02/09/2010 – CLIPPING EDUCACIONAL

NOTÍCIAS – FIQUE POR DENTRO

 

CORREIO BRAZILIENSE - 01/09/2010 - BRASÍLIA (DF)
Os desafios do novo presidente na educação

As prioridades na educação do próximo governo serão conhecidas tão logo o presidente eleito ocupe sua cadeira e efetive as promessas que permeiam seus discursos. Mas se depender de 27 instituições da sociedade civil, essas prioridades já estão traçadas e prontas para serem implementadas. Elas lançaram ontem uma carta-compromisso com sugestões — ou “desafios” — para os próximos governantes, discriminando ações relacionadas a quatro compromissos principais: a ampliação adequada do financiamento da educação pública, a implementação de ações concretas para a valorização dos profissionais da educação, a promoção da gestão democrática e o aperfeiçoamento das políticas de avaliação e regulação. A carta será entregue aos três candidatos à Presidência com mais êxito nas pesquisas de intenção de voto até agora, ou seja, Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva.

O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Antonio Ronca, frisa a importância da carta: “Nós defendemos questões que, se o próximo governo não escolher cumprir, teremos que convencê-lo a cumprir. São desafios básicos, já determinados pela Constituição, como a inclusão de todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos na escola. Trata-se do direito à educação”, defende. Além dessa medida, que está determinada para ser cumprida até 2016, a carta elencou outras questões como a universalização do atendimento da demanda por creche, manifestada pelas famílias, nos próximos dez anos; a superação do analfabetismo, especialmente entre os brasileiros com mais de 15 anos; e o estabelecimento de padrões mínimos de qualidade para todas as escolas brasileiras.

Um dos pontos mais polêmicos, no entanto, está ligado ao financiamento. A carta prevê a destinação de 10% do PIB para a educação pública, até 2014 — atualmente são vinculados cerca de 4,7%. As instituições ainda definem a divisão do montante: 8% devem ser investidos em educação básica e os outros 2%, na ampliação e qualificação do ensino superior público. Entre as instituições que assinaram a carta estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Conselho Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a Unesco, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento Todos Pela Educação. (LL)

JORNAL DO COMMERCIO - 02/09/2010 - RECIFE (PE)
Educação e política

Antonio Torres Montenegro


Em época de eleições o tema da educação, saúde e segurança se torna alvo de muitos discursos dos candidatos. O governo federal e o estadual fizeram pela educação técnica e pela do terceiro grau o que nenhum outro governo havia realizado. Só para lembrar, há menos de uma década, muitos estudantes evitavam ingressar nas universidades federais em razão das constantes greves de professores. Naquele período, além da degradação salarial, havia uma deliberada política de desmonte dessas instituições ao não serem preenchidas as vagas docentes dos que se aposentavam ou faleciam, as edificações e os equipamentos não eram alvos de nenhuma reposição. Assim caminhávamos a passos largos para que a universidade se tornasse um mercado exclusivo da iniciativa privada. Este cenário mudou. Estabeleceu-se uma política salarial que já atende minimamente aos anseios dos docentes, como também os órgãos de financiamento à pesquisa e às pós-graduações tiveram seus recursos ampliados.

No entanto, esse esforço em prol da educação técnica e do terceiro grau, não atingiu a educação pública fundamental, com raras exceções. Talvez, afirmem alguns, este é um problema que aflige Estados e não se encontra na alçada do governo federal. No entanto, ninguém hoje pode dissociar os problemas da violência - somos o nono País mais violento do mundo -, os problemas de saúde, do meio ambiente e a inexistência de uma escola pública de qualidade. Por outro lado, quando nem mesmo o piso nacional (em valores atualizados de R$ 1.312) do professor está sendo cumprido pela maioria dos Estados, é possível entender o porquê pouco se pode esperar dessa escola.

Este piso nacional projeta o profissional e a qualidade de trabalho que se espera. Para isto, basta avaliar no mercado trabalho quais as atividades profissionais que são remuneradas com esse nível salarial. Se pensarmos que o professor é um educador, e, portanto, deve ser submetido a um plano de estudo constante, tanto por meio de cursos de especialização, mestrado e doutorado como de outras formas de atualização do conhecimento, há que se reconhecer como esta é uma profissão exigentíssima. Ou seja, cobra um constante trabalho de reatualização do profissional. E o professor, enquanto educador, não é apenas um transmissor de conhecimentos, mas um profissional que deve ser referência de comportamentos e valores que colaborem com a formação dos futuros cidadãos. Por fim, a relação educacional significa incluir aqueles que se encontram envolvidos com os alunos fora da escola, porque educar é compor uma rede civilizatória instituinte de valores éticos compartilhados e aprendizagens diversas. Experiências enriquecedoras têm se revelado com a música, a dança, os esportes, entre outras práticas que envolvem as comunidades.

