24/06/2010 – CLIPPING EDUCACIONAL
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PORTAL UOL EDUCAÇÃO – 24/06/2010
Políticos são últimos colocados em ranking de credibilidade
Pesquisa avaliou confiança da população em 20 profissões; o 2° grupo menos confiável está 36 pontos à frente dos políticos
Pesquisa feita no Brasil e em outros 17 países indica que a confiança depositada pelos eleitores nos políticos diminuiu de 2009 para 2010. O estudo, conduzido pelo grupo alemão GfK , avaliou a credibilidade de 20 categorias profissionais. A classe política só não caiu no ranking porque já ocupava o último lugar.
Na classificação internacional de 2009, políticos eram considerados confiáveis por 18% dos entrevistados. Em 2010, apenas 14% tiveram essa opinião. No Brasil, a queda foi maior: de 16% para 11%, informa o repórter do UOL Fábio Brandt . Quer dizer: os políticos brasileiros estão 36 pontos atrás do 2° grupo menos confiável, os executivos de bancos, que têm a confiança de 47% das pessoas.
Abaixo, quadros com os índices de confiabilidade de cada profissão avaliada pelas pesquisas de 2009 e de 2010:
A pesquisa de 2010 foi realizada de 1 a 29 de março, com 18,8 mil pessoas, sendo mil brasileiras. Em 2009, foram 17,2 mil entrevistados (mil brasileiros).
Participaram das pesquisas de 2009 e de 2010 Brasil, EUA, Itália, França, Espanha, Índia, Suécia, Colômbia, Portugal, Bélgica, Reino Unido, Alemanha, Polônia, Romênia, Bulgária, República Tcheca e Hungria. Em 2009 também participaram Grécia, Rússia e Suíça. Em 2010, entraram Holanda e Turquia.
PORTAL APRENDIZ - 23/06/2010
Livros de ensino religioso em escolas públicas estimulam homofobia e intolerância, diz estudo
Uma pesquisa da UnB (Universidade de Brasília) concluiu que o preconceito e a intolerância religiosa fazem parte da lição de casa de milhares de crianças e jovens do ensino fundamental brasileiro. Produzido com base na análise dos 25 livros de ensino religioso mais usados pelas escolas públicas do país, o estudo foi apresentado no livro “Laicidade: O Ensino Religioso no Brasil”, lançado na última terça-feira (22) em Brasília. “O estímulo à homofobia e a imposição de uma espécie de ‘catecismo cristão’ em sala de aula são uma constante nas publicações”, afirma a antropóloga e professora do departamento de serviço social, Débora Diniz, uma das autoras do trabalho.
A pesquisa analisou os títulos de algumas das maiores editoras do país. A imagem de Jesus Cristo aparece 80 vezes mais do que a de uma liderança indígena no campo religioso -limitada a uma referência anônima e sem biografia-, 12 vezes mais que o líder budista Dalai Lama e ainda conta com um espaço 20 vezes maior que Lutero, referência intelectual para o Protestantismo. Ítalo Calvino nem mesmo é citado. O estudo aponta que a discriminação também faz parte da tarefa. Principalmente contra homossexuais. “Desvio moral”, “doença física ou psicológica”, “conflitos profundos” e “o homossexualismo não se revela natural” são algumas das expressões usadas para se referir aos homens e mulheres que se relacionam com pessoas do mesmo sexo. Um exercício com a bandeira das cores do arco-íris acaba com a seguinte questão: “Se isso (o homossexualismo) se tornasse regra, como a humanidade iria se perpetuar?”.
A pesquisadora afirma que o estímulo ao preconceito chega ao ponto de associar uma pessoa sem religião ao nazismo – ideologia alemã que tinha como preceitos o racismo e o anti-semitismo, na primeira metade do século 20. “É sugerida uma associação de que um ateu tenderia a ter comportamentos violentos e ameaçadores”, observa Débora. “Os livros usam de generalizações para levar a desinformação e pregar o cristianismo”, completa a especialista, uma das três autoras da pesquisa. Os números contrastam com a previsão da Lei de Diretrizes e Base da Educação de garantir a justiça religiosa e a liberdade de crença. A lei 9475, em vigor desde 1997, regulamenta o ensino de religião nas escolas brasileiras. “Há uma clara confusão entre o ensino religioso e a educação cristã”, afirma Débora. A antropóloga reforça a imposição do catecismo. “Cristãos tiveram 609 citações nos livros, enquanto religiões afro-brasileiras, tratadas como ‘tradições’, aparecem em apenas 30 momentos”, comenta a especialista. (Agência UnB)
PORTAL UOL EDUCAÇÃO - 23/06/2010
Famílias têm despesas maiores conforme escolaridade, diz IBGE
Ana Okada
Em São Paulo
Quanto maior o tempo de estudos de um dos membros da família, maior é a despesa média mensal dos brasileiros. Entre 2008 e 2009, enquanto famílias em que o responsável tinha menos de um ano de escolaridade contavam com despesa média mensal de R$ 1.403,42, famílias com 11 anos de estudos tinham despesa triplicada (R$ 4.314,92).
Os dados foram divulgados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009, divulgada nesta quarta-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A alta escolaridade de outros membros da família também aumenta as despesas mensais nos lares brasileiros. A despesa de famílias com mais de um membro com nível superior completo e incompleto (R$ 8.117,27) é quase quatro vezes (390%) maior do que as de famílias sem membros com graduação, que têm despesa média de R$ 1.659,99.
Segundo a POF realizada entre 2002 e 2003, no entanto, a diferença entre famílias com e sem membros no ensino superior era ainda maior, com 430%.
Entre 2008 e 2009, o percentual de famílias que não possuíam pessoas com nível de instrução superior completo ou incompleto também diminuiu em relação à POF 2002/2003: foi de 84% para 76%.
Gasto com educaçãoA pesquisa revela que o gasto dos brasileiros com educação entre 2008 e 2009 diminuiu 1,1 ponto percentual em relação a 2002/2003: foi de 4,1% para 3%.
O número, porém, é maior do que o da pesquisa feita entre 1974 e 1975: naquele período, as famílias gastavam 2,3% de sua renda com educação.
Comida e saúdeO estudo também mostra que o peso da comida nas despesas mensais do brasileiro sofreu um tombo nos últimos 34 anos, enquanto os gastos com saúde e transporte deram um salto.
Em 1974/1975, a participação da comida (dentro e fora de casa) era de 33,9% das despesas de consumo. Em 2008/2009, caiu para 19,8%. No sentido contrário, saúde pesava 4,2% em 1975, e passou a 7,2% em 2008/2009 (uma alta de 71%). Transporte pulou de 11,6% para 19,6% (elevação de 69%).
Com alimentação, o valor mensal médio gasto em 2008/2009 foi de R$ 421,72, enquanto habitação custou R$ 765,89, e saúde (incluindo remédios e planos de assistência) ficou em R$ 153,81.
Sobre a POFSegundo o IBGE, a pesquisa visa principalmente mensurar as estruturas de consumo, dos gastos, dos rendimentos e parte da variação patrimonial das famílias.
A ideia é estudar a composição dos gastos das famílias segundo as classes de rendimentos, as disparidades regionais, as áreas urbana e rural, a extensão do endividamento familiar, a difusão e o volume das transferências entre as diferentes classes de renda e a dimensão do mercado consumidor para grupos de produtos e serviços.
SPTV 2ª EDIÇÃO – 23/06/2010
Câmara aprova reajuste de 33,7% para funcionários da educação em SP
Aumento é dividido em três parcelas de 10,19%, a partir de maio de 2011.
Oposição e base aliada disputaram autoria do projeto de lei
Emilio Sant'Anna
Do G1 SP
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (23) um aumento de 33,79% para os 92 mil funcionários da educação da capital paulista. O reajuste, no entanto, será dividido em três parcelas de 10,79% que serão pagos em maio de 2011, 2012 e 2013. O impacto para os cofres da Prefeitura será de R$ 4,3 bilhões até 2014.
Em clima de disputa por sua autoria, o projeto foi apresentado pelo Executivo municipal com previsão de reajuste de 28,41%. A oposição se mobilizou e apresentou um substitutivo que adicionou 1,5% ao aumento proposto para a categoria.
“A Prefeitura tem aumentado a arrecadação e a educação é uma área estratégica”, afirma o vereador José Américo, líder da bancada do PT.
“Só de IPTU deve ser cerca de R$ 1 bilhão de aumento na arrecadação neste ano. O aumento para os professores é mais do que justo”, afirma Aurélio Miguel (PR).
Para os professores que ganham hoje menos que o piso de R$ 2,2 mil, o projeto prevê o pagamento de um abono retroativo a maio deste ano para a composição do salário base. “O projeto tira o professor de um piso de R$ 1,7 mil e lhe dá três aumentos escalonados”, diz o vereador Cláudio Fonseca (PPS), da bancada governista.
O projeto votado pela câmara precisa agora ser sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). “O projeto deve ser sancionado, pois o prefeito tem sido sensivelmente aberto às reivindicações dos servidores municipais”, diz o líder do governo na Câmara, vereador Police neto (PSDB).
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/06/2010
Por uma universidade pública
A dificuldade econômica da universidade pública na atualidade é fruto de uma negligência proposital do Estado com o ensino público
FRANCISCO DE OLIVEIRA, PAULO ARANTES, LUIZ MARTINS e J. SOUTO MAIOR
O reitor da Universidade de São Paulo publicou neste espaço ("Mecenato e universidade", 10/6) artigo com alguns argumentos que precisam ser democraticamente contrapostos. Para ele, os problemas da USP partem de uma razão econômica. A saída que expõe é uma contradição em termos: o ingresso de dinheiro privado para a melhoria da universidade pública. Para proteger a universidade pública, que é melhor que a privada, diz que a universidade pública deve abrir suas portas para o dinheiro privado. No fundo, o que a sua solução esconde é a tentativa de privatizar o ensino público. Ora, não se tendo conseguido fazer com que as entidades privadas prevalecessem no cenário educacional, busca-se fazer com que o ensino público forneça o material humano necessário para os fins da iniciativa privada. A dificuldade econômica pela qual passa a universidade pública é fruto de uma negligência proposital do Estado com o ensino público, que se pretende compensar com o investimento privado. Este último cria, na verdade, uma perigosa promiscuidade que desvirtua a razão de ser do ensino público, que deve se voltar para os problemas sociopolítico-econômicos gerais do país. Mas mais grave ainda é a forma pela qual se vislumbra tal "parceria". Na Faculdade de Direito, ela se fez para duvidosas reformas arquitetônicas que nada acrescentaram à melhoria do ensino. Além disso, para se chegar a tanto, foram desrespeitados diversos preceitos da ordem jurídica. O que o reitor chama de "modernização" constituiu grave ilegalidade.
Cumpre resgatar o respeito à ordem jurídica, ainda mais à luz do grotesco episódio de transposição dos livros das bibliotecas departamentais, da noite para o dia, para um prédio desprovido de condições, e cuja devolução ao local de origem, por determinação do Ministério Público, vem se arrastando há mais de três semanas... Tais ilegalidades justificariam um processo de improbidade administrativa contra o reitor, que, além do mais, em entrevista recente à Rede Bandeirantes, referiu-se à USP, faltando com o decoro acadêmico mínimo, como "terra de ninguém", "tomada por invasores" e "assemelhada a morros do Rio de Janeiro", em vias de "virar um Haiti". O grande passo que precisa ser dado pela USP é a sua reestruturação, buscando a democratização interna e externa, mediante o voto universal, condição para uma estatuinte e um processo rumo à superação do vestibular, visando o acesso universalizado à universidade pública, tal como é no México e na Argentina há quase um século.
O reconhecimento republicano da igualdade de voto e de cidadania de professores, estudantes e trabalhadores supõe o respeito pleno às manifestações dos servidores que legitimamente lutam por direitos. A reitoria afirma que os trabalhadores em greve estão cometendo uma ilegalidade e comete o abuso de cortar o ponto de mil servidores, mirando com suas punições principalmente alguns de menor salário. Mas a greve é um direito fundamental consagrado e, sobretudo, se justifica quando os trabalhadores são atingidos, na sua concepção, por ilegalidades cometidas pelo empregador. Negar a greve como um direito e fixar represálias ou coações constitui, por si, um grave atentado à democracia. Todos os que prezam o regime democrático devem se alinhar com os trabalhadores da USP, que fazem história com suas lutas, contribuindo vivamente para a democratização da universidade, tal como os operários do ABC que, nos idos de 1978-80, desafiaram publicamente a repressão e levaram à reconstrução da ordem jurídica do país.
FRANCISCO DE OLIVEIRA é professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP). PAULO ARANTES é professor da FFLCH-USP. LUIZ RENATO MARTINS é professor da Escola de Comunicações e Artes da USP. JORGE LUIZ SOUTO MAIOR é professor associado da Faculdade de Direito da USP.
CORREIO BRAZILIENSE - 22/06/2010
Governo poderá criar olimpíada para estimular esporte na educação básica
Agência Senado
O Poder Executivo poderá ser autorizado a criar a Olimpíada Brasileira do Esporte, para dinamizar a prática de modalidades olímpicas entre estudantes das escolas públicas e privadas da educação básica. Proposta nesse sentido consta da pauta da reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, que se reúne nesta terça-feira (22/6). De autoria do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o projeto visa identificar jovens talentos e incentivar a prática desportiva amadora e de competição. O relator, senador Jefferson Praia (PDT-AM), apresentou voto favorável à matéria, que terá decisão terminativa na CE. A Comissão analisa ainda, entre as 22 proposições em pauta, proposta que obriga formação de nível superior para professores da educação básica e projeto da Câmara que trata do direito à prática religiosa.
PORTAL APRENDIZ - 22/06/2010
Quase 25% dos jovens faltam às aulas sem motivo
Quase 25% dos alunos do ensino médio faltam às aulas sem ter motivo, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) reunidos por Elaine Toldo Pazello, diretora de pesquisas educacionais do Inep (órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem). O número inclui jovens do sexo masculino. No caso das meninas, 18% também disseram não ter ido às aulas "porque não quiseram". Os dados valem tanto para escolas públicas quanto particulares. O número de faltas gira entre um e dez dias para cerca de 40% dos estudantes. Em média, os alunos do nível médio faltam um dia a mais que os do fundamental, e os de escola pública faltam mais um dia que os da rede particular, em um período de dois meses. A maior razão apontada para as faltas é doença: 48% das garotas usaram este argumento, contra 42% dos meninos. Menos de 1% disse ter se ausentado do colégio porque era distante (em torno de 0,5%) ou por falta de dinheiro (0,9% em média). Uma parte significativa dos estudantes de escolas públicas, entretanto, disse que greves e a falta de professores foram razões para faltarem - 9,3% das meninas e 8,6% dos meninos.
