25/05/2010 – CLIPPING EDUCACIONAL

NOTÍCIAS – FIQUE POR DENTRO

O ESTADO DE SÃO PAULO – 25/05/2010
Lula sanciona lei que obriga escolas a ter biblioteca
 

Entrou em vigência hoje uma lei que determina que as instituições educacionais públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do Brasil deverão ter bibliotecas. As escolas terão um prazo máximo de dez anos para instalarem os acervos de livros, documentos e materiais videográficos. A lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada na edição de hoje do Diário Oficial. 

A determinação prevê "um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento das bibliotecas escolares." A lei de número 12.244 busca a "universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País", como descrita em seu texto de publicação.

O ESTADO DE SÃO PAULO – 25/05/2010
Em SP, total de queixas sobre Leve Leite cresce 4.400%
 

Problemas na entrega do Programa Leve Leite a alunos da rede municipal de ensino e a falta de vagas em creches e escolas fizeram a Secretaria Municipal de Educação ocupar o primeiro lugar no ranking de reclamações da Ouvidoria Geral da Prefeitura de São Paulo no primeiro trimestre deste ano. Foram 757 queixas, 315 só sobre o Leve Leite. Nos três primeiros meses de 2009, foram sete reclamações sobre o serviço, o que significa um aumento de 4.400%.

Segundo a ouvidora-geral da capital paulista, Maria Inês Fornazaro, o aumento nas queixas ocorreu a partir do fim do ano passado por causa da mudança no sistema de entrega do leite. Atualmente, ela é feita pelos Correios. 

A Secretaria de Serviços ocupa a segunda posição de reclamações, com 651. A maioria é provocada pela insatisfação com a iluminação pública (614). Maria Inês afirma que as queixas sobre o serviço têm diminuído. "Em 2007 foram 7.408 e em 2009, 2.144." Na comparação com o primeiro trimestre de 2009, a redução foi de 27,16%. 

A qualidade no atendimento da Prefeitura foi alvo de 603 reclamações nos primeiros três meses deste ano, um aumento 9,84% ante as 549 no mesmo período de 2009. A maioria (103) é referente à Secretaria Executiva de Comunicação da Prefeitura, responsável pelo atendimento telefônico 156. "As pessoas reclamam de informações erradas ou de grosseria dos atendentes", explica Maria Inês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

JORNAL DA TARDE – 25/05/2010
Educação ocupa 1º lugar em reclamação
 

Programa Leve Leite impulsionou colocação da secretaria no ranking do 1º trimestre da Ouvidoria Geral do Município 

CRISTIANE BOMFIM

Problemas na entrega do Programa Leve Leite a alunos da rede municipal de educação e a falta de vagas em creches e escolas de ensino fundamental fizeram a Secretaria Municipal de Educação ocupar o primeiro lugar no ranking de reclamações da Ouvidoria Geral, da Prefeitura de São Paulo, no primeiro trimestre deste ano. Entre janeiro e março foram 757 queixas, sendo 315 referentes ao Leve Leite. A alta em comparação ao mesmo período de 2009, quando foram feitas sete queixas sobre o serviço, é de 4.400%. 

Segundo a ouvidora geral da capital, Maria Inês Fornazaro, o aumento súbito nas reclamações ocorreu a partir do fim do ano passado por causa da mudança no sistema de entrega do leite, hoje feita pelos Correios. “A orientação que demos à pasta é que os números devem ser reduzidos aos patamares do primeiro trimestre do ano passado.” Segundo ela, a secretaria tem tomado providências para reduzir as queixas. 

Ao todo, foram feitos 4.737 atendimentos. O número é 25% superior ao último trimestre de 2009 e 8% maior em relação ao mesmo período do ano passado. A Secretaria de Serviços ocupa a segunda posição de queixas, com 651 ocorrências, sendo a maioria provocada pela insatisfação com a iluminação pública (614). 