Fico a pensar que temos uma cultura que permeia discursos e práticas e impede romper o ciclo vicioso em que as pessoas reconhecem o valor da educação, porém a educação pública na prática apresenta-se destituída de valor. Afinal não há justificativa para a 8ª economia mundial ser classificada em 85ª em termos educacionais mundiais. Recordo um artigo, dos anos 60, quando os EUA investiam recursos e pessoal no Nordeste, numa clara intervenção imperialista. Um assessor americano, então, indagou a Celso Furtado, diretor da Sudene na época, porque se investia tanto na educação universitária e tão pouco na educação básica. Diz o artigo que Celso Furtado teria respondido que, no Brasil, primeiro se estava formando as elites e que depois é que se iria cuidar da educação. Será que realmente houve esse diálogo? Não sabemos. Mas que esse modelo se apresenta até hoje como dominante, não tenho dúvida.

Encerro com o relato do ex-aluno Homero Henrique da Silva: “Passei cinco anos lecionando na rede pública, mas no momento não estou mais me dedicando ao magistério. Bateu um desânimo muito forte. Não é só pelo dinheiro. Tem a violência, a falta de respeito ao professor, o sistema de avaliação que contribuiu para a perda de autoridade do professor e da qualidade de ensino, etc. Não sei se o senhor conhece o filme Treinador Carter. Tem uma cena, em que o treinador coloca os alunos na biblioteca da escola e apresenta uma série de dados estatísticos e conclui que aquela escola existe para que os alunos fracassem. É essa a minha percepção em relação a nossa escola pública. E todos esses modismos, essas novas pedagogias, só contribuem para a deteriorização da escola pública. Hoje, estou exercendo a função de escrivão de polícia. Como disse não é pelo dinheiro, mas é triste constatar que como escrivão ganho mais do que como professor, mesmo quando exercia a atividade de magistério em dois vínculos na rede pública de ensino, como professor concursado”.

FOLHA ONLINE - 01/09/2010
IBGE aponta que 97% dos brasileiros entre 7 e 14 anos frequentam escolas


DO RIO


Pesquisa divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que o Brasil avançou nos principais indicadores de sustentabilidade, mas ainda apresenta graves problemas ambientais e sociais. Na área da educação, a taxa de escolarização na faixa etária entre 7 e 14 avançou de 86,6% em 1992 para 97,9% em 2008, com poucas diferenças entre homens e mulheres e entre brancos e pretos/pardos. Apesar disso, a taxa de analfabetismo entre aqueles com 15 anos ou mais ainda era de 10% em 2008, e o tempo médio de estudo entre aqueles com 25 anos ou mais de idade ainda estava em 7 anos --abaixo, portanto, dos 8 anos necessários para a conclusão do ensino fundamental. Em 2009, por exemplo, a área desmatada na Amazônia foi 74,1% menor do que a de 2004. Mesmo assim, a destruição já atinge 14,6% da Amazônia Legal, e as queimadas e o desflorestamento ainda são os principais responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa no Brasil. No total, o IBGE analisou 55 indicadores sociais, ambientais e econômicos.

FOLHA DE SÃO PAULO - 01/09/2010
Educação de qualidade: do palanque à ação
 

A "Carta-Compromisso pela Garantia do Direito à Educação de Qualidade" apresenta propostas para a construção de um sólido projeto nacional

VINCENT DEFOURNY

O papel prioritário da educação para o desenvolvimento do Brasil é uma unanimidade. No programa da maioria dos candidatos às próximas eleições, o tema aparece em destaque. Mas será que esse discurso bem-intencionado para atrair votos vai se transformar em ações concretas que permitam o salto qualitativo de que a educação brasileira tanto precisa? Cabe aos eleitores e à sociedade exigir uma resposta efetiva a essa urgência nacional. Com tal preocupação, um grupo de parceiros de peso, comprometidos com a questão educacional, lançou esta semana a "Carta-Compromisso pela Garantia do Direito à Educação de Qualidade". O documento, que será entregue aos candidatos à Presidência, a governos estaduais e ao Congresso, apresenta propostas para a construção de um sólido projeto nacional de educação que tenha continuidade no futuro, independentemente de quem estiver no poder. Ir além dos avanços educacionais já alcançados, que precisam ser reconhecidos, é decisivo para o futuro do Brasil. O país encontra-se em uma situação favorável para a promoção de uma educação inclusiva e de qualidade para todos, pois vive um momento privilegiado de crescimento econômico. É hora, portanto, de elevar os investimentosem educação e mostrar, nos orçamentos públicos, a relevância do setor, que precisa ser integrado ao programa maior de desenvolvimento nacional.

Além de aumentar progressivamente o percentual do PIB investido em educação pública, os futuros governantes e parlamentares precisam ainda assumir compromissos inadiáveis, como a valorização dos profissionais de educação. Mudar a condição docente é peça-chave para a melhoria da qualidade da educação brasileira. Isso significa promover formação, remuneração e novas perspectivas de carreira para os professores, que são atores indispensáveis para ajudar o Brasil a alcançar novos patamares de justiça social e desenvolvimento. Incluir, até 2016, todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola; universalizar o atendimento da demanda por creche nos próximos dez anos; superar o analfabetismo dos jovens de 15 anos ou mais; garantir a aprendizagem para todos; alfabetizar plenamente todas as crianças até os 8 anos de idade; estabelecer padrões de qualidade para todas as escolas brasileiras e ampliar as matrículas na educação profissional estão ainda entre os avanços imprescindíveis levantados  na carta-compromisso. 
 