Elaine sugere que mudar a estrutura e as aulas do ensino médio pode ajudar a manter os estudantes na escola. Os dados, diz ela, confirmam que o motivo para os alunos faltarem não são falta de transporte, dificuldade de acompanhar o curso nem a renda. - Por que os estudantes faltam? Acho que é isso que temos que perguntar. Provavelmente o que ele [aluno] faz na escola não está sendo tão animador. Já foi proposto abrir a jornada do estudante, aprender e estudar a rotina dele. Acho que isso é importante. Os dados da Pnad, os mais recentes a respeito de faltas nas aulas, são de 2004. Diretor de orientações curriculares do MEC (Ministério da Educação), Carlos Artexes concorda com Elaine. Ele afirma que o currículo do ensino médio deveria ter mais ligação com a realidade do adolescente.
- É preciso mudar a cultura da escola média do Brasil. As aulas precisam ser construídas como um projeto de vida do estudante, não como conhecimento enciclopédico. Existe outra componente [que define a ausência na escola], mais complexa. Ela tem a ver com o que quer a pessoa humana. Dos alunos matriculados no ensino médio brasileiro, 16,5% abandonam os estudos já no primeiro ano. O número equivale a quase 570 mil dos 3,4 milhões de jovens inscritos neste nível de ensino. Essas informações, assim como os dados sobre faltas, estão em um estudo apresentado na quarta-feira (16) pela ONG Todos Pela Educação. A pesquisa aponta ainda que cerca de 253 mil alunos formados na oitava série do ensino fundamental que poderiam ingressar no ensino médio não fizeram matrícula. A evasão e o abandono neste nível são problemas graves, que atingem tanto as áreas rurais quanto as grandes cidades, afirma Artexes. - É um fenômeno humano, que se repete nas regiões metropolitanas e no Sudeste. (R7)
CORREIO BRAZILIENSE - 22/06/2010
Adultos sem o ensino médio podem fazer Enem para obter certificação
Ascom MEC
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser feito por pessoas que buscam o certificado de conclusão dessa etapa de ensino. Ou seja, quem não cursou ou não concluiu o ensino médio tem agora a chance de fazer a prova. Caso atinja a pontuação mínima exigida – 400 pontos em cada uma das quatro áreas de conhecimento e 500 na redação – terá direito ao certificado. As matrículas do Enem de 2010 foram abertas na segunda-feira, 21, e vão se estender até 9 de julho, pela internet. Ao fazer a inscrição, o candidato à certificação deve indicar o número do CPF e preencher o questionário socioeconômico. As provas serão aplicadas em 6 e 7 de novembro. Como estabelece o edital retificado, publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira, dia 22, o candidato à obtenção do certificado de conclusão não precisa ter frequentado a escola regular nem a educação de jovens e adultos. A condição para obter a certificação é ter 18 anos completos na data de realização da primeira prova.
Cabe ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) receber as inscrições dos candidatos, aplicar e corrigir as provas. A emissão do certificado é de competência das secretarias estaduais de educação. Os institutos federais de educação, ciência e tecnologia e os centros federais de educação tecnológica (Cefets) também podem fazer a certificação com base nos resultados do Enem. Assim, o candidato deve, no ato da inscrição, indicar a secretaria, instituto ou centro federal pelo qual pretende obter a certificação. Da ficha de inscrição consta a relação de instituições certificadoras que firmaram acordo de cooperação técnica com o Inep.
PORTAL UOL EDUCAÇÃO - 22/06/2010
MEC publica instrumento de avaliação dos cursos de pedagogia
Foi publicada nessa segunda-feira (21) portaria do Ministério da Educação que institui o instrumento de avaliação dos cursos de pedagogia. O documento apresenta os aspectos que serão considerados pelos avaliadores do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) nos processos de reconhecimento dos cursos. A definição de um instrumento próprio para os cursos de pedagogia é mais uma ação do MEC no campo da formação de professores. Ele contribui para consolidar as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Pedagogia e afirma o lugar que a qualificação dos professores da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental deve assumir nesses cursos. O instrumento define os critérios de qualidade que devem ser alcançados pelos cursos para que tenham o reconhecimento do MEC. Os critérios de avaliação são organizados a partir de três fatores: organização didático-pedagógica do curso, corpo docente e instalações físicas.
Em relação à organização didático-pedagógica, serão considerados aspectos como o processo de avaliação da aprendizagem, a integração do aluno à prática educativa e a relação do curso com os sistemas públicos de ensino municipais e estaduais. No quesito corpo docente, além de considerar a titulação dos professores, o instrumento também apresenta como critério a ser avaliado a composição e atuação do Núcleo Docente Estruturante, grupo de professores da instituição responsável pela implementação das diretrizes curriculares do curso. Além de pedagogia, medicina, direito e os cursos superiores de tecnologia possuem instrumentos específicos de avaliação.
O ESTADO DE SÃO PAULO – 22/06/2010
Brasileiros reclamam por não ter tempo de ir à escola de seus filhos
Flávia Maia
Enquanto em empresas asiáticas pais que acompanham a vida escolar da prole são bem-avaliados, 58% dos brasileiros reclamam por não terem tempo de ir à escola das crianças. Um choque de interesses. É assim que vivem profissionais com filhos em idade escolar. Segundo a pesquisa Educação na agenda do próximo governo, realizada pelo grupo Ibope Inteligência, pelo movimento Todos pela Educação e pela Fundação SM, educação e emprego estão no mesmo patamar de preocupação dos brasileiros no que diz respeito à elaboração de políticas públicas no Brasil. Ou seja, para papais e mamães, tanto a educação dos filhos quanto o emprego deles são essenciais para um futuro melhor. O mesmo levantamento aponta que 90% dos entrevistados concordam que é obrigação da família participar ativamente da vida escolar dos filhos. Em países asiáticos, como o Japão e a Coreia do Sul, a participação dos responsáveis é tão efetiva que as escolas oferecem cursos para que os pais fiquem em dia com a lição dos filhos. Além disso, em muitas empresas, os funcionários ativos na educação das crianças ganham pontos positivos na avaliação de desempenho. O reflexo dessa participação aparece nos bons índices educacionais dos dois países e, consequente, no crescimento econômico deles.
No Brasil, não existem políticas empresariais nem iniciativas escolares nesse perfil. Por isso, 58% dos pais das regiões metropolitanas dizem que não têm tempo de ir à escola e 60% não sabem ajudar quando os filhos têm dúvidas, segundo dados da pesquisa A participação dos pais na educação de seus filhos, também do Ibope, da Fundação SM e da movimento Todos pela Educação, divulgada em 2009. No Distrito Federal, desde 1993, existe a Lei nº 449, que concede aos servidores distritais o direito de um abono bimestral para comparecer às reuniões de pais e mestres. Mesmo assim, as escolas precisam ser criativas para atrair os responsáveis que não são amparados por lei e os que têm dificuldade de dialogar com os chefes.
A Escola Classe 415 Norte, por exemplo, procura marcar reuniões no início dos turnos, quando os pais estão deixando os filhos no colégio. Além disso, já deixa pronta uma declaração que possa ser apresentada aos chefes. “O quorum de pais aqui é até bom, mas precisamos sempre criar estratégias para conquistá-los”, ressalta Nailda Rocha, diretora do colégio. Aproveitando da interdisciplinaridade, a escola reduziu o número de cadernos dos alunos. Em vez de cinco, agora existe apenas um, que comporta todas as matérias. “Fica mais fácil para o pai perceber o avanço do filho”, explica a diretora Nailda. Realizar campanhas com os alunos, criar elementos para os pais se lembrarem da reunião, como ímãs de geladeira e convitinhos especiais, são alternativas da escola para atrair os responsáveis pela criança.
A luta da escola tem dado certo e conquistou Ana Roberta Crisóstomo de Morais, que transferiu os dois filhos para lá. “A relação com os professores e coordenadores é muito importante. Se tem alguma coisa realmente grave, eles me ligam. Fico mais tranquila e sempre busco saber o que está acontecendo”, diz a professora de informática. Ana Roberta lembra que a outra escola chegava a atrapalhar o seu desempenho profissional por causa do número de ligações e bagunça no calendário escolar. Por isso, o bom senso da escola é imprenscindível para uma relação saudável com os pais. “A escola tem que ter critérios, em um caso de saúde, tudo bem chamar a mãe, mas uma briguinha entre colegas dá para avisar em outro horário”, analisa Nelson Fender, professor da Veris Faculdades e Carreiras.
Bom também para os filhos - A presença dos pais nas escolas tem efeito também no futuro profissional da prole. Quando os pais entram em cena, as notas dos filhos podem melhorar em até 20% segundo a pesquisa Determinantes do desempenho escolar no Brasil, realizada pelo IBMEC em 2008. A pedagoga Divaneide Lira Lima Paixão, professora da Universidade Católica de Brasília explica que a presença dos pais na educação formal é importante porque, ao verem os pais na escola e as incentivando, as crianças percebem a razão de estudar. “Levar, buscar na escola, conversar com os professores têm que ser atividade dos pais, independente da escolaridade deles. Esse conjunto de ações vai dando noção para a criança de que essa é uma etapa importante da vida dela”, explica.
JORNAL DO COMMERCIO - 22/06/2010
MEC seleciona 52.419 alunos
O Ministério da Educação (MEC) divulgou ontem o resultado da primeira chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni), que selecionou estudantes interessados em obter bolsas de estudo para cursos de ensino superior em instituições particulares. Ao todo, o MEC selecionou 52.419 candidatos para o segundo semestre deste ano, sendo 37.039 para bolsas integrais e 15.380 para bolsas parciais, que cobrem 50% da mensalidade. Os estudantes pré-selecionados deverão comparecer às instituições de ensino onde se inscreveram a partir de hoje para comprovar as informações declaradas. O prazo termina no dia 2 de julho e, se ainda houver bolsas disponíveis, o MEC fará até cinco chamadas para convocar novos estudantes.
GAZETA DE CUIABÁ - 22/06/2010
Educação é prioridade para os brasileiros
Emanuel Pinheiro
Uma pesquisa realizada recentemente pelo Ibope, a pedido do "Movimento todos pela Educação", revelou que o brasileiro elegeu a educação como uma de suas prioridades. Em 2006 a mesma pesquisa apontou como prioritário a saúde, segurança pública, emprego e em sétimo lugar a educação, ou seja, em quatro anos a educação passou de sétimo para quarto lugar da lista de suas principais necessidades. Nos últimos anos o governo federal de fato propagou várias ações na área da educação, como a ampliação das universidades federais, a criação dos institutos tecnológicos, Prouni, fortalecimento do Enem, dentre outras.
Longe ainda de ser o suficiente para realmente efetuar transformação social através da educação no Brasil, mas inegavelmente as ações do governo Lula serviram ao menos para colocar o tema como prioritário para o brasileiro, o que por si só já representa um avanço para o País, porque de certa forma direcionará o próximo governo a também eleger e estabelecer políticas públicas robustas para o setor, seja para fins eleitoreiros ou por convicção ideológica. A verdade é que a educação de qualidade precisa ser ainda socializada entre os brasileiros, de modo que as demais áreas sejam com ela beneficiadas, como a segurança pública, saúde e emprego.
A Constituição Federal em seu artigo 205 diz que a educação é um direito de todos, é dever do Estado e da família, que será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Portanto, é necessário refletir junto aos nossos educadores, pais e filhos sobre a importância da Educação. Temos de nos conscientizar sobre a qualidade de ensino, seja no papel de educador, de pai ou do Estado. Dando continuidade a política que o Governo Federal entende ser a correta, o Ministério da Educação (MEC), tomou algumas medidas para viabilizar a qualidade de ensino e fortalecer a rede pública municipal e estadual. Uma delas é a implantação, no próximo ano, do Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que servirá como base da seleção dos educadores em todo o país.
Através dos primeiros dados obtidos, o MEC poderá mapear um diagnóstico dos conhecimentos, e entender melhor a situação dos docentes no País. Resta saber se os mesmos foram qualificados para isso, se foram oferecidos subsídios para a qualificação, ou seja, se estão aptos a realizar esta avaliação, afinal, antes de cobrar por desempenhos melhores é preciso dar oportunidades. Como professor, vejo a educação como prioridade e venho defendendo veementemente novas ações, para garantir ensino público de qualidade, melhores condições de trabalho e salário para os professores e claro, políticas contra a evasão escolar, sendo a principal delas a manutenção do passe livre estudantil em Cuiabá, quando estive à frente da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos (SMTU). Investir em educação é investir em desenvolvimento, a verdadeira transformação social se dá através da educação.
CORREIO BRAZILIENSE - 21/06/2010
Fim do exame da OAB conta com apoio de internautas, mas divide senadores
Agência Senado
Requisito para ingresso nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, em consequência, para o próprio exercício da advocacia, o exame de proficiência aplicado pela entidade aos bacharéis em Direito rende polêmica desde a abertura de enquete na página do Senado sobre projeto de lei que defende sua eliminação. Com 18 dias de consulta, mais de 49 mil internautas já haviam se manifestado sobre o projeto (PLS 186/06), com 87,5% das opiniões pelo fim da prova. Sem expressar rigorosamente a opinião de toda a população, pois para isso seria necessária pesquisa com padrões de amostragem com valor estatístico, a enquete vem revelando apoio a uma idéia que está longe de ser unânime entre os senadores. Na Casa, há quem defenda o exame, outros que preferem aperfeiçoamentos no seu formato e ainda os que vão mais além, propondo exames de capacitação para todas as profissões de nível superior, mas atribuindo a liderança do processo ao governo federal. Autor do projeto que prevê o fim do exame da OAB, o senador Gilvam (PMDB-AC) questiona a ausência de isonomia expressa na exigência, já que nenhuma outra profissão requer prévia aprovação em exame de proficiência. Argumenta ainda que, para a conclusão de seu curso, o estudante de Direito já é submetido a avaliações sucessivas até o momento da graduação.
- A mim parece inaceitável que uma única prova substitua todas as provas de cinco longos anos de formação acadêmica - questionou recentemente, em Plenário. Para Gilvam Borges, a prova acabou se transformando em "fonte de estresse" para os jovens advogados, sem medir de fato a capacidade dos candidatos.
Segundo ele, o exame gerou ainda o malefício de uma "indústria" de cursinhos preparatórios que onera os bolsos dos que desejam ingressar na profissão, penalizados ainda com as altas taxas cobradas para as provas.
Proteção da liberdade - Em defesa do exame, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) afirma que a liberdade do cliente, "seu maior patrimônio", ou mesmo bens materiais cruciais para o indivíduo, dependem da habilidade do profissional que o defende. - Quando o advogado bota a placa na porta do escritório, a pessoa que por ali passa imagina que se trata de um profissional habilitado e em condições de defender seus interesses. Se o advogado não é preparado, a pessoa acaba perdendo o processo, embora a lei esteja do seu lado - justifica.
