17/06/2010 – CLIPPING EDUCACIONAL
NOTÍCIAS – FIQUE POR DENTRO |
FOLHA DE SÃO PAULO – 17/06/2010
Estatuto exclui cota e incentivo a quem contratar negros
Proposta que garantia incentivo fiscal foi retirada ontem do texto; estatuto depende da sanção de Lula
Para ministro da Igualdade Racial, texto servirá de base para que o Executivo implemente medidas afirmativas
JOHANNA NUBLAT
NOELI MENEZES
DE BRASÍLIA
Sete anos após tramitar no Congresso Nacional, o Estatuto da Igualdade Racial foi aprovado ontem pelo Senado com um texto esvaziado nos pontos mais polêmicos. O texto segue agora para sanção do presidente Lula.
Até a referência genérica a cotas na educação foi retirada do texto, que agora fala só em ações afirmativas a serem promovidas pelo setor público e incentivadas no privado.
O texto traz uma série de garantias à igualdade racial em setores variados. Simplifica o crédito agrícola para negros e garante a viabilidade de acesso a financiamentos públicos e privados.
Ela assegura, ainda, medidas contra a discriminação racial: a previsão de ouvidorias da União para receber denúncias e a possibilidade de o juiz suspender páginas na internet que difundam o preconceito racial.
Mas os pontos que traziam alterações práticas e imediatas foram rejeitados ao longo dos sete anos de tramitação da proposta no Congresso.
Em 2009, ainda na Câmara, a proposta perdeu o artigo que criava cota de 20% de negros na programação diária das TVs e peças publicitárias.
Ontem, o texto foi ainda mais desidratado pelo relator Demóstenes Torres (DEM-GO), perdendo a previsão de incentivos fiscais para empresas que contratassem um determinado percentual de negros e a cota para candidaturas nos partidos políticos.
Para o ministro Eloi Araújo (Igualdade Racial), o projeto servirá de base para que o Executivo crie medidas afirmativas e para respaldar a defesa de ações que tramitam hoje no Supremo Tribunal Federal -de inconstitucionalidade das cotas no ensino superior e da demarcação de terras dos quilombolas.
Uma das ações do governo federal, diz, poderá ser a criação de mecanismos que ampliem a presença de negros na administração pública.
O ex-ministro da pasta, deputado Edson Santos (PT-RJ), disse que, agora, o Executivo poderá regulamentar políticas de cotas por decreto.
TEXTO POSSÍVEL
Para o autor da proposta, senador Paulo Paim (PT-RS), o texto aprovado não é ideal, mas "um avanço e tem toda a simbologia para que na sociedade brasileira ninguém mais seja discriminado".
Alvo de críticas de parte do movimento negro por ter esvaziado a proposta, Demóstenes disse que preferia ter deixado a votação para depois das eleições, mas que houve pressão de Paim e do governo para aprovação.
"Por mais de dez anos, lutamos pela aprovação de um estatuto que recuperasse nossa a dignidade do negro. Demóstenes destrói toda a possibilidade da política de ação afirmativa, das cotas, da inserção negra no mercado de trabalho", diz Cleide Hilda de Lima Souza, da Coordenação Nacional de Entidades Negras.
Discussão do projeto mobilizou negros, ruralistas e evangélicos
DE BRASÍLIA
Recheado de verbos como "incentivar", "estimular" e "promover", o Estatuto da Igualdade Racial mobilizou evangélicos, o movimento negro, a bancada ruralista e até emissoras de TV em sua tramitação no Congresso.
O maior lobby ocorreu na aprovação do texto na comissão especial criada para analisar o projeto na Câmara.
Até as vésperas da votação, em setembro do ano passado, o relator, deputado Antônio Roberto (PV-MG), tentou formar um consenso.
Para a bancada evangélica, os pontos questionáveis eram as cotas em programas de TV e os trechos que ressaltavam a garantia de liberdade às crenças africanas.
Os proprietários de emissoras de TV também questionaram as cotas, que acabaram caindo ainda na Câmara, ficando apenas a ideia de proporcionar igualdade racial. Quanto à religião, o texto básico foi mantido.
Outro ponto problemático, que levou o relator a conversar com a bancada ruralista, era o reconhecimento da propriedade definitiva dos remanescentes quilombolas.
Os fazendeiros temiam uma brecha para o reconhecimento de novas invasões por quilombolas. O texto foi alterado e ganhou redação idêntica à da Constituição. (JN e NM)
PORTAL UOL EDUCAÇÃO – 16/06/2010
Frequência ao ensino médio cresceu, mas etapa não consegue atrair quem está fora da escola
Amanda Cieglinski
Da Agência Brasil
Em Brasília
Nos últimos anos, cresceu o número de jovens entre 15 e 17 anos que estão no ensino médio, etapa de ensino correspondente a essa faixa etária. Mas o número dos que permanecem fora da escola permanece estagnado. Foi o que apontou o pesquisador Ricardo Paes de Barros, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) durante seminário promovido hoje (16) pelo Movimento Todos pela Educação e pelo Instituto Unibanco.
Segundo Paes de Barros, a taxa da população de 15 a 17 anos matriculada no ensino médio têm crescido porque mais estudantes estão terminando o ensino fundamental na idade correta. Mas a escola ainda não conseguiu atrair aquela população que desistiu de estudar, que hoje corresponde a 18%.
“Minha perspectiva é que a desigualdade está muito por trás disso. Esses 18% não estão espalhados pelo país, mas localizados em áreas específicas. São jovens de famílias pobres, que vivem em áreas mais isoladas, parte disso na zona rural. O sistema educacional atingiu um nível de inclusão dessa população que agora terá que fazer mais do que tem feito para superar isso”, defendeu Paes de Barros.
