11/06/2010 – CLIPPING EDUCACIONAL

NOTÍCIAS – FIQUE POR DENTRO

O ESTADO DE SÃO PAULO - 11/06/2010
Professores municipais terão reajuste de 28% em SP

Os
professores da rede municipal de São Paulo vão receber um reajuste salarial anual de 8,69% nos próximos três anos (de 2011 a 2013), totalizando um aumento de 28,41%. O valor, oferecido na sexta-feira, é resultado de uma negociação entre o sindicato da categoria, Sinpeem, e a prefeitura paulistana.

A partir deste mês, o piso da para um professor com licenciatura plena em jornada integral passa de R$ 1.950 para R$ 2,2 mil.

A Secretaria Municipal da Educação também assumiu o compromisso de criar 13 centros de formação nas Diretorias Regionais de Educação, para a realização de cursos de formação continuada para docentes, gestores e quadro de apoio.

Na rede estadual, os professores continuam sem um reajuste para toda a classe. Em março, parte dos docentes entrou em greve, reivindicando aumento de 34%. A greve foi encerrada dia 8 de abril, mas os sindicatos da categoria, entre eles a Apeoesp, continuam negociando com o governo.



DCI - 11/06/2010
Professores da rede municipal de SP terão reajuste


SÃO PAULO - Os profissionais da educação da rede municipal de ensino da capital paulista receberão 28,41% de reajuste nos próximos três anos, em parcelas de 8,69%. O acordo foi firmado em maio entre as Secretarias Municipais de Educação e Gestão e os sindicatos da categoria e aprovado ontem pela Câmara Municipal. Somados aos 40,9% concedidos desde 2005, os salários terão sido reajustados em cerca de 80% em maio de 2013.

Os pisos salariais também ganharam reajuste, passando de R$ 1.950,00 para R$ 2.200,00, por 40 horas semanais de trabalho; de R$ 1.475,00 para R$ 1.650,00, por 30 horas e de R$ 975,00 para R$ 1.100,00, por 20 horas semanais para docentes com nível
universitário - maioria na rede. As mudanças no piso serão pagas retroativamente a maio. Os educadores receberão também o pagamento da primeira parcela do PDE em junho, com valores proporcionais à jornada de trabalho. A elevação dos pisos salariais é um dos caminhos para atrair bons profissionais para a rede municipal. Educadores que não atingiram os novos pisos com os reajustes receberão abonos. O secretário Alexandre Schneider destacou que a medida vai favorecer os profissionais.



ESTADO DE MINAS - 11/06/2010
Visão empresarial do ensino

Valéria Abdalla - professora da Faculdade IBS Business School da Fundação Getulio Vargas (IBS/FGV)

O mercado globalizado trouxe com ele a necessidade de uma nova gestão na educação. O ambiente dinâmico e competitivo das corporações justifica essa quase premência do sistema educacional brasileiro, em especial das instituições privadas de ensino, mais diretamente afetado por essa nova forma de compreender as relações de produção e serviços. Nesse contexto, a instituição de ensino particular, no segmento fundamental e médio ou superior, deve desenvolver uma forte visão empresarial, de sorte a repensar paradigmas, missão, habilidades e competências. Além de definir novos enfoques, ainda deve constituir prioridades para o futuro para assegurar condições de se manter num mercado com elevada concorrência, cumprindo seu importante papel social. Essas instituições convivem com os reflexos de um segmento que não introduziu uma cultura interna de excelência, pois, ao longo da história, se encontrava num ambiente de baixa rivalidade. Paralelo a esse panorama, as inovações invadem os corredores dessas organizações e confirmam a necessidade de transformação para atingir a estrutura administrativa e pedagógica, numa prática coerente com os avanços da tecnologia, da ciência e das próprias teorias educacionais.

Não podemos esquecer que o segmento é, essencialmente, formado por empresas que participam da construção do coletivo, sendo um espaço sustentado por concepções de educação, correntes pedagógicas, novos projetos e metodologia, instigada pelo desafio de corresponder às exigências da formação do homem moderno, observando suas necessidades culturais e sociais. Na confluência desse novo tempo, resgatando a concepção de que essas instituições são negócios, as novas missões não se sustentam apenas com o exercício acadêmico da informação, tendo, como contrapartida, a ausência de práticas de gestão. Assim, a interação adequada de um planejamento estratégico com as práticas pedagógicas contribui, significativamente, para uma ação complementar de aspectos educacionais e empresariais, com foco na sustentabilidade mercadológica.

Esse planejamento é, basicamente, um processo que proporcione à organização e sua equipe alcançar objetivos previamente estabelecidos, o que deve ser feito pela empresa e não para a empresa. Isso significa que todas as variáveis e os aspectos envolvidos nesse processo deverão estar subordinados à consideração de que a estratégia deve ser uma ferramenta gerencial que propicie, se aplicada adequadamente, melhorias no desempenho gerencial das organizações. O conjunto dessas tarefas precisa resultar na melhoria do desempenho como um todo e na capacidade de mapear os ambientes, definir sua missão, formular objetivos, ações, indicadores e políticas. Dessa forma, planejar é uma ferramenta gerencial de extrema importância no auxílio e condução da gestão educacional de instituições privadas de ensino. Contudo, será que a atual gestão educacional vive essa realidade?



GAZETA DE CUIABÁ - 11/06/2010 
Uma escola diferente
 

Elias Januário

Nossa conversa de hoje tem como referência a experiência desenvolvida por uma escola da rede pública de Portugal, denominada Escola da Ponte, localizada próximo à cidade do Porto, que adotou metodologia e procedimentos que a tornaram uma escola diferente das demais escolas do sistema público local. Idealizada pelo educador português José Pacheco, a Escola da Ponte, que oferta o ensino básico, rompeu com os padrões tradicionais e transformou o que para muitos é impossível em realidade, na medida em que não segue um sistema baseado em seriação ou ciclos e os professores não são responsáveis por uma disciplina ou por uma turma específica. A proposta de uma escola alternativa fundamenta-se em áreas de interesse onde são desenvolvidos projetos de pesquisa em grupos ou individuais. Nesta escola não há manuais, testes ou aulas. Os alunos se agrupam com base nos interesses comuns para desenvolverem seus projetos de pesquisas e os estudos individuais que depois são compartilhados com os colegas. Se tiverem dúvidas são encaminhados aos especialistas. As salas de aulas foram substituídas por espaços educativos, onde os alunos procuram, quando necessitam, de pessoas, instrumentos e soluções para as suas dúvidas.

Os docentes dessa escola são profissionais abertos para a existência de outras lógicas, para a possibilidade do diálogo e da constante descoberta do conhecimento. Aceitam que os estudantes trazem consigo uma bagagem de conhecimentos e oportunizam a troca desses saberes. Ao longo do ano letivo os estudantes vão, a partir de um acordo, estabelecendo as regras de convivência que passam a ser seguidas pelos professores e pelos familiares, numa perspectiva de uma permanente construção coletiva do conhecimento e do ordenamento do espaço-tempo. Para que uma proposta como esse grau de flexibilidade tenha concretude, é imprescindível que os educadores estejam abertos a mudanças e que as famílias dos estudantes defendam este modelo de escola idealizado. A principal dificuldade que se verifica num modelo de escola deste é que os nossos alunos não conhecem a liberdade, e sim, a permissividade. Não sabem o que é ser solidário, sabem apenas serem competitivos.

O interessante é que quando os alunos se deparam com a possibilidade de definirem as regras de convivência que serão seguidas por todos, eles não sabem o que fazer ou fazem de forma equivocada. Nessa perspectiva, a escola está objetivando promover a autonomia e a solidariedade entre os seus educandos. Fazer com que os estudantes participem das decisões é uma forma de inseri-los no processo de fortalecimento da cidadania. Uma escola baseada em valores como liberdade, responsabilidade e solidariedade, sem dúvida é uma escola diferente do modelo posto hoje no sistema atual de ensino. No entanto, é preciso que, a exemplo da Escola da Ponte em Portugal, também tenhamos coragem de inovar e inserir mudanças em nossas práticas, algumas arcaicas, de fazer educação. Só assim termos possibilidade de vislumbrar uma sociedade cada vez melhor e mais solidária.



PORTAL G1 - 11/06/2010
Ser aluno do último ano do ensino médio não é tarefa simples
 

Ter idade legal para determinadas coisas não é garantia de amadurecimento. Estudantes se sentem obrigados a decidir por profissão de sucesso

Ana Cássia Maturano, especial para o G1, em São Paulo

Ser
aluno do último ano do ensino médio não é tarefa das mais simples. A medida que o tempo passa, mais próximas ficam algumas coisas que antes pareciam distantes. De tão esperadas, vão se tornando temidas. Mais que encerrar um ciclo que confere ao jovem status de adulto, obriga-o a se despedir de coisas infantis e a tomar decisões para as quais nem sempre está preparado. Quantos não esperam os 18 anos para poder dirigir e entrar em qualquer programa noturno sem problemas? Junto a isso, eles têm que se preparar para o vestibular e passar, decidir sobre uma profissão e encarar a separação da turma da escola. Isso tudo, acompanhado, por vezes, de uma pressão dos pais que concluem que, por causa da idade, já estão maduros para enfrentar essas coisas tranquilamente. Não é bem assim. Ter a idade legal para determinadas coisas não é garantia de amadurecimento emocional ou físico para assumirem determinados papéis. Inclusive o de ser motorista de carro.