Valter Pereira defende, no entanto, aperfeiçoamentos no exame, para que venha a servir como mecanismo de acompanhamento da qualidade do ensino jurídico brasileiro. O parlamentar entende que o exame pode ser aplicado ao longo do curso de Direito, por etapas, ao final de cada ano letivo. Para o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), o cidadão precisa mesmo da garantia de bons advogados para defender sua liberdade e seu patrimônio, seja de ameaças de particulares ou do Estado. Na sua avaliação, a prova da Ordem possibilita essa garantia mínima indispensável, não havendo hipótese de ser substituída sem prejuízo pelos mecanismos de seleção do próprio mercado. - Sem uma petição correta e a adequação do caso concreto às leis vigentes, o cidadão pode muitas vezes permanecer preso devido à incompetência do advogado - observa Valadares. Sem condenar de forma geral a aplicação de exames de proficiência, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) afirma, no entanto, que os conselhos profissionais não foram criados para avaliar a capacidade dos recém-formados, mas sim para fiscalizar o exercício da profissão. Em pronunciamento feito em Plenário, ele defendeu que essa prerrogativa é exclusiva do poder público, particularmente do Ministério da Educação. Comprometido com a mesma visão, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) já tomou a iniciativa de propor projeto com a finalidade de transferir à União o papel de instituir critérios de avaliação de cursos em provas de proficiência profissional. Pelo texto (PLS 43/09), tudo será feito com a colaboração dos conselhos profissionais de cada área. A proposta dispõe sobre tema por meio de alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDO), a Lei 9.394, de 1996.
Tramitação - O projeto que extingue o exame da OAB tramitou inicialmente na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde foi aprovado parecer para que, antes da deliberação final nesse colegiado, a proposta também fosse apreciada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Mais recentemente, os projetos de Gilvam Borges e de Marcelo Crivella passaram a tramitar em conjunto. Quem atua como relator é o senador Marconi Perillo (PSDB-GO). Antes da anexação, ele havia dado parecer favorável ao projeto de Gilvam Borges, mas com emenda que substitui o fim da prova por regras para maior periodicidade, mudando ainda as formas de aplicação.
Portal UOL Educação, 21/06/2010
Peti reduz trabalho infantil e melhora desempenho escolar de crianças, avaliam famílias
Da Agência Brasil em Brasília
O MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) divulgou hoje (21) o resultado de duas pesquisas que mostram a aprovação do Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) pelas famílias beneficiárias, monitores do programa e gestores municipais. De acordo com a pesquisa, feita no final de 2008 em 120 municípios pelo Núcleo de Pesquisas, Informações e Políticas Públicas da Universidade Federal Fluminense (DATAUFF), 88,5% das famílias beneficiárias avaliaram o Peti como “bom” ou “ótimo” e 71,2% informaram que “houve melhora na situação da família após sua inserção no programa”.
Segundo o instituto da UFF, mais de 95% dos gestores municipais e 80% dos monitores que atendem a crianças e adolescentes no contra-turno escolar confirmaram que após a implantação do programa houve redução do trabalho infantil no município. Para quase metade dos monitores, o Peti melhorou o desempenho escolar pois as crianças participantes passaram a ler, escrever e interpretar textos com mais facilidade.
O Peti foi integrado pelo governo federal ao PBF (Programa Bolsa Família). Além das exigências do PBF (assiduidade escolar, cartão de vacinação em dia e realização de pré-natal), o MDS exige das famílias assistidas pelo Peti que as crianças e adolescentes mantenham frequência mensal mínima de 85% nas atividades esportivas, culturais e socioeducativas extraclasse oferecidas geralmente nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), fora do horário escolar, no chamado “serviço de convivência e fortalecimento de vínculos” que é responsabilidade dos municípios. O MDS também encomendou um estudo qualitativo (ao Instituto Herkenhoff e Prates, de Belo Horizonte) com beneficiários, mães, professores e gestores de 40 municípios. Segundo Marina Pereira Nova, do Departamento de Avaliação da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do MDS, as mães consideram mais importante a manutenção das crianças em atividades extra-escolares do que o pagamento do benefício da Bolsa Família.
“As mães foram enfáticas quanto ao impacto positivo do Peti nas suas vidas e na de seus filhos. Elas consideram o apoio financeiro da bolsa do Peti como sendo crucial para melhoria das suas condições de vida, porém, a maioria considera, também, que os ganhos advindos das atividades socioeducativas para as vidas de seus filhos eram incomparavelmente maiores do que os ganhos materiais”, escreveu Marina Nova na apresentação da pesquisa. Cerca de 820 mil crianças e adolescentes são atendidas em mais de 3,5 mil municípios que mantém atividades extra-escolares para crianças do Peti. Além do benefício do PBF (R$ 22 por filho de até 15 anos; e R$ 33 por filho de 16 e 17 anos), o Peti transfere mais R$ 40 às famílias de áreas metropolitanas (cidades com mais de 250 mil habitantes) e R$ 25 às famílias de cidades menores ou do meio rural.
REVISTA GESTÃO UNIVERSITÁRIA - EDIÇÃO 229
A aula. Marca registrada do professor
Luiz Fernando Gomes Guimarães
Em se tratando das funções docentes, temos que nos debruçar numa das mais importantes. A Aula. Seu valor e seu significado. Um ou outro leitor poderá argumentar que em qualquer instituição de ensino, o aluno deve exercitar uma autonomia que permita a ele alcançar o melhor desempenho, independentemente do tipo de docente que com ele se relaciona. No caso da educação básica, as atividades extraclasses e os estudos autônomos irão complementar o esforço do professor em busca da melhor aprendizagem. No caso das instituições de ensino superior, os estudos individuais, a pesquisa e a extensão se encarregarão de completar o processo de aprendizagem, de tal forma que a aula passa a ser, tão somente, uma ferramenta a mais. Mas bem sabemos que não é dessa forma que as coisas acontecem em nosso dia-a-dia. A aula, entendida como aquele espaço de tempo em que docente e discente interagem de forma a promover uma mudança de comportamento, ou o desenvolvimento de novas habilidades e competências ou, simplesmente, a troca de informações, constitui, ainda, em todas as instituições de ensino, públicas ou privadas, um momento de grande importância. Este ainda é um evento que determina a maior ou menor qualidade da escola e estabelece de forma inequívoca a competência de seus docentes. Cada um de nós professores, em algum momento, já se questionou se a sua a aula é uma oportunidade especial de aprendizagem ou simplesmente uma obrigação com uma grande carga de “stress” e que deve ser encarada como um ônus inescapável do ofício. Lembro de um colega, professor de química, daqueles que a gente chama de “taxista”, pois pulava de uma escola para outra, se esfalfando para dar conta da quantidade de aulas necessárias à sua manutenção e da família. Eram muitas aulas e muitas escolas e nunca sobrava tempo para o preparo adequado das atividades. Um dia se viu convocado para ministrar uma aula prática, onde o roteiro – copiado de um texto em espanhol – indicava que determinada mistura daria origem a um precipitado “rojo”. E, feita a mistura, os alunos obtinham sempre um precipitado vermelho e não roxo, como o professor antecipou. O nosso colega já desesperado. Trocou os reagentes, pensando em contaminação ou possíveis erros e nada, lá estava o precipitado vermelho, em todas as bancadas. E o que é trágico para o docente: os alunos cochichando e “zoando” o professor. Lá pelas tantas, não podendo encontrar uma explicação convincente, saiu-se com a pérola: “na química é assim mesmo. Tem hora que dá certo e tem hora que não dá certo...” Não se lembrou de olhar no dicionário, onde encontraria a tradução de rojo” que, em espanhol, significa vermelho.
Ser professor nestas circunstâncias é muito difícil. Torturante. Cabe então uma reflexão sobre este momento de encontro entre aprendizes e professores. A aula é realmente um espaço de realização ou um instante de castigo e agonia? Cada docente deve buscar em seu íntimo, a resposta a esse dilema. Os que a consideram um momento especial e mágico vão, sem dúvida, procurar a cumplicidade de seus alunos. Vão respeitar este momento como a razão maior de sua profissão e tudo farão para que ela seja sempre especial. Aplicarão as metodologias mais adequadas e motivadoras para a aprendizagem, estarão preocupados com que a avaliação seja compatível com o ritmo dos seus alunos e procurarão perceber e buscar soluções para a “não aprendizagem”, isto é, aquele conteúdo que não foi assimilado. Enfim, estarão abertos a um diálogo permanente com a turma e com cada um dos indivíduos que fazem parte do grupo. Perceberão, que nem sempre fazer um bom ensino terá como conseqüência uma boa aprendizagem. E buscarão um equilíbrio entre as duas coisas... Para aqueles que não se preocupam com essas premissas, a aula será sempre um pesadelo, um enorme sacrifício e, por mal dos pecados, um sacrifício quase sempre considerado mal pago...
Não atendidas as condições para a criação do bom ambiente em sala de aula teremos, muitas vezes, a explosão de antagonismos e conflitos. Nessa hipótese não existem vencedores, todos sairão feridos de alguma forma. O docente pela perda da dignidade e respeito quando envolvido nessas situações e os estudantes pela perda de tempo e desperdício da oportunidade de aprender e melhorar cada vez mais. Qual a origem dessas situações conflituosas? No meu entendimento uma razão se sobrepõe a todas as demais: a insensibilidade. Quase sempre a causa estará no fato de que o professor ou professora deixa de perceber “o outro” que se encontra no papel de aluno e o vê somente como alguma “coisa” sem história pessoal, sem experiências, sem contribuições, enfim, um ente que se assemelha a um “saco” no qual são jogadas, a cada dia, novas informações. Este aluno se torna, literalmente num fardo que se tem de carregar durante um determinado período e ponto final. Esta é a base de uma dificuldade geradora de todos as demais. A falta de respeito pelo sujeito-estudante. Digo sempre que não somos obrigados a amar ou gostar de alguém, que, no caso, é o nosso aluno, mas o respeito ao outro será sempre a condição primordial para termos sucesso em nossas atividades, especialmente no caso da docência.
E respeitar o aluno não significa somente tratá-lo bem. Significa cumprir horários e prazos e não faltar às aulas sem justificativa. Significa discutir com ele as avaliações realizadas e cumprir com os combinados feitos. É também saber ouvir e usar da sua autoridade como docente sem que isso se transforme em exercício de autoritarismo. O professor respeita o estudante quando pratica o seu papel de tutor e orientador de aprendizagem, sem se transformar em dono de uma verdade que, às vezes, aflora e insiste em querer ser única e indiscutível. Respeitar o aluno é ainda, reconhecer que o mundo é plural e que a diversidade e o livre arbítrio são prerrogativas humanas e, então, a cada um, desde que respeitando o outro, é dado o direito de exercitar os limites desses atributos. Finalmente, respeitar o aluno é deixar todos os preconceitos do lado de fora da sala de aula e estar pronto a transformar aquele momento numa oportunidade de descobertas de lado a lado. Em se tratando de respeito, uma das maiores demonstrações dessa atitude é o preparo da aula.
Preparar-se para uma aula é estabelecer os caminhos que os atores do processo percorrerão em busca das habilidades, competências e saberes pretendidos. Ninguém se aventura em espaços, ambientes e situações sem um planejamento prévio e sem um roteiro anteriormente estruturado e estudado. Ninguém ousa fazer uma viagem para lugares desconhecidos sem um plano previamente preparado. Planejar a aula é definir a maneira de desenvolvê-la a fim de torná-la prazerosa, inteligente e desafiadora, de tal forma que os alunos sejam instados a nela se envolverem. É fugir da situação constrangedora criada pelo nosso colega, quando se obrigou a desqualificar a disciplina e desrespeitou seus alunos e a si mesmo pelo fato de não ter se preparado... O professor deve assumir plenamente o seu papel de orientador e, através do diálogo permanente, tentar levar o aluno a descobertas que poderão propiciar um conhecimento novo. É fácil este processo? Com certeza não. Mas não existe outra forma de se alcançar o sucesso neste empreendimento, isto é, ensinar e garantir que o outro tenha aprendido. A aula deve ter um ciclo completo, isto é, ter início, meio e fim. O aluno deve saber de antemão aonde se quer chegar. O professor deve estar atento para as possíveis dificuldades de entendimento, seja do conteúdo em si, seja das expressões utilizadas. Pode e deve utilizar a melhor tecnologia disponível. As metodologias adotadas devem ser previamente conhecidas e testadas. Os conteúdos devem estar organizados e seqüenciados. O material didático utilizado deve ser o melhor possível. Enfim, essas são recomendações mínimas sobejamente conhecidas por todos. A elas acrescento mais uma. A aula, para ser prazerosa deve vir acompanhada pelo molho da paixão de quem a ministra. Não basta ter o domínio dos conteúdos e preparar as atividades com cuidado. É necessário que ela venha acompanhada pelo amor ao trabalho que se traduz na determinação e garra para fazer as coisas bem feitas. Tudo isso, sem dúvida, ajuda a fazer uma boa aula.
Os versos de Thiago de Mello, em seu poema “A Vida Verdadeira”, representam bem o “carma” de todos nós, professores e professoras: "Pois aqui está a minha vida. Pronta para ser usada. Vida que não se guarda. Nem se esquiva, assustada. Vida sempre a serviço da vida. Para ser ao que vale a pena e ao preço do amor". Ainda que o gesto me doa, não encolho a mão: avanço levando um ramo de sol. Mesmo enrolada de pó, dentro da noite mais fria, a vida que vai comigo é fogo: está sempre acesa. (*) Texto retirado do livro: “Ensinando para aprender, aprendendo para viver”- Ed.Literato – Belo Horizonte – 2010. (**) O Prof. Luiz Fernando Gomes Guimarães, é educador, gestor de instituições de ensino e consultor na área da educação básica e superior.
Observação: as notícias deste clipping são
meramente informativas, publicadas em jornais
diários. Portanto, não expressam a opinião do SINPEEM.
A DIRETORIA
CLAUDIO FONSECA
Presidente
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Famílias têm despesas maiores conforme escolaridade, diz IBGE
Ana Okada
Em São Paulo
A pesquisa revela que o gasto dos brasileiros com educação entre 2008 e 2009 diminuiu 1,1 ponto percentual em relação a 2002/2003: foi de 4,1% para 3%.
O número, porém, é maior do que o da pesquisa feita entre 1974 e 1975: naquele período, as famílias gastavam 2,3% de sua renda com educação.
Comida e saúdeO estudo também mostra que o peso da comida nas despesas mensais do brasileiro sofreu um tombo nos últimos 34 anos, enquanto os gastos com saúde e transporte deram um salto.