Os especialistas presentes no evento defenderam que a escola hoje é pouco atraente para o jovem, especialmente de classes mais baixas, já que ele não tem a perspectiva de ingresso no ensino superior. Hoje, a principal função do ensino médio, é preparar os estudantes para o vestibular.
“Se você tem uma escola totalmente com viés acadêmico, voltada para a universidade, você já tem 18% que sabem que não vão para a universidade, então para que ir para uma escola que vai ensinar um monte de coisas que ele não vai utilizar na vida dele?”, questiona o pesquisador.
O presidente do Movimento Todos pela Educação, Mozart Neves Ramos, destacou que 40% dos jovens que evadiram da escola dizem ter saído por falta de interesse. O diretor de Concepções e Orientações Curriculares do Ministério da Educação, Carlos Artexes, destacou que ainda “assusta” o fato de a taxa de conclusão desta etapa ser de 50%, ou seja, metade dos jovens que entram no ensino médio não se formam.
“A escola é infantilizada e não reconhece o sujeito que ela atende. O ensino médio tem que dialogar com o jovem e é impossível que a escola tenha uma política pedagógica eficiente sem dialogar com esse aluno”, afirmou.
No ano passado foi aprovada pelo Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna o ensino médio uma etapa obrigatória da escolarização no país. Para Artexes, a legislação é importante porque demonstra um comprometimento do estado, mas “não garante que vamos ser capazes de atrair os jovens que estão fora da escola”.
“Se não melhorarmos a qualidade não adianta porque não vamos conseguir elevar as taxas de acesso”, afirmou.
Para a superintendente do Instituto Unibanco, Wanda Engel, o ensino médio é uma “bomba-relógio” que pode comprometer o desenvolvimento econômico do país. “Nós não estamos conseguindo fazer com que a nossa juventude tenha um passaporte mínimo para entrar no moderno mercado de trabalho. Ou estancamos isso, ou o nosso país não terá condições mínimas de competitividade”, defendeu.
DIÁRIO CATARINENSE – 16/06/2010
Políticos e educação
José Zinder
A poucos meses das eleições, o que se observa, infelizmente, é uma apatia geral que assola a população. Mas isso não ocorre por acaso. É inegável que a política passa por um forte desgaste nos últimos anos. É compreensível, embora lamentável, que as pessoas considerem os políticos todos iguais, ou que nenhum presta, haja vista a cansativa propaganda eleitoral gratuita. A penúria de ideias e a falta de consistência programática clamam aos céus. Não há hoje, seguramente, eleitor que possa tomar suas decisões com absoluta clareza de espírito, tal a obscuridade e a dissonância das declarações dos candidatos.
O fato é que os eleitores, de todos os níveis, estão empanturrados de promessas não cumpridas. Um exemplo: não há sequer um único candidato que deixe de incluir a educação como prioridade da sua ação, tanto no Legislativo quanto no Executivo. A tragédia da educação brasileira é um tema tão batido que todos incluem o resgate do ensino como a meta mais importante. Assim como ontem, a nova ordem se limita a repetir vícios antigos. Promessas, promessas e mais promessas. Vale assinalar que mesmo aqueles raros políticos que fizeram valer algo pela educação o fizeram de forma equivocada. Desde a década de 1930, para não irmos muito além, as políticas oficiais da educação trataram de formar, prioritariamente, mão de obra. Essa visão getulista do trabalhismo ainda está presente em muitas das cabeças coroadas da República. Ora, os tempos mudaram.
Não basta que todos, como manda a Constituição, tenham direito à escola e sejam jogados no mercado de trabalho na tentativa de sobreviver. É preciso eliminar o anacronismo que representa essa visão simplória de educação que a maioria dos políticos cultiva. Precisamos formar cérebros, cidadãos que tenham capacidade de gerenciar seus próprios negócios e possam gerar riquezas. O desafio está posto para toda a sociedade.
GLOBO.COM/G1 – 16/06/2010
Gêmeas são cadastradas como uma só pessoa em escola de SP
Mãe faz revezamento para que crianças frequentem o colégio
Vanessa Boeno Said tem duas filhas gêmeas idênticas, Suzana e Samira. Desde o começo do mês, a mãe tenta matricular as crianças em uma escola pública e encontra dificuldades. O problema é que o sistema da Prefeitura de São Paulo registra as duas crianças como se fossem uma só.
Sem saber como resolver esse problema, Vanessa procurou a reportagem do SPTV para tentar achar uma solução.
Como não tem como decidir qual filha fará a pré-escola e qual ficará em casa sem estudar, Vanessa decidiu revezar. As gêmeas de cinco anos vão à escola em um dia da semana.
As gêmeas acordam 6h30, tomam café e correm para a Escola José de Alencar, na Vila Curuçá. No dia que a reportagem do SPTV visitou a família, era dia da Suzana ir para a escola. Samira ficou em casa, sem estudar. “A Suzana entrou e eu fiquei triste. Queria ficar na escola”, conta a outra gêmea.“É bem difícil para uma mãe ter que fazer a seleção de pessoas dentro da própria casa, se tratando dos filhos”, fala a mãe.
Vanessa explica que a dificuldade para conseguir matricular as gêmeas começou em 2008, repetiu em 2009 e em 2010 também. Até maio, as meninas estudavam em outra escola, na Zona Norte. A família precisou se mudar para a Zona Leste e o problema ressurgiu.
