoz, a concepção do sistema carcerário passou por três momentos históricos. O primeiro no qual era preciso castigar o infrator ao retirar dele qualquer benefício social. Quando houve compreensão de que a medida não era adequada, passou-se a tratar a pessoa privada de liberdade como “enfermo”, que deveria ser reabilitado e “curado”. “Agora, em um terceiro momento, chega-se a conclusão de que o preso é produto da sociedade. Aquela pessoa cometeu algo, pois foi privada de direitos primeiro”, explica Muñoz.

Para Mariângela, apesar do entendimento, ainda há uma tensão existente entre educar e a lógica do controle nas prisões, o que impede o desenvolvimento de um processo educacional. “Qualquer problema que tenha nos presídios, as aulas são suspensas e não há nem registro sobre isso. Não tem espaço para as relações pessoais. Apenas existe a coerção”. Outro problema seria a falta de informações precisas sobre a situação da educação nos presídios brasileiros, o que dificultaria uma análise da situação geral. “Portanto, os estados continuam fazendo seus programas sem orientação nacional. Na maioria dos locais, são ações pontuais desconectadas das políticas públicas  de educação de jovens e adultos (EJA)”, afirma.

Na tentativa de mudar o cenário atual, o Ministério da Educação aprovou, no último dia 7, um parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que estabelece as diretrizes nacionais para a educação nas prisões. A homologação foi publicada no Diário Oficial da União. O parecer cria um marco normativo para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais do país. O relator da ONU ressalta que a educação deve estar a cargo do Estado. Também, uma das primeiras ações que deveria ser adotada, para que houvesse melhora do ensino, é a responsabilização de um grupo de pessoas que verifiquem em que grau de escolaridade o preso está, pois na maioria dos casos, os próprios não sabem dizer. “O estudo que esse preso vai receber deve ser adequado para permitir que ele desenvolva capacidades correspondentes à necessidade de sua família. A educação tem papel fundamental nas prisões”, conclui Muñoz.

PORTAL IG EDUCAÇÃO – 20/05/2010
Escola forma cidadão crítico, afirma ministro

Fernando Haddad diz que modelo de educação integral é peça chave para a transformação do ensino no País  

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou na noite de terça-feira (18) que o modelo de educação integral proposto pelo programa Mais Educação pode vir a ser elemento fundamental na transformação do ensino no Brasil. “Com a ampliação das oportunidades educacionais, a escola passa a formar cidadãos críticos e criativos”, disse. Haddad participou da abertura do 3º Encontro Nacional dos Coordenadores do Programa Mais Educação, que vai até sexta-feira, na Academia de Tênis, em Brasília. O objetivo das reuniões é avançar na formulação de políticas públicas na área. Hoje, 2,1 milhões de estudantes estão matriculados em escolas públicas de educação integral, nos 26 Estados e no Distrito Federal.  

De acordo com o ministro, o sucesso do programa parte de dois pressupostos: o da autonomia da escola, já que os recursos federais são depositados diretamente na conta da instituição de ensino, e do associativismo, pois as escolas buscam aliados na própria cidade, como clubes e teatros. Haddad também lembrou que o Mais Educação teve como precedente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Isso porque o fundo diferencia o valor repassado para matrículas em escolas regulares daquele destinado às unidades de educação integral — estas recebem 25% a mais. “Se não fosse o mecanismo do Fundeb, os entes federados talvez não conseguissem sustentar a educação em dois turnos”, ressaltou.  

O programa Mais Educação existe desde 2008 como política de educação integral pública. É desenvolvido em áreas de risco social e em regiões metropolitanas. Este ano, já foram habilitadas 9.907 escolas do ensino fundamental e 135 do médio. Elas devem atender 2,1 milhões de alunos. O investimento do governo federal será de R$ 382 milhões.  

Para a secretária de educação básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, o Mais Educação pode apontar caminhos para transformar o padrão arquitetônico e pedagógico e o de ensino-aprendizagem da escola. “O programa é capaz de apontar o que é o currículo de uma escola contemporânea, com outro projeto arquitetônico, com outro uso do tempo”, disse. ”Temos a obrigação de apontar o novo, uma escola que dialogue de verdade com crianças e jovens da era digital.” Na visão da secretária, o modelo tradicional de escola não tem condições de formar essa geração de alunos que recebem tanta informação. De acordo com ela, não basta que professores transmitam conteúdo. Eles devem trabalhar com todas as formas de informação e ajudar a aprimorar o espírito crítico dos estudantes. “Quanto menor a capacidade de leitura e crítica, maior a capacidade de acreditar no que não se deve”, destacou. “É preciso tratar a informação, tratar o entorno da escola.”  