Mesmo assim, Maria Inês afirma que as reclamações referentes ao serviço têm diminuído. “Em 2007 foram 7.408 e em 2009, 2.144. Iluminação pública é um item que tem apresentado constante queda.” Comparando com o mesmo período de 2009, a redução foi de 27,16%. 

A Secretaria de Serviços explica em nota que as chuvas dos primeiros meses do ano causaram problemas na rede de iluminação e que, por isso, houve reforço na manutenção. “Diariamente são substituídas cerca de 400 lâmpadas, e no período das chuvas a média foi de 600”, diz a nota. 

Depois da iluminação pública, a qualidade no atendimento realizado pela Prefeitura é o segundo item que mais irrita o paulistano. Foram 603 atendimentos nos primeiros três meses de 2010, ante 549 no mesmo período de 2009. A maioria (103) é referente à Secretaria Executiva de Comunicação da Prefeitura, responsável pelo atendimento telefônico 156, seguido pela Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, com 91. “As pessoas reclamam de informações erradas ou de grosseria dos atendentes”, explica Maria Inês.

A Coordenação das Subprefeituras recebeu 313 reclamações por causa de buracos nas ruas, aumento de 18,11% em relação a 2009. A nota informa que “47 dias ininterruptos de chuva entre o fim de dezembro e início de fevereiro contribuíram para o surgimento de buracos” e que no primeiro trimestre foram realizados 194.785 serviços de tapa-buraco. 

Serviço

A Ouvidoria atende diariamente das 9h às 17h pelo telefone 0800-175717. Também é possível registrar queixas pessoalmente na Avenida São João, 473, 16º andar, Centro

 

 A GAZETA – 25/05/2010
Só passar de ano não adianta

O governo federal estuda a possibilidade de acabar com a reprovação do aluno nos três primeiros anos do ensino fundamental. Antes mesmo da medida ser aprovada, educadores alertam: apenas passar o estudante de ano não garante a aprendizagem.

DANIELLA ZANOTTI 

"Nessa fase não adianta reter o aluno. Se não houver um trabalho pedagógico, no ano seguinte ele poderá reprovar novamente", afirma a psicopedagoga Penha Peterle. Ela defende o investimento em políticas pedagógicas. "Se a criança for bem trabalhada, o aprendizado é garantido, independente das provas. Por isso, só essa medida não resolve. As mudanças precisam acontecer na base", diz. 

A psicopedagoga Cybele Meyer tem opinião semelhante. Segundo ela, a determinação, por si só, não tem eficácia. "É preciso capacitar professores e oferecer subsídios para que possam sanar as dificuldades dos alunos", afirma. Segundo a provisional, a conduta do professor é fundamental. "Se a dificuldade for detectada logo no início, ele tem muitos recursos para suprir isso, como jogos lúdicos, internet, outros tipos de linguagem", alerta a especialista. 

Para dar fim à "cultura da repetência" e acabar com a evasão escolar, a proposta do Conselho Nacional de Educação (CNE) é organizar o sistema de alfabetização em um ciclo de aprendizagem. O primeiro, segundo e terceiro ano, que correspondem a crianças dos 6 aos 8 anos de idade, serão substituídos por um único período. Se for homologada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, a resolução acabará com as reprovações. 

A presidente do CNE, Clélia Brandão, defende que o sistema de ciclos é mais eficiente no processo de aprendizagem. "A seriação dificulta para as crianças. O foco é na aprendizagem. Com esse acompanhamento será muito difícil que a criança após o 3º ano precise repetir alguma etapa", justifica. 

Desde 2009, as crianças matriculadas na rede estadual de ensino já convivem com o que o CNE vai recomendar para todo o país em 2011. Segundo a secretária de Educação em exercício, Adriana Sperandio, a rede adota medidas complementares para que o ciclo tenha sucesso. "Temos uma parceria com a Ufes para a formação de professores, disponibilizamos jogos e recursos para incrementar o aprendizado e fazemos uma avaliação, Paebes Alfa, que identifica a dificuldade de cada aluno", explica. 