“Eles dizem que o sistema leu o cadastro delas como duplicidade e eu não sei como, porque até CPF eu já tirei pra elas. A instrução que eu tive era de desistir da vaga. Eles iam cancelar o cadastro das duas, começar tudo de novo e as duas ficaram sem escola. Então, não aceitei”, explica Vanessa.
Para quem as duas frequentem a escola, a mãe tomou uma decisão arriscada. “No ano passado eles me fizeram desistir da vaga pra Suzana e esse ano eu disse que não ia desistir. Decidi que ia mandar as duas na mesma vaga. Vou intercalar, um dia para cada. A Suzana vai de segunda e quarta, a Samira vai de terça e quinta e na sexta-feira uma semana para cada.
Livro de ocorrência
A reportagem do SPTV foi feita na segunda-feira (14), dia da Suzana. Na terça-feira, dia da Samira, a mãe avisou a escola sobre a troca. Na hora da chamada, a Samira não respondeu e a Suzana levou falta. Quando a mãe foi buscar a menina, ela foi repreendida pela coordenação e teve que assinar um livro de ocorrência.
Vanessa afirma que vai manter o revezamento das filhas até o fim da semana, como forma de protesto. Ela já procurou o Conselho Tutelar, o Ministério Público e a Diretoria de Ensino da Prefeitura e diz que ninguém resolveu nada.
Nota da secretaria da Educação
A Secretaria da Educação não quis dar entrevista e enviou uma nota. O órgão reconhece que houve um erro no cadastramento da Samira, lamenta profundamente o que aconteceu e pede desculpas a Vanessa.
Segundo a secretaria, o problema foi causado porque um funcionário que atendeu a mãe das gêmeas quando ela se mudou para a Zona Leste não recuperou os dados do cadastro que Vanessa já tinha na Prefeitura. A secretaria diz que vai apurar o erro e que está resolvendo o problema. As duas meninas terão vagas garantidas nos próximos dias.
O ESTADO DESÃO PAULO – 15/06/2010
''Por que Joãozinho não aprende a ler''
* JOÃO BATISTA ARAUJO E OLIVEIRA
O título deste artigo reproduz o de um livro publicado em 1953 e que provocou intenso debate sobre métodos de alfabetização. A polêmica durou até o final do século, quando o assunto foi definitivamente resolvido. No resto do mundo, não no Brasil. Uma análise das 19 cartilhas de alfabetização aprovadas pelo Ministério da Educação (MEC) em 2009, e que estão em uso na maioria das escolas públicas, revela a razão. Neste artigo, comentamos apenas alguns aspectos dessa análise.
Comecemos pela bibliografia citada pelos autores. Bibliografia reflete as orientações usadas. Dentre as 265 referências bibliográficas citadas nas 19 cartilhas, apenas cinco se referem a estudos especificamente voltados para os aspectos centrais da alfabetização, isto é, o funcionamento do código alfabético. Nas cinco, dois autores são os mais citados. Trata-se dos mesmos que o MEC vem mencionando desde que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) entronizaram as ideias ultrapassadas e equivocadas que continuam desorientando os professores em todo o País. Cabe notar que, nessas 265 citações, não há referência alguma a nenhum dos artigos mais citados nos índices de publicações científicas internacionais sobre alfabetização ou nos documentos oficiais dos demais países que utilizam o código alfabético.
Em matéria de pedagogia, não é só o MEC que está na contramão dos progressos da ciência: alguns governos estaduais e municipais, que continuam produzindo suas próprias cartilhas, o fazem com base nos mesmos pressupostos equivocados.
Outro aspecto da análise se refere ao descumprimento sistemático dos termos de referência do edital do Programa Nacional do Livro Didático. Por insistência pessoal do ministro Fernando Haddad, que enfrentou ruidosas resistências internas e externas, o edital introduziu dois requisitos: a apresentação adequada dos fonemas e grafemas - base de qualquer processo de alfabetização - e atividades próprias para desenvolver fluência de leitura. Esses dois requisitos não foram observados de forma minimamente adequada em nenhuma das cartilhas aprovadas. O prejuízo pedagógico é óbvio. Cabe ao Tribunal de Contas da União (TCU) decidir se isso constitui delito de improbidade administrativa por parte de quem deu e de quem aceitou os pareceres sobre essas cartilhas.
Cartilhas elaboradas com base em pressupostos equivocados não ajudam as crianças a aprender a ler e escrever. Mas qual é, de fato, o objetivo das cartilhas aprovadas? De acordo com seus autores, o importante é promover o letramento, os usos sociais da língua, a intertextualidade, as múltiplas linguagens, a produção textual e outros pomposos desideratos. O domínio do código alfabético que se dane! Ou que se danem os alunos, como atestam os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e as pesquisas sobre a capacidade de leitura dos brasileiros.
Na prática, o que acontece com as cartilhas é o mesmo que ocorre com os livros didáticos, especialmente os de Língua Portuguesa - um samba do crioulo doido. Nas primeiras páginas das cartilhas, por exemplo, o aluno é convidado a escolher quais palavras do texto (que ele não sabe ler) indicam frutas. Ou é convidado a "escrever do seu jeito" o nome das ilustrações. Ou a combinar sílabas, cuja leitura não lhe foi ensinada, para formar palavras. Ou a identificar, "usando pistas contextuais", qual de três frases completa um texto. Ou seja, tudo se passa como se a criança fosse um novo Champolion desafiado a decifrar a Pedra de Roseta. Ou a "formular hipóteses" sobre o valor fonológico dos grafemas. Se as pessoas fossem capazes de formular hipóteses pela mera exposição aos textos, como explicar a existência de analfabetos adultos numa sociedade urbana e letrada?