Pois é, a tão esperada maturidade pode ser assustadora. A possibilidade de fazer algumas coisas não é algo simples, pois cria expectativas para os próprios jovens de que sempre vão ter que tomar a atitude correta e das mais acertadas. Como se supõe que um adulto deva fazer. Uma delas é passar no vestibular. Tenho observado que muitos adolescentes, apesar de seus 16 anos, consideram ser obrigatório passar nessa prova, e em uma faculdade pública, sendo para eles um ano perdido caso tenham que fazer um curso preparatório para o vestibular. Como se nada além na vida tivesse importância. Inclusive, muitos deles, nem se decidiram por uma carreira à qual gostariam de se dedicar (situação perfeitamente normal para essa idade).

Outra coisa que observo é a necessidade de escolherem inevitavelmente uma profissão certeira no terceiro ano do ensino médio, que garanta sucesso e dinheiro. Mesmo que não seja algo que gostem, não dando a si próprios a chance de se olharem para que possam reconhecer aquilo que querem realmente fazer. Por isso, às vezes desejando e se enquadrando em alguma profissão, optam por aquelas que lhe permitirão no futuro fazer diversas coisas. Como é o caso da administração de empresas. Com a escolha de uma carreira como esta, consideram que, por suas características, terão um leque considerável de opções. Além de protelarem a decisão por algo que querem fazer, também criam, de maneira onipotente, a ilusão de que não estão abrindo mão de nada (como é o caso de qualquer escolha). E, é claro, “garantem o futuro”.

Por sua imaturidade e pouca vivência, não conseguem vislumbrar as diversas possibilidades que as outras carreiras oferecem e a capacidade que eles têm para construírem seus caminhos. Que é quando, muitas vezes, uma pessoa encontrará realização profissional. A necessidade sempre ajuda o indivíduo a ser mais criativo. Caso não seja possível seguir por um caminho dentro da profissão escolhida, outros aparecerão, sem ter, necessariamente, que abrir mão do que realmente gosta. Para que possam seguir em frente e se cobrar menos, pois muitas dessas exigências vêm deles próprios e não de seus pais, eles necessitam que seus familiares possam ajudá-los a amadurecer. Propiciando a eles a compreensão do quão difícil é crescer e tomar atitudes certeiras. Algo que leva tempo e exige vivência. Não há fórmula mágica. Encarando as dificuldades e aceitando as incertezas da vida, poderão se perdoar caso algo não dê certo.
(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)



CORREIO BRAZILIENSE - 10/06/2010
Senado aprova 50% do Fundo Social do Pré-Sal para educação

Agência Senado

Após mais de 11 horas de discussão, o Plenário aprovou, no início da madrugada desta quinta-feira (10), o substitutivo do senador Romero Jucá (PMDB-RR) ao projeto de lei do Executivo que cria o Fundo Social do Pré-Sal (PLC 7/10). A matéria - que recebeu 38 votos favoráveis, 31 contrários e uma abstenção - retornará para analise da Câmara, uma vez que o texto aprovado também define que o regime de partilha será o modelo adotado na exploração do petróleo da camada pré-sal Entenda o assunto, que se estende no subsolo marinho que vai do litoral de Santa Catarina ao Espírito Santo.

Os parlamentares também aprovaram emenda do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que distribui os royalties do petróleo entre todos os estados e municípios, estabelecendo que a União compensará os estados produtores - Rio de Janeiro e Espírito Santo - pela perda de recursos. A emenda de Simon foi aprovada por 41 votos favoráveis e 28 contrários. O relator da matéria e líder do governo, Romero Jucá, afirmou, durante o debate do projeto, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá vetar essa determinação. Também foi aprovada emenda resultante de acordo entre os senadores destinando 50% dos recursos do Fundo Social para a educação pública superior e básica. A emenda determina ainda que, do total, 80% dos recursos precisam ser aplicados na educação básica.



FOLHA DIRIGIDA - 10/06/2010
A Copa como impulso para a Educação
 


Renato Deccache

Nos meses de junho e julho, as atenções do planeta estarão voltadas para o maior evento esportivo do ano. A realização da Copa do Mundo será o desfecho de um projeto que começou em 2004, quando a Fifa anunciou o país como sede da competição. Neste ano, estádios foram construídos, ocorreram investimentos em infraestrutura e, naturalmente, ações para a melhoria da qualidade da educação. Desafios que, por sinal, são bem semelhantes aos do Brasil, que sediará a próxima Copa, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016. Brasil e África do Sul também têm outras semelhanças. Uma das principais é o desafio de reduzir o alto grau de desigualdade no acesso à educação de qualidade. Para Jorge Werthein, doutor em Educação pela Universidade de Stanford e ex-representante da Unesco no Brasil, é inegável que, no caso brasileiro, houve alguns avanços, principalmente na comparação do cenário atual com o do início dos anos 90.

Neste período, o acesso ao ensino fundamental foi quase universalizado e o investimento público na Educação cresceu de forma significativa. Mas o educador ressalta que, em países como a África do Sul e o Brasil, o desafio imediato ao da inclusão é o da melhoria do ensino oferecido. "Isto é algo que não dá para mudar tão rapidamente. Quando inicia-se um processo de universalização do acesso, é necessário ter mais professores formados e bem capacitados, por exemplo", destaca Jorge Werthein, que também é vice-presidente do Instituto Sangari.

No caso de países como África do Sul e Brasil, para a redução das desigualdades no acesso à educação de qualidade, são essenciais ações que vão além da melhoria do ensino, como ressalta Pablo Gentili, pesquisador do Laboratório de Políticas Públicas da Uerj. Para ele, é essencial reduzir a pobreza e superar desigualdades para melhorar as condições de acesso à educação. "Não se pode cair na armadilha de pensar que os pobres são pobres porque não têm uma educação de qualidade", destaca. Até por isto, o pesquisador da Uerj sustenta que políticas voltadas para distribuição da renda, em geral, costumam ter impacto positivo também no acesso ao ensino, por permitirem melhores condições de vida aos alunos. "Há países da América Latina em que 40% das crianças chegam às escolas em um estado de desnutrição crônica. É muito difícil alcançar uma educação de qualidade quando necessidades básicas não são satisfeitas."

Reduzir as disparidades no acesso ao ensino de qualidade não depende, porém, só de medidas estruturantes em outras áreas. Elas precisam ser complementadas por estratégias na área educacional e uma delas, afirma Pablo Gentili, é dar uma orientação adequada aos investimentos. "Os mais ricos têm possibilidades educacionais além do acesso à escola. Para os mais pobres, a única oportunidade é a escola", ressalta o educador. A desigualdade no acesso ao ensino de qualidade tem origens diferentes no Brasil e na África do Sul. No caso africano, uma das causas principais foi o regime do "apartheid", onde uma lei determinava que brancos deveriam estudar nas melhores escolas. No Brasil não há a imposição formal mas, na prática, negros e pobres ficam restritos às escolas menos dotadas de estrutura. É o que leva educadores como Frei David dos Santos, diretor da Educafro, a afirmar que, por aqui, existe um "apartheid" educacional.

"O ‘apartheid’ brasileiro é mais cruel, pois as vítimas são levadas a acreditar num determinismo de que são pobres por vontade de Deus ou negro só gosta de samba e futebol", salienta Frei David dos Santos. Para equalizar o acesso ao ensino de qualidade, o diretor da Educafro defende medidas como investimento em todos os níveis de ensino, maior integração entre o bolsa-família e a educação e a adoção de cotas no ensino superior. "O Brasil, com a luta das cotas e a conquista do ProUni, já tem um considerável número de pobres e negros formando-se nas universidades", comenta Frei David. Pablo Gentili, porém, vê as reservas de vagas para grupos como negros, pobres, alunos da rede pública e indígenas, entre outros, como avanços, mas não como soluções isoladas. "A cota é uma medida em um conjunto de políticas que devem ser integradas e estarem constituídas em um plano estratégico de desenvolvimento educacional", defende o educador.



PORTAL TERRA EDUCAÇÃO - 10/06/2010
Educação é quarta prioridade de eleitor para próximo governo

A educação aparece como a quarta área que, segundo os eleitores, merece receber mais atenção do próximo presidente da República - perde apenas para a saúde, a segurança pública e o emprego. É o que aponta uma pesquisa divulgada hoje (9) pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM), do Ibope, a pedido do movimento Todos pela Educação. O estudo constata que a educação ganhou importância para o eleitor desde o último pleito em 2006, quando ocupava o 7° lugar nesse ranking. Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, o resultado indica que o brasileiro passou a priorizar as áreas de resultado a longo prazo. "Pesquisas semelhantes mostram que essa crescida da educação é consistente, ano a ano ela galga uma posição. Essa mensagem é muito importante", disse.

Os 2 mil eleitores entrevistados destacaram como pontos fortes da educação básica a merenda escolar (29%), o número de escolas e de vagas existentes (25%) e o material didático (25%). Entre os pontos fracos estão o salário do professor (46%), a segurança nas escolas (46%) e a qualificação do corpo docente. Os entrevistados também elegeram as medidas que os próximos governantes devem priorizar para melhorar a educação pública no país. No topo das necessidades está melhorar o salário do professor (41%), equipar melhor as escolas já existentes (29%), criar escolas profissionalizantes (28%) e melhorar a segurança nas unidades de ensino (28%). Cada entrevistado podia escolher três opções em uma lista de 16 medidas.