Reprovação acontece na rede particular

A resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) deve mudar a realidade de escolas particulares, já que há casos de reprovação de alunos que nem chegaram ao terceiro ano do ensino fundamental. 

Na escola Primeiro Mundo, por exemplo, a reprovação pode ocorrer a partir do 2º ano. "Temos um programa de apoio pedagógico individualizado para as crianças que precisam de mais tempo para aprender. Ela fica mais tempo na escola para recuperar o conteúdo que não conseguiu assimilar em sala de aula. As vezes, se ela passa de ano e percebe que não avança como os colegas, isso também pode acarretar problemas de auto-estima", destaca a coordenadora Olga Maria Weiler. O conselho deliberativo da escola vai decidir se haverá mudanças no sistema de ensino a partir da resolução. 

Já o diretor do Centro Educacional Leonardo Da Vinci, José Antônio Pignaton, afirma que os casos de reprovação são raros, mas acontecem geralmente a partir do 4º ano. "No caso de uma eventual defasagem, é mais comum a escola e a família optarem por uma troca de escola. Os alunos são muito novos e ainda estão em processo de aprendizagem", afirma. 

O presidente do Sindicato dos Professores da Rede Particular de Ensino do Estado (Sinpro), Jonas Rodrigues de Paula, afirma que na maioria das unidades, os alunos encontram oportunidades para recuperar as notas e evitar a reprovação. 

"São feitos programas de recuperação, monitoramento e, até mesmo, acompanhamento com os pais, desde os primeiros sinais de dificuldade que os alunos apresentam. O mais comum é que se reprove o aluno por frequência. Esse também é um critério", afirma o sindicalista. 

Escolas de Vitória vão implantar modelo de ciclos

Na Capital, o aluno é reprovado nos anos iniciais, caso não alcance os objetivos esperados, mas a partir de 2011, o modelo de ciclo inicial de aprendizado também será implantado nas escolas de Vitória. "Temos que pensar a criança a partir da sua condição e empregar os estímulos adequados para que ela aprenda", afirma a subsecretária de Educação, Teresinha Cravo. Na Serra, os alunos podem ser reprovados, inclusive no 1º ano do ensino fundamental caso ultrapassem em 25% o números de faltas. A partir do 2º ano, a reprovação também pode acontecer por desempenho. Nos municípios de Vila Velha e Cariacica, a reprovação acontece a partir do 3º ano. "É preciso criar mecanismos de apoio para crianças que têm tempos diferentes de aprendizado", diz a secretária de Vila Velha, Maria do Carmo. 

Números 

551 crianças

Esse foi o número de estudantes que precisaram repetir o 3º ano do ensino fundamental nas escolas da rede municipal de Vitória no ano passado. 

15,76% reprovação

Esse foi o índice de reprovação dos estudantes no 3º ano do ensino fundamental nas escolas da rede municipal de Vila Velha em 2009. 

Entenda as mudanças

Nove anos. No dia 6 de fevereiro de 2006, foi sancionada a Lei 11.274, que regulamenta o ensino fundamental de nove anos - que se tornou obrigatório a partir deste ano 

Idade. Com a mudança, crianças a partir dos 6 anos de idade passaram a ingressar no ensino fundamental. Antes, a idade mínima era 7 anos 

Aprovação. Atualmente uma resolução do Conselho Estadual de Educação (CEE) orienta as escolas a não reprovar os alunos nos dois primeiros anos do ensino fundamental, mas as escolas têm autonomia para decidir qual critério adotar. Na maioria das escolas, os alunos costumam repetir até o terceiro ano 

Mudança. O Conselho Nacional de Educação (CNE) decidiu substituir os três anos do Ensino Médio por um único período, com o nome de ciclo de alfabetização. Com isso, o sistema seriado acaba e crianças de 6 a 8 anos de idade não serão mais reprovadas

PORTAL TERRA – 25/05/2010
MEC premia escolas públicas que promoveram ensino inclusivo
 

Cinco escolas públicas do país foram contempladas nesta segunda-feira (24), em Brasília, com o prêmio do concurso Experiências Educacionais Inclusivas. Além de promoverem o acesso das pessoas com necessidades especiais ao ensino, as escolas incentivaram a comunidade ao aprendizado da convivência com as diferenças. 