Nos países desenvolvidos, a questão dos métodos de alfabetização deixou de ser alvo de debates há pelo menos duas décadas, graças aos avanços das neurociências e às contundentes evidências a respeito da superioridade dos métodos fônicos. Os últimos redutos de resistência nos Estados Unidos acabam de ruir com a edição das novas orientações curriculares, nas últimas semanas.
Eis o que diz um dos mais importantes neurocientistas da atualidade, Stanislas Dehaene, na sua obra Os Neurônios da Leitura: "A conversão grafema-fonema é uma invenção única na história da escrita, que transforma radicalmente o cérebro da criança e sua maneira de ouvir os sons da língua. Ela não se manifesta espontaneamente, portanto, é preciso ensinar." Quanto à forma de ensinar, a ciência experimental demonstra que para alfabetizar bem é necessário apresentar os fonemas e grafemas de forma sequencial, intencional e sistemática. Essa é a função das cartilhas. O tema foi inclusive objeto de relatório e recomendações recentes da Academia Brasileira de Ciências, mas continua ignorado pelo establishment educacional.
Ignorar os avanços da neurociência e as evidências experimentais acumuladas sobre métodos de alfabetização não significa apenas defender uma posição ideológica a respeito da alfabetização: significa rejeitar a ideia de que a ciência pode contribuir para melhorar o ensino. Ou seja, pedagogia, como bruxaria, dispensa a ciência. Valem apenas as crenças e o poder de pressão das corporações. E é isso que fazem as universidades, no Brasil, e as autoridades responsáveis pela educação na maioria de nossas redes de ensino.
Não sabemos o que o TCU e o MEC farão para correr atrás do prejuízo. Mas sabemos quais são os resultados dessa política: no 5.º ano do ensino fundamental, metade das crianças não consegue entender o que lê. E agora sabemos por que Joãozinho não aprende a ler, no Brasil.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO ALFA E BETO
O ESTADO DE SÃO PAULO – 15/06/2010
Professor é acusado de humilhar aluna em aula
Pais de estudante de 15 anos de Sorocaba dizem que garota, chamada de 'songamonga', teve de passar por tratamento psicológico e deixar escola estadual
José Maria Tomazela
A família de uma estudante de 15 anos denunciou um professor da Escola Estadual Genésio Machado, em Sorocaba, pela prática de violência verbal e intimidação contra a aluna. De acordo com a mãe da garota, Viviane Aparecida Barbieri Vicentini, durante uma aula, no início do ano, o professor ofendeu a menina, referindo-se a ela como "songamonga" e "morta". Como a aluna reclamou do tratamento, passou a ser perseguida pelo professor.
Segundo a mãe, um dia a estudante voltou para casa chorando por ter sido mandada à diretoria, apenas porque não sentara direito na cadeira. "Ela dizia que o professor estava pegando no seu pé e implicando com qualquer coisa." Viviane e o marido, que é professor da rede estadual, procuraram a direção da escola. Segundo a dona de casa, a opção oferecida foi de transferência para outra classe, mas ela não concordou. "Não queria que minha filha fosse transferida para uma turma mais fraca." De acordo com os pais, não havia registro de advertência contra a aluna na diretoria.
Mesmo assim, no boletim referente ao primeiro bimestre, a aluna teve falta nas 51 aulas da disciplina do professor e zerou todas as notas.
"Interessante que em outras disciplinas ela teve presença e recebeu notas", disse a mãe.
Segundo os pais, em decorrência do episódio, a garota passa por tratamento psicológico. Eles procuraram a Polícia Civil e registraram uma ocorrência para preservação de direitos. Em seguida, transferiram a adolescente para outra escola, mas decidiram processar o professor e o Estado. "A direção queria que minha filha saísse da escola, em vez de resolver o caso com o professor. Vamos entrar com o processo para que não aconteça com outras pessoas."
Procurados, o professor e a diretora da escola alegaram que o caso estava sendo avaliado pela Secretaria de Estado de Educação e eles não estavam autorizados a se manifestar.
A assessoria de imprensa da secretaria informou que a diretoria de ensino de Sorocaba já tem uma apuração preliminar do caso em andamento e, havendo culpados, os responsáveis serão punidos.
Um professor da escola, que não quis se identificar, defendeu o colega que, segundo ele, é um professor rígido, mas incapaz de ofender um aluno. Os pais da menina disseram ter testemunhas de que o professor tratava a aluna usando termos pejorativos e implicava com ela.
Violência simbólica. A socióloga Miriam Abramovay, coordenadora da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana e especialista em violência nas escolas, disse que, a confirmar a versão da mãe, ocorreu o que ela classifica de violência simbólica. "Existe uma relação de poder, na qual o professor é a figura mais forte e usa da violência verbal contra o lado mais fraco." Segundo ela, o que torna o caso incomum seria a reação da aluna ao se sentir ofendida. "Normalmente os alunos são xingados e não reagem."
Para Miriam, a direção do estabelecimento deve buscar um espaço para o entendimento em casos de conflitos. "Temos visto que os problemas acontecem dos dois lados. Aqui foi o caso da aluna xingada pelo professor e que reagiu. Mas há casos de professores e diretores que sofrem ameaças verbais e físicas dentro e fora da escola."