Na condição de agência das Nações Unidas que tem a educação como mandato central e parceira do Brasil em importantes projetos de cooperação no setor, a Unesco, ao lado de entidades como ABC, Anpae, Anped, Andifes, ANPG, Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Cenpec, CNTE, Contee, CNBB, CNE, Consed, Unicef, OAB, SBPC, Todos pela Educação, Uncme e Undime, conclama os candidatos às próximas eleições a aderir à proposta da carta-compromisso e a sociedade a cobrar dos eleitos o seu cumprimento. O compromisso dos futuros governantes e parlamentares pode ser um primeiro passo na resposta à sociedade, que há muito anseia pela superação da enorme dívida histórica com a qualidade do ensino. É dever de cada candidato demonstrar efetivamente aos eleitores como irá enfrentar o problema educacional brasileiro se eleito. E é direito de cada brasileiro ter acesso a essa informação antes de votar. VINCENT DEFOURNY, 50, doutor em comunicação, é representante da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil.

FOLHA DE SÃO PAULO - 01/09/2010
Nem rima nem solução
 

A repetência e as aulas de reforço incorrem no mesmo erro: acreditam que, pela repetição, o aluno passa a se condicionar à resposta certa

RUDÁ RICCI

O tema da promoção automática de alunos surge, mais uma vez, no debate entre candidatos ao governo de São Paulo. E se confunde com um conceito distinto, o de progressão continuada. A confusão, generalizada, envolve pais e até mesmo professores, e opõe os dois conceitos ao de repetência. A repetência nasceu de uma concepção taylorista educacional, que se forjou na última década do século 19 nos EUA, formulada por Joseph Mayer Rice. Rice vinculou os objetivos da educação à formação para a indústria e definiu um ranking de conteúdos, tendo a matemática e a física como as principais, seguidas por biologia, química e comportamento social. Quem não atingisse um patamar ideal deveria repetir tudo o que estudou no ano anterior. O problema é que esta concepção tem muito de administração do trabalho, mas muito pouco de educação. Os seres humanos não saltam de patamar cognitivo a cada mês ou ano. O "calendário humano" é outro. Foi estudado por Jean Piaget e Henri Wallon, para citar alguns.
 

A repetência é um elemento do sistema de verificação do modelo taylorista de educação. Explico: a seriação define um patamar ideal que o aluno deve atingir, a partir do qual é criado um ranking de classificação. Aqueles que não atingem um determinado índice desse ranking devem repetir. A repetência e as aulas de reforço incorrem no mesmo erro: acreditam que, pela repetição, o aluno passa a se condicionar à resposta certa. Contudo, num mundo em que uma novidade tecnológica ocorre a cada seis meses por segmento produtivo, essa crença na memorização como carro-chefe do processo educacional cai por terra. Repetir um aluno, portanto, é anacrônico e um equívoco educacional. A promoção automática também comete o mesmo erro. Interessante que o primeiro artigo sobre sistema de ciclos escrito por um brasileiro foi publicado na década de 1950, no Rio Grande do Sul, tendo como título "Promoção automática ou progressão continuada?". Mais de meio século depois, continuamos não compreendendo a diferença entre as duas propostas. 

São Paulo apresenta ainda mais dificuldade, porque, em 1921, Oscar Thompson, diretor geral do ensino do Estado, propôs a promoção em massa. Sampaio Dória também sugeriu algo semelhante. Em 1956, durante a Conferência Regional Latino-Americana sobre Educação Primária Gratuita e Obrigatória, promovida pela Unesco, foi amplamente discutido um estudo sobre reprovações e sugerido como solução a promoção automática. Contudo, o sistema de ciclos não propõe a promoção automática, mas a adoção de enturmações múltiplas para alunos que apresentarem dificuldades específicas. Digamos que, uma vez por semana, as escolas se dediquem a essas enturmações diferentes. Naquilo em que está bem, o aluno é promovido. No que apresenta dificuldades, continua em turma intermediária. Não se trata de repetência. O problema que envolve esse tema é que, mais uma vez, o Brasil tenta criar atalhos na educação. E não percebe que, por aí, banalizamos o caminho do desenvolvimento sustentável.