Para a diretora executiva do IPM, Ana Lucia Lima, o resultado da pesquisa revela uma maturidade maior do eleitor. "Isso é uma evolução importante em relação aos momentos anteriores, quando a população pensava que só era precisa construir escola e quase que se esquecia do capital humano, que talvez seja o mais importante de tudo", afirmou. O estudo também mostra que o brasileiro está dando mais importância à questão da avaliação do ensino. Em 2006, 29% dos entrevistados disseram não conhecer os exames que avaliam a educação básica, índice que caiu para 13% em 2010.

Ana Lucia destaca outra informação importante na pesquisa. Em 2006, 10% dos entrevistados não sabiam dizer de quem era a responsabilidade pela educação básica, taxa que caiu para 1% em 2010. Para 55% dos entrevistados, quem mais contribui para a qualidade da educação foi o governo federal, seguido pelos municípios e os estados. A diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, acredita que a pesquisa manda um recado claro aos candidatos a cargos eletivos em diferentes níveis de que é preciso apresentar propostas consistentes para a área de educação. "Nós esperamos que os candidatos entendam o que a população está dizendo. A educação é uma agenda cada vez mais importante que encostou em áreas que historicamente eram prioritárias como a saúde e a segurança. O brasileiro está entendo que a educação no final das contas é o que é capaz de mudar o país", afirmou.

PORTAL G1 - 10/06/2010
Educação é a terceira área mais problemática do país, diz pesquisa
 


Ensino fica ao lado de drogas e empregos e depois de saúde e segurança. Estudo foi feito pelo Ibope para ONG Todos pela Educação e Fundação SM

Do G1, em São Paulo 

A educação é a terceira área considerada mais problemática no país, mostra pesquisa feita para a organização não-governamental Todos Pela Educação e para a Fundação SM pelo Ibope Inteligência. O ensino fica ao lado de questões como drogas e empregos e depois de áreas como saúde e segurança pública. De acordo com o estudo, que contou com 2.002 entrevistas entre 13 a 18 de maio deste ano, a educação básica está em 4º lugar entre as áreas consideradas prioritárias para políticas do próximo presidente e que podem ajudar a solucionar os problemas nacionais.

A pesquisa aponta ainda que os brasileiros estão mais preocupados com a educação, já que em 2006 o tema ocupava apenas o 7º lugar entre os anseios dos entrevistados. “A população passou a enxergar a educação como um problema prioritário a ser resolvido. Isso mostra um amadurecimento”, disse a diretora-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz. Para Priscila, o resultado do estudo é um recado para os candidatos à presidência. "Eles têm de ser mais transparentes nas propostas para melhorar a educação básica", disse.

A pesquisa mostra ainda que os entrevistados acreditam que a educação melhorou de 2006 para 2010. O percentual de entrevistados que consideram o ensino ótimo passou de 25% para 34%; a parcela dos que consideram ruim ou péssimo diminuiu de 28% para 21%; e o total dos que o consideram regular manteve-se passou de 45% para 44%. A maioria dos entrevistados, 51%, acredita que o ritmo da melhora é lento. O próximo passo, de acordo com Priscila, é a população passar a cobrar um ensino de qualidade. "A escola tem que ir além da merenda, do transporte e da infraestrutura. Tem que ter aprendizado", afirmou. A pesquisa foi feita com eleitores de 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.



PORTAL UOL ECONOMIA - 10/06/2010
Desejo de mudar a educação do País leva jovens a tornarem-se professores


SÃO PAULO – Salários baixos, desmotivação, falta de tempo para se especializar e uma imagem desgastada e desvalorizada. Os professores que estão na ativa sabem o que é ter uma rotina difícil e o senso comum leva a crer que essa profissão não é opção segura. Para muitos jovens, porém, apesar das dificuldades, o ideal de mudar os rumos da educação no Brasil os leva a querer atuar na área. “Os professores de hoje têm vontade de fazer e mudar, mas estão afetados pelas dificuldades”, afirma a psicóloga e professora da Unicamp, especialista na área de educação e formação de professores, Ângela Fátima Soligo. “Já os jovens têm mais 'gás' e acreditam mesmo que vão efetuar mudanças”, diz. Para ela, o que importa para a nova geração de docentes é fazer a diferença. “O atrativo na educação é o próprio ato de educar”.

E foram esses motivos que criaram no relações públicas Renan Abdalla, 26, a vontade de ser professor. Quando ele decidiu seguir a profissão, antes mesmo de prestar vestibular, não se importou com brincadeiras do tipo "Como você vai viver?". “Sempre quis ser professor, não importava o que eu fizesse, que graduação escolheria, eu seria professor”, diz, entusiasmado. Para ele, ser professor é ter o poder de mudar algo que não é aparente, demora para dar resultados, mas que é compensador: o desenvolvimento do conhecimento. “O professor é um facilitador do conhecimento. Ele abre os melhores caminhos. Daí, você escolhe qual quer seguir”, afirma.

Geração consciente - Esse entusiasmo e idealismo está formando a nova geração de docentes. “O que atrai esses jovens é a possibilidade de construção de algo maior”, diz a professora Ângela. Apesar disso, ela, que dá aulas para futuros professores, percebe que a nova geração tem consciência dos problemas que deve enfrentar. “Eles sabem que ser professor é atuar com dificuldade, muitas vezes em lugares sem estrutura, com salários baixos”, diz Ângela. “Já vi muitos alunos desmotivados, porque a questão salarial e do crescimento da carreira desmotiva mesmo”. Sem contar a imagem do professor. “Hoje, a figura do professor não é apresentada como uma figura de valor”. Além disso, a professora acredita que os docentes têm menos autonomia dentro da sala de aula – situação diferente de alguns anos atrás. Porém, Ângela conta que, quando eles começam a estagiar na área, esses jovens se apaixonam pela profissão. “O contato com o campo da educação mobiliza uma vontade de fazer diferença, de se aproximar do aluno e, por mais dificuldades que se tenha, a educação oferece muitas possibilidades”, reforça. Para ela, os professores do futuro desejam salários melhores, uma carreira que forneça mais oportunidades de crescimento, mais tempo para se dedicar à própria formação – que deve ser contínua – e um vínculo mais acessível com o aluno.

Formação e mercado de trabalho - Renan Abdalla formou-se em Relações Públicas em 2007 e resolveu investir no sonho que carregava há tempos. Hoje, ele faz parte de um projeto que forma professores do futuro, na Faculdade Cásper Líbero. Lá, ele acompanha um professor durante as aulas, uma vez por semana, mas também ajuda a preparar as aulas. “Fico em uma posição meio intermediária entre o professor e os alunos e participo dos bastidores das aulas”. Abdalla quer ser professor da área de comunicação. Para seguir a carreira acadêmica, porém, ele fará mestrado, e já se prepara para a profissão lendo muito. “Nessa área, a experiência profissional é importante, mas o conhecimento técnico é tão importante quanto”, diz. Ele está certo. A formação de um professor – os de antes e os de amanhã – sempre foi centrada na pesquisa. “Assim, você garante que esse profissional tenha acesso a conteúdos relevantes”, explica Ângela. Além da formação técnica, a professora acredita que um bom docente deve ter em mente que ele referência, e, por isso, deve ter postura de um bom cidadão – dentro e fora da sala de aula.

E o estudo do professor não pode parar. Ele deve estar em constante mudança, até porque os alunos mudam. “O aluno é menos disciplinado, mais questionador, por conta da nossa própria cultura”, diz Ângela. “Esse aluno é permeável e o professor de amanhã vai ter uma tarefa maior de captá-lo e seduzi-lo para o conhecimento e não obrigá-lo ao conhecimento”, ressalta. A tecnologia já é uma ferramenta dos professores que estão na ativa e continuará sendo para os docentes de amanhã. A diferença é que a nova geração já conhece os instrumentos. Mas, Ângela alerta: “A tecnologia em si não garante melhor formação, ela é só uma ferramenta. O que melhora a formação são os processos de reflexão”. Para a professora, mesmo com tantas dificuldades, o mercado para o professor está em crescimento. “Um País que cresce como o Brasil tem na educação uma estratégia”, diz.

Um bom professor - A professora da Unicamp também ressalta um outro ponto essencial que deve estar presente na formação de um bom professor: a percepção dele mesmo. “É uma capacidade que permita uma abertura para pensar sobre seus próprios entraves, preconceitos, que acabam entrando em jogo durante as aulas”, diz. Para a docente, o que torna o professor um bom profissional é a capacidade de ele assumir que não é perfeito. “Mesmo porque ele terá de lidar com uma diversidade de alunos e situações que os professores da geração anterior não enfrentaram e os que estão na ativa estão aprendendo a lidar”, afirma Ângela. Mas todas essas qualificações não são suficiente se não houver uma que é capaz de fazer com que esses profissionais superem todas as pedras encontradas no caminho: a paixão pelo ensino. “Aqueles que realmente querem ser professores acreditam na educação”.



FOLHA DIRIGIDA - 10/06/2010
"Sempre fui contra o acordo ortográfico"


Renato Deccache

Após uma carreira acadêmica de sucesso, o professor de Língua Portuguesa Sérgio Nogueira decidiu compartilhar seus conhecimentos em rede nacional. Para isso, entre outras atividades, criou um blog onde tira dúvidas dos leitores e se tornou o principal consultor do apresentador Luciano Huck no programa "Soletrando", da Rede Globo, que mede os conhecimentos em Português de alunos de todo o país. Apesar da fama repentina, o professor não se furta a expressar a sua opinião quando o assunto é um dos temas recentes mais polêmicos da Língua Portuguesa: o acordo ortográfico que uniformizou as regras da Língua em todos os países lusófonos, desde o início de 2009. "Se era para ter um acordo, ele tinha que ser mais profundo e foi muito tímido e passa uma sensação de que mudou tudo. Quando, na verdade, não mudou nem muita coisa. Na verdade, mudou muito pouco", destaca.