Miriam destaca que é importante que as barreiras entre a escola e os pais sejam reduzidas. "Uma conversa franca às vezes é a melhor forma de resolver o problema." Ela reconhece que às vezes o professor tem dificuldade para entender e aceitar o jovem de hoje. "Muitas vezes ele tem a autoridade contestada e não aceita. Mas não pode partir para a violência, ainda que seja apenas verbal. O professor é a parte mais forte nessa relação e a forma como ele age pode marcar a vida do aluno para sempre."
PRESTE ATENÇÃO
Medo da escola
Uma criança que apresente desconforto físico ou tristeza antes de ir para escola pode estar sendo vítima de alguma violência. Procure conversar com seu filho e com a direção da escola.
Novos comportamentos
Crianças que tenham mudança brusca de comportamento - eram falantes e tornam-se quietas ou passam a ser mais agressivas, por exemplo - também podem estar sofrendo.
CORREIO BRAZILIENSE – 15/06/2010
Estudo aponta crescimento do número de doutores no Brasil
Ascom MEC
Entre 1996 e 2008, houve um crescimento de 278% no número de doutores titulados no Brasil, o que corresponde a uma taxa média de 11,9% de crescimento ao ano. Esta é uma das conclusões do estudo do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), transformado na publicação Doutores 2010: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira. Apresentado na última quinta-feira, 10, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pelos consultores Eduardo Baumgratz Viotti (Universidade de Brasília) e Rosana Boeninger (Universidade de Campinas), do CGEE, o estudo foi realizado com cruzamentos de dados da Capes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e dos ministérios da Ciência e Tecnologia, do Trabalho e Emprego e da Previdência Social.
Para Viotti, apesar dos avanços e do crescimento do número de doutores titulados para o desenvolvimento do país, o estudo mostra claramente a necessidade de mais investimento em políticas públicas para expandir e melhorar a qualidade de doutores brasileiros. “O número de doutores no Brasil ainda é muito pequeno em relação a países mais desenvolvidos, com tradição em pesquisa”, disse Viotti. “Em 2008, no Brasil, o número de doutores titulados foi de aproximadamente 11 mil doutores. Nos EUA, foram 48 mil titulados.” O estudo revela ainda taxas significativas de crescimento em todas as grandes áreas do conhecimento. Entre as que mais cresceram, destacam-se as ciências sociais aplicadas e as ciências humanas, que apresentaram crescimento de respectivamente 14,8% e 13,6% em média ao ano. Entre as que cresceram abaixo da média, 11,9%, estão as áreas de ciências exatas e da terra.
Multidisciplinar – Segundo os consultores, o grande destaque do estudo foi o desempenho da área multidisciplinar, que, apesar de em 1996 não existir, teve um crescimento médio de titulados de 59,8%. Em 2008, 415 doutores foram titulados na área, representando 3,9% do total de titulados no ano.
Emprego – Além do aumento no número de titulados, o estudo apresenta a área da educação como a que mais emprega doutores no Brasil. De cada dez doutores, oito trabalham em educação. Porém, o estudo indica uma crescente desconcentração para outros setores. “A concentração do emprego de doutores na educação está diminuindo e o que está em curso é um processo de dispersão do emprego para praticamente todos os demais setores”, disse Viotti. Gênero – Outro dado apresentado pelos consultores foi o aumento do número de mulheres tituladas. A partir de 2004, as mulheres deixaram de ser minoria entre os doutores. Dos 8.093 titulados doutores em 2004, 4.085 eram mulheres. A partir dos anos seguintes, o número de mulheres tituladas tem sido superior ao de homens. “O Brasil é pioneiro entre aqueles que conseguiram alcançar esse marco histórico de igualdade de gênero no nível mais elevado de formação educacional”, afirmou.
CORREIO BRAZILIENSE – 15/06/2010
Estudante da área rural poderá ter bicicleta para ir à escola
Ascom MEC
Estudantes da educação básica pública de áreas rurais terão, ainda neste ano, mais um apoio para chegar à escola. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) iniciou nesta segunda-feira, 14, pregão eletrônico para compra de bicicletas escolares. Estados e municípios poderão aderir a uma ata de registro de preços e usar recursos próprios ou de emendas parlamentares. A expectativa é de que sejam adquiridos cerca de 350 mil veículos no primeiro ano de vigência da ata. Segundo o diretor de administração e tecnologia do FNDE, José Carlos Wanderley Dias de Freitas, os alunos poderão dar suas primeiras pedaladas para a escola já a partir de outubro. “O registro de preços deve estar disponível para adesão até o final deste mês, mas temos de acrescentar ainda o prazo de produção e entrega das bicicletas, que é de 80 dias, dependendo da localidade demandante e da quantidade solicitada”, afirma Freitas. De propriedade das prefeituras ou dos governos estaduais, as bicicletas ficarão de posse dos alunos enquanto estiverem matriculados na rede de ensino. Caberá à diretoria de cada escola exercer o controle desse bem mais de perto. Lances – Empresas fabricantes interessadas em fornecer as bicicletas devem acessar o portal Comprasnet e formular seus lances. As vencedoras comporão a ata de registro de preços do pregão eletrônico.
Observação: as notícias deste clipping são
meramente informativas, publicadas em jornais
diários. Portanto, não expressam a opinião do SINPEEM.
A DIRETORIA
CLAUDIO FONSECA
Presidente
http://twitter.com/sinpeem_oficial
http://twitter.com/pclaudiofonseca
Gêmeas são cadastradas como uma só pessoa em escola de SP
Mãe faz revezamento para que crianças frequentem o colégio
Vanessa Boeno Said tem duas filhas gêmeas idênticas, Suzana e Samira. Desde o começo do mês, a mãe tenta matricular as crianças em uma escola pública e encontra dificuldades. O problema é que o sistema da Prefeitura de São Paulo registra as duas crianças como se fossem uma só.
