12/03/2011 - Dia Internacional de Luta das Mulheres será celebrado com ato no dia 12 no centro de São Paulo
Caminhada que parte do Centro Informação Mulher (CIM), na Praça Roosevelt, e termina na Praça da Sé, deve reunir milhares de mulheres de todo o Estado.
Em luta por autonomia e igualdade, contra o machismo e o capitalismo, milhares de feministas sairão às ruas de São Paulo mais uma vez para celebrar o Dia Internacional de Luta das Mulheres. Como este ano a data oficial caiu no Carnaval, o ato foi transferido para o dia 12 de março. A concentração terá início às 9h30, no Centro Informação Mulher (CIM), na Praça Roosevelt (rua da Consolação, 605). De lá, as mulheres caminharão pelo Centro da cidade, encerrando o ato na Praça da Sé.
Reconhecendo os avanços conquistados pela luta das mulheres e a importância histórica da eleição da primeira mulher para a Presidência da República, as feministas sairão às ruas para dizer que isso apenas não basta para mudar a vida das mulheres. “Estamos em luta diária contra a violência sexista, pela descriminalização e legalização do aborto, valorização do nosso trabalho, educação de qualidade para todos e solidárias às lutas anti-capitalistas travadas no Brasil e no mundo”, afirmam as quase cem organizações que convocam o ato do dia 12. Participarão do evento mulheres da capital, Grande São Paulo e de diversas regiões do Estado, como Campinas, Sorocaba, Baixada Santista, Vale do Ribeira e Vale do Paraíba.
Com a manifestação, as feministas querem chamar a atenção da população para os principais problemas que enfrentam. Entre eles, a tentativa, por parte do STF, de supressão de medidas jurídicas criadas com a Lei Maria da Penha, a falta de investimento por parte do governo estadual na ampliação das delegacias da mulher e casas abrigos, o déficit de vagas em creches e na educação infantil de São Paulo; o crescimento da intolerância e do conservadorismo, com manifestações de violência contra lésbicas, homossexuais e transexuais na cidade; o desrespeito a direitos trabalhistas das mulheres; o descaso do poder público com a reforma urbana e agrária; e a mercantilização do corpo da mulher nos meios de comunicação, entre outros.
As brasileiras prestarão ainda solidariedade internacional às mulheres de todo o mundo, tanto àquelas que lutam na Europa contra os efeitos da crise quanto àquelas que se batem para derrubar ditaduras ou acabar com ocupações militares existentes, como no Haiti.
Sobre o 8 de março
Em 1910, a alemã Clara Zetkin propôs, na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação do Dia Internacional da Mulher, celebrado inicialmente em datas diferentes, de acordo com o calendário de lutas de cada país.
A ação das operárias russas no dia 8 de março de 1917 é a razão mais provável para a fixação desta data como o Dia Internacional da Mulher. Com a revolução, muitos direitos foram conquistados, como o voto, a elegibilidade feminina e o direito ao aborto. Em 1922, a celebração internacional foi oficializada e o 8 de março se transformou na data símbolo da participação das mulheres para transformarem sua condição e a sociedade como um todo.