As escolas municipais Orsina da Fonseca (RJ), Alexandre Bacchi (RS), Raimundo Marques de Almeida (CE), além da Creche Municipal Pequeno Príncipe (MT) e da Escola Estadual Clarisse Fecury (AC) foram as selecionadas entre as 713 inscritas em 420 municípios. Elas receberam, cada uma um prêmio de R$ 8 mil e diplomas. 

Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, um convívio que se aproprie das diferenças também é papel da escola. "Nós educamos sobretudo para conviver com os outros. Quando falamos em educação, os pais logo pensam em indicadores, provas, exames. Mas, a educação para as diferenças garante àquele grupo específico e à sociedade que adquiram valores, sejam eles de preservação do meio ambiente ou até da paz mundial", disse.

FOLHA DE SÃO PAULO – 24/05/2010
A cada dia, um professor se licencia por dois anos 

Desde janeiro, 194 se afastaram da rede estadual por problemas de saúde 

Índice é o maior entre os servidores; problemas nas cordas vocais, na coluna e psicológicos são os mais recorrentes 

FÁBIO TAKAHASHI

O professor de história Carlos, 42, fala sozinho às vezes. Seu coração, conta, dispara sem motivo aparente. "Não conseguia controlar os alunos. Queria passar o conteúdo, poucos me ouviam. Foi me dando uma angústia. Fiquei nervoso."

Não era assim. "Eu era bem calmo", afirma, referindo-se ao período anterior a 2004, quando entrou como docente temporário na rede de ensino paulista.

Aprovado um ano depois em concurso, foi considerado apto a dar aulas, na zona sul da capital. Passados três anos, obteve uma licença médica, que se renova até hoje, sob o diagnóstico de disforia -ansiedade, depressão e inquietude.

Carlos espera nova perícia. Quer se tornar readaptado -situação de servidores com graves problemas de saúde, que ficam ao menos dois anos afastados da sala de aula. Fazem atividades administrativas na secretaria e na biblioteca, por exemplo.

De janeiro até a última sexta-feira, 194 docentes (mais de um por dia) da rede paulista foram readaptados, aponta levantamento da Folha no "Diário Oficial". Pelos cálculos da professora Maria de Lourdes de Moraes Pezzuol, que fez uma pesquisa financiada pela Secretaria da Educação, 8% de todos os professores da rede estão readaptados.

Os casos mais recorrentes são problemas nas cordas vocais, na coluna e psicológicos. A autora do estudo é ela própria uma professora readaptada.

Entre os servidores da Educação, o índice desse tipo de afastamento é maior que dos demais: 79% dos readaptados trabalham nas escolas, categoria que soma 53% do funcionalismo. 

POR QUE ADOECEM

Pesquisadores apontam duas razões para tantas licenças. A primeira é a concepção da escola, que requer para as aulas estudantes quietos e enfileirados. "Isso não existe mais. Esta geração é muito ativa. O professor se vê frustrado dia a dia por não conseguir a atenção deles", diz o sociólogo Rudá Ricci, que faz pesquisas com educadores de redes públicas do país, inclusive no município de São Paulo.

A outra razão são as condições de trabalho. Em geral, os professores dão aulas em classes com mais de 35 alunos, possuem muitas turmas e poucos recursos (não há, por exemplo, microfone). Estudo divulgado na semana passada pelo Instituto Braudel e pelo programa Fulbright mostra que os docentes paulistas têm condições piores que os de Nova York.