Em 1974/1975, a participação da comida (dentro e fora de casa) era de 33,9% das despesas de consumo. Em 2008/2009, caiu para 19,8%. No sentido contrário, saúde pesava 4,2% em 1975, e passou a 7,2% em 2008/2009 (uma alta de 71%). Transporte pulou de 11,6% para 19,6% (elevação de 69%).
Com alimentação, o valor mensal médio gasto em 2008/2009 foi de R$ 421,72, enquanto habitação custou R$ 765,89, e saúde (incluindo remédios e planos de assistência) ficou em R$ 153,81.
Sobre a POFSegundo o IBGE, a pesquisa visa principalmente mensurar as estruturas de consumo, dos gastos, dos rendimentos e parte da variação patrimonial das famílias.
A ideia é estudar a composição dos gastos das famílias segundo as classes de rendimentos, as disparidades regionais, as áreas urbana e rural, a extensão do endividamento familiar, a difusão e o volume das transferências entre as diferentes classes de renda e a dimensão do mercado consumidor para grupos de produtos e serviços.
SPTV 2ª EDIÇÃO – 23/06/2010
Câmara aprova reajuste de 33,7% para funcionários da educação em SP
Aumento é dividido em três parcelas de 10,19%, a partir de maio de 2011.
Oposição e base aliada disputaram autoria do projeto de lei
Emilio Sant'Anna
Do G1 SP
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (23) um aumento de 33,79% para os 92 mil funcionários da educação da capital paulista. O reajuste, no entanto, será dividido em três parcelas de 10,79% que serão pagos em maio de 2011, 2012 e 2013. O impacto para os cofres da Prefeitura será de R$ 4,3 bilhões até 2014.
Em clima de disputa por sua autoria, o projeto foi apresentado pelo Executivo municipal com previsão de reajuste de 28,41%. A oposição se mobilizou e apresentou um substitutivo que adicionou 1,5% ao aumento proposto para a categoria.
“A Prefeitura tem aumentado a arrecadação e a educação é uma área estratégica”, afirma o vereador José Américo, líder da bancada do PT.
“Só de IPTU deve ser cerca de R$ 1 bilhão de aumento na arrecadação neste ano. O aumento para os professores é mais do que justo”, afirma Aurélio Miguel (PR).
Para os professores que ganham hoje menos que o piso de R$ 2,2 mil, o projeto prevê o pagamento de um abono retroativo a maio deste ano para a composição do salário base. “O projeto tira o professor de um piso de R$ 1,7 mil e lhe dá três aumentos escalonados”, diz o vereador Cláudio Fonseca (PPS), da bancada governista.
O projeto votado pela câmara precisa agora ser sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). “O projeto deve ser sancionado, pois o prefeito tem sido sensivelmente aberto às reivindicações dos servidores municipais”, diz o líder do governo na Câmara, vereador Police neto (PSDB).
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/06/2010
Por uma universidade pública
A dificuldade econômica da universidade pública na atualidade é fruto de uma negligência proposital do Estado com o ensino público
FRANCISCO DE OLIVEIRA, PAULO ARANTES, LUIZ MARTINS e J. SOUTO MAIOR
O reitor da Universidade de São Paulo publicou neste espaço ("Mecenato e universidade", 10/6) artigo com alguns argumentos que precisam ser democraticamente contrapostos. Para ele, os problemas da USP partem de uma razão econômica. A saída que expõe é uma contradição em termos: o ingresso de dinheiro privado para a melhoria da universidade pública. Para proteger a universidade pública, que é melhor que a privada, diz que a universidade pública deve abrir suas portas para o dinheiro privado. No fundo, o que a sua solução esconde é a tentativa de privatizar o ensino público. Ora, não se tendo conseguido fazer com que as entidades privadas prevalecessem no cenário educacional, busca-se fazer com que o ensino público forneça o material humano necessário para os fins da iniciativa privada. A dificuldade econômica pela qual passa a universidade pública é fruto de uma negligência proposital do Estado com o ensino público, que se pretende compensar com o investimento privado. Este último cria, na verdade, uma perigosa promiscuidade que desvirtua a razão de ser do ensino público, que deve se voltar para os problemas sociopolítico-econômicos gerais do país. Mas mais grave ainda é a forma pela qual se vislumbra tal "parceria". Na Faculdade de Direito, ela se fez para duvidosas reformas arquitetônicas que nada acrescentaram à melhoria do ensino. Além disso, para se chegar a tanto, foram desrespeitados diversos preceitos da ordem jurídica. O que o reitor chama de "modernização" constituiu grave ilegalidade.
Cumpre resgatar o respeito à ordem jurídica, ainda mais à luz do grotesco episódio de transposição dos livros das bibliotecas departamentais, da noite para o dia, para um prédio desprovido de condições, e cuja devolução ao local de origem, por determinação do Ministério Público, vem se arrastando há mais de três semanas... Tais ilegalidades justificariam um processo de improbidade administrativa contra o reitor, que, além do mais, em entrevista recente à Rede Bandeirantes, referiu-se à USP, faltando com o decoro acadêmico mínimo, como "terra de ninguém", "tomada por invasores" e "assemelhada a morros do Rio de Janeiro", em vias de "virar um Haiti". O grande passo que precisa ser dado pela USP é a sua reestruturação, buscando a democratização interna e externa, mediante o voto universal, condição para uma estatuinte e um processo rumo à superação do vestibular, visando o acesso universalizado à universidade pública, tal como é no México e na Argentina há quase um século.
O reconhecimento republicano da igualdade de voto e de cidadania de professores, estudantes e trabalhadores supõe o respeito pleno às manifestações dos servidores que legitimamente lutam por direitos. A reitoria afirma que os trabalhadores em greve estão cometendo uma ilegalidade e comete o abuso de cortar o ponto de mil servidores, mirando com suas punições principalmente alguns de menor salário. Mas a greve é um direito fundamental consagrado e, sobretudo, se justifica quando os trabalhadores são atingidos, na sua concepção, por ilegalidades cometidas pelo empregador. Negar a greve como um direito e fixar represálias ou coações constitui, por si, um grave atentado à democracia. Todos os que prezam o regime democrático devem se alinhar com os trabalhadores da USP, que fazem história com suas lutas, contribuindo vivamente para a democratização da universidade, tal como os operários do ABC que, nos idos de 1978-80, desafiaram publicamente a repressão e levaram à reconstrução da ordem jurídica do país.
FRANCISCO DE OLIVEIRA é professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP). PAULO ARANTES é professor da FFLCH-USP. LUIZ RENATO MARTINS é professor da Escola de Comunicações e Artes da USP. JORGE LUIZ SOUTO MAIOR é professor associado da Faculdade de Direito da USP.
CORREIO BRAZILIENSE - 22/06/2010
Governo poderá criar olimpíada para estimular esporte na educação básica
Agência Senado
O Poder Executivo poderá ser autorizado a criar a Olimpíada Brasileira do Esporte, para dinamizar a prática de modalidades olímpicas entre estudantes das escolas públicas e privadas da educação básica. Proposta nesse sentido consta da pauta da reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, que se reúne nesta terça-feira (22/6). De autoria do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o projeto visa identificar jovens talentos e incentivar a prática desportiva amadora e de competição. O relator, senador Jefferson Praia (PDT-AM), apresentou voto favorável à matéria, que terá decisão terminativa na CE. A Comissão analisa ainda, entre as 22 proposições em pauta, proposta que obriga formação de nível superior para professores da educação básica e projeto da Câmara que trata do direito à prática religiosa.
PORTAL APRENDIZ - 22/06/2010
Quase 25% dos jovens faltam às aulas sem motivo
Quase 25% dos alunos do ensino médio faltam às aulas sem ter motivo, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) reunidos por Elaine Toldo Pazello, diretora de pesquisas educacionais do Inep (órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem). O número inclui jovens do sexo masculino. No caso das meninas, 18% também disseram não ter ido às aulas "porque não quiseram". Os dados valem tanto para escolas públicas quanto particulares. O número de faltas gira entre um e dez dias para cerca de 40% dos estudantes. Em média, os alunos do nível médio faltam um dia a mais que os do fundamental, e os de escola pública faltam mais um dia que os da rede particular, em um período de dois meses. A maior razão apontada para as faltas é doença: 48% das garotas usaram este argumento, contra 42% dos meninos. Menos de 1% disse ter se ausentado do colégio porque era distante (em torno de 0,5%) ou por falta de dinheiro (0,9% em média). Uma parte significativa dos estudantes de escolas públicas, entretanto, disse que greves e a falta de professores foram razões para faltarem - 9,3% das meninas e 8,6% dos meninos.
Elaine sugere que mudar a estrutura e as aulas do ensino médio pode ajudar a manter os estudantes na escola. Os dados, diz ela, confirmam que o motivo para os alunos faltarem não são falta de transporte, dificuldade de acompanhar o curso nem a renda. - Por que os estudantes faltam? Acho que é isso que temos que perguntar. Provavelmente o que ele [aluno] faz na escola não está sendo tão animador. Já foi proposto abrir a jornada do estudante, aprender e estudar a rotina dele. Acho que isso é importante. Os dados da Pnad, os mais recentes a respeito de faltas nas aulas, são de 2004. Diretor de orientações curriculares do MEC (Ministério da Educação), Carlos Artexes concorda com Elaine. Ele afirma que o currículo do ensino médio deveria ter mais ligação com a realidade do adolescente.
- É preciso mudar a cultura da escola média do Brasil. As aulas precisam ser construídas como um projeto de vida do estudante, não como conhecimento enciclopédico. Existe outra componente [que define a ausência na escola], mais complexa. Ela tem a ver com o que quer a pessoa humana. Dos alunos matriculados no ensino médio brasileiro, 16,5% abandonam os estudos já no primeiro ano. O número equivale a quase 570 mil dos 3,4 milhões de jovens inscritos neste nível de ensino. Essas informações, assim como os dados sobre faltas, estão em um estudo apresentado na quarta-feira (16) pela ONG Todos Pela Educação. A pesquisa aponta ainda que cerca de 253 mil alunos formados na oitava série do ensino fundamental que poderiam ingressar no ensino médio não fizeram matrícula. A evasão e o abandono neste nível são problemas graves, que atingem tanto as áreas rurais quanto as grandes cidades, afirma Artexes. - É um fenômeno humano, que se repete nas regiões metropolitanas e no Sudeste. (R7)
CORREIO BRAZILIENSE - 22/06/2010
Adultos sem o ensino médio podem fazer Enem para obter certificação
Ascom MEC
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser feito por pessoas que buscam o certificado de conclusão dessa etapa de ensino. Ou seja, quem não cursou ou não concluiu o ensino médio tem agora a chance de fazer a prova. Caso atinja a pontuação mínima exigida – 400 pontos em cada uma das quatro áreas de conhecimento e 500 na redação – terá direito ao certificado. As matrículas do Enem de 2010 foram abertas na segunda-feira, 21, e vão se estender até 9 de julho, pela internet. Ao fazer a inscrição, o candidato à certificação deve indicar o número do CPF e preencher o questionário socioeconômico. As provas serão aplicadas em 6 e 7 de novembro. Como estabelece o edital retificado, publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira, dia 22, o candidato à obtenção do certificado de conclusão não precisa ter frequentado a escola regular nem a educação de jovens e adultos. A condição para obter a certificação é ter 18 anos completos na data de realização da primeira prova.
Cabe ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) receber as inscrições dos candidatos, aplicar e corrigir as provas. A emissão do certificado é de competência das secretarias estaduais de educação. Os institutos federais de educação, ciência e tecnologia e os centros federais de educação tecnológica (Cefets) também podem fazer a certificação com base nos resultados do Enem. Assim, o candidato deve, no ato da inscrição, indicar a secretaria, instituto ou centro federal pelo qual pretende obter a certificação. Da ficha de inscrição consta a relação de instituições certificadoras que firmaram acordo de cooperação técnica com o Inep.
PORTAL UOL EDUCAÇÃO - 22/06/2010
MEC publica instrumento de avaliação dos cursos de pedagogia
Foi publicada nessa segunda-feira (21) portaria do Ministério da Educação que institui o instrumento de avaliação dos cursos de pedagogia. O documento apresenta os aspectos que serão considerados pelos avaliadores do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) nos processos de reconhecimento dos cursos. A definição de um instrumento próprio para os cursos de pedagogia é mais uma ação do MEC no campo da formação de professores. Ele contribui para consolidar as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Pedagogia e afirma o lugar que a qualificação dos professores da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental deve assumir nesses cursos. O instrumento define os critérios de qualidade que devem ser alcançados pelos cursos para que tenham o reconhecimento do MEC. Os critérios de avaliação são organizados a partir de três fatores: organização didático-pedagógica do curso, corpo docente e instalações físicas.
Em relação à organização didático-pedagógica, serão considerados aspectos como o processo de avaliação da aprendizagem, a integração do aluno à prática educativa e a relação do curso com os sistemas públicos de ensino municipais e estaduais. No quesito corpo docente, além de considerar a titulação dos professores, o instrumento também apresenta como critério a ser avaliado a composição e atuação do Núcleo Docente Estruturante, grupo de professores da instituição responsável pela implementação das diretrizes curriculares do curso. Além de pedagogia, medicina, direito e os cursos superiores de tecnologia possuem instrumentos específicos de avaliação.
O ESTADO DE SÃO PAULO – 22/06/2010
Brasileiros reclamam por não ter tempo de ir à escola de seus filhos
Flávia Maia
Enquanto em empresas asiáticas pais que acompanham a vida escolar da prole são bem-avaliados, 58% dos brasileiros reclamam por não terem tempo de ir à escola das crianças. Um choque de interesses. É assim que vivem profissionais com filhos em idade escolar. Segundo a pesquisa Educação na agenda do próximo governo, realizada pelo grupo Ibope Inteligência, pelo movimento Todos pela Educação e pela Fundação SM, educação e emprego estão no mesmo patamar de preocupação dos brasileiros no que diz respeito à elaboração de políticas públicas no Brasil. Ou seja, para papais e mamães, tanto a educação dos filhos quanto o emprego deles são essenciais para um futuro melhor. O mesmo levantamento aponta que 90% dos entrevistados concordam que é obrigação da família participar ativamente da vida escolar dos filhos. Em países asiáticos, como o Japão e a Coreia do Sul, a participação dos responsáveis é tão efetiva que as escolas oferecem cursos para que os pais fiquem em dia com a lição dos filhos. Além disso, em muitas empresas, os funcionários ativos na educação das crianças ganham pontos positivos na avaliação de desempenho. O reflexo dessa participação aparece nos bons índices educacionais dos dois países e, consequente, no crescimento econômico deles.