Para ele, apesar de muito alarde e polêmica, o brasileiro irá se acostumar com as novas regras, como aliás já se acostumou em outros períodos. "No momento em que o acordo foi assinado, se é constitucional ou não eu não sei responder isso - não somos especialistas, não podemos dizer - mas, para mim, é lei e está valendo. Eu passei pela reforma de 1971, o problema foi semelhante. Portanto, isso não é novidade. O sistema, quando foi criado em 1943, também não foi aceito de imediato. Toda mudança acarreta discussão", destaca.


Folha Dirigida — No início deste ano, o professor Ernani Pimentel, um dos líderes do movimento "Acordar Melhor", fez críticas ao acordo ortográfico da Língua Portuguesa assinado no ano passado. Segundo ele, o acordo seria inconstitucional. Como o senhor vê esta crítica?
Sérgio Nogueira — Eu desconheço esse lado legal aí. Posso falar mais como professor e, principalmente, como consultor de empresas. Eu sempre fui contra o acordo. Se era para ter um acordo, ele tinha que ser mais profundo e foi muito tímido e passa uma sensação de que mudou tudo. Quando, na verdade, não mudou nem muita coisa. Na verdade, mudou muito pouco. Eu recordo que na primeira edição do Globo do ano passado, eu li o primeiro caderno de ponta a ponta, dezesseis páginas e li quatro palavras afetadas pelo acordo. Quer dizer, é muito pouco para passar essa sensação de que mudou tudo. Eu sempre fui contra. Só tem uma coisa importante, na minha opinião: no momento em que o acordo foi assinado, se é constitucional ou não eu não sei responder isso - não somos especialistas, não podemos dizer - mas, para mim, é lei e está valendo. Eu passei pela reforma de 1971, o problema foi semelhante. Portanto, isso não é novidade. O sistema, quando foi criado em 1943, também não foi aceito de imediato. Toda mudança acarreta discussão. O que incomodou nesse caso é que quando não se esperava mais um acordo, ele vem sendo alinhavado desde 1990, ou seja, demorou todos esses anos para ser assinado. Um ano antes, eu apostava que ele não seria assinado, mas foi. E a partir daí, como professor, eu posso ter uma visão diferente. Está valendo e, enquanto estiver valendo, a minha preocupação é transformar esse assunto em algo que, aparentemente, possa ser árido em algo perfeitamente palatável para os meus alunos. Eu passei a me preocupar em como ensinar a reforma de um modo agradável, útil. É esta a minha preocupação há um ano e meio. Hoje minha preocupação é essa. Se ela realmente for revogada, maravilha. Aplaudo, também, se ela continuar em vigor, como eu acredito que vá acontecer. Não creio que esse movimento consiga fazer o governo voltar atrás. Iria ser uma vergonha. A pressão de Portugal, que até agora não moveu uma palha para isso, também não me preocupa, porque das outras vezes também foi assim. Portugal, na verdade, em 71, só mexeu a palhinha em 1973. Por isso que nós temos quatro anos para adaptação, só que pediram seis. Eu não sei, eu não tenho bola de cristal para prever o que vai acontecer. A minha preocupação é simplificar a vida dos que dependem de mim, do meu trabalho, como consultor.

Como o senhor está vendo a implantação deste acordo? Percebe que está sendo seguido pelas instituições de ensino ou estão deixando para a última hora?
Muito pelo contrário. A mídia, quase toda, implementou. Fora os livros didáticos que, por lei, a partir desse ano, já deveriam estar de acordo com o novo acordo. Tanto que, até onde eu saiba, o MEC não aprova mais livros que não estejam enquadrados na reforma. Então, nos obrigamos a isso até por um compromisso social. Fui eu mesmo que sugeri isso lá dentro, e pelo seguinte: ortografia é memória visual. Você não coloca o acento em café porque é uma oxítona terminada em e. Você põe o acento porque está acostumado a colocar acento no café. Então, se a ideia perdeu o acento, mais do que decorar a regra, é preciso se acostumar, desde já, que a ideia não tem mais acento. Agora, quando você vai fazer um curso é melhor explicar, porque o grande problema da reforma não é o que muda, é o que permanece. Noventa por cento das consultas que eu recebi em janeiro do ano passado, no sistema em que eu trabalho, foram em cima de palavras não alteradas. As pessoas querendo mexer onde não devem. Vou dar um exemplo. Há duas semanas, fizeram a seguinte consulta: "Professor, entrevistamos aqui o subsecretário não sei do quê e mandaram escrever subsecretário tudo junto. É verdade, que agora, pela reforma é junto?" Eu disse: "Pela reforma não, já era assim". Quer dizer, as pessoas criaram uma insegurança até quanto aquilo que já era, porque são palavras, com relação ao hífen, por exemplo, que nós não temos segurança, porque nossa memória visual para o hífen é péssima. No caso, a reforma, nesse ponto, é até boa, pois nos obrigou a rever as regrinhas e entender um pouquinho mais. Houve até, descobri dando aula, no caso do hífen, uma simplificação. Como eu disse não é o ideal. Na minha opinião, o ideal seria acabar com o hífen, pelo menos no caso dos prefixos, juntar tudo. Mas, já que ele foi mantido, pelo menos nesse aspecto eu vi uma certa simplificação, melhorou um pouquinho.

O senhor disse que o seu objetivo é tornar tudo mais palatável para o estudante. Como pode se fazer isso?
As minhas palestras são para professores, profissionais, jornalistas, advogados, quer dizer, profissionais que usam a Língua. Então, eu não estou preocupado em preparar ninguém para concurso. Quanto ao problema de preparação para concurso, tem o problema de memorização, de decoreba. A minha preocupação é a seguinte: os profissionais para quem eu trabalho, eles podem consultar dicionários, manuais, gramáticas. Então, eu parto do seguinte princípio: a forma pela qual eu ensino, eu quero que eles entendam para que servem os acentos, os hífens, porque existe uma lógica dentro da Língua Portuguesa. Por mais maluca que ela possa parecer, há uma lógica. Existe um porquê que as palavras tenham acento, existe um porquê que as palavras não precisam ter acento. Então, eu estou ensinando por esse lado e as pessoas adoram isso, adoram saber que a nossa Língua tem história, tem passado e que tudo se explica. Infelizmente, o sistema de ensino nos obriga, muitas vezes, a cumprir programa. Isso vale para escola, vale para faculdades e vale para concursos. Você tem que cumprir o programa, se ele foi bem cumprido, mal cumprido, muitas vezes, não interessa. O importante é que você chegou ao ponto final lá, você viu todo o programa que cai na prova, o programa daquele ano. Quando, muitas vezes, mais do que essa rapidez interessaria que as pessoas entendessem, porque quando as pessoas entedem um fenômeno, elas tendem a reter com mais facilidade. Isso é uma das coisas que tornam palatável, as pessoas começam a assistir sua aula com muito mais curiosidade, com a curiosidade aguçada. "Poxa vida, não sabia que a palavra sapato não tem acento e isso se explica." Tem uma explicação para isso, porque pouca gente sabe o que norteou, lá em 1943, os responsáveis pela criação das regras de acentuação.

Nas salas de aula, essa, talvez, seja a dica para os professores: tentar explicar o porquê das regras. Há uma outra dica que vale a pena ser destacada?
Não é bem dica. Dica parece as paroxítonas terminadas em r, x, n e l, decora rouxinol. Isso seria uma dica. O que eu tenho feito é tentado explicar, por exemplo, o que norteou, para que servem os acentos, para marcar a sílaba tônica. Sílaba tônica é a sílaba mais forte na hora da pronúncia da palavra. A sílaba tônica na Língua Portuguesa pode ocupar três lugares, ela pode ser oxítona, paroxítona e proparoxítona. Não tem outra posição possível, são três possibilidades. A maioria das palavras da Língua Portuguesa não tem acento. Se você contar nesse seu texto, as palavras acentuadas não chegam a vinte por cento. Nosso sistema é acentuar o mínimo possível. Foi assim criado em 1943, a reforma de 1971 acabou com uma regra que colocava um monte de acentos e essa reforma que vem agora, embora tímida, vai tirar mais acentos. Só tem uma coisa, as regras básicas: oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas não foram afetadas. A gente só pôde mexer nas regras especiais e aí que surgem os problemas. A gente tenta brincar com a matéria. Vou dar um exemplo rápido: as pessoas já viram que voo perdeu o acento, aí vão na internet e descobrem que "oo" perdeu o acento. Se fala muito de Lei Seca, no outro dia, me perguntaram o porquê de alcoólico estar com acento se a regra tinha mandado tirar. Mas alcoólico tem acento porque é uma proparoxítona e eles deduziram que qualquer palavra que tenha oó vai perder o acento. Eu aproveito esse tipo de dúvida pra pessoa entender o que é básico, o que não é básico, o que muda e o que não muda. A gente aproveita e conta uma piadinha, que é verdade, em uma cidade em que visitei o acento estava no primeiro o. Eu deduzi que tinha bebido e a mensagem é aquela: se beber, não escreva.