Têm carga maior (33 horas semanais em sala, ante 25) e possuem mais alunos por sala (35 e 26, respectivamente).

SP anuncia plano para saúde do docente

Programa terá equipes com médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas e enfermeiros

Especialidades são das áreas em que servidores mais têm problemas e são as maiores causas de absenteísmo 
 

O governo Alberto Goldman (PSDB) reconhece que é preciso melhorar as condições de saúde dos professores de sua rede.
Tanto que deve anunciar, em um mês, um programa de prevenção e eventual tratamento para os 65 mil servidores da educação da capital paulista.
Segundo o chefe de gabinete da Secretaria da Educação, Fernando Padula, a ideia surgiu há três anos, por conta das inúmeras faltas dos docentes. À época, a cada dia, 12,8% deles não compareciam às aulas.
"Havia muito abuso, por isso mudamos a legislação. Mas verificamos também que era preciso olhar para a qualidade de vida dos servidores", afirmou.
O governo limitou a seis o número de faltas para exames médicos. Até então, o servidor podia faltar metade do ano sem desconto do salário desde que apresentasse atestado médico.
Segundo o governo antecipou à Folha, o novo programa, chamado SP Educação com Saúde, formará equipes com médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas e enfermeiros, que circularão pelas escolas estaduais.
Algumas equipes ficarão fixas nas diretorias de ensino. As especialidades escolhidas coincidem com as áreas em que os docentes mais têm problemas -como lesões nas cordas vocais, dores na coluna e distúrbios psicológicos- e são as maiores causas de absenteísmo.
Os profissionais das equipes serão da entidade filantrópica Santa Marcelina. O servidor que tiver algum problema de saúde diagnosticado será encaminhado ao Hospital do Servidor Público para tratamento.

PREVENÇÃO


Segundo a Secretaria da Educação, o programa é inédito no país. "Vamos atuar na prevenção de agravos, para que os professores faltem menos e estejam mais dispostos, o que impactará na qualidade de ensino", afirma Fernando Padula.
Sobre o número de docentes readaptados, o governo estadual afirma que o índice vem caindo, tomando como base os dados fechados por ano. Em 2007, foram 902; no ano passado, 341.
(FÁBIO TAKAHASHI)

É necessário intervir de forma mais intensiva em prevenção

LUIZ CARLOS MORRONE
ESPECIAL PARA A FOLHA


Estudos com professores da rede estadual da Baixada Santista e Botucatu, de 2000 a 2006, trouxeram importantes informações sobre a saúde de professores, relatadas por equipe do Programa de Saúde do Trabalhador, do Hospital do Servidor Público.
Na região de Botucatu, verificou-se que a frequência de licenças médicas na rede estadual é maior. Para cada cem horas de aulas, os professores da rede privada tiravam em média 1,3 hora em licenças; da municipal 3,1; e da estadual 7,3 horas.
É presumível que o nível excessivamente centralizado das decisões sobre as licenças, tomadas na capital do Estado, seja uma das importantes causas da diferença. Na Baixada Santista, de um total de 735 servidores examinados (mais de 80% professores), 18,8% tinham hipertensão, 4,3%, rinite alérgica, 5,8%, disfonia, e 3%, depressão.
Também foram analisadas 105 licenças médicas, na mesma região, de servidores afastados por mais de 90 dias. Transtornos mentais e comportamentais figuravam entre 51 casos (51,4%), seguidos de doenças osteomusculares, com 13 casos (12,4%).
A análise de 1.272 professores mostrou que os fatores para a ocorrência de doenças vocais são: A) hábitos como falar muito e gritar; B) fatores como ruído e excesso de poeira; C) cargas horárias mais longas e trabalho com alunos no nível médio.
É necessário intervir de forma mais efetiva na prevenção. Para tanto, necessário se faz a criação de uma estrutura que, a exemplo dos serviços especializados em segurança e saúde no trabalho, obrigatórios nas empresas privadas, também sejam estendidos para os servidores públicos estatutários.
LUIZ CARLOS MORRONE é professor da Santa Casa de São Paulo