No Brasil, não existem políticas empresariais nem iniciativas escolares nesse perfil. Por isso, 58% dos pais das regiões metropolitanas dizem que não têm tempo de ir à escola e 60% não sabem ajudar quando os filhos têm dúvidas, segundo dados da pesquisa A participação dos pais na educação de seus filhos, também do Ibope, da Fundação SM e da movimento Todos pela Educação, divulgada em 2009. No Distrito Federal, desde 1993, existe a Lei nº 449, que concede aos servidores distritais o direito de um abono bimestral para comparecer às reuniões de pais e mestres. Mesmo assim, as escolas precisam ser criativas para atrair os responsáveis que não são amparados por lei e os que têm dificuldade de dialogar com os chefes.
A Escola Classe 415 Norte, por exemplo, procura marcar reuniões no início dos turnos, quando os pais estão deixando os filhos no colégio. Além disso, já deixa pronta uma declaração que possa ser apresentada aos chefes. “O quorum de pais aqui é até bom, mas precisamos sempre criar estratégias para conquistá-los”, ressalta Nailda Rocha, diretora do colégio. Aproveitando da interdisciplinaridade, a escola reduziu o número de cadernos dos alunos. Em vez de cinco, agora existe apenas um, que comporta todas as matérias. “Fica mais fácil para o pai perceber o avanço do filho”, explica a diretora Nailda. Realizar campanhas com os alunos, criar elementos para os pais se lembrarem da reunião, como ímãs de geladeira e convitinhos especiais, são alternativas da escola para atrair os responsáveis pela criança.
A luta da escola tem dado certo e conquistou Ana Roberta Crisóstomo de Morais, que transferiu os dois filhos para lá. “A relação com os professores e coordenadores é muito importante. Se tem alguma coisa realmente grave, eles me ligam. Fico mais tranquila e sempre busco saber o que está acontecendo”, diz a professora de informática. Ana Roberta lembra que a outra escola chegava a atrapalhar o seu desempenho profissional por causa do número de ligações e bagunça no calendário escolar. Por isso, o bom senso da escola é imprenscindível para uma relação saudável com os pais. “A escola tem que ter critérios, em um caso de saúde, tudo bem chamar a mãe, mas uma briguinha entre colegas dá para avisar em outro horário”, analisa Nelson Fender, professor da Veris Faculdades e Carreiras.
Bom também para os filhos - A presença dos pais nas escolas tem efeito também no futuro profissional da prole. Quando os pais entram em cena, as notas dos filhos podem melhorar em até 20% segundo a pesquisa Determinantes do desempenho escolar no Brasil, realizada pelo IBMEC em 2008. A pedagoga Divaneide Lira Lima Paixão, professora da Universidade Católica de Brasília explica que a presença dos pais na educação formal é importante porque, ao verem os pais na escola e as incentivando, as crianças percebem a razão de estudar. “Levar, buscar na escola, conversar com os professores têm que ser atividade dos pais, independente da escolaridade deles. Esse conjunto de ações vai dando noção para a criança de que essa é uma etapa importante da vida dela”, explica.
JORNAL DO COMMERCIO - 22/06/2010
MEC seleciona 52.419 alunos
O Ministério da Educação (MEC) divulgou ontem o resultado da primeira chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni), que selecionou estudantes interessados em obter bolsas de estudo para cursos de ensino superior em instituições particulares. Ao todo, o MEC selecionou 52.419 candidatos para o segundo semestre deste ano, sendo 37.039 para bolsas integrais e 15.380 para bolsas parciais, que cobrem 50% da mensalidade. Os estudantes pré-selecionados deverão comparecer às instituições de ensino onde se inscreveram a partir de hoje para comprovar as informações declaradas. O prazo termina no dia 2 de julho e, se ainda houver bolsas disponíveis, o MEC fará até cinco chamadas para convocar novos estudantes.
GAZETA DE CUIABÁ - 22/06/2010
Educação é prioridade para os brasileiros
Emanuel Pinheiro
Uma pesquisa realizada recentemente pelo Ibope, a pedido do "Movimento todos pela Educação", revelou que o brasileiro elegeu a educação como uma de suas prioridades. Em 2006 a mesma pesquisa apontou como prioritário a saúde, segurança pública, emprego e em sétimo lugar a educação, ou seja, em quatro anos a educação passou de sétimo para quarto lugar da lista de suas principais necessidades. Nos últimos anos o governo federal de fato propagou várias ações na área da educação, como a ampliação das universidades federais, a criação dos institutos tecnológicos, Prouni, fortalecimento do Enem, dentre outras.
Longe ainda de ser o suficiente para realmente efetuar transformação social através da educação no Brasil, mas inegavelmente as ações do governo Lula serviram ao menos para colocar o tema como prioritário para o brasileiro, o que por si só já representa um avanço para o País, porque de certa forma direcionará o próximo governo a também eleger e estabelecer políticas públicas robustas para o setor, seja para fins eleitoreiros ou por convicção ideológica. A verdade é que a educação de qualidade precisa ser ainda socializada entre os brasileiros, de modo que as demais áreas sejam com ela beneficiadas, como a segurança pública, saúde e emprego.
A Constituição Federal em seu artigo 205 diz que a educação é um direito de todos, é dever do Estado e da família, que será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Portanto, é necessário refletir junto aos nossos educadores, pais e filhos sobre a importância da Educação. Temos de nos conscientizar sobre a qualidade de ensino, seja no papel de educador, de pai ou do Estado. Dando continuidade a política que o Governo Federal entende ser a correta, o Ministério da Educação (MEC), tomou algumas medidas para viabilizar a qualidade de ensino e fortalecer a rede pública municipal e estadual. Uma delas é a implantação, no próximo ano, do Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que servirá como base da seleção dos educadores em todo o país.
Através dos primeiros dados obtidos, o MEC poderá mapear um diagnóstico dos conhecimentos, e entender melhor a situação dos docentes no País. Resta saber se os mesmos foram qualificados para isso, se foram oferecidos subsídios para a qualificação, ou seja, se estão aptos a realizar esta avaliação, afinal, antes de cobrar por desempenhos melhores é preciso dar oportunidades. Como professor, vejo a educação como prioridade e venho defendendo veementemente novas ações, para garantir ensino público de qualidade, melhores condições de trabalho e salário para os professores e claro, políticas contra a evasão escolar, sendo a principal delas a manutenção do passe livre estudantil em Cuiabá, quando estive à frente da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos (SMTU). Investir em educação é investir em desenvolvimento, a verdadeira transformação social se dá através da educação.
CORREIO BRAZILIENSE - 21/06/2010
Fim do exame da OAB conta com apoio de internautas, mas divide senadores
Agência Senado
Requisito para ingresso nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, em consequência, para o próprio exercício da advocacia, o exame de proficiência aplicado pela entidade aos bacharéis em Direito rende polêmica desde a abertura de enquete na página do Senado sobre projeto de lei que defende sua eliminação. Com 18 dias de consulta, mais de 49 mil internautas já haviam se manifestado sobre o projeto (PLS 186/06), com 87,5% das opiniões pelo fim da prova. Sem expressar rigorosamente a opinião de toda a população, pois para isso seria necessária pesquisa com padrões de amostragem com valor estatístico, a enquete vem revelando apoio a uma idéia que está longe de ser unânime entre os senadores. Na Casa, há quem defenda o exame, outros que preferem aperfeiçoamentos no seu formato e ainda os que vão mais além, propondo exames de capacitação para todas as profissões de nível superior, mas atribuindo a liderança do processo ao governo federal. Autor do projeto que prevê o fim do exame da OAB, o senador Gilvam (PMDB-AC) questiona a ausência de isonomia expressa na exigência, já que nenhuma outra profissão requer prévia aprovação em exame de proficiência. Argumenta ainda que, para a conclusão de seu curso, o estudante de Direito já é submetido a avaliações sucessivas até o momento da graduação.
- A mim parece inaceitável que uma única prova substitua todas as provas de cinco longos anos de formação acadêmica - questionou recentemente, em Plenário. Para Gilvam Borges, a prova acabou se transformando em "fonte de estresse" para os jovens advogados, sem medir de fato a capacidade dos candidatos.
Segundo ele, o exame gerou ainda o malefício de uma "indústria" de cursinhos preparatórios que onera os bolsos dos que desejam ingressar na profissão, penalizados ainda com as altas taxas cobradas para as provas.
Proteção da liberdade - Em defesa do exame, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) afirma que a liberdade do cliente, "seu maior patrimônio", ou mesmo bens materiais cruciais para o indivíduo, dependem da habilidade do profissional que o defende. - Quando o advogado bota a placa na porta do escritório, a pessoa que por ali passa imagina que se trata de um profissional habilitado e em condições de defender seus interesses. Se o advogado não é preparado, a pessoa acaba perdendo o processo, embora a lei esteja do seu lado - justifica.
Valter Pereira defende, no entanto, aperfeiçoamentos no exame, para que venha a servir como mecanismo de acompanhamento da qualidade do ensino jurídico brasileiro. O parlamentar entende que o exame pode ser aplicado ao longo do curso de Direito, por etapas, ao final de cada ano letivo. Para o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), o cidadão precisa mesmo da garantia de bons advogados para defender sua liberdade e seu patrimônio, seja de ameaças de particulares ou do Estado. Na sua avaliação, a prova da Ordem possibilita essa garantia mínima indispensável, não havendo hipótese de ser substituída sem prejuízo pelos mecanismos de seleção do próprio mercado. - Sem uma petição correta e a adequação do caso concreto às leis vigentes, o cidadão pode muitas vezes permanecer preso devido à incompetência do advogado - observa Valadares. Sem condenar de forma geral a aplicação de exames de proficiência, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) afirma, no entanto, que os conselhos profissionais não foram criados para avaliar a capacidade dos recém-formados, mas sim para fiscalizar o exercício da profissão. Em pronunciamento feito em Plenário, ele defendeu que essa prerrogativa é exclusiva do poder público, particularmente do Ministério da Educação. Comprometido com a mesma visão, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) já tomou a iniciativa de propor projeto com a finalidade de transferir à União o papel de instituir critérios de avaliação de cursos em provas de proficiência profissional. Pelo texto (PLS 43/09), tudo será feito com a colaboração dos conselhos profissionais de cada área. A proposta dispõe sobre tema por meio de alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDO), a Lei 9.394, de 1996.
Tramitação - O projeto que extingue o exame da OAB tramitou inicialmente na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde foi aprovado parecer para que, antes da deliberação final nesse colegiado, a proposta também fosse apreciada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Mais recentemente, os projetos de Gilvam Borges e de Marcelo Crivella passaram a tramitar em conjunto. Quem atua como relator é o senador Marconi Perillo (PSDB-GO). Antes da anexação, ele havia dado parecer favorável ao projeto de Gilvam Borges, mas com emenda que substitui o fim da prova por regras para maior periodicidade, mudando ainda as formas de aplicação.
Portal UOL Educação, 21/06/2010
Peti reduz trabalho infantil e melhora desempenho escolar de crianças, avaliam famílias
Da Agência Brasil em Brasília
O MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) divulgou hoje (21) o resultado de duas pesquisas que mostram a aprovação do Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) pelas famílias beneficiárias, monitores do programa e gestores municipais. De acordo com a pesquisa, feita no final de 2008 em 120 municípios pelo Núcleo de Pesquisas, Informações e Políticas Públicas da Universidade Federal Fluminense (DATAUFF), 88,5% das famílias beneficiárias avaliaram o Peti como “bom” ou “ótimo” e 71,2% informaram que “houve melhora na situação da família após sua inserção no programa”.
Segundo o instituto da UFF, mais de 95% dos gestores municipais e 80% dos monitores que atendem a crianças e adolescentes no contra-turno escolar confirmaram que após a implantação do programa houve redução do trabalho infantil no município. Para quase metade dos monitores, o Peti melhorou o desempenho escolar pois as crianças participantes passaram a ler, escrever e interpretar textos com mais facilidade.
O Peti foi integrado pelo governo federal ao PBF (Programa Bolsa Família). Além das exigências do PBF (assiduidade escolar, cartão de vacinação em dia e realização de pré-natal), o MDS exige das famílias assistidas pelo Peti que as crianças e adolescentes mantenham frequência mensal mínima de 85% nas atividades esportivas, culturais e socioeducativas extraclasse oferecidas geralmente nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), fora do horário escolar, no chamado “serviço de convivência e fortalecimento de vínculos” que é responsabilidade dos municípios. O MDS também encomendou um estudo qualitativo (ao Instituto Herkenhoff e Prates, de Belo Horizonte) com beneficiários, mães, professores e gestores de 40 municípios. Segundo Marina Pereira Nova, do Departamento de Avaliação da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do MDS, as mães consideram mais importante a manutenção das crianças em atividades extra-escolares do que o pagamento do benefício da Bolsa Família.
“As mães foram enfáticas quanto ao impacto positivo do Peti nas suas vidas e na de seus filhos. Elas consideram o apoio financeiro da bolsa do Peti como sendo crucial para melhoria das suas condições de vida, porém, a maioria considera, também, que os ganhos advindos das atividades socioeducativas para as vidas de seus filhos eram incomparavelmente maiores do que os ganhos materiais”, escreveu Marina Nova na apresentação da pesquisa. Cerca de 820 mil crianças e adolescentes são atendidas em mais de 3,5 mil municípios que mantém atividades extra-escolares para crianças do Peti. Além do benefício do PBF (R$ 22 por filho de até 15 anos; e R$ 33 por filho de 16 e 17 anos), o Peti transfere mais R$ 40 às famílias de áreas metropolitanas (cidades com mais de 250 mil habitantes) e R$ 25 às famílias de cidades menores ou do meio rural.