DIÁRIO CATARINENSE, 01/09/2010 - FLORIANÓPOLIS (SC)
Qualificação profissional


Antoninho Marmo Trevisan

A falta de profissionais qualificados em número suficiente para atender ao firme e dinâmico crescimento da economia brasileira é mais uma constatação do quanto erramos em toda nossa história ao relegar ao segundo plano o investimento num ensino público de excelência. Apesar dos avanços dos últimos anos, em especial quanto ao aumento no número de matrículas, o desafio mantém-se. Será, sem dúvida, uma das prioridades para os governantes que iniciarão seus mandatos no próximo ano. A necessidade é tão urgente que não se pode ficar à espera de uma reestruturação do ciclo básico da educação ou do acesso da população à universidade. Assim, independentemente de continuarmos constatando o problema óbvio da 
negligência histórica quanto à educação pública, é preciso agir, o quanto antes, para ampliar a oferta de profissionais qualificados.

Um ótimo estímulo é abater 30% do que as empresas pagam de Imposto de Renda para que elas financiem cursos regulares, bem como de aperfeiçoamento e capacitação de seus quadros. A alternativa que parece ser a mais interessante é fazer com que o próprio trabalhador escolha, livremente, cursos e escolas que queira frequentar. Os resultados do ProUni evidenciam o potencial dessa opção. Nesse programa, o aluno é quem define o que quer fazer e onde quer estudar. Não é possível se pensar que segmentos tão aquecidos, como ode petróleo, construção civil, naval, montadoras de automóveis e tecnologia da informação parem as máquinas por falta de gente. Somente na área de tecnologia, estima-se que a carência chegue a 350 mil profissionais. Também há déficit de 30 mil engenheiros. Se, em curto prazo, não formos capazes de dar uma virada para reverter essa carência de profissionais qualificados, vamos continuar assistir ao crescimento do desembarque de estrangeiros, cuja procura por visto para ingressar no país, encaminhados aos nossos consulados na Europa, Ásia e Estados Unidos, registrou aumento de 17%. Esses números refletem, também, a contratação de profissionais para suprir nosso apagão de mão de obra.

FOLHA ONLINE - 31/08/2010
Conselho Nacional de Educação aprova exigências mais duras para universidades 

RICARDO WESTIN DE SÃO PAULO

O Conselho Nacional de Educação negou na noite desta terça-feira um recurso apresentado por faculdades e universidades particulares que tentava impedir o endurecimento das regras para que uma instituição ganhe ou renove o título de universidade. Pelas normas atuais, para ter o título de universidade, a instituição precisa oferecer três cursos de mestrado e um de doutorado. Em maio, o Conselho de Educação propôs critérios mais exigentes: quatro mestrados e dois doutorados. A mudança afeta as faculdades e os centros universitários que queiram se tornar universidades. Mas assusta principalmente as instituições que já têm o título de universidade. Caso não cumpram os novos requisitos, as universidades poderão ser "rebaixadas" a centros universitários e, assim, perder a autonomia para abrir cursos.

Muitas universidades não atendem nem sequer à regra atual de três mestrados e um doutorado. Todas as universidades particulares e federais (a norma não afeta as estaduais e as municipais) estarão obrigadas a se recredenciar. Porém, terão um período de transição: até 2013 precisarão ter três mestrados e um doutorado e até 2016, quatro mestrados e dois doutorados. Cinco entidades representativas de faculdades e universidades privadas (ABMES, Semesp, Anup, Anaceu e Abrafi) recorreram. Com o recurso agora derrubado pelo Conselho Nacional de Educação, as regras propostas vão para o Ministério da Educação, que precisará homologá-las para que entrem em vigor.

"Há questões que não foram consideradas, como as diferenças regionais", diz José Roberto Covac, assessor jurídico das cinco entidades. "Em São Paulo, é fácil ter esse número de mestrados e doutorados. No Norte e no Nordeste, é mais difícil." Ainda segundo Covac, caso o Ministério da Educação homologue as novas regras, as mensalidades cobradas dos alunos deverão sofrer aumento, já que as instituições terão custos extras para se adaptarem à nova realidade. Segundo Milton Linhares, membro do Conselho Nacional de Educação, as mudanças são "bem equilibradas". "As novas universidades já terão de seguir a regra de quatro mestrados e dois doutorados. Mas as atuais universidades terão um prazo bastante razoável para se adaptarem."


FOLHA DE SÃO PAULO - 01/09/2010
Educador critica propostas dos candidatos para o setor

Para Mozart Ramos, presidenciáveis não discutem a qualidade da educação. Candidatos estão mais preocupados em ganhar os votos dos jovens, diz dirigente do Movimento Todos pela Educação

ÂNGELA PINHO DE BRASÍLIA


Falta clareza nas propostas para a educação dos candidatos à Presidência, afirma Mozart Neves Ramos, presidente do Movimento Todos pela Educação. Aorganização está à frente do lançamento de uma carta de compromissos para o setor feita por 27 entidades e dirigida aos candidatos eleitos. Professor da Universidade Federal de Pernambuco, Ramos diz que é preciso criar mecanismos para punir gestores que não cumpram seus deveres com a educação.

Folha - Qual é o objetivo da carta de compromissos?
Mozart Neves Ramos - Criar uma agenda para a educação que não seja de governo, mas de Estado. Há uma clareza muito grande de que, após a redemocratização do país, após a economia ficar sólida, a terceira revolução que a gente tem de fazer é a da educação: é preciso envolver toda a sociedade nisso.