O desempenho de estudantes brasileiros em avaliações internacionais de Língua Portuguesa ainda é muito ruim. Por que tantos brasileiros têm dificuldade com a matéria?
Outro dia eu estava ouvindo uma discussão, acho que foi na rádio CBN, e eu acho incrível como essas pessoas que se dizem especialistas no assunto são tão simplistas, como se a solução passasse por um curso de atualização para professores. Hoje em dia, eu sei de escolas que comemoram porque, finalmente, eles vão ter o quadro-negro, lousa, como dizem em São Paulo. Ou então, finalmente, vão por uma porta. Finalmente, conseguiram fechar o portão no horário de escola para não entrar qualquer pessoa na escola. Os problemas das escolas, principalmente da escola pública, são de número tão grande que não podem ser resolvidos como em um passe de mágica. Me impressiona muito quando o que eu chamo de teóricos de plantão, quer dizer, aqueles doutores que nunca deram aula em uma escola pública, vêm publicar livros, nos ensinar a dar aula como eles nunca tiveram que enfrentar trinta, quarenta alunos, na mistura você tem alunos de sete com alunos de quatorze na mesma sala, disléxico, surdo-mudo. Todos misturados. Então, eles não sabem da grande dificuldade que nós temos. Isso precisa passar por uma reforma imensa. Não vai ser em uma resposta, por mais inteligente que eu possa ser, que eu vou conseguir resolver esse problema da educação. Mas aí, tem que ter um investimento maciço, um governo que, realmente, queira investir nisso e que realmente acredite que a educação é a solução dos nossos problemas. No mais, é tudo paliativo. "Ah, vamos agora acabar, vamos resolver a aprovação automática". Isso aí, se é bom ou ruim não vai resolver. Talvez, resolva os números, mas não é isso que vai resolver o problema, porque não basta isso. Os livros didáticos, por exemplo, nossos livros didáticos são ótimos, excelentes. Mas, muitas vezes, o professor, coitado, não foi treinado a saber tirar do livro tudo que ele pode oferecer. É uma soma de problemas que me impressiona e que eu confesso que não sei nem por onde começar.

O senhor está aposentado desde 1999. Nos seus trinta anos de magistério, como foi seu trabalho como professor e como o senhor compararia com os professores do dia de hoje?
Eu acho engraçado. Porque quando eu comecei a trabalhar, no final da década de 60, início da década de 70, eles diziam: "Poxa, no meu tempo...". Passaram trinta anos e não tenho isso "no meu tempo". Não consigo ver muita diferença. Naquela época, reclamavam das más condições de trabalho, salário ridículo. Passaram trinta anos, governo militar, governo de direita, governo de esquerda, de tudo que é lado e continua a mesma coisa. Não consigo ver melhora e se há alguma é muito tímida para a necessidade que existe. Por isso o desempenho é tão ruim. Porque quando você diz que o índice de analfabetismo diminuiu, mas quando faz uma pesquisa de nível de entendimento de leitura o resultado é ridículo. Quer dizer, o cara saber assinar é uma coisa, mas o cara saber ler e interpretar, entender é outra história. Muitas vezes, o professor não sabe ensinar isso para os seus alunos, porque ele também não aprendeu, porque isso é um ciclo vicioso. Você tem professores mal preparados ensinando professores que vão sair mal preparados que vão ganhar mal, não vão ser estimulados a serem melhores do que são. Gostaria de salientar que estou falando em termos gerais, na minhas andanças nesses trinta anos, eu encontrei muito professor excelente, com muito talento, estudioso, pesquisador, que buscava caminhos novos. Mas esses são raros. Infelizmente, são exceções. Como em uma sala de aula, você tem alunos de exceção. Mas isso é exceção, não é a regra. Enquanto não tiver estímulo ao professor, e com isso eu quero dizer condições de trabalho e salário, se ele não tiver, no mínimo, essas duas coisas, não basta salário. E, exatamente, aqui, que me irrita, porque as pessoas usam como desculpa para não pagar bem o fato dos professores não serem bem preparados. Como ele não está bem preparado, como não é bom professor, ele não merece ganhar bem é, mais ou menos, esse o raciocínio que eu percebo.

Quais os principais problemas no ensino da Língua Portuguesa nas escolas?
Eu vejo um, em especial. Eu sou do tempo em que a Língua Portuguesa era, praticamente, só gramática. Era uma decoreba braba, o aluno detestava, em geral. Poucos gostavam, os professores, em geral, também não gostavam. Então, era um horror. Aí, aos poucos, foi se criando essa visão do ensino da Língua Portuguesa sobre interpretação e produção de texto. Eu acho maravilhoso, só que como sempre o brasileiro não sabe ser moderado. Ele é radical, de esquerda ou de direita, ou seja, aqui é a mesma coisa. Hoje em dia, em que a produção de texto é mais incentivada nas escolas e a interpretação também. Aí abandonaram a gramática, é proibido ensinar gramática. Quem ensina a gramática é professor velho, antigo e ultrapassado. Gente, não é pecado ensinar gramática, desde que seja bem ensinada pelo seu lado prático. E eu como consultor, hoje, eu costumo dizer que trabalho com efeito e não mais com a causa. Aquele que saiu da faculdade já está formado, já é profissional e vai usar a Língua Portuguesa o resto da vida. Então, foi para isso que a gente aprendeu, porque a gente não aprende a Língua Portuguesa para fazer prova, mas sim para usar a vida inteira, para entender o que se lê, para escrever com facilidade, com clareza de se comunicar. Hoje, eu percebo que, muitas vezes, as pessoas têm certas dificuldades, por incrível que pareça por desconhecimento gramatical. E não estou falando de decoreba, de análise sintática, nada disso. Então, esse meio-termo que eu não entendo o abandono. Não entendo esse abandono. Eu concordo que se aproveite o texto, não mais só os clássicos, como era antigamente. Embora eu ache que tenha que ter os clássicos na escola, porque se não leu os clássicos na escola, não vai ler em lugar nenhum. Mas também tem que ter a análise de anedotas, de cartuns, de letras de músicas, de notícias de jornal, quanto mais variado for. Eu costumo dizer o seguinte: no jornalismo, onde eu trabalho mais, me perguntam "eu tenho que ler?". Claro, todo mundo tem que ler tudo. "Mas, até bula de remédio?". Claro, até bula de remédio. Primeiro, porque você pode morrer se não entender a bula. Ainda mais em um país onde você se automedica toda hora. Eu dou a história da receita de bolo, a receita de bolo não custa nada. Eu tenho um amigo em São Paulo, hoje ele vive de uma coluna de gastronomia e de um site. No site, ele vive muito bem isso. O sonho dele era ser jornalista esportivo. Como não apareceu vaga no departamento esportivo, abriram uma vaga para falar sobre gastronomia, ele se especializou e, hoje, é uma referência em São Paulo sobre o assunto.

Um dos pontos considerados mais importantes por educadores é o do incentivo à leitura. Que tipo de contribuições o ato de ler traz para os estudantes?
Ler é tudo de bom. Ler só faz bem. Como eu disse, leio de tudo. Eu acho que em um primeiro momento, quando a criança está acabando de se alfabetizar, é muito importante que o professor leia com o aluno, ensine o aluno a ler. Você vai dizer: "como ele vai fazer isso com quarenta alunos?". Aí começam as dificuldades, turmas de primeiro segmento têm que ser menores, com o menor número de alunos possível, até para o professor poder perceber quem tem problemas de dislexia, coisas desse tipo. Eu sei que tudo isso é delírio, que na prática não vai funcionar, porque não há dinheiro para isso. Outra coisa é cobrar da família: pai, mãe, tia, avó, porque, atualmente, a gente nunca sabe. Hoje em dia, mesmo que a criança tenha pai e mãe não separado, provavelmente, os dois trabalham fora e alegam que não têm tempo e não gostam de ler, pois não tiveram o hábito de ler e não dão exemplo. E se cria, mais uma vez, a porcaria, do círculo vicioso. Mas o ideal seria que alguém lesse para que ele aprendesse, começasse a entender sozinho, induzisse e, à medida em que ele fosse crescendo, começam a aparecer textos mais difíceis na vida dele. A nossa literatura infanto-juvenil é considerada, no mundo, se não a melhor, uma das melhores do mundo. Nós temos autores premiadíssimos: Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Ziraldo, Maurício de Sousa... Iustradores que são contratados por escritores dinamarqueses, filandeses, franceses. Quer dizer, é uma categoria que nós temos de primeiríssima linha no Brasil que, infelizmente, muitas vezes, os professores não sabem aproveitar. Cresce um pouquinho, vai para a adolescência, aí surge uma Thalita Rebouças que está vendendo horrores, com dez livros. Foi minha aluna como Jornalista, abandonou a profissão e, hoje, é escritora e vive disso. Olha que coisa maravilhosa. Aí você vê quem consegue viver de literatura no Brasil, Jorge Amado deve ter conseguido. Veríssimo, talvez. Nós temos potencial para isso. Agora, qual é a dificuldade, nós vamos voltar para a história de sempre: professor que não está preparado para isso, foi preparado por um professor que, também, não estava preparado. Quer dizer, muitos professores não têm o prazer da leitura, não sabem passar o prazer.



PORTAL UOL EDUCAÇÃO – 10/06/2010 
Ibope: brasileiro acha que ensino básico melhorou, mas está preocupado com segurança na escola


Rafael Targino, em São Paulo 

O brasileiro acha que a qualidade do ensino básico público no país aumentou em quatro anos, mas a preocupação com a segurança nas escolas também cresceu. Mesmo assim, educação é considerada uma das áreas mais problemáticas do Brasil. Essa é a conclusão de uma pesquisa feita pelo Ibope e divulgada pelo movimento Todos pela Educação nesta quarta-feira (9). De acordo com o levantamento, 34% dos entrevistados consideraram a educação básica pública brasileira ótima ou boa neste ano, contra 25% em 2006. O índice dos que julgaram como regular caiu de 45% há quatro anos para 44% em 2010 (dentro da margem de erro, de 2 pontos percentuais para mais ou para menos). O total de ruim/péssimo desceu de 28% para 21% no período. Apesar da percepção de que o ensino no país melhorou, os pesquisados dizem que a educação básica é a terceira área mais problemática no país (com 27% das escolhas) – somente atrás de saúde (66%) e segurança pública (42%)–, junto, na margem de erro, com drogas (29%) e empregos (29%).  