REVISTA GESTÃO UNIVERSITÁRIA - EDIÇÃO 229
A aula. Marca registrada do professor
Luiz Fernando Gomes Guimarães
Em se tratando das funções docentes, temos que nos debruçar numa das mais importantes. A Aula. Seu valor e seu significado. Um ou outro leitor poderá argumentar que em qualquer instituição de ensino, o aluno deve exercitar uma autonomia que permita a ele alcançar o melhor desempenho, independentemente do tipo de docente que com ele se relaciona. No caso da educação básica, as atividades extraclasses e os estudos autônomos irão complementar o esforço do professor em busca da melhor aprendizagem. No caso das instituições de ensino superior, os estudos individuais, a pesquisa e a extensão se encarregarão de completar o processo de aprendizagem, de tal forma que a aula passa a ser, tão somente, uma ferramenta a mais. Mas bem sabemos que não é dessa forma que as coisas acontecem em nosso dia-a-dia. A aula, entendida como aquele espaço de tempo em que docente e discente interagem de forma a promover uma mudança de comportamento, ou o desenvolvimento de novas habilidades e competências ou, simplesmente, a troca de informações, constitui, ainda, em todas as instituições de ensino, públicas ou privadas, um momento de grande importância. Este ainda é um evento que determina a maior ou menor qualidade da escola e estabelece de forma inequívoca a competência de seus docentes. Cada um de nós professores, em algum momento, já se questionou se a sua a aula é uma oportunidade especial de aprendizagem ou simplesmente uma obrigação com uma grande carga de “stress” e que deve ser encarada como um ônus inescapável do ofício. Lembro de um colega, professor de química, daqueles que a gente chama de “taxista”, pois pulava de uma escola para outra, se esfalfando para dar conta da quantidade de aulas necessárias à sua manutenção e da família. Eram muitas aulas e muitas escolas e nunca sobrava tempo para o preparo adequado das atividades. Um dia se viu convocado para ministrar uma aula prática, onde o roteiro – copiado de um texto em espanhol – indicava que determinada mistura daria origem a um precipitado “rojo”. E, feita a mistura, os alunos obtinham sempre um precipitado vermelho e não roxo, como o professor antecipou. O nosso colega já desesperado. Trocou os reagentes, pensando em contaminação ou possíveis erros e nada, lá estava o precipitado vermelho, em todas as bancadas. E o que é trágico para o docente: os alunos cochichando e “zoando” o professor. Lá pelas tantas, não podendo encontrar uma explicação convincente, saiu-se com a pérola: “na química é assim mesmo. Tem hora que dá certo e tem hora que não dá certo...” Não se lembrou de olhar no dicionário, onde encontraria a tradução de rojo” que, em espanhol, significa vermelho.
Ser professor nestas circunstâncias é muito difícil. Torturante. Cabe então uma reflexão sobre este momento de encontro entre aprendizes e professores. A aula é realmente um espaço de realização ou um instante de castigo e agonia? Cada docente deve buscar em seu íntimo, a resposta a esse dilema. Os que a consideram um momento especial e mágico vão, sem dúvida, procurar a cumplicidade de seus alunos. Vão respeitar este momento como a razão maior de sua profissão e tudo farão para que ela seja sempre especial. Aplicarão as metodologias mais adequadas e motivadoras para a aprendizagem, estarão preocupados com que a avaliação seja compatível com o ritmo dos seus alunos e procurarão perceber e buscar soluções para a “não aprendizagem”, isto é, aquele conteúdo que não foi assimilado. Enfim, estarão abertos a um diálogo permanente com a turma e com cada um dos indivíduos que fazem parte do grupo. Perceberão, que nem sempre fazer um bom ensino terá como conseqüência uma boa aprendizagem. E buscarão um equilíbrio entre as duas coisas... Para aqueles que não se preocupam com essas premissas, a aula será sempre um pesadelo, um enorme sacrifício e, por mal dos pecados, um sacrifício quase sempre considerado mal pago...
Não atendidas as condições para a criação do bom ambiente em sala de aula teremos, muitas vezes, a explosão de antagonismos e conflitos. Nessa hipótese não existem vencedores, todos sairão feridos de alguma forma. O docente pela perda da dignidade e respeito quando envolvido nessas situações e os estudantes pela perda de tempo e desperdício da oportunidade de aprender e melhorar cada vez mais. Qual a origem dessas situações conflituosas? No meu entendimento uma razão se sobrepõe a todas as demais: a insensibilidade. Quase sempre a causa estará no fato de que o professor ou professora deixa de perceber “o outro” que se encontra no papel de aluno e o vê somente como alguma “coisa” sem história pessoal, sem experiências, sem contribuições, enfim, um ente que se assemelha a um “saco” no qual são jogadas, a cada dia, novas informações. Este aluno se torna, literalmente num fardo que se tem de carregar durante um determinado período e ponto final. Esta é a base de uma dificuldade geradora de todos as demais. A falta de respeito pelo sujeito-estudante. Digo sempre que não somos obrigados a amar ou gostar de alguém, que, no caso, é o nosso aluno, mas o respeito ao outro será sempre a condição primordial para termos sucesso em nossas atividades, especialmente no caso da docência.
E respeitar o aluno não significa somente tratá-lo bem. Significa cumprir horários e prazos e não faltar às aulas sem justificativa. Significa discutir com ele as avaliações realizadas e cumprir com os combinados feitos. É também saber ouvir e usar da sua autoridade como docente sem que isso se transforme em exercício de autoritarismo. O professor respeita o estudante quando pratica o seu papel de tutor e orientador de aprendizagem, sem se transformar em dono de uma verdade que, às vezes, aflora e insiste em querer ser única e indiscutível. Respeitar o aluno é ainda, reconhecer que o mundo é plural e que a diversidade e o livre arbítrio são prerrogativas humanas e, então, a cada um, desde que respeitando o outro, é dado o direito de exercitar os limites desses atributos. Finalmente, respeitar o aluno é deixar todos os preconceitos do lado de fora da sala de aula e estar pronto a transformar aquele momento numa oportunidade de descobertas de lado a lado. Em se tratando de respeito, uma das maiores demonstrações dessa atitude é o preparo da aula.
Preparar-se para uma aula é estabelecer os caminhos que os atores do processo percorrerão em busca das habilidades, competências e saberes pretendidos. Ninguém se aventura em espaços, ambientes e situações sem um planejamento prévio e sem um roteiro anteriormente estruturado e estudado. Ninguém ousa fazer uma viagem para lugares desconhecidos sem um plano previamente preparado. Planejar a aula é definir a maneira de desenvolvê-la a fim de torná-la prazerosa, inteligente e desafiadora, de tal forma que os alunos sejam instados a nela se envolverem. É fugir da situação constrangedora criada pelo nosso colega, quando se obrigou a desqualificar a disciplina e desrespeitou seus alunos e a si mesmo pelo fato de não ter se preparado... O professor deve assumir plenamente o seu papel de orientador e, através do diálogo permanente, tentar levar o aluno a descobertas que poderão propiciar um conhecimento novo. É fácil este processo? Com certeza não. Mas não existe outra forma de se alcançar o sucesso neste empreendimento, isto é, ensinar e garantir que o outro tenha aprendido. A aula deve ter um ciclo completo, isto é, ter início, meio e fim. O aluno deve saber de antemão aonde se quer chegar. O professor deve estar atento para as possíveis dificuldades de entendimento, seja do conteúdo em si, seja das expressões utilizadas. Pode e deve utilizar a melhor tecnologia disponível. As metodologias adotadas devem ser previamente conhecidas e testadas. Os conteúdos devem estar organizados e seqüenciados. O material didático utilizado deve ser o melhor possível. Enfim, essas são recomendações mínimas sobejamente conhecidas por todos. A elas acrescento mais uma. A aula, para ser prazerosa deve vir acompanhada pelo molho da paixão de quem a ministra. Não basta ter o domínio dos conteúdos e preparar as atividades com cuidado. É necessário que ela venha acompanhada pelo amor ao trabalho que se traduz na determinação e garra para fazer as coisas bem feitas. Tudo isso, sem dúvida, ajuda a fazer uma boa aula.
Os versos de Thiago de Mello, em seu poema “A Vida Verdadeira”, representam bem o “carma” de todos nós, professores e professoras: "Pois aqui está a minha vida. Pronta para ser usada. Vida que não se guarda. Nem se esquiva, assustada. Vida sempre a serviço da vida. Para ser ao que vale a pena e ao preço do amor". Ainda que o gesto me doa, não encolho a mão: avanço levando um ramo de sol. Mesmo enrolada de pó, dentro da noite mais fria, a vida que vai comigo é fogo: está sempre acesa. (*) Texto retirado do livro: “Ensinando para aprender, aprendendo para viver”- Ed.Literato – Belo Horizonte – 2010. (**) O Prof. Luiz Fernando Gomes Guimarães, é educador, gestor de instituições de ensino e consultor na área da educação básica e superior.
Observação: as notícias deste clipping são
meramente informativas, publicadas em jornais
diários. Portanto, não expressam a opinião do SINPEEM.
A DIRETORIA
CLAUDIO FONSECA
Presidente
http://twitter.com/sinpeem_oficial
http://twitter.com/pclaudiofonseca
Segundo o IBGE, a pesquisa visa principalmente mensurar as estruturas de consumo, dos gastos, dos rendimentos e parte da variação patrimonial das famílias.
A ideia é estudar a composição dos gastos das famílias segundo as classes de rendimentos, as disparidades regionais, as áreas urbana e rural, a extensão do endividamento familiar, a difusão e o volume das transferências entre as diferentes classes de renda e a dimensão do mercado consumidor para grupos de produtos e serviços.
SPTV 2ª EDIÇÃO – 23/06/2010
Câmara aprova reajuste de 33,7% para funcionários da educação em SP
Aumento é dividido em três parcelas de 10,19%, a partir de maio de 2011.
Oposição e base aliada disputaram autoria do projeto de lei
Emilio Sant'Anna
Do G1 SP
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (23) um aumento de 33,79% para os 92 mil funcionários da educação da capital paulista. O reajuste, no entanto, será dividido em três parcelas de 10,79% que serão pagos em maio de 2011, 2012 e 2013. O impacto para os cofres da Prefeitura será de R$ 4,3 bilhões até 2014.
Em clima de disputa por sua autoria, o projeto foi apresentado pelo Executivo municipal com previsão de reajuste de 28,41%. A oposição se mobilizou e apresentou um substitutivo que adicionou 1,5% ao aumento proposto para a categoria.
“A Prefeitura tem aumentado a arrecadação e a educação é uma área estratégica”, afirma o vereador José Américo, líder da bancada do PT.
“Só de IPTU deve ser cerca de R$ 1 bilhão de aumento na arrecadação neste ano. O aumento para os professores é mais do que justo”, afirma Aurélio Miguel (PR).
Para os professores que ganham hoje menos que o piso de R$ 2,2 mil, o projeto prevê o pagamento de um abono retroativo a maio deste ano para a composição do salário base. “O projeto tira o professor de um piso de R$ 1,7 mil e lhe dá três aumentos escalonados”, diz o vereador Cláudio Fonseca (PPS), da bancada governista.
O projeto votado pela câmara precisa agora ser sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). “O projeto deve ser sancionado, pois o prefeito tem sido sensivelmente aberto às reivindicações dos servidores municipais”, diz o líder do governo na Câmara, vereador Police neto (PSDB).
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/06/2010
Por uma universidade pública
A dificuldade econômica da universidade pública na atualidade é fruto de uma negligência proposital do Estado com o ensino público
FRANCISCO DE OLIVEIRA, PAULO ARANTES, LUIZ MARTINS e J. SOUTO MAIOR
O reitor da Universidade de São Paulo publicou neste espaço ("Mecenato e universidade", 10/6) artigo com alguns argumentos que precisam ser democraticamente contrapostos. Para ele, os problemas da USP partem de uma razão econômica. A saída que expõe é uma contradição em termos: o ingresso de dinheiro privado para a melhoria da universidade pública. Para proteger a universidade pública, que é melhor que a privada, diz que a universidade pública deve abrir suas portas para o dinheiro privado. No fundo, o que a sua solução esconde é a tentativa de privatizar o ensino público. Ora, não se tendo conseguido fazer com que as entidades privadas prevalecessem no cenário educacional, busca-se fazer com que o ensino público forneça o material humano necessário para os fins da iniciativa privada. A dificuldade econômica pela qual passa a universidade pública é fruto de uma negligência proposital do Estado com o ensino público, que se pretende compensar com o investimento privado. Este último cria, na verdade, uma perigosa promiscuidade que desvirtua a razão de ser do ensino público, que deve se voltar para os problemas sociopolítico-econômicos gerais do país. Mas mais grave ainda é a forma pela qual se vislumbra tal "parceria". Na Faculdade de Direito, ela se fez para duvidosas reformas arquitetônicas que nada acrescentaram à melhoria do ensino. Além disso, para se chegar a tanto, foram desrespeitados diversos preceitos da ordem jurídica. O que o reitor chama de "modernização" constituiu grave ilegalidade.
Cumpre resgatar o respeito à ordem jurídica, ainda mais à luz do grotesco episódio de transposição dos livros das bibliotecas departamentais, da noite para o dia, para um prédio desprovido de condições, e cuja devolução ao local de origem, por determinação do Ministério Público, vem se arrastando há mais de três semanas... Tais ilegalidades justificariam um processo de improbidade administrativa contra o reitor, que, além do mais, em entrevista recente à Rede Bandeirantes, referiu-se à USP, faltando com o decoro acadêmico mínimo, como "terra de ninguém", "tomada por invasores" e "assemelhada a morros do Rio de Janeiro", em vias de "virar um Haiti". O grande passo que precisa ser dado pela USP é a sua reestruturação, buscando a democratização interna e externa, mediante o voto universal, condição para uma estatuinte e um processo rumo à superação do vestibular, visando o acesso universalizado à universidade pública, tal como é no México e na Argentina há quase um século.
O reconhecimento republicano da igualdade de voto e de cidadania de professores, estudantes e trabalhadores supõe o respeito pleno às manifestações dos servidores que legitimamente lutam por direitos. A reitoria afirma que os trabalhadores em greve estão cometendo uma ilegalidade e comete o abuso de cortar o ponto de mil servidores, mirando com suas punições principalmente alguns de menor salário. Mas a greve é um direito fundamental consagrado e, sobretudo, se justifica quando os trabalhadores são atingidos, na sua concepção, por ilegalidades cometidas pelo empregador. Negar a greve como um direito e fixar represálias ou coações constitui, por si, um grave atentado à democracia. Todos os que prezam o regime democrático devem se alinhar com os trabalhadores da USP, que fazem história com suas lutas, contribuindo vivamente para a democratização da universidade, tal como os operários do ABC que, nos idos de 1978-80, desafiaram publicamente a repressão e levaram à reconstrução da ordem jurídica do país.
FRANCISCO DE OLIVEIRA é professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP). PAULO ARANTES é professor da FFLCH-USP. LUIZ RENATO MARTINS é professor da Escola de Comunicações e Artes da USP. JORGE LUIZ SOUTO MAIOR é professor associado da Faculdade de Direito da USP.
CORREIO BRAZILIENSE - 22/06/2010
Governo poderá criar olimpíada para estimular esporte na educação básica
Agência Senado
O Poder Executivo poderá ser autorizado a criar a Olimpíada Brasileira do Esporte, para dinamizar a prática de modalidades olímpicas entre estudantes das escolas públicas e privadas da educação básica. Proposta nesse sentido consta da pauta da reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, que se reúne nesta terça-feira (22/6). De autoria do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o projeto visa identificar jovens talentos e incentivar a prática desportiva amadora e de competição. O relator, senador Jefferson Praia (PDT-AM), apresentou voto favorável à matéria, que terá decisão terminativa na CE. A Comissão analisa ainda, entre as 22 proposições em pauta, proposta que obriga formação de nível superior para professores da educação básica e projeto da Câmara que trata do direito à prática religiosa.