Como o sr. vê as perspectivas para a educação com a eleição de algum dos três principais candidatos ao Planalto?
Nenhum dos candidatos me emocionou do ponto de vista da educação. É quase o mesmo discurso: Prouni, vagas nos cursos técnicos, parecem propostas muito mais voltadas para conseguir os votos dos eleitores jovens do que para enfrentar de fato o problema da qualidade da educação. Não vi ainda uma mensagem forte em relação a valorizar o professor, apenas algo vago como "o professor é importante". Mas o que vai fazer com ele?

A carta fala em valorização do professor, mas há visões diferentes sobre como fazer isso. Há Estados que têm remuneração por desempenho, mas há muita resistência à ideia. Como valorizar?
Precisa ter um salário inicial atraente, uma carreira promissora, uma formação inicial sólida e condições de trabalho adequadas. Dentro desse contexto, pode ter adendos de motivação. Não vejo o bônus como algo estruturador. Vejo como algo que pode ser motivador desde que esses quatro eixos estejam presentes.

A carta propõe dobrar o investimento em educação como proporção do PIB. O que deve ser feito com os recursos adicionais?
O Brasil tem uma dívida histórica com a educação. Conseguimos universalizar o ensino fundamental, mas não nos preparamos para receber as crianças. Precisamos formar mais gente, pagar melhor e melhorar a infraestrutura das escolas. O Brasil gasta hoje R$ 2.600 por aluno da rede pública. Para chegar ao patamar de México, Chile e Argentina, precisa gastar R$ 4.000 por ano.

E por que o Brasil precisa de uma Lei de Responsabilidade Educacional?
O Brasil tem hoje uma crise de "accountability" [prestação de contas]. Se uma criança não aprende hoje, se um professor não tem condições de fazer seu trabalho, a culpa é de quem? É preciso responsabilizar quem deixar de fazer sua parte pela educação.

FOLHA DE SÃO PAULO - 01/09/2010
Especialistas pedem lei para punir gestores
 

DE BRASÍLIA

Entidades ligadas à educação divulgaram uma carta em que cobram compromissos aos candidatos às eleições deste ano. O documento será enviado aos comitês de campanha para que eles o assinem, o que ainda não havia acontecido até ontem.

Entre as medidas elencadas estão dobrar o investimento público em educação para chegar a 10% do PIB e instituir uma Lei de Responsabilidade Educacional para punir o gestor que não cumprir seu dever na área. Ao todo, 27 entidades assinaram o documento, entre organismos internacionais, sindicatos, associações, ONGs e grupos de pesquisa. Entre elas, o Conselho Nacional de Educação, a Unesco, o Unicef e o Movimento Todos pela Educação.

O ESTADO DE SÃO PAULO - 31/08/2010
Aula para inglês


Jovens britânicos interessados em globalização vieram conhecer empresas e a cultura do País, além de entender o sistema de ensino

Carolina Stanisci


No último sábado, 30 estudantes ingleses embarcaram para seu país depois de uma temporada de 40 dias no Brasil. A viagem faz parte do Global Fellowship, projeto do Conselho Britânico que tem como meta globalizar seus jovens cidadãos. “O programa nasceu há três anos e é fruto do reconhecimento de que o Brasil, assim como a Índia e a China, está crescendo muito”, diz a gerente do Global Fellowship, Liliane Rebelo. Os ingleses foram primeiro para o Rio, onde tiveram aulas de português, visitaram favelas e projetos sociais, como o AfroReggae. Em São Paulo, a ideia foi aproximá-los de empresas dediversas áreas e de alunos do ensino médio – eles até se hospedaram na casa de estudantes do Colégio São Luís. No mês que passaram na cidade, conheceram a sede de empresas como KPMG, Natura e Kraft Foods.

“São jovens vindos de todas as partes da Inglaterra. Alguns mais humildes, outros com condição melhor de vida. Nem todos têm ótimas notas escolas, mas são muito interessados na questão da globalização”, afirma Liliane. Além do interesse em culturas de outros países, os selecionados – além dos que vieram ao Brasil, 40 foram para a Índia e 30 para a China – deviam apresentar traços multiculturais para participar do programa.

Esse é o caso da muçulmana Raadia Imran, de 18 anos. Ela vai começar o curso superior de Literatura Inglesa e Espanhol em setembro e já conseguiu uma tarefa, digamos, literária. Na volta, vai visitar escolas com colegas de viagem para contar aos estudantes de lá o que viu por aqui. “Amei a experiência”, diz. Entre vários temas, Raadia escolheu destacar o sistema educacional brasileiro, que julgou interessante, embora o vestibular lhe pareça “estressante”.