Já a segurança nas escolas foi apontada por 46% como um dos pontos fracos do ensino básico do Brasil, índice igual ao do salário dos professores. Como pontos fortes, estão merenda (29% aprovam), número de escolas/vagas (25%) e material didático (25%). Para Fernando Abrucio, cientista político e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), começou a aumentar a percepção da população em relação à qualidade de ensino. “É um aumento muito paulatino, muito incremental, que está acontecendo. A maior preocupação das famílias mais pobres ainda não é com a qualidade, ainda que esteja aumentando, mas que seus filhos estejam lá com boas condições de infraestrutura e segurança”, diz.

Notas - Os pesquisadores perguntaram qual nota, em uma escala de 0 a 5, os entrevistados dariam para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas educações superior e básica. Para a primeira, a menção média foi 2,9; para a segunda, 2,8. Os números mudam quando são feitos recortes. No Sudeste, por exemplo, a nota do ensino superior cai para 2,6 e a do básico, para 2,5. Já entre os pais que têm filhos estudando em escolas públicas, o número sobe ligeiramente para 3 no superior e 2,9 no básico.

Segundo Abrucio, esses números se explicam pelas características regionais. “No Sul, a rede de ensino tem qualidade tradicionalmente melhor. No Nordeste, comparado com o que era antes, está melhor. No Sudeste, há um público bastante exigente e escolas particulares muito competitivas”, afirma. Eleições - Para 28% dos entrevistados, a educação básica deve merecer atenção especial do próximo presidente da República. O tema está atrás de saúde (63%), segurança pública (39%) e empregos (33%). Entre todos, ele foi o que teve o segundo maior aumento no índice entre 2006 e 2010, com crescimento de 13 pontos percentuais (saúde lidera o ranking, com aumento de 20 pontos no período).



FOLHA DE SÃO PAULO - 10/06/2010 
Cai avaliação positiva de faculdade pública


FABIANA REWALD, DE SÃO PAULO

A avaliação da população sobre a qualidade do ensino superior público no país piorou entre 2008 e 2010. Há dois anos, segundo pesquisa do Ibope, 55% dos entrevistados avaliavam esse nível de ensino como ótimo ou bom. Neste ano, o percentual caiu para 45%. Isso porque mais entrevistados passaram a considerar regular esse ensino -não houve alta no conceito ruim/péssimo. Para Ryon Braga, do Grupo Hoper, consultoria na área de ensino superior, dois fatores contribuíram para a queda na avaliação positiva. O primeiro, diz ele, é o "sucateamento" das universidades federais, que passaram por programas de expansão, mas apresentam problemas para receber mais alunos. O outro fator apontado por ele é a maior inclusão social, motivada pela utilização de cotas em vestibulares, que facilitaram o acesso de alunos com renda mais baixa. Com isso, diz ele, os estudantes percebem uma queda no desempenho médio dos colegas -o que, porém, tende a melhorar nos próximos anos, à medida que o nível dos alunos de diferentes faixas de renda se igualar. A pesquisa foi encomendada ao Ibope pelo movimento Todos pela Educação.



ESTADO DE MINAS - 10/06/2010 
Urgências na educação


Maria do Rosário Figueiredo Tripodi - Mestra em literaturas de língua portuguesa, professora das redes pública e particular de ensino de Minas Gerais

Falar da temporalidade fez parte de todo o pensamento antigo. Da mitologia grega à concepção cristã agostiana, a experiência do tempo e da subjetividade estiveram sempre lado a lado. Nessa perspectiva, o tempo não se prestava a medir somente os eventos, datar os acontecimentos; antes, era ele quem determinava a medida entre a relação do homem com o mundo e, por conseguinte, a constituição da sua própria subjetividade. Contudo, tal concepção, voltada para o sujeito, foi posta de lado na era moderna, enquanto uma visão objetivista e reificada do homem, do tempo e das coisas se afirmava e a temporalidade era institucionalmente organizada. A essa institucionalização, acrescente-se, pois, na contemporaneidade, uma recusa àquela primeira – a da experiência, do conhecimento –, inscrevendo o tempo, agora, sob o signo das urgências. E, como não poderia ser diferente, essa nova concepção de tempo já se encontra perfeitamente incorporada pelas diretrizes da educação básica brasileira e seus efeitos podem ser sentidos nas diversas esferas do ensino.

Nesse sentido, uma das questões que, de plano, se impõe diz respeito à lógica do mercado – regida pela quantidade do que se produz, pelo curto prazo, pelo princípio do rendimento – que passa a balizar as decisões na área da educação e pela cultura da avaliação que por aqui se instituiu. As incontáveis estatísticas nos dão conta, a cada dia, de um novo número, de uma nova sigla: Saeb, Simave, Prova Brasil, Provinha do Brasil, Encceja e por aí vai. Os números do Instituto de Desenvolvimento do Ensino Brasileiro (Ideb) e as respectivas metas devem ser atingidas sob pena de “responsabilização”, termo traduzido do accountability, como o chamam os economistas do ensino, que veem na importação de medidas implementadas pelo governo norte-americano a solução dos nossos problemas.

O que não se percebe, ou não se deseja discutir, é que a própria concepção de tempo que rege, hoje, a educação, pautada por prazos, datas e produtividade, não coincide, pois, com o discurso do próprio governo, no que diz respeito às metodologias por ele mesmo propostas, haja vista os Parâmetros Curriculares Nacionais. Se de um lado o discurso oficial recomenda que a aprendizagem respeite os tempos de cada sujeito envolvido no processo de ensino-aprendizagem, de outro, o que se vê, é um completo despreparo das pastas da educação, em todos os seus níveis, que, desde a progressão automática à aquisição de assessorias “pedagógicas” que prometem “corrigir” o fluxo escolar em “quarenta dias”, buscam, sempre, a aceleração dos tempos, a busca por resultados rápidos, o que tem levado, entre outras coisas, a uma profunda crise dos sentidos na carreira docente.

Que se pense, ainda, em relação a essa temporalidade acelerada, nos inúmeros centros de educação profissional recém-criados em todo o país e que, adaptados às contingências do mercado, não têm nos seus currículos mais espaço para as artes e a literatura, para uma formação humanística sólida, enfim, do discente. Outro grave problema vinculado, também, a este tempo das urgências diz respeito à descontinuidade das políticas públicas de educação, que ficam condicionadas, a priori, à mudança dos governantes. Não há, pois, qualquer preocupação ou respeito com o que já tenha sido, porventura, construído nessa área; assim, a cada nova gestão, deve-se começar pelo grau zero: novos pensamentos, novas propostas metodológicas, novos discursos, mesmo equívoco. A esse respeito, a filósofa Olgária Matos, em seu mais recente livro, acertadamente, assevera que “a pulsão antigenealógica não reconhece nenhuma dívida simbólica com o passado, acredita-se que tudo que é deve-se a si mesmo por uma espécie de autoengendramento”. Sem laços estáveis, lembra a autora, “produz-se um déficit simbólico no indivíduo e na sociedade, já que valores dependem de espaço comum de experiências compartilhadas”, o que no Brasil não tem passado, lamentavelmente, de discurso.



O ESTADO DE SÃO PAULO - 10/06/2010
Os outonos na USP


JOÃO GRANDINO RODAS 

Por princípio constitucional, o ensino público no Brasil é gratuito, incluindo o superior, tanto de graduação quanto de pós-graduação. Instituições públicas atendem cerca de 20% do alunado brasileiro, ficando os restantes 80% a cargo de entidades particulares, em que há cobrança de mensalidades. O orçamento das universidades estaduais paulistas - USP, Unicamp e Unesp - advém de 9,57% do ICMS. Das liberações financeiras anuais do governo do Estado à USP, no valor aproximado de R$ 3 bilhões, são gastos por volta de 85% em remuneração dos servidores docentes e não-docentes, restando apenas 15% para todos os demais gastos: pesquisa, extensão de serviços à comunidade, construções e reformas prediais, laboratórios, bibliotecas, etc. Praticamente não haveria pesquisa na USP se especialmente a Fapesp e também o CNPq não a financiassem! São expressivos os valores, originários do contribuinte paulista, que a Fapesp repassa à USP: em 2009 foram R$ 311 milhões, incluindo bolsas e auxílios à pesquisa. A seu turno, o CNPq destinou-lhe R$ 153 milhões no ano passado. Não é factível aumentar consideravelmente o orçamento público nas universidades, pois há necessidades mais prementes: o financiamento do ensino fundamental e médio, da saúde, do saneamento, da infraestrutura, da segurança etc. Além disso, a carga de impostos sobre a população já é excessiva.