Sem saber como resolver esse problema, Vanessa procurou a reportagem do SPTV para tentar achar uma solução.
Como não tem como decidir qual filha fará a pré-escola e qual ficará em casa sem estudar, Vanessa decidiu revezar. As gêmeas de cinco anos vão à escola em um dia da semana.
As gêmeas acordam 6h30, tomam café e correm para a Escola José de Alencar, na Vila Curuçá. No dia que a reportagem do SPTV visitou a família, era dia da Suzana ir para a escola. Samira ficou em casa, sem estudar. “A Suzana entrou e eu fiquei triste. Queria ficar na escola”, conta a outra gêmea.
“É bem difícil para uma mãe ter que fazer a seleção de pessoas dentro da própria casa, se tratando dos filhos”, fala a mãe.
Vanessa explica que a dificuldade para conseguir matricular as gêmeas começou em 2008, repetiu em 2009 e em 2010 também. Até maio, as meninas estudavam em outra escola, na Zona Norte. A família precisou se mudar para a Zona Leste e o problema ressurgiu.
“Eles dizem que o sistema leu o cadastro delas como duplicidade e eu não sei como, porque até CPF eu já tirei pra elas. A instrução que eu tive era de desistir da vaga. Eles iam cancelar o cadastro das duas, começar tudo de novo e as duas ficaram sem escola. Então, não aceitei”, explica Vanessa.
Para quem as duas frequentem a escola, a mãe tomou uma decisão arriscada. “No ano passado eles me fizeram desistir da vaga pra Suzana e esse ano eu disse que não ia desistir. Decidi que ia mandar as duas na mesma vaga. Vou intercalar, um dia para cada. A Suzana vai de segunda e quarta, a Samira vai de terça e quinta e na sexta-feira uma semana para cada.
Livro de ocorrência
A reportagem do SPTV foi feita na segunda-feira (14), dia da Suzana. Na terça-feira, dia da Samira, a mãe avisou a escola sobre a troca. Na hora da chamada, a Samira não respondeu e a Suzana levou falta. Quando a mãe foi buscar a menina, ela foi repreendida pela coordenação e teve que assinar um livro de ocorrência.
Vanessa afirma que vai manter o revezamento das filhas até o fim da semana, como forma de protesto. Ela já procurou o Conselho Tutelar, o Ministério Público e a Diretoria de Ensino da Prefeitura e diz que ninguém resolveu nada.
Nota da secretaria da Educação
A Secretaria da Educação não quis dar entrevista e enviou uma nota. O órgão reconhece que houve um erro no cadastramento da Samira, lamenta profundamente o que aconteceu e pede desculpas a Vanessa.
Segundo a secretaria, o problema foi causado porque um funcionário que atendeu a mãe das gêmeas quando ela se mudou para a Zona Leste não recuperou os dados do cadastro que Vanessa já tinha na Prefeitura. A secretaria diz que vai apurar o erro e que está resolvendo o problema. As duas meninas terão vagas garantidas nos próximos dias.
O ESTADO DESÃO PAULO – 15/06/2010
''Por que Joãozinho não aprende a ler''
* JOÃO BATISTA ARAUJO E OLIVEIRA
O título deste artigo reproduz o de um livro publicado em 1953 e que provocou intenso debate sobre métodos de alfabetização. A polêmica durou até o final do século, quando o assunto foi definitivamente resolvido. No resto do mundo, não no Brasil. Uma análise das 19 cartilhas de alfabetização aprovadas pelo Ministério da Educação (MEC) em 2009, e que estão em uso na maioria das escolas públicas, revela a razão. Neste artigo, comentamos apenas alguns aspectos dessa análise.
Comecemos pela bibliografia citada pelos autores. Bibliografia reflete as orientações usadas. Dentre as 265 referências bibliográficas citadas nas 19 cartilhas, apenas cinco se referem a estudos especificamente voltados para os aspectos centrais da alfabetização, isto é, o funcionamento do código alfabético. Nas cinco, dois autores são os mais citados. Trata-se dos mesmos que o MEC vem mencionando desde que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) entronizaram as ideias ultrapassadas e equivocadas que continuam desorientando os professores em todo o País. Cabe notar que, nessas 265 citações, não há referência alguma a nenhum dos artigos mais citados nos índices de publicações científicas internacionais sobre alfabetização ou nos documentos oficiais dos demais países que utilizam o código alfabético.
Em matéria de pedagogia, não é só o MEC que está na contramão dos progressos da ciência: alguns governos estaduais e municipais, que continuam produzindo suas próprias cartilhas, o fazem com base nos mesmos pressupostos equivocados.
Outro aspecto da análise se refere ao descumprimento sistemático dos termos de referência do edital do Programa Nacional do Livro Didático. Por insistência pessoal do ministro Fernando Haddad, que enfrentou ruidosas resistências internas e externas, o edital introduziu dois requisitos: a apresentação adequada dos fonemas e grafemas - base de qualquer processo de alfabetização - e atividades próprias para desenvolver fluência de leitura. Esses dois requisitos não foram observados de forma minimamente adequada em nenhuma das cartilhas aprovadas. O prejuízo pedagógico é óbvio. Cabe ao Tribunal de Contas da União (TCU) decidir se isso constitui delito de improbidade administrativa por parte de quem deu e de quem aceitou os pareceres sobre essas cartilhas.