PORTAL APRENDIZ - 22/06/2010
Quase 25% dos jovens faltam às aulas sem motivo
Quase 25% dos alunos do ensino médio faltam às aulas sem ter motivo, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) reunidos por Elaine Toldo Pazello, diretora de pesquisas educacionais do Inep (órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem). O número inclui jovens do sexo masculino. No caso das meninas, 18% também disseram não ter ido às aulas "porque não quiseram". Os dados valem tanto para escolas públicas quanto particulares. O número de faltas gira entre um e dez dias para cerca de 40% dos estudantes. Em média, os alunos do nível médio faltam um dia a mais que os do fundamental, e os de escola pública faltam mais um dia que os da rede particular, em um período de dois meses. A maior razão apontada para as faltas é doença: 48% das garotas usaram este argumento, contra 42% dos meninos. Menos de 1% disse ter se ausentado do colégio porque era distante (em torno de 0,5%) ou por falta de dinheiro (0,9% em média). Uma parte significativa dos estudantes de escolas públicas, entretanto, disse que greves e a falta de professores foram razões para faltarem - 9,3% das meninas e 8,6% dos meninos.
Elaine sugere que mudar a estrutura e as aulas do ensino médio pode ajudar a manter os estudantes na escola. Os dados, diz ela, confirmam que o motivo para os alunos faltarem não são falta de transporte, dificuldade de acompanhar o curso nem a renda. - Por que os estudantes faltam? Acho que é isso que temos que perguntar. Provavelmente o que ele [aluno] faz na escola não está sendo tão animador. Já foi proposto abrir a jornada do estudante, aprender e estudar a rotina dele. Acho que isso é importante. Os dados da Pnad, os mais recentes a respeito de faltas nas aulas, são de 2004. Diretor de orientações curriculares do MEC (Ministério da Educação), Carlos Artexes concorda com Elaine. Ele afirma que o currículo do ensino médio deveria ter mais ligação com a realidade do adolescente.
- É preciso mudar a cultura da escola média do Brasil. As aulas precisam ser construídas como um projeto de vida do estudante, não como conhecimento enciclopédico. Existe outra componente [que define a ausência na escola], mais complexa. Ela tem a ver com o que quer a pessoa humana. Dos alunos matriculados no ensino médio brasileiro, 16,5% abandonam os estudos já no primeiro ano. O número equivale a quase 570 mil dos 3,4 milhões de jovens inscritos neste nível de ensino. Essas informações, assim como os dados sobre faltas, estão em um estudo apresentado na quarta-feira (16) pela ONG Todos Pela Educação. A pesquisa aponta ainda que cerca de 253 mil alunos formados na oitava série do ensino fundamental que poderiam ingressar no ensino médio não fizeram matrícula. A evasão e o abandono neste nível são problemas graves, que atingem tanto as áreas rurais quanto as grandes cidades, afirma Artexes. - É um fenômeno humano, que se repete nas regiões metropolitanas e no Sudeste. (R7)
CORREIO BRAZILIENSE - 22/06/2010
Adultos sem o ensino médio podem fazer Enem para obter certificação
Ascom MEC
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser feito por pessoas que buscam o certificado de conclusão dessa etapa de ensino. Ou seja, quem não cursou ou não concluiu o ensino médio tem agora a chance de fazer a prova. Caso atinja a pontuação mínima exigida – 400 pontos em cada uma das quatro áreas de conhecimento e 500 na redação – terá direito ao certificado. As matrículas do Enem de 2010 foram abertas na segunda-feira, 21, e vão se estender até 9 de julho, pela internet. Ao fazer a inscrição, o candidato à certificação deve indicar o número do CPF e preencher o questionário socioeconômico. As provas serão aplicadas em 6 e 7 de novembro. Como estabelece o edital retificado, publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira, dia 22, o candidato à obtenção do certificado de conclusão não precisa ter frequentado a escola regular nem a educação de jovens e adultos. A condição para obter a certificação é ter 18 anos completos na data de realização da primeira prova.
Cabe ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) receber as inscrições dos candidatos, aplicar e corrigir as provas. A emissão do certificado é de competência das secretarias estaduais de educação. Os institutos federais de educação, ciência e tecnologia e os centros federais de educação tecnológica (Cefets) também podem fazer a certificação com base nos resultados do Enem. Assim, o candidato deve, no ato da inscrição, indicar a secretaria, instituto ou centro federal pelo qual pretende obter a certificação. Da ficha de inscrição consta a relação de instituições certificadoras que firmaram acordo de cooperação técnica com o Inep.
PORTAL UOL EDUCAÇÃO - 22/06/2010
MEC publica instrumento de avaliação dos cursos de pedagogia
Foi publicada nessa segunda-feira (21) portaria do Ministério da Educação que institui o instrumento de avaliação dos cursos de pedagogia. O documento apresenta os aspectos que serão considerados pelos avaliadores do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) nos processos de reconhecimento dos cursos. A definição de um instrumento próprio para os cursos de pedagogia é mais uma ação do MEC no campo da formação de professores. Ele contribui para consolidar as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Pedagogia e afirma o lugar que a qualificação dos professores da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental deve assumir nesses cursos. O instrumento define os critérios de qualidade que devem ser alcançados pelos cursos para que tenham o reconhecimento do MEC. Os critérios de avaliação são organizados a partir de três fatores: organização didático-pedagógica do curso, corpo docente e instalações físicas.
Em relação à organização didático-pedagógica, serão considerados aspectos como o processo de avaliação da aprendizagem, a integração do aluno à prática educativa e a relação do curso com os sistemas públicos de ensino municipais e estaduais. No quesito corpo docente, além de considerar a titulação dos professores, o instrumento também apresenta como critério a ser avaliado a composição e atuação do Núcleo Docente Estruturante, grupo de professores da instituição responsável pela implementação das diretrizes curriculares do curso. Além de pedagogia, medicina, direito e os cursos superiores de tecnologia possuem instrumentos específicos de avaliação.
O ESTADO DE SÃO PAULO – 22/06/2010
Brasileiros reclamam por não ter tempo de ir à escola de seus filhos
Flávia Maia
Enquanto em empresas asiáticas pais que acompanham a vida escolar da prole são bem-avaliados, 58% dos brasileiros reclamam por não terem tempo de ir à escola das crianças. Um choque de interesses. É assim que vivem profissionais com filhos em idade escolar. Segundo a pesquisa Educação na agenda do próximo governo, realizada pelo grupo Ibope Inteligência, pelo movimento Todos pela Educação e pela Fundação SM, educação e emprego estão no mesmo patamar de preocupação dos brasileiros no que diz respeito à elaboração de políticas públicas no Brasil. Ou seja, para papais e mamães, tanto a educação dos filhos quanto o emprego deles são essenciais para um futuro melhor. O mesmo levantamento aponta que 90% dos entrevistados concordam que é obrigação da família participar ativamente da vida escolar dos filhos. Em países asiáticos, como o Japão e a Coreia do Sul, a participação dos responsáveis é tão efetiva que as escolas oferecem cursos para que os pais fiquem em dia com a lição dos filhos. Além disso, em muitas empresas, os funcionários ativos na educação das crianças ganham pontos positivos na avaliação de desempenho. O reflexo dessa participação aparece nos bons índices educacionais dos dois países e, consequente, no crescimento econômico deles.
No Brasil, não existem políticas empresariais nem iniciativas escolares nesse perfil. Por isso, 58% dos pais das regiões metropolitanas dizem que não têm tempo de ir à escola e 60% não sabem ajudar quando os filhos têm dúvidas, segundo dados da pesquisa A participação dos pais na educação de seus filhos, também do Ibope, da Fundação SM e da movimento Todos pela Educação, divulgada em 2009. No Distrito Federal, desde 1993, existe a Lei nº 449, que concede aos servidores distritais o direito de um abono bimestral para comparecer às reuniões de pais e mestres. Mesmo assim, as escolas precisam ser criativas para atrair os responsáveis que não são amparados por lei e os que têm dificuldade de dialogar com os chefes.
A Escola Classe 415 Norte, por exemplo, procura marcar reuniões no início dos turnos, quando os pais estão deixando os filhos no colégio. Além disso, já deixa pronta uma declaração que possa ser apresentada aos chefes. “O quorum de pais aqui é até bom, mas precisamos sempre criar estratégias para conquistá-los”, ressalta Nailda Rocha, diretora do colégio. Aproveitando da interdisciplinaridade, a escola reduziu o número de cadernos dos alunos. Em vez de cinco, agora existe apenas um, que comporta todas as matérias. “Fica mais fácil para o pai perceber o avanço do filho”, explica a diretora Nailda. Realizar campanhas com os alunos, criar elementos para os pais se lembrarem da reunião, como ímãs de geladeira e convitinhos especiais, são alternativas da escola para atrair os responsáveis pela criança.
A luta da escola tem dado certo e conquistou Ana Roberta Crisóstomo de Morais, que transferiu os dois filhos para lá. “A relação com os professores e coordenadores é muito importante. Se tem alguma coisa realmente grave, eles me ligam. Fico mais tranquila e sempre busco saber o que está acontecendo”, diz a professora de informática. Ana Roberta lembra que a outra escola chegava a atrapalhar o seu desempenho profissional por causa do número de ligações e bagunça no calendário escolar. Por isso, o bom senso da escola é imprenscindível para uma relação saudável com os pais. “A escola tem que ter critérios, em um caso de saúde, tudo bem chamar a mãe, mas uma briguinha entre colegas dá para avisar em outro horário”, analisa Nelson Fender, professor da Veris Faculdades e Carreiras.
Bom também para os filhos - A presença dos pais nas escolas tem efeito também no futuro profissional da prole. Quando os pais entram em cena, as notas dos filhos podem melhorar em até 20% segundo a pesquisa Determinantes do desempenho escolar no Brasil, realizada pelo IBMEC em 2008. A pedagoga Divaneide Lira Lima Paixão, professora da Universidade Católica de Brasília explica que a presença dos pais na educação formal é importante porque, ao verem os pais na escola e as incentivando, as crianças percebem a razão de estudar. “Levar, buscar na escola, conversar com os professores têm que ser atividade dos pais, independente da escolaridade deles. Esse conjunto de ações vai dando noção para a criança de que essa é uma etapa importante da vida dela”, explica.
JORNAL DO COMMERCIO - 22/06/2010
MEC seleciona 52.419 alunos
O Ministério da Educação (MEC) divulgou ontem o resultado da primeira chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni), que selecionou estudantes interessados em obter bolsas de estudo para cursos de ensino superior em instituições particulares. Ao todo, o MEC selecionou 52.419 candidatos para o segundo semestre deste ano, sendo 37.039 para bolsas integrais e 15.380 para bolsas parciais, que cobrem 50% da mensalidade. Os estudantes pré-selecionados deverão comparecer às instituições de ensino onde se inscreveram a partir de hoje para comprovar as informações declaradas. O prazo termina no dia 2 de julho e, se ainda houver bolsas disponíveis, o MEC fará até cinco chamadas para convocar novos estudantes.
GAZETA DE CUIABÁ - 22/06/2010
Educação é prioridade para os brasileiros
Emanuel Pinheiro
Uma pesquisa realizada recentemente pelo Ibope, a pedido do "Movimento todos pela Educação", revelou que o brasileiro elegeu a educação como uma de suas prioridades. Em 2006 a mesma pesquisa apontou como prioritário a saúde, segurança pública, emprego e em sétimo lugar a educação, ou seja, em quatro anos a educação passou de sétimo para quarto lugar da lista de suas principais necessidades. Nos últimos anos o governo federal de fato propagou várias ações na área da educação, como a ampliação das universidades federais, a criação dos institutos tecnológicos, Prouni, fortalecimento do Enem, dentre outras.
Longe ainda de ser o suficiente para realmente efetuar transformação social através da educação no Brasil, mas inegavelmente as ações do governo Lula serviram ao menos para colocar o tema como prioritário para o brasileiro, o que por si só já representa um avanço para o País, porque de certa forma direcionará o próximo governo a também eleger e estabelecer políticas públicas robustas para o setor, seja para fins eleitoreiros ou por convicção ideológica. A verdade é que a educação de qualidade precisa ser ainda socializada entre os brasileiros, de modo que as demais áreas sejam com ela beneficiadas, como a segurança pública, saúde e emprego.
A Constituição Federal em seu artigo 205 diz que a educação é um direito de todos, é dever do Estado e da família, que será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Portanto, é necessário refletir junto aos nossos educadores, pais e filhos sobre a importância da Educação. Temos de nos conscientizar sobre a qualidade de ensino, seja no papel de educador, de pai ou do Estado. Dando continuidade a política que o Governo Federal entende ser a correta, o Ministério da Educação (MEC), tomou algumas medidas para viabilizar a qualidade de ensino e fortalecer a rede pública municipal e estadual. Uma delas é a implantação, no próximo ano, do Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que servirá como base da seleção dos educadores em todo o país.
Através dos primeiros dados obtidos, o MEC poderá mapear um diagnóstico dos conhecimentos, e entender melhor a situação dos docentes no País. Resta saber se os mesmos foram qualificados para isso, se foram oferecidos subsídios para a qualificação, ou seja, se estão aptos a realizar esta avaliação, afinal, antes de cobrar por desempenhos melhores é preciso dar oportunidades. Como professor, vejo a educação como prioridade e venho defendendo veementemente novas ações, para garantir ensino público de qualidade, melhores condições de trabalho e salário para os professores e claro, políticas contra a evasão escolar, sendo a principal delas a manutenção do passe livre estudantil em Cuiabá, quando estive à frente da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos (SMTU). Investir em educação é investir em desenvolvimento, a verdadeira transformação social se dá através da educação.
CORREIO BRAZILIENSE - 21/06/2010
Fim do exame da OAB conta com apoio de internautas, mas divide senadores
Agência Senado
Requisito para ingresso nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, em consequência, para o próprio exercício da advocacia, o exame de proficiência aplicado pela entidade aos bacharéis em Direito rende polêmica desde a abertura de enquete na página do Senado sobre projeto de lei que defende sua eliminação. Com 18 dias de consulta, mais de 49 mil internautas já haviam se manifestado sobre o projeto (PLS 186/06), com 87,5% das opiniões pelo fim da prova. Sem expressar rigorosamente a opinião de toda a população, pois para isso seria necessária pesquisa com padrões de amostragem com valor estatístico, a enquete vem revelando apoio a uma idéia que está longe de ser unânime entre os senadores. Na Casa, há quem defenda o exame, outros que preferem aperfeiçoamentos no seu formato e ainda os que vão mais além, propondo exames de capacitação para todas as profissões de nível superior, mas atribuindo a liderança do processo ao governo federal. Autor do projeto que prevê o fim do exame da OAB, o senador Gilvam (PMDB-AC) questiona a ausência de isonomia expressa na exigência, já que nenhuma outra profissão requer prévia aprovação em exame de proficiência. Argumenta ainda que, para a conclusão de seu curso, o estudante de Direito já é submetido a avaliações sucessivas até o momento da graduação.