Os resultados acadêmicos da USP são amplamente positivos, basta notar, por exemplo, sua classificação destacada em diversos rankings internacionais, o número de doutores formados anualmente, que supera 2.200, e sua participação na produção científica internacional, correspondente a quase 22% do conjunto da produção brasileira. Com 80 mil alunos, pouco mais de 5.700 professores e 15,4 mil funcionários não-docentes ativos, a USP tem 40 unidades e se espraia por sete campi, na capital e no interior do Estado. Esses três segmentos recebem prestações advindas do orçamento da universidade. Os alunos, consoante critério socioeconômico, podem ser destinatários dos seguintes auxílios e bolsas, com os respectivos valores mensais: auxílios-moradia (R$ 300) e transporte (R$ 150), bolsas Aprender com Cultura e Extensão (R$ 300), Ensinar com Pesquisa (R$ 300) e Iniciação Científica (R$ 360). Em 2010, até o momento, nessas rubricas se consumiram R$ 2,5 milhões.

Já os servidores, docentes ou não-docentes, percebem, além de salário, benefícios sociais. As três categorias dos servidores não-docentes têm os salários inicial e médio a seguir: 1) básica: R$ 1.210,90 e R$ 2.044,00; 2) técnica: R$ 1.789,05 e R$ 3.569,00; 3) superior: R$ 3.542,20 e R$ 7.005,00. Intitulam-se ademais aos seguintes benefícios sociais: vale-refeição, valor unitário de R$ 15,90; auxílio-alimentação mensal de R$ 470,00; auxílio-creche mensal e por filho de R$ 449,95; auxílio-educação especial, mensal e por filho, de R$ 449,95; auxílio-transporte nos termos da lei estadual; além de assistência médica.

Se os salários e benefícios dos servidores não-docentes estão bem acima da média do mercado, o mesmo se diga das condições de trabalho oferecidas pela USP. Quem toma conhecimento do quadro acima, certamente não consegue entender o que ocorre em todos os outonos na USP: greves endêmicas nos meses de maio e junho, piquetes impedindo o direito de ir e vir de servidores e alunos, invasões e ocupações de prédios universitários, manifestações em que ofensas pessoais e puro incitamento à violência são a tônica. É verdade que nunca se conseguiu paralisar a USP, tendo havido concentração das ações, geralmente, em alguns pontos, entre os quais o prédio da Reitoria.

Os sindicatos da USP continuam a se servir de métodos utilizados quando da luta contra a ditadura, nas décadas de 60 e 70, inobstante os tempos serem outros e o cenário ter-se modificado. Por longo tempo a comunidade uspiana e mesmo a população em geral acreditaram que qualquer palavra ou ação contra as rudes investidas dos sindicatos eram fruto do autoritarismo e de ditadura. Entretanto, hoje se  esboçam reações, tanto internas como externas, pois os sindicatos, em geral, já evoluíram em seu modo de atuar. Ressalte-se que, pessoalmente, como filho de advogado de sindicatos operários e ex-juiz do Trabalho, tenho o maior apreço pelo papel dos sindicatos na melhoria dos salários e das condições dos trabalhadores. Como sair dessa situação? Examinando as ações de reitores que me antecederam, verifica-se que já se tentou desde a resistência quase inerte até a execução de medidas judiciais de desocupação pela força policial. Nenhuma com sucesso absoluto. A inércia propiciou o alongamento dos movimentos, enquanto a retirada forçada acabou lhes dando fôlego.

Este ano não foi diferente. Quando assumi a Reitoria, em 25 de janeiro, estava ocupado desde abril de 2009 o recém-reformado Centro de Vivência dos alunos. Após a tomada, por alguns alunos e pessoas estranhas à USP, o local ficou destruído. Em maio de 2010 pequeno grupo de alunos e estranhos tomou salas da administração da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas). Dia 5, seis dias antes da data marcada para o início das negociações salariais, assembleia de 80 servidores não-docentes decretou greve, com piquetes em alguns prédios da Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, em São Paulo. Desde o dia 25 passou a haver piquetes na Reitoria, que anteontem foi depredada e invadida. Inobstante tudo isso, rodadas de diálogo têm sido contrínuas, tanto com alunos quanto com funcionários. A greve vem contando com adesão de cerca de 5% do total dos servidores não-docentes. Esse estado de coisas só evoluirá positivamente quando houver conscientização, tanto da comunidade uspiana quanto dos 40 milhões de paulistas, que financiam a universidade, de que na atualidade, com a situação de que gozam os alunos e os servidores da USP, nada justifica a utilização de métodos radicais. Cabe à imprensa livre e investigativa papel protagônico. Em última análise, somente a pressão da sociedade poderá tirar a universidade deste círculo vicioso, antes que os outonos da USP a levem ao outono!



FOLHA ONLINE - 09/06/2010 
Programa permite que estudantes façam provas em casa 

DA REUTERS
, EM LONDRES

Estudantes
britânicos poderão em breve ter a oportunidade de fazerem provas da faculdade em seus próprios quartos, em qualquer momento do dia, sem poderem colar. A empresa norte-americana Software Secure desenvolveu um programa projetado para assegurar que os estudantes sejam honestos enquanto fazem a prova, vigiando e restringindo o acesso a qualquer material suspeito. O programa primeiramente trava o uso de todos os arquivos e acesso à internet, exceto os especificados para que o exame seja feito. Então ele pede um reconhecimento de impressão digital para certificar que o candidato é a pessoa correta e usa gravação de áudio e vídeo para assegurar que o estudante está em condições de fazer prova durante todo o período. A empresa diz em seu site que "traz a sala de prova para a era do computador, tornando o exame menos estressante para os estudantes, faculdades e administradores". Pelo menos uma faculdade na Grã-Bretanha, a University of Wales Institute, está experimentando o sistema e outras podem seguir o caminho. Diversas universidades nos Estados Unidos já usam o sistema.

A associação nacional dos estudantes recebeu com certa cautela a nova ideia. "Seria uma solução para problemas enfrentados por pessoas com dificuldades de chegar ao campus da universidade para exames", disse um porta-voz. "Contudo o recurso não pode ser usado como desculpa para reduzir custos ao diminuir o contato dos estudantes com o ambiente universitário." A empresa diz que o programa foi projetado para estudantes com empregos em tempo integral, ou para aqueles com filhos e não têm flexibilidade para encontrar um supervisor.



PORTAL APRENDIZ - 09/06/2010 
MEC deve finalizar proposta para Plano Nacional até julho


Sarah Fernandes

O Ministério da Educação (MEC) prevê enviar ao Congresso Nacional até julho um documento com as propostas para o novo Plano Nacional de Educação (PNE), que vai nortear políticas públicas para o ensino formal entre 2011 e 2020. Depois da entrega, fica sob responsabilidade da Câmara dos Deputados e do Senado votar a validade de cada proposta e formular o Plano. A expectativa é que ele seja aprovado ainda este ano. As demandas foram levantadas pela sociedade civil durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), que aconteceu entre 28 de março e 1º abril de 2010, em Brasília. As plenárias aprovaram propostas como eleição para diretor escolar, diminuição do número de alunos nas salas de aula e reserva de 50% das vagas de universidades para alunos da rede pública de ensino.

Sobre orçamento, eixo mais polêmico da Conferência, os delegados aprovaram a implantação do custo-aluno qualidade, que determina um investimento nacional mínimo por aluno, e a aplicação de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação até 2011 e 10% até 2014. Também foram aprovadas a Lei de Responsabilidade da Educação, que prevê punir desvios de verba pública para o setor. “O documento final da Conferência traz diretrizes e reivindicações, mas o Plano deve ser formado por metas. O MEC está reunido para formulá-las e enviá-las ao Congresso, que é quem vai fazer o novo Plano”, afirma o coordenador da Conferência Nacional de Educação (Conae), Francisco Chagas. ”A prioridade é formular metas para garantir a qualidade da educação da creche à pós-graduação”.

Novo Conselho - O novo colegiado do Conselho Nacional de Educação (CNE) tomou posse na última segunda-feira (7/6) e assumiu como uma das prioridades agilizar as tramitações do novo Plano no Ministério da Educação e no Congresso Nacional. “É preciso terminar o Plano até o fim do ano, devido à troca de governo. Até 31 de dezembro as metas têm que estar aprovadas”, afirma o novo presidente do Conselho, Antonio Carlos Ronca, empossado nesta terça-feira (8/6). “Marcamos uma audiência com o ministro  da Educação para os próximos dias para conversarmos sobre a elaboração do Plano. É uma as urgências para Educação”.

Na reforma do Conselho, membros antigos foram reconduzidos ao cargo — entre eles Mozart Neves Ramos, Regina Vinhaes e Maria Izabel Noronha — e novos membros tomaram posse, como Reynaldo Fernandes, Arthur Roquete de Macedo, Gilberto Gonçalves Garcia, Luiz Antônio Constant Rodrigues da Cunha, Paschoal Laércio Armonia e Rita Gomes do Nascimento. Os novos integrantes do CNE têm mandato de quatro anos, que pode ser estendido por mais dois. Instituições ligadas à área educacional indicam até três nomes para cada câmara. A partir dessa indicação, os membros são escolhidos pelo presidente da República e pelo ministro da Educação. Um dos objetivos do Conselho é buscar alternativas e mecanismos que garantam a participação da sociedade no desenvolvimento, aprimoramento e consolidação de processos educacionais no país.