Cartilhas elaboradas com base em pressupostos equivocados não ajudam as crianças a aprender a ler e escrever. Mas qual é, de fato, o objetivo das cartilhas aprovadas? De acordo com seus autores, o importante é promover o letramento, os usos sociais da língua, a intertextualidade, as múltiplas linguagens, a produção textual e outros pomposos desideratos. O domínio do código alfabético que se dane! Ou que se danem os alunos, como atestam os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e as pesquisas sobre a capacidade de leitura dos brasileiros.
Na prática, o que acontece com as cartilhas é o mesmo que ocorre com os livros didáticos, especialmente os de Língua Portuguesa - um samba do crioulo doido. Nas primeiras páginas das cartilhas, por exemplo, o aluno é convidado a escolher quais palavras do texto (que ele não sabe ler) indicam frutas. Ou é convidado a "escrever do seu jeito" o nome das ilustrações. Ou a combinar sílabas, cuja leitura não lhe foi ensinada, para formar palavras. Ou a identificar, "usando pistas contextuais", qual de três frases completa um texto. Ou seja, tudo se passa como se a criança fosse um novo Champolion desafiado a decifrar a Pedra de Roseta. Ou a "formular hipóteses" sobre o valor fonológico dos grafemas. Se as pessoas fossem capazes de formular hipóteses pela mera exposição aos textos, como explicar a existência de analfabetos adultos numa sociedade urbana e letrada?
Nos países desenvolvidos, a questão dos métodos de alfabetização deixou de ser alvo de debates há pelo menos duas décadas, graças aos avanços das neurociências e às contundentes evidências a respeito da superioridade dos métodos fônicos. Os últimos redutos de resistência nos Estados Unidos acabam de ruir com a edição das novas orientações curriculares, nas últimas semanas.
Eis o que diz um dos mais importantes neurocientistas da atualidade, Stanislas Dehaene, na sua obra Os Neurônios da Leitura: "A conversão grafema-fonema é uma invenção única na história da escrita, que transforma radicalmente o cérebro da criança e sua maneira de ouvir os sons da língua. Ela não se manifesta espontaneamente, portanto, é preciso ensinar." Quanto à forma de ensinar, a ciência experimental demonstra que para alfabetizar bem é necessário apresentar os fonemas e grafemas de forma sequencial, intencional e sistemática. Essa é a função das cartilhas. O tema foi inclusive objeto de relatório e recomendações recentes da Academia Brasileira de Ciências, mas continua ignorado pelo establishment educacional.
Ignorar os avanços da neurociência e as evidências experimentais acumuladas sobre métodos de alfabetização não significa apenas defender uma posição ideológica a respeito da alfabetização: significa rejeitar a ideia de que a ciência pode contribuir para melhorar o ensino. Ou seja, pedagogia, como bruxaria, dispensa a ciência. Valem apenas as crenças e o poder de pressão das corporações. E é isso que fazem as universidades, no Brasil, e as autoridades responsáveis pela educação na maioria de nossas redes de ensino.
Não sabemos o que o TCU e o MEC farão para correr atrás do prejuízo. Mas sabemos quais são os resultados dessa política: no 5.º ano do ensino fundamental, metade das crianças não consegue entender o que lê. E agora sabemos por que Joãozinho não aprende a ler, no Brasil.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO ALFA E BETO
O ESTADO DE SÃO PAULO – 15/06/2010
Professor é acusado de humilhar aluna em aula
Pais de estudante de 15 anos de Sorocaba dizem que garota, chamada de 'songamonga', teve de passar por tratamento psicológico e deixar escola estadual
José Maria Tomazela
A família de uma estudante de 15 anos denunciou um professor da Escola Estadual Genésio Machado, em Sorocaba, pela prática de violência verbal e intimidação contra a aluna. De acordo com a mãe da garota, Viviane Aparecida Barbieri Vicentini, durante uma aula, no início do ano, o professor ofendeu a menina, referindo-se a ela como "songamonga" e "morta". Como a aluna reclamou do tratamento, passou a ser perseguida pelo professor.
Segundo a mãe, um dia a estudante voltou para casa chorando por ter sido mandada à diretoria, apenas porque não sentara direito na cadeira. "Ela dizia que o professor estava pegando no seu pé e implicando com qualquer coisa." Viviane e o marido, que é professor da rede estadual, procuraram a direção da escola. Segundo a dona de casa, a opção oferecida foi de transferência para outra classe, mas ela não concordou. "Não queria que minha filha fosse transferida para uma turma mais fraca." De acordo com os pais, não havia registro de advertência contra a aluna na diretoria.
Mesmo assim, no boletim referente ao primeiro bimestre, a aluna teve falta nas 51 aulas da disciplina do professor e zerou todas as notas.
"Interessante que em outras disciplinas ela teve presença e recebeu notas", disse a mãe.
Segundo os pais, em decorrência do episódio, a garota passa por tratamento psicológico. Eles procuraram a Polícia Civil e registraram uma ocorrência para preservação de direitos. Em seguida, transferiram a adolescente para outra escola, mas decidiram processar o professor e o Estado. "A direção queria que minha filha saísse da escola, em vez de resolver o caso com o professor. Vamos entrar com o processo para que não aconteça com outras pessoas."
Procurados, o professor e a diretora da escola alegaram que o caso estava sendo avaliado pela Secretaria de Estado de Educação e eles não estavam autorizados a se manifestar.
A assessoria de imprensa da secretaria informou que a diretoria de ensino de Sorocaba já tem uma apuração preliminar do caso em andamento e, havendo culpados, os responsáveis serão punidos.