FOLHA DIRIGIDA - 31/08/2010 - RIO DE JANEIRO (RJ)
Ensino é obrigação do governo, dizem defensores da gratuidade


Joyce Trindade


Quem é a favor da gratuidade plena dos cursos oferecidos pela Universidade Federal Fluminense (UFF) afirma que o pagamento do ensino na faculdade é inconstitucional. O argumento se baseia no artigo 206 da Constituição brasileira, onde se afirma a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. Para a integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFF Suellen Suzando, caso seja decidido pelo pagamentos de determinados cursos, as faculdades públicas sofrem um grande risco. "Apesar de a votação não incluir cursos de graduação, mestrado e doutorado, essa possível decisão pode dar início à privatização do ensino público. Se esse processo não for parado, não me espantaria ver, daqui há algumas décadas, uma discussão sobre o pagamento das graduações também", declara.

Quem também concorda com esta  posição é a presidente da Associação de Docentes da UFF (Aduff) - seção sindical do Andes, Gelta Xavier. Para a presidente do sindicato, é uma obrigação da União arcar com o ensino público de forma integral, através dos impostos que recolhe. Os favoráveis à gratuidade plena nessas instituições também argumentam que a receita proveniente desses cursos é baixa, não sendo tal valor essencial para a faculdade. "As mensalidades desses cursos representam somente 1,5% da receita total da faculdade. Por isso, acreditamos que esse valor pode ser obtido a partir de mais investimentos do governo na educação", defende Suellen Suzando. O coordenador do curso de pós-graduação de Ciência Ambiental, Ivan Pires, também é contra a cobrança. Para ele, oferecido gratuitamente, há outras formas de se conseguir tais recursos. "Hoje as instituições têm vários projetos em parcerias com  empresas privadas, que investem naqualificação de alunos dessas faculdades", afirma.

Ainda de acordo com Suellen Suzando, do DCE, não é o valor cobrado que faz com que os cursos tenham qualidade, já que as graduações em instituições públicas, todas oferecidas de forma gratuita, são referência atualmente no país. Segundo a presidente da Associação de Docentes da UFF, já há, no país, alguns casos de decisão da justiça pelo ressarcimento dos valores cobrados aos alunos. A integrante do Diretório Central dos Estudantes da UFF defende entretanto a realização do plebiscito, pois, para ela, a decisão vai ser tomada de forma democrática. "É uma vitória termos o mesmo peso, na votação, que os professores. Temos percebido que muitos estudantes são a favor da gratuidade. Por isso, acredito que vamos conseguir acabar com esta situação atual."

PORTAL UOL EDUCAÇÃO - 31/08/2010
Metade dos alunos do 9º ano em particulares tem mães com ensino superior completo

Rafael Targino em São Paulo

Quase
metade dos alunos no 9º ano de escolas privadas tem mães com ensino superior completo. É o que mostra a PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) 2009, feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgada na última sexta-feira (27). Segundo a pesquisa, esse grupo responde por 46,9% do total. Já nas públicas, o número cai para 8%. Quando o filtro público/privada é retirado, os dados mostram que um quarto das mães não tem instrução ou não completou o ensino fundamental (25,9% do total); outro um quarto delas tem ensino médio completo ou superior incompleto.

A capital com mais mães com ensino superior é Vitória (26,9%), seguida por Brasília (20,9) e Aracaju (19,7%). Manaus (9,8%) é a cidade onde esse índice é menor. Maceió tem a maior proporção de mães (37,7%) com nenhum nível de escolaridade ou só com ensino fundamental completo, seguida por Fortaleza (32,3%) e Teresina (31,5%). 
 

Segundo a professora Inês Barbosa de Oliveira, da Faculdade de Educação da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), um dos fatores que podem explicar os números é a situação financeira da família. “As mães que tem nível superior, de um modo geral, têm colocação no mercado de trabalho que as permite colocar [os filhos] na escola particular”, diz. Inês alerta, no entanto, para a percepção de que a escola particular é sempre melhor que a pública. “A quantidade de escola particular que não presta é talvez tão grande quanto a de publicas que não prestam”, afirma.

PORTAL UOL EDUCAÇÃO - 31/08/2010 
Total de alunos do 9º ano de públicas que dizem ter matado aula é o dobro do das particulares


Rafael Targino em São Paulo

A
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense) 2009, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que o percentual de alunos de escolas públicas do 9º ano do ensino fundamental que admitiram ter matado nos 30 dias anteriores ao levantamento é mais que o dobro do das privadas. No total, 18,5% de todos eles faltaram às aulas sem autorização dos pais. Segundo a pesquisa, divulgada na última sexta-feira (27), 20,7% dos estudantes da rede pública disseram que haviam matado aula, contra 10,1% dos das particulares. A cidade onde mais os alunos de públicas mataram aula foi Cuiabá (25%), seguido por Recife (24,9%) e Porto Alegre (24,2%). Dentre os da rede privada, as líderes do ranking são Palmas (18,2%), Boa Vista (15,9%) e Cuiabá (14,8%). De acordo com o IBGE, a cidade onde menos os estudantes de instituições públicas de ensino disseram que haviam faltado aula sem autorização dos pais foi Rio Branco; entre as particulares, Porto Velho.

