Zé Perequeté
Autor: Adalésio Vieira
Sem eira, nem beira... Oh, que santa ignorância...
Janistroques, leguelhé! De quem?
Sem rumo, sem prumo, Do Zé Perequeté!
Sem dinheiro vai à pé.
Sem cama, sem mesa, Mas apronta um sururu
Sem farinha, sem cuité... Se seu time de olé
Vive alegre na pobreza Tanto faz no Pacaembu
Quem? Morumbi ou Canindé.
O Zé Perequeté! Torcendo não se reprime;
Pula, grita, agita firme
Dá duro toda a semana Garante a vida do time...
O pobre bereberé Quem?
Faz tudo que o patrão manda O Zé Perequetè!
E o patrão manda o que quer
Com toda sua pobreza Vem o tempo dos arautos
É o arrimo da riqueza Quando a eleição vier
Levanta qualquer empresa... Se encontra com um candidato
Quem? Se ajoelha e beija-lhe os pés
O Zé Perequeté! Para a luta se habilita
Vira herói, vira artista
Aos domingos, satisfeito, Pra dar força ao vigarista...
Ele apronta um aranzé! Quem?
Com tudo o que tem direito O Zé Perequeté!
Boteco, jogo e mulher
Gasta tudo, se endivida Zé Perequeté é o regente
Com jogo, amor e bebida No reino do Vai-quem-Quer;
Assim vai levando a vida... Reinado que vai pra frente
Quem? Troteando na marcha-ré
O Zé Perequeté! Reino da corrupção
De sem vergonhas, de ladrão
Vez em quando vai à igreja Tudo por falta de ação...
E rezando cheio de fé De quem?
Só pede a Deus que o proteja Uai...
Do inferno e do lúcifer Do Zé Perequeté!!!!
Diz que lutar não adianta
Que orando tudo se alcança