Um professor da escola, que não quis se identificar, defendeu o colega que, segundo ele, é um professor rígido, mas incapaz de ofender um aluno. Os pais da menina disseram ter testemunhas de que o professor tratava a aluna usando termos pejorativos e implicava com ela.
Violência simbólica. A socióloga Miriam Abramovay, coordenadora da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana e especialista em violência nas escolas, disse que, a confirmar a versão da mãe, ocorreu o que ela classifica de violência simbólica. "Existe uma relação de poder, na qual o professor é a figura mais forte e usa da violência verbal contra o lado mais fraco." Segundo ela, o que torna o caso incomum seria a reação da aluna ao se sentir ofendida. "Normalmente os alunos são xingados e não reagem."
Para Miriam, a direção do estabelecimento deve buscar um espaço para o entendimento em casos de conflitos. "Temos visto que os problemas acontecem dos dois lados. Aqui foi o caso da aluna xingada pelo professor e que reagiu. Mas há casos de professores e diretores que sofrem ameaças verbais e físicas dentro e fora da escola."
Miriam destaca que é importante que as barreiras entre a escola e os pais sejam reduzidas. "Uma conversa franca às vezes é a melhor forma de resolver o problema." Ela reconhece que às vezes o professor tem dificuldade para entender e aceitar o jovem de hoje. "Muitas vezes ele tem a autoridade contestada e não aceita. Mas não pode partir para a violência, ainda que seja apenas verbal. O professor é a parte mais forte nessa relação e a forma como ele age pode marcar a vida do aluno para sempre."
PRESTE ATENÇÃO
Medo da escola
Uma criança que apresente desconforto físico ou tristeza antes de ir para escola pode estar sendo vítima de alguma violência. Procure conversar com seu filho e com a direção da escola.
Novos comportamentos
Crianças que tenham mudança brusca de comportamento - eram falantes e tornam-se quietas ou passam a ser mais agressivas, por exemplo - também podem estar sofrendo.
CORREIO BRAZILIENSE – 15/06/2010
Estudo aponta crescimento do número de doutores no Brasil
Ascom MEC
Entre 1996 e 2008, houve um crescimento de 278% no número de doutores titulados no Brasil, o que corresponde a uma taxa média de 11,9% de crescimento ao ano. Esta é uma das conclusões do estudo do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), transformado na publicação Doutores 2010: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira. Apresentado na última quinta-feira, 10, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pelos consultores Eduardo Baumgratz Viotti (Universidade de Brasília) e Rosana Boeninger (Universidade de Campinas), do CGEE, o estudo foi realizado com cruzamentos de dados da Capes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e dos ministérios da Ciência e Tecnologia, do Trabalho e Emprego e da Previdência Social.
Para Viotti, apesar dos avanços e do crescimento do número de doutores titulados para o desenvolvimento do país, o estudo mostra claramente a necessidade de mais investimento em políticas públicas para expandir e melhorar a qualidade de doutores brasileiros. “O número de doutores no Brasil ainda é muito pequeno em relação a países mais desenvolvidos, com tradição em pesquisa”, disse Viotti. “Em 2008, no Brasil, o número de doutores titulados foi de aproximadamente 11 mil doutores. Nos EUA, foram 48 mil titulados.” O estudo revela ainda taxas significativas de crescimento em todas as grandes áreas do conhecimento. Entre as que mais cresceram, destacam-se as ciências sociais aplicadas e as ciências humanas, que apresentaram crescimento de respectivamente 14,8% e 13,6% em média ao ano. Entre as que cresceram abaixo da média, 11,9%, estão as áreas de ciências exatas e da terra.
Multidisciplinar – Segundo os consultores, o grande destaque do estudo foi o desempenho da área multidisciplinar, que, apesar de em 1996 não existir, teve um crescimento médio de titulados de 59,8%. Em 2008, 415 doutores foram titulados na área, representando 3,9% do total de titulados no ano.
Emprego – Além do aumento no número de titulados, o estudo apresenta a área da educação como a que mais emprega doutores no Brasil. De cada dez doutores, oito trabalham
CORREIO BRAZILIENSE – 15/06/2010
Estudante da área rural poderá ter bicicleta para ir à escola
Ascom MEC
Estudantes da educação básica pública de áreas rurais terão, ainda neste ano, mais um apoio para chegar à escola. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) iniciou nesta segunda-feira, 14, pregão eletrônico para compra de bicicletas escolares. Estados e municípios poderão aderir a uma ata de registro de preços e usar recursos próprios ou de emendas parlamentares. A expectativa é de que sejam adquiridos cerca de 350 mil veículos no primeiro ano de vigência da ata. Segundo o diretor de administração e tecnologia do FNDE, José Carlos Wanderley Dias de Freitas, os alunos poderão dar suas primeiras pedaladas para a escola já a partir de outubro. “O registro de preços deve estar disponível para adesão até o final deste mês, mas temos de acrescentar ainda o prazo de produção e entrega das bicicletas, que é de 80 dias, dependendo da localidade demandante e da quantidade solicitada”, afirma Freitas. De propriedade das prefeituras ou dos governos estaduais, as bicicletas ficarão de posse dos alunos enquanto estiverem matriculados na rede de ensino. Caberá à diretoria de cada escola exercer o controle desse bem mais de perto. Lances – Empresas fabricantes interessadas em fornecer as bicicletas devem acessar o portal Comprasnet e formular seus lances. As vencedoras comporão a ata de registro de preços do pregão eletrônico.
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