Quando se consideram todos os alunos, sejam eles de públicas ou particulares, Cuiabá continua na liderança dos faltosos, com 23,4%. Teresina é onde menos, no geral, os estudantes faltam sem autorização dos pais (12,4%). Para a professora Inês Barbosa de Oliveira, da Faculdade de Educação da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), o problema não é a escola em si –mas as políticas públicas feitas para a educação. “A culpa não é da escola. O problema está na política educacional que torna a escola precária, na política geral do país que não garante emprego em quantidade necessária para os que estudam se colocarem no mercado de trabalho. Isso cria um círculo vicioso”, afirma.

Segundo Inês, um outro motivo é a própria dinâmica de controle de presenças. “Há aí um sistema de controle mais eficiente nas escolas particulares, porque os pais pagam também com a expectativa que se controle a frequência dos alunos com rigor. Tem um sistema mais eficaz na escola particular”, diz. Ela lembra também que, provavelmente, muitos alunos –de públicas e particulares– omitiram suas faltas. Tempo livre - O IBGE também perguntou aos estudantes se os pais sabiam o que eles estavam fazendo durante o tempo livre que tiveram nos 30 dias anteriores à pesquisa. Mais de 55% (55,8%) responderam que os pais sabiam – a maioria deles em Florianópolis (64,3%).

FOLHA DE SÃO PAULO - 31/08/2010
Por um ensino melhor
 

É louvável a iniciativa de entidades sociais de propor que candidatos assumam compromissos públicos com a educação antes da eleição

Editorial

Duas dezenas de organizações lançam hoje em Brasília a "Carta-Compromisso pela Garantia do Direito à Educação de Qualidade", que pretendem ver adotada por candidatos aos Poderes Executivo e Legislativo. Trata-se de um passo adiante na crescente tomada de consciência da esfera pública quanto ao papel estratégico do ensino. Ela já levou à formação do movimento Todos pela Educação, articulador da carta, que logrou conferir ao tema uma prioridade perto de consensual. O documento repete a fórmula bem-sucedida de vincular prioridades gerais com metas concretas, passíveis de acompanhamento e verificação. Entre os objetivos específicos estão alfabetizar todas as crianças até oito anos de idade antes de 2014, incluir todos os jovens e crianças de 4 a 17 anos na escola até 2016 e cobrir toda a demanda por vagas em creches até 2020. São propostas factíveis, mas nem por isso triviais. Além das metas relativas ao ensino, fixa-se o objetivo mais geral de elevar a fatia do PIB investida no setor a 10%, dos quais 8% para a educação básica e 2% para a superior. Já houve melhora: a educação básica recebe hoje cerca de 5% do PIB, contra 3,7% em 2006.

Embora desejável, o aumento de verbas precisa ser contextualizado. Parece improvável que candidatos se comprometam previamente com metas de elevação de investimentos no ensino sem levar em conta demandas de outras áreas, como a de saúde. Além disso, o acréscimo de recursos precisa estar vinculado a objetivos determinados e ao aperfeiçoamento da gestão, sob pena de desperdício. Outros objetivos da propostas também suscitam reserva, pois os meios de alcançá-los não se mostram tão consensuais quanto poderia parecer. Além da parcela do PIB, são eles: valorização dos profissionais da educação, gestão democrática das escolas e aperfeiçoamento das políticas de avaliação e regulação. Ora, são bem conhecidas as divergências de fundo ideológico a respeito dos três pontos que separam gestões do PT e do PSDB em todos os níveis de governo. As políticas tucanas de premiação por mérito para educadores, por exemplo, são malvistas nos círculos sindicais petistas.

Tampouco parece corriqueiro, no campo dos conflitos reais, chegar a acordo sobre o que seja uma gestão democrática, que não resulte em aparelhamento da escola por grupos partidários. Ou, então, sobre que consequências dar para resultados de avaliação. À parte essas discordâncias, não resta dúvida de que cabe pôr em prática de uma vez por todas o piso salarial nacional para docentes de R$ 1.024,67 (inferior até à renda média do país, R$ 1.117,95), ainda ignorado em alguns Estados. Para esses casos, uma Lei de Responsabilidade Educacional não seria má ideia. Todos os candidatos deveriam subscrever o compromisso, ainda que fazendo as ressalvas cabíveis no que respeita à aplicabilidade e explicitando que interpretação dariam aos princípios sujeitos a controvérsia. Se a campanha eleitoral seguisse esse figurino, o público não estaria presenciando o festival de inanidades marqueteiras que assola o país.