Em um exemplo de como envolver a escola com a comunidade e, ao mesmo tempo, criar no aluno o gosto pela leitura, a secretária citou a Olimpíada de Língua Portuguesa, cujo tema é O Lugar onde Vivo. “O tema da olimpíada, trabalhado pelos gêneros memória, crônica e artigo de opinião, leva crianças, professores e jovens a ter contato com a comunidade sem perder o foco na aprendizagem”, salientou. Maria do Pilar ressaltou que os professores precisam estimular nos alunos, acostumados com tecnologias, a leitura de meios que vão além do papel. Além disso, devem assumir o projeto de educação integral da escola, de maneira que as atividades estejam atreladas ao currículo para que tenham sentido educativo.
Com informações do Portal do MEC 

CORREIO BRAZILIENSE – 20/05/2010
Plano de metas do MEC pretende atender as demandas da educação profissional

Os institutos federais de educação, ciência e tecnologia têm 19 metas para cumprir até 2016. Um termo de compromisso foi assinado nesta quarta-feira, 19, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e a presidenta do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Consuelo Sielski, representando os 38 reitores dos institutos. “Pela primeira vez na história da rede, firmamos um compromisso de longo prazo. É um compromisso com o país, para atender as demandas reprimidas na área da educação profissional”, disse o ministro. Ele esclareceu que, a partir do cumprimento do plano  de metas pelas instituições, o Ministério da Educação será capaz de oferecer contrapartidas, como a elaboração de programa de qualificação docente e de técnicos administrativos – um dos pedidos dos reitores.

Um dos principais objetivos do plano é aumentar a relação entre professor e aluno – chegar a 20 estudantes para cada docente. Hoje, a relação é de 14 por um. Outra meta é fazer com que 90% dos estudantes matriculados efetivamente frequentem a sala de aula. A evolução do cumprimento dos termos será aferida semestralmente, e dela depende o incremento no repasse de recursos federais.


Consuelo Sielski destacou a importância do plano para a rede de educação profissional. “Os institutos federais se consolidarão no contexto das políticas públicas, especialmente na articulação entre as áreas de educação, trabalho e renda”, afirmou. O índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) dos institutos federais, no que se refere ao ensino médio, é de 5,7 pontos, numa escala de zero a dez. A média do Brasil nesta etapa de ensino é de 3,5. “O Ideb dos institutos, hoje, é a meta do país para 2022. A rede federal de educação profissional já está no primeiro mundo”, enfatizou Haddad. 
 

O ESTADO DE SÃO PAULO –19/05/2010
Suspenso restauro de casarão histórico da Consolação

Empresa contratada pela Prefeitura para reformar a Chácara Lane desistiu do serviço; incêndio atingiu imóvel no mês passado

 

A restauração da Chácara Lane, casarão histórico na Rua da Consolação, região central de São Paulo, está parada por tempo indeterminado. Previsto para terminar em setembro de 2009, o restauro, orçado em R$ 1,2 milhão, foi interrompido em janeiro sem passar da metade. A empresa responsável pela obra rescindiu o contrato, alegando "dificuldades financeiras". Não há prazo para a retomada dos trabalhos.

Com a obra parada há cinco meses, o centenário casarão, construído entre 1890 e 1906, começa a se deteriorar - na manhã de 25 de abril, a chácara chegou a ser atingida por um incêndio, que começou na cozinha. O fogo destruiu azulejos das paredes, e as labaredas chegaram ao forro do imóvel, que tem estrutura toda construída de madeira. Um vigia, de acordo com vizinhos, evitou que o fogo se alastrasse para outros cômodos. O incêndio foi causado por um curto-circuito em uma ligação elétrica irregular, instalada por funcionários da obra.

O restauro da chácara - propriedade da Prefeitura desde 1944 e tombada pelo Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico (Conpresp) em 2004 - estava a cargo da empresa Fazer Construções e Engenharia, que alegou "impossibilidade técnica" para finalizar o trabalho. As obras duraram um ano, desde janeiro de 2009, mas não passaram da fase inicial. Foram removidos forros, demolidos anexos não-originais e a cobertura foi reformada. No total, a empresa recebeu R$ 337 mil. A reforma faz parte do Plano de Metas da gestão de Gilberto Kassab (DEM).

Ratos. A interrupção do restauro no imóvel histórico - antiga sede residencial da chácara da família Lane - traz problemas também à Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Gabriel Prestes, vizinha do casarão. Desde que as obras foram interrompidas, segundo funcionários da Emei, a incidência de ratos no lixo da merenda ou percorrendo o beiral do parquinho da escola - que atende 200 crianças, de 3 a 6 anos - se tornou diária. A direção da Emei entrou em contato com o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), responsável pela conservação do imóvel, mas foi orientada a "ter paciência". Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Cultura afirmou que o bem histórico apresenta bom estado de conservação e "não corre risco".

Futuro. Ainda não há uso definido para a chácara. Após ter sido cotada para se tornar sede do DPH, agora há um projeto na Secretaria da Cultura que prevê transformá-la num "centro de desenho", que receberia acervo do Centro Cultural São Paulo.

Um novo edital de licitação será preparado até junho, mas ainda não há previsão para a retomada das obras.

POR DENTRO DA CHÁCARA LANE

O casarão do número 1.024 da Rua da Consolação foi construído entre 1890 e 1906 pela família do reverendo presbiteriano George Whitehill Chamberlain. Na década de 1910, segundo pesquisa do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), o imóvel foi adquirido pelo médico Lauriston Job Lane, cuja família o utilizou como chácara até os anos 1940. Adquirido pela Prefeitura em 1944, foi cedido à Cruz Vermelha. Entre 1953 e 1990, o casarão abrigou o Arquivo Histórico Municipal. Em 1995, a Chácara Lane abrigou a Biblioteca Circulante da Secretaria da Cultura, até 2008. 

 

Observação: as notícias deste clipping são
meramente informativas, publicadas em jornais
diários. Portanto, não expressam a opinião do SINPEEM.


A DIRETORIA

CLAUDIO FONSECA
Presidente

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