- A mim parece inaceitável que uma única prova substitua todas as provas de cinco longos anos de formação acadêmica - questionou recentemente,
Segundo ele, o exame gerou ainda o malefício de uma "indústria" de cursinhos preparatórios que onera os bolsos dos que desejam ingressar na profissão, penalizados ainda com as altas taxas cobradas para as provas.
Proteção da liberdade - Em defesa do exame, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) afirma que a liberdade do cliente, "seu maior patrimônio", ou mesmo bens materiais cruciais para o indivíduo, dependem da habilidade do profissional que o defende. - Quando o advogado bota a placa na porta do escritório, a pessoa que por ali passa imagina que se trata de um profissional habilitado e em condições de defender seus interesses. Se o advogado não é preparado, a pessoa acaba perdendo o processo, embora a lei esteja do seu lado - justifica.
Valter Pereira defende, no entanto, aperfeiçoamentos no exame, para que venha a servir como mecanismo de acompanhamento da qualidade do ensino jurídico brasileiro. O parlamentar entende que o exame pode ser aplicado ao longo do curso de Direito, por etapas, ao final de cada ano letivo. Para o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), o cidadão precisa mesmo da garantia de bons advogados para defender sua liberdade e seu patrimônio, seja de ameaças de particulares ou do Estado. Na sua avaliação, a prova da Ordem possibilita essa garantia mínima indispensável, não havendo hipótese de ser substituída sem prejuízo pelos mecanismos de seleção do próprio mercado. - Sem uma petição correta e a adequação do caso concreto às leis vigentes, o cidadão pode muitas vezes permanecer preso devido à incompetência do advogado - observa Valadares. Sem condenar de forma geral a aplicação de exames de proficiência, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) afirma, no entanto, que os conselhos profissionais não foram criados para avaliar a capacidade dos recém-formados, mas sim para fiscalizar o exercício da profissão. Em pronunciamento feito em Plenário, ele defendeu que essa prerrogativa é exclusiva do poder público, particularmente do Ministério da Educação. Comprometido com a mesma visão, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) já tomou a iniciativa de propor projeto com a finalidade de transferir à União o papel de instituir critérios de avaliação de cursos em provas de proficiência profissional. Pelo texto (PLS 43/09), tudo será feito com a colaboração dos conselhos profissionais de cada área. A proposta dispõe sobre tema por meio de alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDO), a Lei 9.394, de 1996.
Tramitação - O projeto que extingue o exame da OAB tramitou inicialmente na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde foi aprovado parecer para que, antes da deliberação final nesse colegiado, a proposta também fosse apreciada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Mais recentemente, os projetos de Gilvam Borges e de Marcelo Crivella passaram a tramitar
Portal UOL Educação, 21/06/2010
Peti reduz trabalho infantil e melhora desempenho escolar de crianças, avaliam famílias
Da Agência Brasil
O MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) divulgou hoje (21) o resultado de duas pesquisas que mostram a aprovação do Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) pelas famílias beneficiárias, monitores do programa e gestores municipais. De acordo com a pesquisa, feita no final de 2008 em 120 municípios pelo Núcleo de Pesquisas, Informações e Políticas Públicas da Universidade Federal Fluminense (DATAUFF), 88,5% das famílias beneficiárias avaliaram o Peti como “bom” ou “ótimo” e 71,2% informaram que “houve melhora na situação da família após sua inserção no programa”.
Segundo o instituto da UFF, mais de 95% dos gestores municipais e 80% dos monitores que atendem a crianças e adolescentes no contra-turno escolar confirmaram que após a implantação do programa houve redução do trabalho infantil no município. Para quase metade dos monitores, o Peti melhorou o desempenho escolar pois as crianças participantes passaram a ler, escrever e interpretar textos com mais facilidade.
O Peti foi integrado pelo governo federal ao PBF (Programa Bolsa Família). Além das exigências do PBF (assiduidade escolar, cartão de vacinação em dia e realização de pré-natal), o MDS exige das famílias assistidas pelo Peti que as crianças e adolescentes mantenham frequência mensal mínima de 85% nas atividades esportivas, culturais e socioeducativas extraclasse oferecidas geralmente nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), fora do horário escolar, no chamado “serviço de convivência e fortalecimento de vínculos” que é responsabilidade dos municípios. O MDS também encomendou um estudo qualitativo (ao Instituto Herkenhoff e Prates, de Belo Horizonte) com beneficiários, mães, professores e gestores de 40 municípios. Segundo Marina Pereira Nova, do Departamento de Avaliação da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do MDS, as mães consideram mais importante a manutenção das crianças em atividades extra-escolares do que o pagamento do benefício da Bolsa Família.
“As mães foram enfáticas quanto ao impacto positivo do Peti nas suas vidas e na de seus filhos. Elas consideram o apoio financeiro da bolsa do Peti como sendo crucial para melhoria das suas condições de vida, porém, a maioria considera, também, que os ganhos advindos das atividades socioeducativas para as vidas de seus filhos eram incomparavelmente maiores do que os ganhos materiais”, escreveu Marina Nova na apresentação da pesquisa. Cerca de 820 mil crianças e adolescentes são atendidas em mais de 3,5 mil municípios que mantém atividades extra-escolares para crianças do Peti. Além do benefício do PBF (R$ 22 por filho de até 15 anos; e R$ 33 por filho de 16 e 17 anos), o Peti transfere mais R$ 40 às famílias de áreas metropolitanas (cidades com mais de 250 mil habitantes) e R$ 25 às famílias de cidades menores ou do meio rural.
REVISTA GESTÃO UNIVERSITÁRIA - EDIÇÃO 229
A aula. Marca registrada do professor
Luiz Fernando Gomes Guimarães
Em se tratando das funções docentes, temos que nos debruçar numa das mais importantes. A Aula. Seu valor e seu significado. Um ou outro leitor poderá argumentar que em qualquer instituição de ensino, o aluno deve exercitar uma autonomia que permita a ele alcançar o melhor desempenho, independentemente do tipo de docente que com ele se relaciona. No caso da educação básica, as atividades extraclasses e os estudos autônomos irão complementar o esforço do professor em busca da melhor aprendizagem. No caso das instituições de ensino superior, os estudos individuais, a pesquisa e a extensão se encarregarão de completar o processo de aprendizagem, de tal forma que a aula passa a ser, tão somente, uma ferramenta a mais. Mas bem sabemos que não é dessa forma que as coisas acontecem em nosso dia-a-dia. A aula, entendida como aquele espaço de tempo em que docente e discente interagem de forma a promover uma mudança de comportamento, ou o desenvolvimento de novas habilidades e competências ou, simplesmente, a troca de informações, constitui, ainda, em todas as instituições de ensino, públicas ou privadas, um momento de grande importância. Este ainda é um evento que determina a maior ou menor qualidade da escola e estabelece de forma inequívoca a competência de seus docentes. Cada um de nós professores, em algum momento, já se questionou se a sua a aula é uma oportunidade especial de aprendizagem ou simplesmente uma obrigação com uma grande carga de “stress” e que deve ser encarada como um ônus inescapável do ofício. Lembro de um colega, professor de química, daqueles que a gente chama de “taxista”, pois pulava de uma escola para outra, se esfalfando para dar conta da quantidade de aulas necessárias à sua manutenção e da família. Eram muitas aulas e muitas escolas e nunca sobrava tempo para o preparo adequado das atividades. Um dia se viu convocado para ministrar uma aula prática, onde o roteiro – copiado de um texto em espanhol – indicava que determinada mistura daria origem a um precipitado “rojo”. E, feita a mistura, os alunos obtinham sempre um precipitado vermelho e não roxo, como o professor antecipou. O nosso colega já desesperado. Trocou os reagentes, pensando em contaminação ou possíveis erros e nada, lá estava o precipitado vermelho, em todas as bancadas. E o que é trágico para o docente: os alunos cochichando e “zoando” o professor. Lá pelas tantas, não podendo encontrar uma explicação convincente, saiu-se com a pérola: “na química é assim mesmo. Tem hora que dá certo e tem hora que não dá certo...” Não se lembrou de olhar no dicionário, onde encontraria a tradução de rojo” que, em espanhol, significa vermelho.
Ser professor nestas circunstâncias é muito difícil. Torturante. Cabe então uma reflexão sobre este momento de encontro entre aprendizes e professores. A aula é realmente um espaço de realização ou um instante de castigo e agonia? Cada docente deve buscar em seu íntimo, a resposta a esse dilema. Os que a consideram um momento especial e mágico vão, sem dúvida, procurar a cumplicidade de seus alunos. Vão respeitar este momento como a razão maior de sua profissão e tudo farão para que ela seja sempre especial. Aplicarão as metodologias mais adequadas e motivadoras para a aprendizagem, estarão preocupados com que a avaliação seja compatível com o ritmo dos seus alunos e procurarão perceber e buscar soluções para a “não aprendizagem”, isto é, aquele conteúdo que não foi assimilado. Enfim, estarão abertos a um diálogo permanente com a turma e com cada um dos indivíduos que fazem parte do grupo. Perceberão, que nem sempre fazer um bom ensino terá como conseqüência uma boa aprendizagem. E buscarão um equilíbrio entre as duas coisas... Para aqueles que não se preocupam com essas premissas, a aula será sempre um pesadelo, um enorme sacrifício e, por mal dos pecados, um sacrifício quase sempre considerado mal pago...
Não atendidas as condições para a criação do bom ambiente em sala de aula teremos, muitas vezes, a explosão de antagonismos e conflitos. Nessa hipótese não existem vencedores, todos sairão feridos de alguma forma. O docente pela perda da dignidade e respeito quando envolvido nessas situações e os estudantes pela perda de tempo e desperdício da oportunidade de aprender e melhorar cada vez mais. Qual a origem dessas situações conflituosas? No meu entendimento uma razão se sobrepõe a todas as demais: a insensibilidade. Quase sempre a causa estará no fato de que o professor ou professora deixa de perceber “o outro” que se encontra no papel de aluno e o vê somente como alguma “coisa” sem história pessoal, sem experiências, sem contribuições, enfim, um ente que se assemelha a um “saco” no qual são jogadas, a cada dia, novas informações. Este aluno se torna, literalmente num fardo que se tem de carregar durante um determinado período e ponto final. Esta é a base de uma dificuldade geradora de todos as demais. A falta de respeito pelo sujeito-estudante. Digo sempre que não somos obrigados a amar ou gostar de alguém, que, no caso, é o nosso aluno, mas o respeito ao outro será sempre a condição primordial para termos sucesso em nossas atividades, especialmente no caso da docência.
E respeitar o aluno não significa somente tratá-lo bem. Significa cumprir horários e prazos e não faltar às aulas sem justificativa. Significa discutir com ele as avaliações realizadas e cumprir com os combinados feitos. É também saber ouvir e usar da sua autoridade como docente sem que isso se transforme em exercício de autoritarismo. O professor respeita o estudante quando pratica o seu papel de tutor e orientador de aprendizagem, sem se transformar em dono de uma verdade que, às vezes, aflora e insiste em querer ser única e indiscutível. Respeitar o aluno é ainda, reconhecer que o mundo é plural e que a diversidade e o livre arbítrio são prerrogativas humanas e, então, a cada um, desde que respeitando o outro, é dado o direito de exercitar os limites desses atributos. Finalmente, respeitar o aluno é deixar todos os preconceitos do lado de fora da sala de aula e estar pronto a transformar aquele momento numa oportunidade de descobertas de lado a lado. Em se tratando de respeito, uma das maiores demonstrações dessa atitude é o preparo da aula.
Preparar-se para uma aula é estabelecer os caminhos que os atores do processo percorrerão em busca das habilidades, competências e saberes pretendidos. Ninguém se aventura em espaços, ambientes e situações sem um planejamento prévio e sem um roteiro anteriormente estruturado e estudado. Ninguém ousa fazer uma viagem para lugares desconhecidos sem um plano previamente preparado. Planejar a aula é definir a maneira de desenvolvê-la a fim de torná-la prazerosa, inteligente e desafiadora, de tal forma que os alunos sejam instados a nela se envolverem. É fugir da situação constrangedora criada pelo nosso colega, quando se obrigou a desqualificar a disciplina e desrespeitou seus alunos e a si mesmo pelo fato de não ter se preparado... O professor deve assumir plenamente o seu papel de orientador e, através do diálogo permanente, tentar levar o aluno a descobertas que poderão propiciar um conhecimento novo. É fácil este processo? Com certeza não. Mas não existe outra forma de se alcançar o sucesso neste empreendimento, isto é, ensinar e garantir que o outro tenha aprendido. A aula deve ter um ciclo completo, isto é, ter início, meio e fim. O aluno deve saber de antemão aonde se quer chegar. O professor deve estar atento para as possíveis dificuldades de entendimento, seja do conteúdo em si, seja das expressões utilizadas. Pode e deve utilizar a melhor tecnologia disponível. As metodologias adotadas devem ser previamente conhecidas e testadas. Os conteúdos devem estar organizados e seqüenciados. O material didático utilizado deve ser o melhor possível. Enfim, essas são recomendações mínimas sobejamente conhecidas por todos. A elas acrescento mais uma. A aula, para ser prazerosa deve vir acompanhada pelo molho da paixão de quem a ministra. Não basta ter o domínio dos conteúdos e preparar as atividades com cuidado. É necessário que ela venha acompanhada pelo amor ao trabalho que se traduz na determinação e garra para fazer as coisas bem feitas. Tudo isso, sem dúvida, ajuda a fazer uma boa aula.
Os versos de Thiago de Mello, em seu poema “A Vida Verdadeira”, representam bem o “carma” de todos nós, professores e professoras: "Pois aqui está a minha vida. Pronta para ser usada. Vida que não se guarda. Nem se esquiva, assustada. Vida sempre a serviço da vida. Para ser ao que vale a pena e ao preço do amor". Ainda que o gesto me doa, não encolho a mão: avanço levando um ramo de sol. Mesmo enrolada de pó, dentro da noite mais fria, a vida que vai comigo é fogo: está sempre acesa. (*) Texto retirado do livro: “Ensinando para aprender, aprendendo para viver”- Ed.Literato – Belo Horizonte – 2010. (**) O Prof. Luiz Fernando Gomes Guimarães, é educador, gestor de instituições de ensino e consultor na área da educação básica e superior.
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