PORTAL UNIVERSIA - 31/08/2010
Avalie qual é o melhor momento para a pós-graduação
 
Dar continuidade aos estudos exige análise da atuação profissional

Amanda Assa

Além de conviver com a tensão das provas e do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), os universitários que já estão a um passo da formatura começam a se preocupar com a continuidade dos estudos. Um dúvida que emerge diz respeito a emendar ou não os quatro anos da graduação com uma pós-graduação. De um lado, a cobrança do mercado de trabalho por constantes atualizações profissionais. Do outro, a necessidade de conhecer melhor a prática da profissão até mesmo para definir qual o caminho será seguido. Dúvidas comuns, mas que, segundo Robert Verhine, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFBA (Universidade Federal da Bahia), devem ser sanadas antes do término da graduação. Na opinião dele, as exigências do mundo coorporativo levam à antecipação dos planos de cursar a pós-graduação. Para ele, ainda que não seja no primeiro ano da vida profissional, o curso deve sim ser planejado no decorrer da carreira. "O mundo é competitivo, o que torna a pós-graduação cada vez mais valorizada pelos empregadores", garante.

A hora certa para investir na pós-graduação, no entanto, é subjetiva e depende da área de atuação do profissional. É o que diz Verhine. "Enquanto nas áreas aplicadas é recomendado que se adquira experiência prática antes de optar pela especialização, em outras áreas, como as acadêmicas, o ideal é se dedicar diretamente à continuidade da formação", aponta o pró-reitor da UFBA. Ainda sim Débora Barem, professora do curso de Administração da UnB (Universidade de Brasília), aconselha que os estudantes não percam o ritmo entre a graduação e a pós-graduação. "É interessante que o aluno comece, ainda durante a própria graduação, a delimitar o tipo de profissional que pretende ser e identificar na área profissional o que mais lhe atrai", indica a professora da UnB.

Foi o que fez o advogado Bruno Forli, 22 anos. Em menos de três meses de formado, ingressou na especialização de Direito Administrativo da FGV (Fundação Getúlio Vargas). A escolha, no entanto, ganhou forma ainda na faculdade a partir da experiência acadêmica alinhada à vivência profissional em uma empresa do segmento de administração pública. "A teoria do curso está intimamente ligada ao meu dia a dia. Além disso, é uma área de atuação muito gratificante, principalmente pelos constantes desafios que propõe", diz ele, que também aponta a remuneração como fator que o influenciou a optar pelo programa.

Como escolher a pós-graduação - O primeiro passo para quem está em dúvida é identificar se as metas profissionais estão alinhadas aos objetivos da pós-graduação. Segundo Débora, estas se relacionam ao aprofundamento em determinada área da profissão. "É um conhecimento específico na área de maior interesse. A pós-graduação dá o desenvolvimento de competências especializadas para algo em que você quer trabalhar dentro de sua atividade profissional", explica ela. Outro fator que deve ser levado em consideração, destacado por Verhine, é o tipo de pós-graduação que o profissional pretende seguir. "É preciso ter clareza entre as diferenças entre os programas stricto sensu e lato sensu. Enquanto o primeiro integra o mestrado e doutorado, o segundo corresponde aos cursos de especialização e o MBA (Master of Business Administration)", esclarece. Segundo ele, as especializações são mais flexíveis em relação à diversidade curricular, o que permite o estudo de uma área diferente que possa complementar a graduação. Ele destaca que os cursos de mestrado ainda se dividem entre mestrados acadêmicos e mestrados profissionais. (Confira reportagem especial do Universia sobre as diferenças entre stricto sensu e lato sensu)

Independente da opção, a professora da UnB alerta que o profissional foque o investimento em uma área pelo qual realmente tenha interesse ou correrá o risco de transformá-lo em apenas mais um curso no currículo. "O candidato deve fazer uma projeção para os próximos cinco, dez anos, e se perguntar onde quer estar e como pretende estar, identificando as vantagens e desvantagens do caminho que pretende escolher. Isso facilita a delimitação de uma área de estudo" aconselha. Débora também sugere conversas com profissionais mais experientes e a troca de informações. "Aquela atividade está, de fato, relacionada ao que vislumbra fazer no futuro?", questiona ela. Os professores recomendam também que os profissionais se informem sobre a instituição de Ensino, o reconhecimento dos órgãos competentes - o MEC (Ministério da Educação e Cultura) para os cursos de lato sensu e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) para os cursos de stricto sensu - e a grade curricular. "O ideal é investigar se o programa oferece uma área de foco numa linha de pesquisa específica. É necessário cuidado para conferir o que o programa de sua escolha oferece e ter certeza de que ele é de seu interesse", orienta Verhine.

O curso, de acordo com Débora, deve resultar num certificado. "É essencial ter certeza de que esse documento possui as especificações necessárias mediante a legislação. Além disso, não basta optar por um curso tendo como base o título, o candidato precisa analisar o programa, conhecer as disciplinas e os professores", complementa a professora da UnB. O pós-graduando acredita que a escolha é um investimento que o profissional pode realizar em si mesmo, aumentando seu nível de reconhecimento no mercado de trabalho, o que deve agregar ainda mais valor à carreira. "Todos os reflexos da especialização foram positivos, seja na remuneração, seja na qualidade dos serviços prestados. O mercado também se mostrou receptivo, principalmente por meio de propostas de trabalho", comemora Forli.



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