 

"O processo de readaptação foi um período deprimente"

MARIA DE LOURDES DE MORAES PEZZUOL
ESPECIAL PARA A FOLHA


O magistério para mim sempre esteve relacionado a se doar à formação de outras pessoas. Em 2002, infelizmente, precisei me ausentar por problemas nas cordas vocais. Ficava muito rouca, no final da semana mal conseguia falar. À época, tinha jornada de 36 horas semanais.
Fiquei um ano em licença médica. Em 2003, voltei para a escola estadual Vereador Narciso Yague Guimarães como professora readaptada. A sensação foi de perda total da identidade profissional.
Muitas vezes, quando chegava ao estacionamento da escola, me via chorando. Meus ex- alunos me perguntavam: "Professora, quando a senhora volta a dar aulas?". O processo de readaptação sugerido inicialmente foi de dois anos. Foi um período deprimente. Realizava preenchimento de fichas, atendia telefone, guichê etc.
Resolvi agir. Observei que a sala de informática da escola não funcionava. Em 2004, criei com alunos um projeto para ela. No final daquele ano, fui coordenar a biblioteca, e o projeto parou. Mas voltamos em 2005, com a chegada da nova gestora.
Em 2006, na procura de saber quem é o professor readaptado, pleiteei a bolsa de mestrado da Secretaria da Educação, com a proposta de pesquisa "Identidade docente: A situação do professor readaptado em escolas públicas do Estado de SP". Verifiquei que o não reaproveitamento do profissional como educador gera acomodação ou insatisfação, com prejuízos pessoais e profissionais para professores. Atualmente, tento voltar.
Estou readaptada há sete anos. Fiz novos exames. O laudo médico foi favorável ao retorno. Minha escola protocolou o pedido para cessação da readaptação em setembro de 2009, mas até agora não pude voltar.

MARIA DE LOURDES DE MORAES PEZZUOL é professora da rede estadual há 19 anos
 

O ESTADO DE SÃO PAULO – 24/05/2010
MEC cria 'Enem' para selecionar professores 

O Ministério da Educação (MEC) instituiu hoje um concurso para avaliar professores interessados em trabalhar na rede pública. A primeira edição do chamado Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente deverá ocorrer em 2011. Poderão participar educadores do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e da educação infantil. 

Segundo o MEC, o programa foi criado a partir da demanda de Estados e municípios. Com os resultados, as secretarias de Educação não precisariam realizar concursos públicos para contratar professores - bastaria usar as notas do exame como critério de seleção. 

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) será responsável pelo programa, que funcionará nos moldes do atual Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): o professor faz a prova e depois pode utilizar as notas para ingressar em diferentes redes que aderirem ao processo seletivo. A forma de utilização dos resultados será definida por cada secretaria. 

Uma consulta pública sobre o exame está aberta desde a última quarta-feira no site do Inep, e ficará no ar durante 45 dias. Professores, universidades, Estados e municípios podem contribuir com sugestões sobre o que um educador deve saber no momento do ingresso na carreira do magistério. 

De acordo com portaria publicada no Diário Oficial da União, o exame constituiu uma "avaliação de conhecimentos, competências e habilidades". O exame será realizado anualmente, com aplicação descentralizada das provas. A participação dos professores será voluntária, mediante inscrição. 

O Inep montará um banco de dados e emitirá relatórios com o resultado do exame, que serão disponibilizados para instituições de ensino superior, secretarias de Educação e pesquisadores. 

Observação: as notícias deste clipping são
meramente informativas, publicadas em jornais
diários. Portanto, não expressam a opinião do SINPEEM.


A DIRETORIA

CLAUDIO FONSECA
Presidente

http://twitter.com/sinpeem_oficial
http://twitter.com/pclaudiofonseca

 

 

 

 

 

 

 

 

Voltar Topo Enviar a um amigo Imprimir Home