CORREIO BRAZILIENSE - 09/06/2010 
Inscrições no Enem 2010 começam em 21 de junho


Camila de Magalhães

O período de inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começa em 21 de junho e termina em 9 de julho. As provas serão aplicadas em 6 e 7 de novembro, conforme anunciado anteriormente. As inscrições serão feitas somente via internet e é obrigatório que o estudante tenha CPF. Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Joaquim Soares Neto, as provas terão a mesma estrutura e as mesmas matrizes de avaliação do ano passado, com apenas uma diferença: a inclusão de línguas estrangeiras na prova de linguagens e códigos. O aluno poderá fazer a opção entre inglês ou espanhol. No dia 6 de novembro, das 13h às 17h30 serão aplicadas as provas de ciências da natureza e ciências humanas, cada uma com 45 questões. No dia 7, das 13h às 18h30, ocorrerão as provas de matemática e  linguagens e códigos, cada uma com 45 questões, além da redação. O pedido para atendimento diferenciado a pessoas com necessidades especiais e sabadistas deve ser feito no momento da inscrição. O processo de inscrições das unidades prisionais será feito pelos coordenadores de educação nos presídios que tenham unidades educacionais. O presidente do Inep ressaltou uma maior preocupação com a parte operacional da prova e adiantou que haverá uma grande estrutura de segurança, que inclui convênio com as secretarias de segurança publica de todos os estados, a Polícia Federal e as Forças Armadas.

A aplicação do exame será feita pelo consórcio Cespe e Cesgranrio, o mesmo responsável pela última prova, com dispensa de licitação. De acordo com o Inep, o processo de contratação de uma gráfica de segurança máxima está em andamento. A empresa deverá oferecer segurança na impressão e no manuseio, além de câmeras filmadoras para monitoramento em tempo real. A distribuição das provas será feita pelos Correios, que estão montando uma estrutura especial para o exame. O transporte do pacote de provas terá escolta das forças armadas, polícia rodoviária federal ou polícias estaduais. Ainda não estão fechados os custos com aplicação e impressão das provas. A taxa de inscrições do exame será a mesma do ano passado, de R$ 35. O edital com detalhes do exame, inclusive sobre o pedido de isenção do pagamento da taxa, deve sair na próxima semana. A estimativa é que o número de inscrições permaneça como o de 2009, em torno de 6 milhões de participantes.



CORREIO BRAZILIENSE, 09/06/2010 
Ministro da Educação propõe intercâmbio de estudantes no Mercosul


Ascom MEC

O Setor de Educação do Mercosul (SEM) acatou na manhã desta quarta-feira, 9, proposta do ministro da Educação do Brasil, Fernando Haddad, sobre a criação de sistema de intercâmbio de estudantes em licenciaturas entre os países do Mercosul. Eles seriam capacitados em línguas espanhola e portuguesa durante os cursos. Haddad lembrou que, no Brasil, a lei torna obrigatória a oferta do ensino de espanhol onde haja demanda por parte da comunidade. Entretanto, admitiu a carência de professores no país. “Tenho certeza de que a procura e o impacto no ensino médio brasileiro seriam muito grandes. Nos intercâmbios, teríamos uma clientela muito qualificada”, disse Haddad. “A questão da cultura apaixona, e o professor teria uma imersão na cultura além do aprimoramento da língua, e a nossa interação poderia ser dinamizada em muito pouco tempo.”

A proposta será elaborada durante a gestão brasileira na presidência pro tempore do SEM, assumida pelo Brasil durante a 38ª reunião de ministros da educação da região, realizada no Ministério da Educação da Argentina, em Buenos Aires, também nesta quarta-feira. Os países que fazem parte do Mercosul se revezam na presidência a cada seis anos. O Brasil esteve no posto pela última vez em 2008 e fica agora até o  fim deste ano. Durante a gestão brasileira, o Setor Educacional do Mercosul aprovará o plano estratégico para o período de 2011 a 2015. As equipes dos países participantes voltam a se encontrar para elaboração do plano em setembro, em Salvador. A aprovação deve ocorrer em outra série de reuniões, com os ministros, em novembro, no Rio de Janeiro. Participaram da reunião em Buenos Aires, além de Fernando Haddad, os ministros de educação da Argentina, Alberto Sileoni; da Bolívia, Roberto Aguilar Gomes; do Paraguai, Luis Alberto Riart; do Uruguai, Ricardo Ehrlich, e representantes do Chile, do Peru e da Venezuela.


CORREIO BRAZILIENSE, 09/06/2010 
Países do Mercosul sugerem metas para a universalização do ensino médio


Ascom MEC

Ministros da Educação do Mercosul e representantes das centrais sindicais do Cone Sul, reunidos em Buenos Aires, assinaram nesta quarta-feira, 9, declaração conjunta de diretrizes necessárias para alcançar a meta de universalização do ensino médio em toda a região. Eles estiveram na capital argentina para participar do seminário internacional A Educação no Contexto da Integração Latino-Americana e o Papel do Ensino Médio. As nove ações sugeridas ao fim do evento abrangem, entre outros temas, a criação de políticas públicas de inclusão, ingresso, permanência, aprendizagem e, por consequência, conclusão do ensino médio. Estudantes, professores, gestores e comunidade devem participar como protagonistas da construção democrática de políticas educativas.

O documento também reitera a importância de garantir financiamento público integral do sistema educativo para que se chegue efetivamente à universalização. Na terça-feira, 8, o ministro Fernando Haddad lembrou que até alguns anos atrás o Brasil não contava com programas de alimentação e de transporte escolares e de material didático para o ensino médio. Além de garantir os benefícios a todos, da creche ao fim da educação básica, o orçamento do Ministério da Educação triplicou em cinco anos — de R$ 19 bilhões para os aproximadamente R$ 59 milhões atuais.

Professor — No Brasil, vigora a Lei nº 11.738, de 16 julho de 2008, que estabelece piso salarial nacional e a obrigatoriedade da formulação de planos de carreira para os professores. Conta também, para garantir a formação gratuita dos profissionais, com uma rede de formação inicial e continuada em instituições públicas de ensino superior e com uma modalidade especial de financiamento estudantil, que possibilita ao licenciado pagar parte da dívida com trabalho, a cada mês de exercício em escola pública. Na Argentina, a formação de professores fica a cargo de 1.280 institutos públicos e da iniciativa particular espalhados pelo país. Os professores recebem um grau de formação suficiente para lecionar em todas as etapas da educação básica. Há um piso salarial de aproximadamente U$ 400 - o salário mínimo argentino é de U$ 350.

O Paraguai conta com um programa nacional de formação inicial de professores, coordenado pela diretoria-geral de educação superior do país, e com uma campanha nacional de apoio pedagógico a docentes em serviço. Os professores têm graduação, não universitária, que depende do nível (infantil, fundamental ou médio) no qual pretendem lecionar. Os cursos duram três anos - podem chegar a quatro, se houver interesse em licenciatura. Há um piso nacional, estabelecido em lei, de U$ 350, inferior ao salário mínimo geral, de U$ 380. O Uruguai aprovou, em 2008, lei que muda a obrigatoriedade de formação para professores da educação básica. O Estado deve garantir formação universitária para todos os profissionais. O país conta com um piso nacional de U$ 700 para 20 horas semanais.



PORTAL TERRA EDUCAÇÃO - 09/06/2010
Segurança do Enem será supervisionada pela Polícia Federal

O esquema de segurança do próximo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi organizado sob a supervisão da Polícia Federal e contará com o efetivo das Forças Armadas e das secretarias de segurança de cada estado, informou nesta quarta o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), José Soares Neto. O esforço tem o intuito de evitar problemas como o ocorrido no ano passado quando a prova do Enem foi furtada de dentro da gráfica que imprimia o material e o exame teve que ser cancelado às vésperas de sua realização. Todo o esquema de impressão, distribuição, segurança e aplicação das provas seguirá o modelo que foi montado no ano passado pelo ministério depois que a prova foi roubada. O Inep será o responsável pela elaboração das provas e contratará, via licitação, uma gráfica para imprimir o material.

A distribuição será feita pelos Correios, com o esquema de segurança que contará com as  Forças Armadas e os efetivos estaduais a partir de convênios. A aplicação e correção da prova será responsabilidade novamente do consórcio formado por Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe) da Universidade de Brasília e pela Fundação Cesgranrio, sem necessidade de licitação. Desde o ano passado o ministério negocia com o Tribunal de Contas da União (TCU) a dispensa de licitação para o Enem. O MEC quer contratar as duas empresas que foram responsáveis pela prova nos anos anteriores e assumiram o exame também no ano passado após o furto.

"A dispensa de licitação é possível porque o Enem se tornou uma prova de seleção para as universidades do país. Por isso ele utiliza da mesma atribuição de todas essas outras seleções que são dispensadas de licitação. Existe um entendimento de que para um concurso público de seleção o Estado pode contar com o serviço de instituições que tenham a experiência necessária para fazer a prova", explicou Neto. Um dos pontos centrais da nova organização é a gráfica que será contratada para imprimir as provas. Segundo Neto, o principal requisito é "segurança máxima". "Ela precisa ter câmeras de vigilância com monitoramentos 24 horas, mas também precisa de um controle de toda a estrutura de manuseio, de quem entra e sai do ambiente, como entra e como o sai", afirmou. A licitação ainda não foi encerrada.

O presidente do Inep não quis anunciar qual é a expectativa de inscrições para o Enem de 2010, mas disse que o órgão trabalha com o mesmo número do ano passado: 6 milhões de participantes. As inscrições para o Enem 2010 serão entre 21 de junho e 9 de julho exclusivamente pela internet. Questionado sobre a possibilidade de a prova ser roubada novamente, Neto disse que as chances são "muito pequenas". "Fizemos um grande esforço para que isso não ocorra. Estamos planejando milimetricamente cada um dos passos da prova de 2010, trabalhando sob a supervisão da Polícia Federal", afirmou
.

Observação: as notícias deste clipping são
meramente informativas, publicadas em jornais
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CLAUDIO FONSECA
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